Edmar Bernardes
dos Santos, o Edmar, nasceu em Araxá (MG), em 20 de janeiro de 1960.
Caçula de nove
irmãos, com três anos de idade, Edmar mudou-se para Brasília com toda a
família.
Moleque, ainda,
já conhecia todos os campos de pelada próximos à QNG onde morava, em
Taguatinga.
Dividia seu
tempo entre a escola e as peladas. Já no colégio, passou a disputar os torneios
interclasses.
Seu primeiro
time foi o Flamenguinho, do Setor Norte de Taguatinga. Ele tinha 13 anos na
época e já era ponta-de-lança. Nesse mesmo time jogava também o Duda, que
depois defendeu o Taguatinga. O técnico do Flamenguinho era Picolé, muito
conhecido no futebol amador de Taguatinga.
Jogou ainda por
outras duas equipes amadoras de Taguatinga: Imperial e Botafoguinho.
Em 1974 esteve
no Ceub por dois meses. O técnico do juvenil era Airton Nogueira. Mas, Edmar
não ficou por lá porque o horário dos treinamentos estava chocando com o do
colégio. Então, voltou a bater peladas em Taguatinga e a ajudar suas irmãs numa
loja que tinham no Mercado Norte.
Quando tinha 16
anos, foi para o Brasília. O mesmo Airton Nogueira era técnico da categoria
juvenil e já o conhecia. Treinou uma vez e foi selecionado para um jogo que
houve no dia seguinte, válido pelo campeonato de juvenis.
O jogo foi
contra o Humaitá. Começou na reserva e, quando entrou, marcou dois gols. O
Brasília foi o campeão e Edmar ficou em quarto lugar entre os artilheiros,
mesmo jogando só nas últimas cinco partidas.
Depois do final
do campeonato brasiliense de juvenis, Edmar estava entre os convocados para a
Seleção do Distrito Federal que disputou vários amistosos contra clubes de
outros Estados e seleções de cidades próximas ao Distrito Federal, sendo o de
maior destaque o do dia 12 de março de 1977, quando perdeu para a Seleção
Brasileira que se preparava para disputar o 1º Campeonato Mundial de Juniores,
na Turquia.
Evaristo de
Macedo, técnico da Seleção Brasileira, declarou na época que ficou bastante
impressionado com o futebol de dois jogadores da Seleção de Brasília: Lindário
e Edmar. Disse, ainda, que só não os convocava porque não havia mais tempo.
Quando retornou
ao Brasília, quase em seguida passou para a equipe de profissionais. Airton
Nogueira assumiu o comando dos profissionais e o promoveu. Sua estréia na
equipe principal foi contra o Canarinho, num amistoso. Depois, participou de
alguns jogos durante o campeonato brasiliense de 1977, também vencido pelo
Brasília.
Veio o
Campeonato Brasileiro de 1977 e, depois de jogar contra o Vasco da Gama, no dia
23 de outubro, foi efetivado como titular no dia 5 de novembro, no Pelezão,
quando o Brasília venceu o Goytacaz por 2 x 1, com um gol de Edmar. No jogo
seguinte, no dia 9 de novembro, também no Pelezão, contra o Londrina, nova
vitória de 2 x 1, com outro gol de Edmar. O time se classificou para a outra
fase, quando enfrentou América-RJ, Corinthians, Internacional e São Paulo e foi
desclassificado.
Em 1978, foi
novamente campeão do Distrito Federal pelo Brasília, tornando-se artilheiro da
competição com 9 gols e fazendo parte da seleção dos melhores do campeonato
eleitos pelo jornal Correio Braziliense.
Na estreia do
Brasília pelo Campeonato Brasileiro de 1978, no dia 26 de março, em Campo
Grande, Edmar marcou um gol, deu passe para o outro e foi o melhor jogador da
partida (Brasília 2 x 0 Operário, de Campo Grande). Na volta para Brasília,
concedeu muitas entrevistas e a partir dali virou notícia. A imprensa começou a
destacar as atuações de Edmar, que foi o jogador que mais atuou pelo Brasília:
dos 20 jogos, participou de 19, só ficando de fora contra o Caxias.
