terça-feira, 31 de março de 2015

O FUTEBOL NAS CIDADES SATÉLITES - 2º CAPÍTULO: Ceilândia - 5ª e última parte: Futebol Amador - Anos 70 e 80


O futebol amador praticado na Ceilândia sempre foi considerado como um dos mais fortes do Distrito Federal.
Antes mesmo de ser criada uma liga que se preocupasse em organizar as competições de futebol amador em Ceilândia, alguns clubes que viriam a ter sede nessa cidade disputavam o campeonato da liga de futebol amador de Taguatinga, a UET - União dos Esportes de Taguatinga.
Foi o caso de Dom Bosco e Guadalajara, que participaram de competições da UET em 1973. Na Taça Taguatinga, com a participação de sete equipes de Taguatinga e duas da Ceilândia, as duas equipes ceilandenses não fizeram feio. Na categoria de adultos, o Guadalajara ficou em terceiro lugar. Na categoria de aspirantes, o título de campeão ficou com o Guadalajara.
Logo depois foi realizado o campeonato de futebol amador de Taguatinga, com 11 equipes inscritas, dentre elas Dom Bosco e Guadalajara. O quadro do Dom Bosco ficou com o vice-campeonato. Entre os juvenis, novamente o Dom Bosco ficou com a segunda colocação.
A partir de 1975, começamos a encontrar em nossas pesquisas referências a campeonatos organizados pela UEC - União dos Esportes de Ceilândia. 
O campeonato de 1975 foi disputado em dois turnos e reuniu sete equipes: Atlético, Brasília, Dom Bosco, Industrial, Juventude, Juventus e Maratona. O campeão foi o Dom Bosco.
Também em 1975 o Guadalajara disputou o campeonato amador promovido pela então Federação Metropolitana de Futebol (hoje Federação Brasiliense de Futebol) chegando na oitava e última colocação. Meses antes, o Guadalajara disputou a fase regional da II Copa Arizona de Futebol Amador, competição que reuniu 64 equipes amadoras de todo o Distrito Federal. Chegou até as quartas-de-final, quando foi desclassificado pelo Humaitá, do Guará, uma das equipes que havia passado pelo quadro de filiados da FMF.
Em 1976, o primeiro lugar do campeonato da UEC ficou com o Uberaba.
O Dom Bosco reafirmou a sua liderança no futebol de Ceilândia ao conquistar o certame de 1977, derrotando o Uberaba, na decisão, por 1 x 0, no dia 29 de janeiro de 1978, no campo do Uberaba. O gol que deu a vitória ao Dom Bosco foi marcado por Luís Preto.
O Dom Bosco havia conquistado o primeiro turno, enquanto o Uberaba havia sido o campeão do segundo.
O Dom Bosco sagrou-se campeão com Paulo, Cleiton, Gildênio, Josias e Bolinha; Juca, Patureba e Raimundo; Luís Preto, Júlio César e Zé Carlos. No banco estiveram Jaci, Manteiga, Tonhão e Nelinho.
O campeonato de 1978 terminou com a vitória do Juventude Atlético Clube que, em sua campanha obteve dez vitórias, um empate e uma derrota. Participaram desse campeonato as seguintes equipes: Atlético, Central, Dom Bosco, Grêmio, Guarany, Juventude, Nacional, Uberaba, Vasco e Vera Cruz.
Para que o Juventude chegasse ao título de campeão foi preciso uma partida extra com o Atlético para a decisão do segundo turno (vitória de 2 x 1) e uma “melhor de quatro pontos” com o Uberaba (campeão da primeira fase) na decisão do campeonato. Na primeira partida o Juventude venceu por 2 x 1 e na segunda outra vitória, por 5 x 3.
Os destaques da equipe foram Letício (lateral), Félix (zagueiro-central), Cláudio (volante) e o centro-avante Gisélio, todos peças importantes na conquista do título. O treinador foi João Cabecinha, considerado uma “velha raposa” no futebol amador do Distrito Federal.
Em 1979, o Juventude chegou ao bicampeonato. Na última rodada, vitória sobre o Uberaba por 2 x 1, depois de estar perdendo por 1 x 0 no 1º tempo. Os gols da vitória do Juventude foram marcados por Cláudio e Belo, enquanto o do Uberaba foi assinalado por Maleira.
O título foi conquistado de forma invicta, já que o Juventude disputou 21 jogos, vencendo 17 e empatando 4. Nem mesmo a saída de Cabecinha, que deixou o clube e se transferiu para o Vasco, desmotivou os jogadores e com a subida do treinador dos juvenis, Hebert Gomes, o clube fez a melhor campanha dos últimos anos, inclusive vencendo o Vasco por 2 x 1.
