sábado, 27 de julho de 2024

A SELEÇÃO DE BRASÍLIA NOS JUBs DE 1971


Os XXII Jogos Universitários Brasileiros - JUBs foram realizados em Porto Alegre (RS), no período de 16 a 27 de julho de 1971.
No dia 14 de junho de 1971 a Comissão Técnica formada pela Federação Atlética da Universidade de Brasília - FAUnB, composta pelos professores Hezir Espíndola, Kleber Soares do Amaral e Jerson Gomes, convocou vinte e cinco jogadores para formar a seleção de futebol de Brasília que disputaria a competição no sul do País.
Os convocados foram: Afonso Henrique, Adilson Peres, Amaro José, César, Carlinhos, Darse, Da Silva, Ferraz, Ferruccio, Zé Walter, Lúcio, Landulfo, Marcos, Moacyr, Hermes Carneiro, Monteiro, Noel, Paulo Castelo Branco, Paulo Fialho, Sérgio, Theotônio Dias, Wander, Varella, Walmir e Wilfrido. O técnico da equipe era Rubens Bougleux. A equipe era formada por quase 70% de jogadores do CEUB, devido a uma estrutura já formada (os demais jogadores pertenciam aos times da UnB e da UDF).

Rubens Bougleux
O curioso é que um mês antes a Confederação Brasileira de Desportos Universitários - CBDU ainda estudava a possibilidade de inclusão da modalidade futebol de campo nos JUBs. Pouco depois, a entidade enviou ofícios às Federações Universitárias de todo o Brasil, informando sobre a introdução de mais um esporte na olimpíada universitária.
Devido à urgência, os universitários tentaram, então, junto ao comércio, obter auxílio financeiro para arcar com as despesas de locomoção para o sul do País, todas infrutíferas. Foi aí que a equipe de futebol teve a ideia de organizar uma rifa, com os bilhetes vendidos ao preço de cinco cruzeiros. Os compradores podiam ganhar os mais variados prêmios, de tapete a relógio de alto valor. A rifa, vendida pelos próprios universitários, visava arrecadar pelo menos uma quantia suficiente que desse para cobrir as despesas com agasalhos e passagens rumo a Porto Alegre. Também a FAUnB esperava por uma ajuda do DEFER (órgão do Governo do Distrito Federal) sobre a verba auxiliar solicitada pelos estudantes.
Essa incerteza fez com que alguns jogadores desistissem de viajar.
A Comissão Técnica resolveu promover treinos e até jogos do torneio interuniversitário (com equipes da Universidade de Brasília - UnB, Ceub e UDF), visando escolher os melhores. Devido ao pouco tempo de preparação, resolveu optar por utilizar a base do Ceub, equipe que já vinha disputando alguns amistosos no ano de 1971.

Seleção da FAUnB
Um dos jogos treinos visando os JUBs aconteceu no dia 27 de junho de 1971, no Pelezão, quando a Seleção da FAUnB foi derrotada pelo Jaguar, da Primeira Divisão do futebol brasiliense, ainda amador, por 2 x 0. Os gols foram marcados por Afonsinho e Paulinho. O árbitro do jogo foi Adolfo Bastos e as equipes formaram assim: Jaguar - Silva (Laudislon), Dão, Cláudio Oliveira, Noel e Canhoto (Mabinho); Felipe (Lúcio) e China (Afonsinho); Gildo (Zinho), Batista (Jorge), Paulinho e Oliveira (Carlos). Seleção da FAUNB - Zé Walter, Serginho, Lúcio, Landulfo (Aderbal) e Varela; César e Darse (Carlinhos); Walmir (Wander), Marcos, Adilson (Gustavo) e Hermes.
No dia 4 de julho de 1971 a seleção de futebol da FAUnB voltou a treinar, enfrentando a equipe da Pioneira da Borracha, formada por jogadores já bastante conhecidos pelos torcedores brasilienses, entre eles Guairacá, Axel, Arnaldo e Otávio. O resultado final foi um empate de 2 x 2. O quadro titular foi formado por Zé Walter, Sérgio, Lúcio, Afonso e Varela; César e Darse; Walmir, Marcos, Adilson e Hermes. Na reserva estiveram Aderbal, Wander, Ferrúcio, Ferraz, Landulfo, Wilfrido, Hilário, Carlinhos, Gustavo e Sérgio Diniz.
O embarque da delegação da FAUnB para Porto Alegre aconteceu no dia 13 de julho, às 21 horas, de ônibus.
Jogadores que seguiram para Porto Alegre:
Adilson Klier Peres
Afonso Henrique Luderitz de Medeiros
Antônio Carlos Lopes Maciel
Augusto César Conceição Martins
Darse Arimatéa Ferreira Lima
Hermes Carneiro
José Arnoldo Silva Varella
José Hilário Rodrigues de Freitas
José Sérgio Pastor Macedo (Serginho)
José Walter Girão de Melo (Zé Walter)
Landulfo da Silva Carvalho
Lúcio Jaime Acosta
Marcos Antônio Gouvêa Guedes
Sérgio Luiz de Moraes Diniz
Theotônio Madeira Dias
Walmir Cordeiro Martins da Silva
Wander Argenta
Wilfrido Augusto Marques
Técnico: Rubens Queiroz Bougleux.
Estádio dos Eucaliptos