Logo depois
aconteceu a excursão do Brasília por cidades do interior de São Paulo e Rio de
Janeiro e Edmar foi o artilheiro da equipe, marcando sete gols nos nove jogos.
Pela primeira vez clubes paulistas manifestaram interesse em sua contratação.
No começo de
1979, como era o período de férias para o time profissional, Edmar foi
relacionado na equipe que participou da Taça São Paulo de Juniors. Neste
torneio Edmar também teve boas exibições, a melhor delas no dia 10 de janeiro,
na vitória de 3 x 1 sobre o Atlético Mineiro, com os três gols de sua autoria.
O Brasília não se classificou para a segunda fase pois perdeu para o
Corinthians (1 x 0) e para o Marília (2 x 1). Este último, inclusive, foi campeão
do torneio.
Atlético
Mineiro, Grêmio e São Paulo quiseram contratar Edmar, mas acabaram recuando
quando souberam que ele já tinha contrato assinado com o Brasília.
Em 1979 o
Brasília perdeu o título de campeão brasiliense para o Gama. Foi o último ano
de Edmar em Brasília.
Em 1980, após
rápida passagem pelo Cruzeiro, de Belo Horizonte, transferiu-se para o Taubaté,
onde foi artilheiro do Campeonato Paulista, com 17 gols.
Em 1981,
retornou ao Cruzeiro para ser vice-artilheiro do campeonato mineiro daquele
ano, com 14 gols (dois a menos que o artilheiro Vágner, do América).
Teve rápida
passagem pelo Grêmio, em 1982, antes de ser negociado com o Flamengo, onde
ficou até 1984 (ano, curiosamente, que teve mais oportunidades na equipe
titular. Destacou-se inclusive na Libertadores da América. No Flamengo,
disputou 48 jogos e marcou 11 gols.
Em 1985, Edmar
retornou ao futebol paulista para defender o Guarani, de Campinas, no qual
consagrou-se como artilheiro do Campeonato Brasileiro, com 20 gols.
Comprou o
próprio passe e o alugou no ano seguinte ao Palmeiras. Não foi goleador no
Palmeiras (30 jogos e 8 gols), não por falta de oportunismo, mas porque não
teve bom relacionamento com alguns companheiros de equipe, principalmente
Mirandinha, concorrente da camisa 9. Desgastado, Edmar mudou-se ao final do
Campeonato Paulista de 1986 para o grande rival do Palmeiras, o Corinthians,
onde seguiu sua sina de artilheiro (95 jogos e 51 gols).
No Parque São
Jorge, Edmar foi dono absoluto da camisa 9 e seu futebol cresceu ainda mais,
sendo artilheiro do Campeonato Paulista de 1987, com 19 gols.
No ano seguinte,
1988, mais uma vez o Corinthians chegou à final do Campeonato Paulista, desta
vez sendo campeão. Naquele ano, foi convocado para a Seleção Brasileira que
conquistou o Torneio Bicentenário da Austrália e também apareceu defendendo a
Seleção Olímpica do Brasil nos Jogos de Seul, quando obteve a medalha de prata.
Pela seleção principal, disputou seis jogos e marcou três gols. Na seleção
olímpica foram 9 jogos e 3 gols.
Antes do final
do Campeonato Paulista de 1988, Edmar teve seu passe negociado com o Pescara,
da Itália.
Jogou três anos
na Itália, para retornar ao Brasil em 1991, indo jogar no Atlético Mineiro,
onde conquistou o título estadual daquele ano.
De 1992 a 1994
só defendeu clubes paulistas. Em 1992 jogou no Santos, em 1993, no Rio Branco,
de Americana, e em 1994, novamente no Guarani, de Campinas.
Em 1995, aceitou o
desafiou de jogar no desconhecido Brummel Sendai, do Japão, onde ficou até
1997.
Em 1998 Edmar
fundou o Campinas F. C., juntamente com o também ex-jogador Careca, onde
encerrou a carreira.
Foi presidente do Campinas Futebol Clube, clube do qual Careca
era dono de 65% das ações. O Campinas Futebol Clube foi vendido em 2010 para a
Red Bull, nome que foi adotado pela equipe.
Atualmente,
Edmar reside em Campinas.
grande amigo edmar, trilhou um belo caminho no futebol brasileiro
ResponderExcluir