A classificação final dos quatro primeiros colocados do campeonato de 1979 foi a seguinte: 1º Juventude, 38 pontos ganhos, 48 gols a favor e 14 contra; 2º - Vasco, 31; 3º Uberaba, 31 e 4º Nacional, 30.
Participaram do campeonato as equipes do Atlético, Colorado, Continental, Dom Bosco, Grêmio, Guarany, Juventude, Juventus, Maratona, Milionários, Moto Clube, Palmeiras, Real, Uberaba e Vasco.
A seleção escolhida entre os que mais se destacaram no certame de 1979 foi: Sapinho (Uberaba), Valdo (Vasco), Félix (Juventude), Toninho (Juventude) e Biu (Juventude); Roberto (Juventude) e Belo (Juventude); Cláudio (Juventude), Maleira (Uberaba), Jackson (Juventude) e Alemão (Colorado).
O campeonato organizado pela UEC em 1980 teve a participação de 20 agremiações e entrou pelo ano de 1981 sem o seu final. O vencedor do 1º turno foi o Dom Bosco. O 26 F. C. ganhou o segundo. Já o 3º turno, que teve início no dia 11 de janeiro de 1981, teve como vencedor o Atlético (que derrotou o Palmeiras na final). Esses três vencedores de turno se juntaram ao melhor time classificado tecnicamente em todo o certame (o Juventude) e passaram a disputar o título de campeão.
As semifinais tiveram início no dia 12 de abril de 1981, com os jogos programados para o campo do Vasco: Atlético 0 x 1 26 F. C. na preliminar de Dom Bosco 2 x 1 Juventude.
Beneficiado pelo regulamento e pela própria campanha, na final o Dom Bosco jogava pelo empate com o 26 F. C. Embora o adversário tenha marcado primeiro, gol de Adilson na fase inicial, o Dom Bosco não se intimidou e igualou o marcador através de Zé Pereira, no segundo tempo, e não permitiu nenhuma reação que o ameaçasse.
Jogaram a final pelo Dom Bosco Ranieri, Carlinhos, Roberto, Moreira e Zé Nilson; Zé Pereira, Ratinho (Cleudon) e Dioguinho (Demétrio); Waldir, Zé Vieira e Cizino (Osvaldo). O 26 F. C., vice-campeão, atuou com Gustavo, Jura, Aroldo, Irênio e Peninha; Lelé, Jorginho e Adilson; Raimundo, Jeremias e Júlio César (Arlon). O Juventude foi o terceiro colocado.
Entre os aspirantes, o título de campeão ficou com o Nacional.
Vinte equipes participaram desse campeonato: Dom Bosco, Grêmio, Guarany, Independente, Atlético, Vasco, Uberaba, Nacional, Real, Bernardo Sayão, O Norte, Guadalajara, Juventude, Londrina, 26 F. C., Guariroba, Sol Nascente, Palmeiras, Continental e Santa Cruz.
O Clube Atlético Ceilândia sagrou-se campeão de 1981 ao empatar com o Grêmio em 1 x 1. Juarez, para o clube campeão, e Vicente Biônico foram os marcadores dos gols. O técnico do Atlético foi José Edmilson, mais conhecido por Ceará. O Atlético jogou com Vitor Hugo, Real, Tim, Gilvan e Alexandre; Zé Maria, Juá e Junior (Nego); Rosemar, Juarez e Ademar (Rosa).
O campeonato promovido pela UEC contou novamente com a participação de vinte equipes divididas em chaves Sul e Norte. Chave Sul: Dom Bosco, Grêmio, Guarany, Independente, Atlético, Vasco, Uberaba, Nacional, Real e Bernardo Sayão. Chave Norte - O Norte, Guadalajara, Juventude, Londrina, 26 F. C., Guariroba, Sol Nascente, Palmeiras, Continental e Santa Cruz.
A final foi realizada no dia 17 de janeiro de 1982 e reuniu o Grêmio, vencedor do 1º turno, e Atlético, ganhador do segundo, após derrotar o 26 F. C. por 3 x 1.
Dom Bosco e Juventude decidiram, em dois jogos, o campeonato de 1982. No primeiro o resultado ficou em 0 x 0. Uma semana depois, um gol contra do jogador Ceará deu o título de campeão da Ceilândia de 1982 ao Dom Bosco.
No jogo decisivo o Dom Bosco, treinado por Edson Bonfim, formou com Edson, Cícero, Batista, Xavier e Nonato; Zé Pereira, Bieta e Neto; Chagas (Totonho), Zequinha e Osvaldo.
Pelo Juventude foram vice-campeões os jogadores Ranieri, Pio, Lorival, Celso e Clidenor; Ceará, Cláudio e Ricardo (Tercy); Pitonho (Luizinho), Risadinha e Pedrinho (Faísca). Técnico: Carlúcio dos Santos.