Os jogos da modalidade futebol foram realizados no Estádio dos Eucaliptos, do Internacional, e no Estádio Olímpico, do Grêmio. Os jogos tiveram a duração de 80 minutos (40 x 40).
O certame contou com a participação de nove seleções e, de acordo com o que ficou resolvido no Congresso Técnico, foi disputado da seguinte forma:

No turno de classificação, as seleções foram divididas em duas chaves, A e B, nas quais jogaram entre si, no sistema de rodízio simples. As chaves estiveram assim compostas:


A

B

Federação Universitária Gaúcha de Esportes - FUGE - Rio Grande do Sul

Federação Universitária Paulista de Esportes - FUPE - São Paulo

Federação Matogrossense de Esportes Universitários - FMEU - Mato Grosso

Federação Universitária Mineira de Esportes - FUME - Minas Gerais

Federação Alagoana do Desporto Universitário - FADU - Alagoas

Federação de Esportes Universitários da Guanabara - FEUG - Guanabara

Federação Atlético da Universidade de Brasília - FAUnB - Brasília

Federação Catarinense do Desporto Universitário - FCDU - Santa Catarina

Federação Paranaense de Desportos Universitários - FPDU - Paraná

 

Bagatini e Luiz Felipe Scolari, aqui no Caxias,
o 1º e 2º, à esquerda, em pé
A FAUnB estreou contra a seleção da casa (FUGE) no dia 18 de julho de 1971, às 9:30 horas, no Estádio dos Eucaliptos. Perdeu por 1 x 0, com o gol dos gaúchos marcado depois do tempo regulamentar, nos acréscimos, por Ivo.
O árbitro foi Azenclever Barreto e as equipes formaram assim:
RS: Bagatini, José Carlos, Fernando, Ivo e Daltro; Celso e Rubens; Paulo, Fernando, Carlos e Eloir. Técnico: Paulo Polleto.
DF: Zé Walter, Lúcio, Afonso, Serginho e César; Varella e Marcos; Hermes, Darse, Sérgio Diniz e Wander. Técnico: Rubens Bougleux.
Curiosidade:
Faziam parte da seleção gaúcha: Luiz Felipe Scolari, o Felipão, que era da Unisinos; Ivo Wortmann, que foi jogador do Grêmio e de outros times do futebol brasileiro e o goleiro Bagatini, com destacada passagem pelo Internacional.

