quinta-feira, 31 de outubro de 2024

ESQUECIDOS PELO TEMPO: Sabará (in memoriam)


Agostinho Pereira Ventura, o Sabará, nasceu em Pires do Rio (GO), em 10 de março de 1937.
O apelido Sabará ganhou porque surgiu para o futebol na época (1954) em que jogava o famoso ponteiro do Vasco da Gama, de mesmo apelido.
Suas principais características como jogador eram: muito rápido, inteligente, sem posição fixa em campo e, por isso, muito difícil de ser marcado, bom preparo físico, habilidoso, técnico e bom caráter.
Começou no futebol em sua cidade natal, nos juvenis do Vasquinho. Ainda como juvenil, resolveu ir para Anápolis, quando passou a defender o Flamengo local, onde ficou até 1955. Nesse mesmo ano, foi jogar no Uberaba Sport Club, de Uberaba (MG), por lá permanecendo até 1957. Chegou a Brasília em 1958, a convite de Oswaldo Cruz Vieira, o Oswaldão, para trabalhar na Novacap e jogar no Clube de Regatas Guará, por indicação do técnico Rubens Porfírio da Paz, que havia sido seu treinador no Flamengo, de Anápolis.
Fez parte da equipe que conquistou o primeiro torneio disputado em Brasília, o Torneio Início de 1959. Foi vice-campeão do Distrito Federal defendendo o Guará em 1960. No ano seguinte, transferiu-se para o Rabello.
Foi eleito melhor jogador do futebol brasiliense no ano de 1961 pelo jornal Diário Carioca-Brasília. Também recebeu “Menção Honrosa” do jornal Correio Braziliense. Até na opinião de Didi de Carvalho, técnico do Defelê, campeão de 1961, Sabará foi o “craque do ano”.
Em 1962, por duas vezes defendeu a Seleção de Brasília em amistosos: no empate com o Vasco da Gama (RJ), no dia 21 de abril de 1962, e na derrota para a Seleção de Nova Friburgo (RJ), em 13 de maio de 1962. No final deste ano, voltou a fazer parte da seleção dos melhores do ano, na opinião do Diário Carioca-Brasília.
Foi mais uma vez convocado para a Seleção de Brasília que empatou com o Atlético Mineiro em 21 de abril de 1963.
Jogou no Rabello até 1964, quando conquistou o título de primeiro campeão profissional de Brasília neste ano. Ainda em 1964 atuou por três vezes na Seleção de Brasília em amistosos contra a Seleção de Goiás, em 21 de abril, contra o Ceará (17 de julho) e Atlético Mineiro (23 de agosto).
Passou um pequeno período defendendo Goiás E. C., de Goiânia (GO), em 1965, e quando retornou ao futebol do DF foi jogar no Luziânia. Como jogador deste clube, defendeu a Seleção de Brasília em amistosos contra a Seleção de São Paulo, no dia 11 de maio de 1966, e a Seleção de Goiás, em 23 de novembro.
Foi vice-campeão brasiliense de 1966 e integrou a “Seleção do Ano” escolhida pela Editoria de Esportes do Correio Braziliense, formada assim: Walmir (Luziânia), Aderbal (Rabello), Juci (Colombo), Carlão (Rabello) e Oliveira (Colombo); João Dutra (Rabello) e Beto Pretti (Rabello); Sabará (Luziânia), Cid (Colombo), Otávio (Rabello) e Reinaldo (Rabello).
Chegou a atuar como treinador do Luziânia em 1966.
Voltou ao Rabello e fez sua reestréia no dia 19 de fevereiro de 1967, no amistoso contra o Flamengo, do Rio de Janeiro. Ainda defendeu a Seleção de Brasília no dia 25 de maio, no amistoso contra o Santos. Disputou a Taça Brasil deste ano, tendo marcado o gol da vitória do Rabello sobre o Rio Branco, de Vitória (ES) por 1 x 0, em jogo realizado no dia 9 de agosto de 1967, na capital capixaba.
No dia 12 de novembro de 1967, ao empatar com o Cruzeiro do Sul, o Rabello sagrou-se por antecipação campeão brasiliense daquele ano.
Em 1968, novamente defendeu o Rabello na Taça Brasil e foi vice-campeão brasiliense. Convocado para a Seleção de Brasília que enfrentou a Ferroviária, de Araraquara (SP), em 6 de setembro de 1968, e para amistosos pelo interior de Goiás e Minas Gerais.
Em 1970, Sabará e vários jogadores que jogaram pelo Rabello e Defelê passaram a fazer parte da equipe da S. E. Serveng Civilsan. Participou de poucos jogos. A equipe do Civilsan foi vice-campeã brasiliense de 1970, perdendo a final para o Grêmio Brasiliense.
Foram seus últimos momentos num campo de futebol.
Depois que parou com a bola, não exerceu nenhuma atividade relacionada ao futebol, tornando-se Pastor da Igreja Evangélica em Sobradinho e Planaltina.