NOTA: Infelizmente, não conseguimos encontrar em nossas pesquisas os vencedores dos campeonatos no período de 1983 a 1987.


Através de uma lista cedida pela Liga Esportiva das Categorias Independentes de Ceilândia - LECIC, através de seu Presidente Nadir Lacerda Sardinha, ficamos conhecendo os campeões nos anos de 1988 e 1989, que foram esses:
1988 - L NORTE
1989 - VASCO




segunda-feira, 30 de março de 2015

O FUTEBOL NAS CIDADES SATÉLITES - 2º CAPÍTULO - Ceilândia - 4ª parte - Categorias de Base e o Estádio Abadião


CATEGORIAS DE BASE

O futebol sempre teve grande importância para o desenvolvimento social de Ceilândia. Para uma população com poucas opções de lazer, jogar bola, principalmente nas categorias de base, além de proporcionar lazer, ajuda a retirar a criançada das ruas.
Mesmo com todos os problemas enfrentados, a esses meninos é dada toda a assistência possível para o pleno desenvolvimento de suas potencialidades e, apesar das dificuldades encontradas os atletas perseguem seus objetivos e tentam superar qualquer obstáculo.
Em alguns casos é proporcionado aos atletas das categorias de base uma boa estrutura no seu departamento no futebol. Temos trabalhos sérios na Ceilândia, que leva em consideração a descoberta de novos talentos, priorizando o desenvolvimento individual e coletivo do atleta. Desta forma podem acompanhar o crescimento e o sucesso de alguns atletas oriundos das categorias de base.

