Renaldo Lopes da Cruz nasceu em Cotegipe (BA), no dia 19 de março de 1970.
No Guará |
Renaldo começou nas categorias de base do Clube de Regatas Guará, do DF. Com
Renaldo marcando decisivos gols, o Guará conquistou pela primeira vez o
campeonato brasiliense de juniores de 1990.
Em janeiro de 1991, o Guará foi o representante do futebol brasiliense na Copa
São Paulo de Juniores. O Guará não realizou uma boa campanha, mas foi a
primeira oportunidade que Renaldo teve para mostrar que tinha futuro como
atacante.
Logo depois, mais precisamente no dia 4 de maio de 1991, Renaldo fez sua
estreia na equipe titular do Guará, no CAVE, no empate em 1 x 1 com o
Ceilândia. O primeiro gol entre os profissionais aconteceria uma semana depois,
no Mané Garrincha, na vitória de 2 x 1 sobre o Taguatinga.
Ao todo foram 27 jogos com a camisa do Guará, tendo marcado cinco gols.
Também em 1991, Renaldo foi convocado para defender o DF no Campeonato
Brasileiro de Seleções Estaduais, promovido pela CBF, mas que não teve
encerramento.
Para coroar seu brilhante ano, em dezembro de 1991, a Associação
Brasiliense de Cronistas Desportivos (ABCD) premiou com troféus e medalhas os
três atletas que mais se destacaram ao longo da temporada de 1991, em 42
modalidades esportivas. No futebol os três indicados foram Renaldo, do Guará, e
Dorival e Carlinhos, do Taguatinga. Renaldo foi o vencedor.
Antes de ser encerrado o ano de 1991, o dirigente José Carlos Farinhaki, do Atlético
Paranaense, que tinha vislumbrado em Renaldo um grande talento, o levou para
jogar no rubro-negro paranaense. Apesar de ir bem nos treinos, Renaldo não tinha
chance no time de cima. O técnico Geraldo Damasceno não o colocava entre os
titulares.
Como muitas vezes acontece, os diretores insistiam para que o técnico pelo menos
relacionasse o jovem atacante para o banco de reservas para os jogos do Atlético
Paranaense no Campeonato Brasileiro de 1992. Na quinta rodada, no dia 20 de fevereiro
de 1992, o Atlético Paranaense levou um chocolate do Cruzeiro no Mineirão: 4 x 0.
Renaldo estava no banco, mas não entrou. No jogo seguinte, no dia 23 de fevereiro,
contra o Bahia, na Fonte Nova, ele estava no banco. Aos trinta minutos do
segundo tempo, Geraldo Damasceno tirou João Carlos para a entrada de Renaldo.
Logo em sua primeira jogada, Renaldo tabelou com Carlinhos e recebeu na área para
escorar de cabeça e fazer o terceiro gol do time paranaense, o gol da vitória
de 3 x 2. No jogo seguinte, dia 7 de março, contra o Goiás, no Pinheirão, o Atlético
ganhou por 2 x 0 e Renaldo já estava no time titular.
Renaldo começou a despontar no jogo do dia 14 de março, contra o Atlético Mineiro,
no Mineirão. O Atlético Paranaense ganhou de 3 x 2, com dois gols de Renaldo. Naquele
Brasileiro, Renaldo ainda marcaria nos empates no Pinheirão, contra o Sport Recife,
e contra o Guarani. Ele começava a se destacar no Atlético Paranaense, terminando
a competição como artilheiro da equipe, com cinco gols.
Logo depois de encerrado o campeonato brasileiro, Renaldo foi com o Atlético Paranaense
a uma excursão invicta à Europa. Encerrou o ano disputando o campeonato
paranaense pelo Atlético.
Os dois gols marcados por Renaldo contra o Atlético Mineiro, porém, não foram
esquecidos pelos dirigentes desse clube, que o levaram em 1993 para Belo
Horizonte.
No Atlético Mineiro viveu sua melhor fase.
Fez sua estreia no dia 19 de agosto de 1993, na derrota para o Fluminense, por
2 x 0.
Atuou no Atlético Mineiro até 1996. Com boas atuações, conquistou as
artilharias do Campeonato Mineiro de 1995 (quando também foi campeão estadual) e
o Brasileiro de 1996, com 13 e 16 gols (ao lado de Paulo Nunes),
respectivamente. Na sua primeira passagem pelo Atlético Mineiro, fez 159 jogos
e marcou 74 gols.
A fase era tão boa que Renaldo foi convocado pelo técnico Zagalo para a Seleção
Brasileira. E disputou pelo Brasil uma partida amistosa contra Camarões, no dia
13 de novembro de 1996, no Pinheirão, em Curitiba. O Brasil ganhou de 2 x 0, gols
de Djalminha e Giovanni.
No La Coruña |
Seu bom momento chamou a atenção do presidente do Deportivo La Coruña, da
Espanha, Augusto César Lendoiro, admirador confesso do futebol brasileiro.
Firmou então um contrato de quatro temporadas com o clube espanhol.