Sabará faleceu em 31 de outubro de 2018.




quarta-feira, 30 de outubro de 2024

PERSONAGENS & PERSONALIDADES DO FUTEBOL BRASILIENSE: Paulo Linhares Gomes


Se a Construtora Rabello teve a presença de várias pessoas que foram decisivas no seu sucesso como pioneira na construção de Brasília, no time de futebol, o Rabello Futebol Clube, um nome foi unanimidade: Paulo Linhares Gomes, torcedor do Botafogo, nascido a 30 de outubro de 1923, em Alvinópolis (MG).
Na empresa tinha como função mestre de obras. Em 1956, veio para Brasília pela primeira vez e retornou quando sua mudança chegou à futura Capital Federal no dia 25 de janeiro de 1957.
Homem firme, mas muito humano, soube conduzir um batalhão de homens e fazer parte dele ao compor a equipe de futebol e a outra ao torcer para os colegas em campo.
O Rabello Futebol Clube foi o segundo grande clube a surgir em Brasília (o primeiro foi o Guará). Foi fundado em 17 de agosto de 1957, no Acampamento da Construtora Rabello S. A., por Paulo Linhares Gomes (eleito Presidente), Roberto Pereira Miranda, Newton Cândido, José de Lourdes Alexandre, Ernando Soares, Djalma Sérgio e José Silva Laranjeira, dentre outros.

Ata de fundação do Rabello
No dia 8 de julho de 1960 aconteceu a Assembleia Geral do Rabello que reelegeu Paulo Linhares como presidente do clube.
Ainda em 1960, Paulo Linhares trouxe Juvenal, que vinha sendo pretendido por vários clubes de Brasília, para ser o treinador do Rabello.
Foi um dos três membros da Comissão Técnica escolhida pela Federação Desportiva de Brasília, juntamente com José Viana e Vanderlei Matos, responsável pelo completo suporte aos jogadores da primeira seleção formada em Brasília, em 1961.
Quando aconteceu a primeira reunião tratando do assunto profissionalismo no futebol de Brasília, no dia 30 de janeiro de 1962, Paulo Linhares esteve reunido com representantes das agremiações Defelê, Guará, Nacional, Grêmio e Guanabara. Essa alteração só aconteceria em 1964.
Também fez parte da Comissão Técnica (junto com Aliatar Pinto de Andrade e Waldyr de Carvalho), responsável por convocar os jogadores da seleção que representaria o Distrito Federal no Campeonato Brasileiro de Seleções de 1962.
Com seu espírito democrata, Paulo Linhares convocou seus conselheiros e associados para uma reunião, onde seria decidido ou não o ingresso de Didi de Carvalho nas hostes alvinegras. Havia um problema, o time alvinegro possuía um técnico (Juvenal), que merecia uma explicação pelo seu afastamento. A votação foi secreta e os associados decidiram por 53 a 22 o ingresso de Didi e o afastamento do técnico Juvenal.
No dia 3 de março de 1963 Paulo Linhares teve que deixar Brasília e a Presidência do Rabello, indo para o Espírito Santo, supervisionar obras da empresa. Antes de sua viagem, foi homenageado na partida entre Rabello e Cruzeiro.

Quando retornou a Brasília tomou ciência da ata da Assembleia Geral Extraordinária realizada em 9 de fevereiro de 1964, que decidiu pela profissionalização do Rabello Futebol Clube. Em 16 de dezembro de 1964 passou a ser o novo Diretor de Esportes do Rabello, em substituição a Jackson Roedel.
Paulo Linhares foi um dos que mais lutou em prol da construção do Estádio de Brasília. Não à toa, a companhia construtora vencedora da concorrência por empreitada foi a Rabello S. A. Em 21 de abril de 1965, o novo estádio de futebol de Brasília foi inaugurado, ainda que de forma parcial.
Em 23 de janeiro de 1966, antes do encontro Rabello x Seleção de Taguatinga (com renda a ser revertida em benefício das vítimas das enchentes dos estados do Rio de Janeiro, Guanabara e Minas Gerais), a Federação Desportiva de Brasília entregou a Paulo Linhares o diploma de “Benemérito do Esporte Brasiliense”, pelos serviços prestados ao desporto da Capital Federal.
Uma nota no Correio Braziliense de 29 de outubro de 1966 informou que Paulo Linhares havia sofrido grave e lamentável acidente em serviço no Rio Grande do Sul, tendo que amputar o antebraço direito.
Depois de passar uma temporada em Porto Alegre (RS), Paulo Linhares retornou à Brasília e voltou a ser Presidente do Rabello na Assembleia Geral realizada em 27 de dezembro de 1966.
Em março de 1968, foi reeleito para assumir a Presidência do Rabello. Depois, novamente foi transferido, só que dessa vez para o Rio de Janeiro.
No dia 11 de agosto de 1969, o Rabello encaminhou à Federação Desportiva de Brasília o Ofício nº 33/69, cujo teor foi este:
“Em vista da situação precária em que vive os departamentos deste clube, mormente o futebol, e tendo essa Presidência convocado uma Assembleia Geral de Clubes, com o assunto principal o campeonato de profissionais e como o Rabello Futebol Clube é filiado a essa Federação e inscrito no Departamento de Futebol Profissional, vem por meio deste solicitar a V. Sa. a licença de atividades do clube por um período de um ano, a fim de serem reestruturadas todas as dependências do Clube.”
a) Paulo Linhares – Presidente
Desde então, o Rabello não mais voltou a disputar competições em Brasília.
Em 1984, quando estava trabalhando na Mauritânia, na África, sentiu um mal-estar e retornou ao Brasil, indo direto para um hospital do Rio de Janeiro, falecendo no dia 22 de maio.
Paulo Linhares recebeu uma das maiores homenagens que um desportista pode receber: ceder seu nome para um campo de futebol, o Estádio Paulo Linhares, que até hoje está de pé na Vila Planalto.
Sob sua direção, o Rabello conquistou os títulos de campeão brasiliense de profissionais nos anos de 1964, 1965, 1966 e 1967.