Casos como o Botafoguinho Esporte Clube, fundado em março de 1979, é digno de registro. O Botafoguinho é um projeto social na área de futebol que trabalha com as categorias de base em Ceilândia. Atualmente trabalha com as categorias Sub-13, Sub-15 e Sub-17, com mais de cem crianças e adolescentes.
De 2009 a 2014 o Botafoguinho teve parceria com o Ceilândia E. C., participando da Copa AGAP (campeão infantil em 2012, campeão juvenil invicto em 2014), campeonato brasiliense nas categorias de base sempre com boas participações ao longo dos anos. O Botafoguinho chegou a ser ranqueado no 60º lugar junto à Federação Brasiliense de Futebol. Hoje está entre os três primeiros de Brasília. Além disso foram conquistados vários títulos nos campeonatos promovidos em Ceilândia em todas as categorias de base.
Em 2015 o Botafoguinho não renovou a parceria com o Ceilândia. Ainda procura por parceiros e patrocínio que ajudem a continuar o projeto social.
Quando a LECIC - Liga Esportiva das Categorias Independentes de Ceilândia foi criada, em 1977, era para organizar campeonatos das categorias de base. Até 1992 só realizava campeonatos nessas categorias. A partir de 1993 a LECIC passou a ser a liga oficial de Ceilândia, realizando campeonatos em todas as categorias. A Liga hoje conta com as seguintes quantidades de equipes nas categorias de base: 16 na Mirim, 16 no Infantil, 16 no Juvenil e 10 na Sub-20, todas disputando o campeonato de futebol amador de Ceilândia.
Nos campeonatos das categorias de base promovidos pela Federação Brasiliense de Futebol, a primeira grande participação do futebol ceilandense aconteceu em 1984, quando o Ceilândia venceu o primeiro turno e depois foi vice-campeão no geral, entre os juniores, após perder a decisão para o Taguatinga, vencedor dos dois outros turnos, por 1 x 0. A formação básica do Ceilândia foi Douglas (Silvinho), Pato, Silva (Julinho), Boni (Edson) e Elias (Marcão) (Wilsinho); Atos (Wanderley), Dorival (Carlinhos) e Lima (Melo); Mineirinho, Beto (Valdeni) (Índio) e Adão (Ronie). Técnicos: Antônio Gomes de Oliveira e Israel da Silva.
No ano seguinte, 1985, o Ceilândia venceu o campeonato brasiliense da categoria de infantis.
Em 1986, foi a vez da LECIC conquistar o título de campeão brasiliense infantil, de forma invicta, com 100% de aproveitamento: sete jogos e sete vitórias.
O primeiro título de campeão da categoria de juniores aconteceu em 1987. Após 25 jogos, o Ceilândia chegou ao título de campeão brasiliense da categoria de juniores. Formado por jogadores como o goleiro Josmar, os zagueiros Paulão e Jânio, e os atacantes Pacheco, Dirson e Tuta, o Ceilândia venceu 14 jogos, empatou 5 e perdeu 6.

O futebol de Ceilândia não mais conquistou títulos na categoria de juniores nos anos seguintes. Os dois melhores resultados foram os vice-campeonatos dos anos de 2005 e 2007.

O CEILÂNDIA NA COPA SÃO PAULO DE FUTEBOL JUNIOR

Em 2008 o futebol brasiliense teve um novo representante na Copa, o Ceilândia. A outra equipe foi o Brasiliense.

O técnico Ricardo Antônio praticamente teve de montar outro time. Depois de fazer uma peneira desde setembro de 2007, filtrou mais de uma centena de candidatos para definir os 20 jogadores da viagem à São Paulo. Do vice-campeonato brasiliense Sub-20 de 2007, restaram apenas dois: os volantes Renan e André. O técnico teve à sua disposição um elenco formado apenas por oito atletas do Distrito Federal. O restante veio de outros estados (Goiás, Maranhão, Piauí e Acre), por indicação.
O outro destaque da equipe foi o zagueiro Ícaro, emprestado pelo Legião.
O Ceilândia fez parte do Grupo A, com sede em São José do Rio Preto, ao lado do local América, do Corinthians (SP) e do Sorriso (MT).
Talvez por falta de experiência, perdeu seus três jogos, marcando apenas um gol.
Seu batismo de fogo foi contra nada mais nada menos que o tradicional Corinthians, dono da maior torcida de São Paulo e recordista de títulos da competição. Resultado, no dia 5 de janeiro foi goleado por 3 x 0.
O Ceilândia até que fez uma partida razoável, principalmente no primeiro tempo. Apesar disto, foi o Corinthians que marcou primeiro: aos 33 minutos, Marcelinho chutou de fora da área e a bola enganou Eric. No segundo tempo o Corinthians foi melhor. Aproveitou-se da necessidade do Ceilândia de sair para o jogo, o que lhe ofereceu espaços. Desse modo, aos 10 minutos, com Marcelinho, e aos 19, com Caju, deu números finais ao jogo. Jogaram pelo Ceilândia Erick Gustavo, Erick Borba, Ícaro, Uilliam (David) e Vitor; Laerth, Betson, Bruno e Tiago; Guti (Kássio) e Herick Boleli (Gutemberg). Técnico: Ricardo Antônio.
Na segunda rodada, no dia 8 de janeiro, o Ceilândia pegou outra pedreira, o América, campeão em 2006 e time da casa. Com a obrigação de conseguir uma vitória, o Ceilândia fez uma partida sem inspiração e perdeu por 1 x 0. No primeiro tempo, o América dominou a partida completamente e perdeu seguidas oportunidades. O gol somente veio aos 32 minutos da etapa inicial, quando Cezinha chutou forte e Eric não conseguiu defender. No segundo tempo, o Ceilândia equilibrou as ações, mas não o suficiente para conseguir a vitória. Uilliam, do Ceilândia, foi expulso de campo. Com o resultado, o Ceilândia passou a não ter mais chances de classificação.
Nem contra o supostamente mais fraco adversário do grupo, o Sorriso, do Mato Grosso, o Ceilândia obteve um bom resultado. No 12 de janeiro, foi derrotado por 3 x 1.
O time matogrossense marcou primeiro com Juliano, aos 23 minutos do 1º tempo. No 2º tempo, ampliou a vantagem com o meio-campista Coquinho, aos 23 minutos. O Ceilândia diminuiu com Betson, cobrando pênalti, aos 26. No final da partida, Luciano fez o terceiro do Sorriso, aos 41 minutos, fechando a contagem.
O Ceilândia formou com Erick Gustavo, Erick Borba, Kássio, Ícaro e Bruno; Laerth, Betson (Guti), Iuri (Vitor) e Tiago; Herick Boleli e Gutemberg. Técnico: Ricardo Silva.