A segunda partida da FAUnB aconteceu no dia 20 de julho de 1971, às 13:30 horas, novamente no Estádio dos Eucaliptos.
Desta vez o selecionado brasiliense se impôs e goleou o selecionado mato-grossense (FMEU), por 4 x 1. Hermes Carneiro marcou os quatro gols da seleção de Brasília, aos 23 e 25 do 1º tempo e aos 5 e 22 do segundo. O gol da seleção do Mato Grosso foi marcado por Gilson, aos 19 minutos do 2º tempo.
A seleção brasiliense formou com Zé Walter, Lúcio, Afonso, Serginho e César; Landulfo e Marcos; Walmir, Hermes, Darse e Sérgio Diniz (Wilfrido). A do Mato Grosso com José Augusto, Wander, Ênio, Vitor e Rômulo; Jurandir e Ademir; José Menezes, Luiz Pereira (Carlos), Reinaldo e Gilson. Técnico: Issa Irab.
O árbitro foi Gilberto Fernandes.

Um dia depois, 21 de julho de 1971, às 10:30 horas, no Estádio dos Eucaliptos, Brasília enfrentou o Paraná e o resultado final foi um empate de 0 x 0. Jogaram pela seleção da FAUnB Zé Walter, Lúcio, Afonso, Serginho e César; Landulfo e Marcos; Walmir, Hermes, Darse e Wilfrido (Sérgio Diniz). Técnico: Rubens Bougleux. A equipe paranaense da FPDU atuou com Mário Simão, Douglas, Carlos, Leocádio e Wanderley; José Augusto e Adilson; Marcelo, Jayme (Juares), Hildo e Acir. Técnico: Guilherme Silva. O árbitro foi Sérgio Schultz.

Às 8:30 horas do dia 22 de julho de 1971, no Estádio dos Eucaliptos, o selecionado brasiliense disputou seu último jogo da Fase de Classificação, vencendo o alagoano (FADU) por 1 x 0, gol de Walmir, aos 76 minutos. Mesmo com essa vitória, a FAUnB não conseguiu classificação para as semifinais. Venceu com Zé Walter, Lúcio, Afonso, Serginho e César; Landulfo e Marcos; Walmir, Hermes, Darse e Wilfrido (Maciel). Técnico: Rubens Bougleux. Os alagoanos perderam com Fábio, Waldir, José Maria, Eval e Sílvio; José Flávio e Wellington; Flávio (José Correa), José Roberto, Roosevelt e José Euclides. Técnico: José Euclides. Árbitro da partida: Oseas Lemes.

CLASSIFICAÇÃO FINAL DO TURNO DE CLASSIFICAÇÃO

Chave A: 1º FPDU, 7 pontos ganhos; 2º FUGE, 6; 3º FAUnB, 5; 4º FADU, 2 e 5º FMEU, 0.
Chave B: 1º FUPE, 4 pontos ganhos (melhor saldo de gols); 2º FEUG, 4; 3º FCDU, 3 e 4º FUME, 1.


Os terceiros e quarto colocados de cada chave compuseram o Grupo de Perdedores para a decisão do 5º ao 8º lugar da classificação final.
O primeiro jogo estava marcado para as 10:00 horas do dia 25 de julho de 1971, no Estádio dos Eucaliptos, contra a FUME (MG). No entanto, a equipe da FUME não compareceu e lhe foi aplicado o WO.
A decisão do 5º lugar foi entre os brasilienses da FAUnB e os catarinenses da FCDU, no Estádio Olímpico, no dia 26 de julho de 1971.
Com um gol de Walmir, aos 13 minutos do 1º tempo, o selecionado brasiliense venceu por 1 x 0 e ficou com a quinta colocação na classificação final. Formou com Zé Walter, Lúcio, Afonso, Serginho e César; Landulfo e Wander; Walmir, Hermes, Darse e Sérgio Diniz (Marcos). Técnico: Rubens Bougleux. Os catarinenses da FCDU atuaram com Haroldo, Zoriberto, Wilberto, Walter e Aldo; Heitor e Cildo; Arnaldo, Adalberto, Rubens e Acioli. Técnico: Nelson Batista. O árbitro foi Azenclever Barreto.
Foram realizados 21 jogos e assinalados 42 gols. O ataque mais positivo foi o da FUGE, com 10 gols, e a defesa mais vazada foi a FMEU, com 13 gols.
Três jogadores dividiram o primeiro lugar entre os artilheiros, todos eles com 4 gols: Hermes Carneiro, do DF, e Ivo Wortmann e Ruben Grabin, da FUGE.
A final foi entre São Paulo e Paraná, com São Paulo se tornando campeão.
Apesar das dificuldades enfrentadas antes do embarque para a capital gaúcha - problemas financeiros, de organização das equipes e preparação física dos atletas - os resultados obtidos nos JUBs foram considerados ótimos pelos dirigentes da FAUnB.