terça-feira, 29 de outubro de 2024

ARQUIVOS DO FUTEBOL BRASILIENSE: Campeonato Brasiliense da Segunda Divisão – 2024


PARTICIPANTES:

ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA LUZIÂNIA
ASSOCIAÇÃO BOTAFOGO FUTEBOL CLUBE
LEGIÃO FUTEBOL CLUBE
RIACHO CITY FUTEBOL CLUBE
SOBRADINHO ESPORTE CLUBE
SOCIEDADE ESPORTIVA PLANALTINA – SESP
TAGUATINGA ESPORTE CLUBE

PRIMEIRA FASE

31.08.2024
RIACHO CITY 0 x 4 LEGIÃO
LUZIÂNIA 1 x 2 SOBRADINHO
BOTAFOGO 0 x 2 SESP
02.09.2024
GREVAL 0 x 4 TAGUATINGA

07.09.2024
LEGIÃO 4 x 0 BOTAFOGO
SOBRADINHO 9 x 0 RIACHO CITY
08.09.2024
SESP 3 x 0 GREVAL
TAGUATINGA 2 x 1 LUZIÂNIA

14.09.2024
BOTAFOGO 1 x 9 SOBRADINHO
LUZIÂNIA 1 x 0 SESP
15.09.2024
RIACHO CITY 0 x 10 TAGUATINGA
GREVAL 0 x 6 LEGIÃO

18.09.2024
LEGIÃO 1 x 0 LUZIÂNIA
19.09.2024
SOBRADINHO 6 x 0 GREVAL
SESP 3 x 0 RIACHO CITY
TAGUATINGA 4 x 0 BOTAFOGO

22.09.2024
SOBRADINHO 1 x 1 LEGIÃO
LUZIÂNIA 7 x 1 RIACHO CITY
23.09.2024
BOTAFOGO 0 x 1 GREVAL
SESP 0 x 0 TAGUATINGA

28.09.2024
LEGIÃO 0 x 1 SESP
GREVAL 2 x 0 LUZIÂNIA
29.09.2024
TAGUATINGA 1 x 1 SOBRADINHO
RIACHO CITY 3 x 2 BOTAFOGO

02.10.2024
LUZIÂNIA 7 x 0 BOTAFOGO
03.10.2024
RIACHO CITY 2 x 5 GREVAL
05.10.2024
SOBRADINHO 1 x 1 SESP
TAGUATINGA 1 x 0 LEGIÃO

CLASSIFICAÇÃO FINAL DA PRIMEIRA FASE

CF

CLUBES

J

V

E

D

GF

GC

SG

PG

TAGUATINGA

7

5

2

0

22

2

20

17

SOBRADINHO

7

4

3

0

29

5

24

15

SESP

7

4

2

1

10

2

8

14

LEGIÃO

7

4

1

2

16

3

13

13

LUZIÂNIA

7

3

0

4

17

8

9

9

GREVAL

7

3

0

4

8

21

-13

9

RIACHO CITY

7

1

0

6

6

40

-34

3

BOTAFOGO

7

0

0

7

3

30

-27

0


SEGUNDA FASE

12.10.2024
SESP 1 x 2 SOBRADINHO
13.10.2024
LEGIÃO 1 x 1 TAGUATINGA

20.10.2024
TAGUATINGA 0 x 1 LEGIÃO
SOBRADINHO 3 x 0 SESP

FINAL

26.10.2024
SOBRADINHO 3 x 1 LEGIÃO

CLASSIFICAÇÃO FINAL

CF

CLUBES

J

V

E

D

GF

GC

SG

PG

SOBRADINHO

10

7

3

0

37

7

30

24

LEGIÃO

10

5

2

3

19

7

12

17

TAGUATINGA

9

5

3

1

23

4

19

18

SESP

9

4

2

3

11

7

4

14

LUZIÂNIA

7

3

0

4

17

8

9

9

GREVAL

7

3

0

4

8

21

-13

9

RIACHO CITY

7

1

0

6

6

40

-34

3

BOTAFOGO

7

0

0

7

3

30

-27

0


PRINCIPAIS ARTILHEIROS:
1º Gilvan (Sobradinho), 8 gols;
2º Matheus Barboza (Sobradinho), 7;
3º Wisman (Legião) e Rony (Taguatinga), 6; e
4º Vitor Xavier (Legião), 4.