Quando Renaldo chegou ao La Coruña, para disputar a temporada 1996/1997, para
ocupar a vaga do ídolo Bebeto, deu uma declaração que jamais deixaria de
persegui-lo. Disse ele ao ser entrevistado: “Sou uma mescla de Ronaldo com
Rivaldo”.
Não teve uma boa passagem pelo La Coruña. Sofreu com o falecimento de seus pais
nos meses de fevereiro e março de 1997 e de um irmão, além da enfermidade de um
filho, que permanecera gravemente doente no Brasil. As viagens ao Brasil por esses
motivos tornaram-se uma constante e dificultaram sua adaptação às competições europeias.
Enfrentando todos esses problemas, ainda assim se esforçou para reduzir ao máximo
suas ausências e colocar-se à disposição do treinador.
Sua estreia, frente ao Barcelona, na 18ª rodada do Campeonato Espanhol, foi com
derrota por 1 x 0 em casa. O primeiro dos cinco gols que faria pelo clube saiu
na rodada 23 (empate contra o Celta de Vigo por 2 x 2). Seus outros tentos
seriam marcados contra o Real Oviedo (2), Racing Santander e Valencia.
Conquanto o time tenha assegurado a terceira colocação no campeonato nacional,
atrás apenas de Real Madrid e Barcelona, havia no La Coruña uma disposição de
não contar com o futebol de Renaldo.
Todavia faltavam três anos de contrato e a solução encontrada pela diretoria do
La Coruña foi emprestá-lo, fato que ocorreu em três ocasiões: a primeira delas,
no Corinthians, onde jogou 28 partidas no período 1997/1998 e marcou apenas dois
gols. Devolvido ao La Corunã, voltou à Espanha para defender o Las Palmas, da Segunda
Divisão, onde disputou 50 partidas em dois anos e anotou 14 gols.
Logo depois, ainda na Segunda Divisão espanhola, defendeu o Lleida na temporada
1999/2000, disputando 17 jogos e marcando oito gols.
Depois que terminou seu contrato com o La Coruña, foi contratado para a
temporada 2000/2001, pelo Extremadura, da Segunda Divisão da Espanha, marcando
apenas um gol em quinze jogos e ainda viu seu time ser rebaixado.
No América Mineiro |
Durante o período de férias, Renaldo recebeu notícias do interesse de outro
clube de Minas Gerais, o América, de Belo Horizonte. No campeonato mineiro de
2002 anotou quatro gols nos vinte jogos que disputou com o América.
Retornou ao Atlético Mineiro para a disputa do Campeonato Brasileiro. Em 24
ocasiões, assinalou 5 gols.
Seu último jogo no Atlético Mineiro foi em 27 de novembro de 2002, com derrota
para o Corinthians, por 2 x 1.
No total pelo Atlético Mineiro foram 183 jogos e 79 gols.
Em 2003, no Paraná Clube, voltou a ser o grande artilheiro de outros tempos, marcando
30 gols em 41 jogos pelo Campeonato Brasileiro desse ano, perdendo o primeiro
posto entre os artilheiros da competição para Dimba, do Goiás, que marcou 31.
Luís Fabiano, do São Paulo, também marcou 30 gols.
Esse ótimo desempenho chamou a atenção do FC Seoul, da Coréia do Sul, que o
contratou em 2004. No time coreano jogou 11 partidas e anotou um gol apenas.
Nesse mesmo ano regressou ao Brasil.
Desde então, Renaldo foi trocando de clube, ano após ano:
No Ceilândia |
2005 – Paraná e Coritiba
2006 – Náutico e Vitória-BA
2007 – Ceilândia (um jogo, um gol)
2008 – Democrata, de Sete Lagoas (MG) e Capital (DF)
2009 – Dom Pedro II (doze jogos e cinco gols) e Capital (DF), na Terceira
Divisão do DF
2010 – Serrano, de Prudentópolis (PR)
Em janeiro de 2011 assinou contrato com o Esporte Clube Itaúna (MG), onde seguiu
jogando com 40 anos. Nesse mesmo ano foi contratado pelo Vilavelhense, do Espírito
Santo, seu último clube como profissional.
Retornou para Curitiba, onde passou a morar e disputar campeonatos de futebol amador.
CURIOSIDADE
Renaldo tinha a fama de não perder pênaltis. Ele próprio vivia alardeando esse
fato.
Mas no futebol não há mal que dure sempre e nem bem que nunca acabe. Por isso, no
dia 9 de julho de 2005, ele perdeu dois pênaltis numa mesma partida contra o Figueirense,
no Pinheirão. Uma falta de sorte que não prejudicou o Paraná Clube que acabou vencendo
o adversário por 3 x 0. E assim a partida terminou com um goleiro, Edson Bastos,
derrotado embora tenha defendido dois pênaltis e um centroavante vencedor chateado
porque errou as duas cobranças. O mais interessante é que o jogador tinha crédito
com a torcida e em vez de ser vaiado, saiu de campo aplaudido.
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