Colaboração: Douglas Júlio Toppel Reinaldim.



sexta-feira, 26 de julho de 2024

HÁ 60 ANOS: estreia da A. E. Cruzeiro do Sul na Taça Brasil - 1964


A Associação Esportiva Cruzeiro do Sul, campeã brasiliense de 1963, foi a representante do Distrito Federal na Taça Brasil de 1964 (que muitos anos depois ganharia o status de Campeonato Brasileiro).
Na primeira fase o clube brasiliense fez parte do Grupo Central, que previa os seguintes confrontos: Rio Branco (ES) x Goytacaz (RJ) e Vila Nova (GO) x Cruzeiro do Sul.
O primeiro jogo aconteceu em 26 de julho de 1964 e apresentou a seguinte ficha técnica:

VILA NOVA (GO) 3 x 1 CRUZEIRO DO SUL
Data: 26 de julho de 1964
Local: Pedro Ludovico, Goiânia (GO)
Árbitro: Jorge Cardoso (DF)
Renda: Cr$ 1.053.000,00
Gols: Dica, 9; Maércio, 25; Paulinho, 50 e Gibrair, 71
VILA NOVA: Alemão, Nenê, Orlando, Tido e Guaracy; Gibrair e Paulinho; Everton, Maércio, Fausto e Dica. Técnico: Itamar Martins.
CRUZEIRO DO SUL: João, Zé Paulo, Mello, Davis e Pedersoli; Mário Cesar e Fino (Beline); Zezito, Baiano, Paulinho e Zezé. Técnico: Machado.


quinta-feira, 25 de julho de 2024

O DIA DE HOJE NA HISTÓRIA DO FUTEBOL BRASILIENSE: eleições na Federação Desportiva de Brasília - 1962


No dia 25 de julho de 1962 aconteceu eleição para escolher a nova diretoria da Federação Desportiva de Brasília.
Presentes representantes de 12 associações: Guanabara, Defelê, Alvorada, Colombo, Presidência, Cruzeiro do Sul, Nacional, Guará, Rabello e Grêmio (esses com direito a dois votos), Brasil Central e Sobradinho (por estarem licenciados, tinham direito a um voto).
Após escrutínio secreto, foram eleitos:
Presidente: Ademar Gomes Moreira, com 12 votos;
1º Vice-Presidente: Hélio Carvalho de Almeida, com 11 votos;
2º Vice-Presidente, Wilson Antônio de Andrade, com 11 votos;
Secretário da Presidência: Arlindo Ferreira Pinto;
Diretor do Departamento de Futebol: Aliatar Pinto de Andrade;
1º Secretário: Alcides Freitas;
2º Secretário: Nelson Coimbra de Senna Dias;
Diretor Tesoureiro: José Carlos de Alvim Botelho;
Diretor de Relações Públicas: Wilson Rogério;
Diretor da Escola de Árbitros: Ariovaldo Salles.
Para o Conselho Fiscal foram eleitos Alexandre Markus, Jorge Bruno de Araújo e Ricardo Alfredo de Barros, para membros efetivos, e Ciro Machado do Espírito Santo, Luiz da Silva e Sérgio Leal para suplentes.
Para o Tribunal de Justiça Desportiva foram eleitos: Efetivos – Hugo Mósca, Henrique Andrada, Sérgio Ribeiro da Costa, Daniel Aarão Reis, Carlos Baleeiro, Jarbas Fidélis de Souza e Pércio Gomes de Mello. Suplentes – Sylvio de Pyro, Assu Guimarães, Ildeu Diniz, Ruben Furtado e Aloysio Silveira.




quarta-feira, 24 de julho de 2024

JOGOS INUSITADOS: Combinado Coenge/Brasília (de Taguatinga) x Atlético Mineiro - 1969


Para um amistoso com renda revertida em benefício da Casa do Candango, o Atlético Mineiro veio até Brasília para enfrentar um combinado formado pelas equipes do Coenge, do Gama, e do Brasília, de Taguatinga, ambas participantes do Campeonato Brasiliense de 1969.
A equipe mineira atravessava uma fase excelente, vinha de duas boas vitórias (3 x 1 Racing, do Uruguai, e 4 x 1 Internacional, de Porto Alegre) e não teve muito trabalho para golear o desentrosado combinado formado às pressas e que só realizou um treino.
Eis a ficha técnica desse jogo:

COMBINADO COENGE-BRASÍLIA 0 x 4 ATLÉTICO MINEIRO
Data: 24 de julho de 1969
Local: Estádio Nacional de Brasília (posteriormente passou a ser chamado de Pelezão)
Árbitro: Antônio Gomes (MG)
Renda: NCr$ 9.200,00
Gols: Ronaldo, 18; Lacy, 40; Dario, 55 e Carlinhos, 66
COMBINADO: Índio (Brasília), Ferraz (Coenge), Tatá (Coenge), Triste (Brasília) e Luisinho (Brasília) – Gildásio (Brasília); Divino (Coenge) e Pelezinho (Coenge); Negão (Brasília) – Garrinchinha (Coenge), Santos (Brasília), Toinho (Brasília) e Cabeleira (Brasília) – Oscar (Coenge). Técnico: Eurípedes Bueno (Brasília).
ATLÉTICO MINEIRO: Mussula (Careca), Humberto Monteiro, Grapete, Normandes e Vantuir; Oldair (Vanderlei Paiva) e Carlinhos; Ronaldo (Vaguinho), Dario (Dico), Lacy (Beto) e Tião. Técnico: Yustrich.

BRASÍLIA x COENGE
Curiosamente, no dia 27 de julho de 1969, as duas equipes que cederam seus jogadores para o combinado brasiliense, se enfrentaram num amistoso realizado na preliminar de Atlético Mineiro 1 x 0 Atlético Goianiense, também disputado no Estádio Nacional de Brasília.
O Brasília venceu o Coenge, por 2 x 0, com gols de Nemias, aos 19 minutos do 1º tempo, e Santos, aos 26 do segundo.
O Brasília jogou com Índio, Rui, Gildásio, Jonas e Geraldino (Triste); Freire e Nemias; Zé Bodão, Cabeleira, Toinho e Alemão (Santos).
O Coenge formou com Hugo, Minhoca, Tatá, Ceará e Xixico; Divino e Garrinchinha; Batista (Ferraz), Pelezinho, Neco e Oscar.




terça-feira, 23 de julho de 2024

O DIA DE HOJE NA HISTÓRIA DO FUTEBOL BRASILIENSE: o Jogo da Solidariedade, com Rivelino e Zico juntos - 1983


O público que compareceu ao Estádio Serejão, em Taguatinga, no dia 23 de julho de 1983 para assistir ao “Jogo da Solidariedade”, entre a Seleção do Distrito Federal e a Seleção do Sul (alguns jornais chamaram essa equipe de Seleção de Santa Catarina), em benefício das vítimas das enchentes que assolaram o sul do Brasil, não saiu decepcionado. Pelo contrário: Zico, que jogou pela seleção do Distrito Federal, fez um gol antológico, grandes jogadas e ajudou seu time a vencer a seleção do Sul por 3 x 2. Mesmo fora de forma, Rivelino jogou ao lado de Zico e teve bons momentos.
Entre os jogadores do DF, os destaques foram Éder Antunes, autor do terceiro gol, e Barão, Raimundinho e Santos.
A seleção do DF começou melhor e, logo aos 4 minutos de jogo, Santos chutou uma bola na trave, depois de receber ótimo lançamento de Rivelino pela meia direita. Aos 18 minutos, Bizu marcou o gol da seleção catarinense. Depois de receber excelente passe de Rivelino e perder um gol feito, Nilson, centro-avante do Gama, foi substituído por Éder Antunes, do Guará, aos 35 minutos. O primeiro tempo terminou com o placar de 1 x 0 a favor dos catarinenses e Zico disse que jogaria mais vinte minutos no segundo.
O ponto alto do jogo foi, sem dúvida nenhuma, o gol de Zico, aos 4 minutos do 2º tempo. Ele dominou uma bola à altura da meia-lua e, mesmo cercado pela zaga adversária, deu uma série de dribles em seus marcadores até conseguir espaço para chutar sem defesa para o goleiro catarinense. Um dos gols mais bonitos marcados em um estádio brasiliense.
No entanto, a seleção do Sul voltou a ficar na frente do marcador aos 13 minutos, com um gol marcado por Silva. Logo depois, Zico deixou o campo. O jogo esfriou um pouco.
A seleção do DF estava perdendo o jogo até os 41 minutos do segundo tempo, quando Marquinhos, jogador do Ceilândia, empatou. Dois minutos depois, o centro-avante Éder Antunes fez o gol da vitória.

Eis a ficha técnica desse jogo:
SELEÇÃO DO DF 3 x 2 SELEÇÃO DO SUL
Data: 23.07.1983
Local: Serejão, Taguatinga (DF)
Renda: Cr$ 7.889.000,00 (sem computar a renda antecipada)
Público: 7.603 pagantes
Árbitros: Arnaldo César Coelho e José Mário Vinhas
Gols: Bizu, 18; Zico, 49; Silva, 58; Marquinhos, 86 e Éder Antunes, 88
Seleção do DF: Joaldo (Adriano), Cidão (Ricardo), Jonas Foca, Zinha e Manoel Silva (Pacheco); Barão, Zico (Marquinhos) e Rivelino (Wander); Santos (Raimundinho), Nilson (Éder Antunes) e Lino (Marcelo). Técnico: Pedro Pradera.
Seleção do Sul: Gilson (Borrachinha), Bruno (Toninho), Adilço (Silva), Gilberto e Álvaro; Careca (Édson), Toninho Vanusa e João Renato; João Carlos, Bizu (Nestor) e Ademir. Técnico: Adelardo Madalena.

O SEGUNDO JOGO

O segundo jogo entre essas duas seleções aconteceu no dia 4 de agosto de 1983, no Estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis (SC).
Devido ao frio de 13 graus que estava fazendo em Florianópolis, o público não compareceu em bom número (922 torcedores pagaram ingresso), fazendo com que a renda somasse apenas Cr$ 847.000,00.
O resultado final foi um empate de 0 x 0. O goleiro Joaldo, do Sobradinho, salvou a seleção do DF de levar uma goleada e foi o maior destaque da partida, sendo inclusive muito elogiado pelos dirigentes catarinenses. A seleção de Santa Catarina passou todo o 1º tempo atacando os brasilienses e o gol não saiu. Albeneir, ex-jogador do Brasília, perdeu várias oportunidades de marcar, sempre encontrando Joaldo em boa colocação.
Um dos poucos ataques do DF aconteceu aos 18 minutos, quando o lateral esquerdo Pacheco cobrou uma falta para dentro da área e o zagueiro Zinha quase fez o gol, cabeceando rente à trave. No resto do 1º tempo o que se via era os catarinenses pressionando e o goleiro Joaldo se desdobrando para evitar o gol.
Mas no segundo tempo o panorama se modificou. A seleção de Santa Catarina voltou com 10 jogadores reservas e caiu de produção. A seleção do DF se aproveitou disso e passou a coordenar melhor as jogadas e teve algumas oportunidades de marcar. A maior chance foi através de Marco Antônio, aos 45 minutos, que entrou sozinho, frente a frente com o goleiro e não conseguiu fazer o gol.
José da Silva Mello foi o árbitro e as duas seleções formaram assim: 
SANTA CATARINA - Luís Carlos (Gilson), Bruno (Assis), Levir (Carlos Alberto), Gilberto (Silva) e Fantick (Hamilton); Miro Oliveira (Careca), Balduíno (Caco) e Toninho Vanusa (Osmarzinho); Britinho, Albeneir (Flávio) e Passos (Larry).
DISTRITO FEDERAL - Joaldo, Cidão (Ricardo), Zinha, Jonas Foca e Pacheco; Barão, Wander (Marco Antônio) e Marquinhos; Santos, Éder Antunes (Zeca) e Marcelo (Lino). Técnico: Pedro Pradera. 
Obs.: o único jogador que viajou e não jogou foi o goleiro Bocaiúva, em função da grande atuação de Joaldo. O apoiador Raimundinho, do Taguatinga, foi cortado na véspera da viagem, sendo convocado para seu lugar Marco Antônio, do Brasília.
O presidente da Federação Metropolitana de Futebol, Adilson Peres, foi o chefe da delegação que se dirigiu a Florianópolis. Além dele, viajaram Luís Serejo, Arnaldo Gomes, Almir Vieira (Supervisor), Altair Siqueira (Preparador Físico) e Marreta (Massagista).
A seleção de Santa Catarina não foi a mesma que foi derrotada no dia 23 de julho. Desta vez, apenas os dois clubes de Florianópolis, Avaí e Figueirense, formaram um combinado, sob a orientação dos seus treinadores Geraldo Damasceno (Figueirense) e Ladinho (Avaí).
Houve comentários que Rivelino voltaria a defender a seleção do DF, mas isso não aconteceu. Da mesma forma, Renato Sá ficou de defender a seleção catarinense. Também não compareceu.
A renda serviu para ajudar os três clubes catarinenses mais atingidos com as enchentes: Blumenau, Joaçaba e Rio do Sul.



segunda-feira, 22 de julho de 2024

OS GOLEIROS DO FUTEBOL BRASILIENSE: Carlos José





Carlos José de Melo Passos nasceu em Barreiras (BA), no dia 22 de julho de 1946.
Veio com a família para Brasília no ano de 1958, acompanhando seu pai que era funcionário do Ministério da Fazenda.
Começou a jogar bola no infanto-juvenil do Grêmio Esportivo Brasiliense, se transferindo para o Real, já na categoria principal, depois retornando ao Grêmio.
Em 1969 defendeu o Atlético Goianiense, de Goiânia (GO).
Voltou para Brasília em 1970 e nos cinco primeiros meses do ano defendeu o Coenge. Nos demais, voltou a atuar pelo Grêmio.
Viveu seu melhor momento em 1971, no Colombo, quando se sagrou campeão brasiliense amador daquele ano e foi o goleiro menos vazado da competição, sofrendo apenas três gols nos oito jogos que disputou. Além disso, foi convocado para a Seleção Brasiliense e, na enquete realizada pelo jornal Correio Braziliense Carlos José foi apontado como o goleiro do ano.
Em 1972, ainda disputou o campeonato brasiliense pelo Colombo. No dia 3 de novembro de 1972, Carlos José entregou um requerimento à Federação Desportiva de Brasília solicitando cancelamento de sua inscrição como atleta amador do Colombo.
Poucos dias depois, 8 de novembro de 1972, o Colombo comunicou à Federação Desportiva de Brasília que aplicou a Carlos José uma pena de suspensão de 360 dias por ter cometido a seguinte infração: ter jogado por outra agremiação sem autorização do clube.
Passou, então, por um período de experiência no Ceub.
No dia 18 de setembro de 1973, no Pelezão, estreou defendendo o gol da A. A. Serviço Gráfico, em jogo contra o Atlético, de Brazlândia.
Transferiu-se para a Pioneira, onde fez sua estreia no dia 21 de julho de 1974, no Pelezão, na vitória de 2 x 0 sobre o Relações Exteriores. No final desse ano, pôde comemorar mais um título de campeão brasiliense.
De 1976 a 1978 foi o goleiro do Taguatinga Esporte Clube.
Nesse período, mais precisamente no dia 8 de outubro de 1977, quando vários desportistas se reuniram para tratar da fundação da Sociedade Esportiva e Recreativa L Norte, atual Ceilandense, dentre os presentes estava Carlos José.
Foi contratado pelo Guará em 1979, e defendeu o arco desse clube no Torneio Seletivo de 1979. Nesta oportunidade teve a primeira experiência como técnico, ocupando a vaga deixada por Carlos Morales.
Em 1980 passou para o Sobradinho, onde continuou revezando as funções de goleiro e de treinador.
Nos anos de 1983 e 1984, foi o técnico do recém-criado Vasco da Gama, do DF.
Seu último trabalho como técnico aconteceu em 1992, ao dirigir o Ceilândia.
Além desses clubes citados, Carlos José passou por outros. Chegou a jogar no XV de Novembro, de Piracicaba (SP) e, no futebol goiano foi treinador do Anápolis, Vila Nova e Nacional, de Itumbiara,
Depois do futebol, Carlos José tornou-se microempresário na cidade de Samambaia onde é proprietário da empresa O Sapateiro.






domingo, 21 de julho de 2024

FICHA TÉCNICA: Daniel Guerreiro




NOME COMPLETO: Daniel Henrique Conceição da Glória
APELIDO: Daniel Guerreiro
POSIÇÃO: Centro Avante
DATA E LOCAL DE NASCIMENTO: 21 de julho de 1993 - Brasília (DF)
INSCRIÇÃO CBF: 372.122

CARREIRA NO FUTEBOL DO DF:

ANO

COMPETIÇÃO

CLUBE

JD

GM

2011

CAMPEONATO BRASILEIRO 4D

GAMA

1

 

2011

CAMPEONATO BRASILIENSE 2D

SANTA MARIA

10

 

2012

CAMPEONATO BRASILIENSE 2D

CRUZEIRO

1

 

2014

CAMPEONATO BRASILIENSE 1D

BRASILIENSE

1

 

2014

CAMPEONATO BRASILIENSE 2D

SAMAMBAIA

(*) 

 

2015

CAMPEONATO BRASILIENSE 1D

CEILANDENSE

6

1

2015

CAMPEONATO BRASILIENSE 2D

BOLAMENSE

 (*)

3

2016

CAMPEONATO BRASILEIRO 4D

LUZIÂNIA

2

 

2016

CAMPEONATO BRASILIENSE 1D

LUZIÂNIA

4

1

2017

CAMPEONATO BRASILIENSE 1D

BRASÍLIA

10

2

2017

CAMPEONATO BRASILIENSE 2D

SAMAMBAIA

(*)

2

2018

CAMPEONATO BRASILEIRO 4D

CEILÂNDIA

3

 

2018

CAMPEONATO BRASILIENSE 1D

REAL

9

4

2018

CAMPEONATO BRASILIENSE 2D

BRASÍLIA

(*)

3

2019

CAMPEONATO BRASILIENSE 1D

REAL

9

 

2020

CAMPEONATO BRASILIENSE 1D

TAGUATINGA

2

1

2020

CAMPEONATO BRASILIENSE 2D

BRASÍLIA

(*)

1

2021

CAMPEONATO BRASILIENSE 1D

TAGUATINGA

8

2

2021

CAMPEONATO BRASILIENSE 2D

PARANOÁ

(*)

6

2022

CAMPEONATO BRASILIENSE 1D

PARANOÁ

9

3

2022

CAMPEONATO BRASILIENSE 2D

REAL

(*)

 

2023

CAMPEONATO BRASILIENSE 1D

PARANOÁ

10

2

2023

CAMPEONATO BRASILIENSE 2D

G. E. BRAZLÂNDIA

(*)

3

2024

CAMPEONATO BRASILIENSE 1D

PARANOÁ

8

5

(*) Não disponível.

OUTROS CLUBES:

Atlético Goianiense-GO (Sub-20) (2010), Corinthians-AL (2012), Holanda-AM (2013), Ypiranga-BA (2015), Inhumas-GO (2019), Nacional-AM (2020), Porto Velho EC-RO (2023) e Sinop-MT (2024).

TÍTULOS CONQUISTADOS NO DF:

Campeão brasiliense da Segunda Divisão - 2014 - Samambaia
Campeão brasiliense da Primeira Divisão - 2016 - Luziânia
Campeão brasiliense da Segunda Divisão - 2021 - Paranoá.