O ESTÁDIO ABADIÃO

O Abadião, ou melhor, Estádio “Maria de Lourdes Abadia”, é um dos poucos estádios brasileiros a ter nome de uma mulher.
A última edição (2014) do Cadastro Nacional de Estádios de Futebol - CNEF, da Confederação Brasileira de Futebol - CBF, afirma que a capacidade do estádio Abadião é de 3.000 espectadores.

INAUGURAÇÃO

O Abadião foi inaugurado em 17 de julho de 1983 com um amistoso interestadual entre Ceilândia e Goiás, de Goiânia (GO).
Eis a ficha técnica desse jogo:

CEILÂNDIA 2 x 1 GOIÁS
Data: 17 de julho de 1983
Local: Estádio Abadião, Ceilândia (DF)
Gols: Emerson, nº 8 do Goiás, aos 11 minutos do 1º tempo marcou o primeiro gol do novo estádio. Chico empatou aos 35 minutos e Valmir deu a vitória para o Ceilândia aos 35 minutos do 2º tempo.
Árbitro: Luiz Carlos da Silva.
Equipes prováveis:
CEILÂNDIA: Ronaldo, Auro, Brito, Caio e Teixeira; Tião, Marquinhos e Chico; Chinézio, Joãozinho e Bill. Técnico: José Antônio Furtado Leal.
GOIÁS: Rodolfo, Maurício, Gilberto, Marques e Lourival; Adalberto, Tiãozinho e Emerson; Benevan, Bill e Mauricinho. Técnico: Triel.

PRIMEIRO JOGO OFICIAL

Quase um ano depois de ser inaugurado, aconteceu no Abadião o primeiro jogo oficial, válido pelo campeonato brasiliense de 1984. Os dados técnicos foram esses:

CEILÂNDIA 1 x 1 GUARÁ
Data: 26.05.1984
Local: Abadião
Árbitro: Nilton de Castro
Gols: Chicão, 60 e Zé Maurício, 65
CEILÂNDIA: Ronaldo, Evandro, Juscelino, Tião e Teixeira; Chico, Ricardo (Aquino) e Chinézio; Clerton (Oliveira), Joãozinho e Wadi. Técnico: Francisco Antônio da Silva (Chicão).
GUARÁ: Bocaiúva, Boni, Luiz Fernando, Luiz Carlos e Geraldo Galvão; Barão, Serginho e Zé Maurício; Mané (Niltinho), Cilinho e Éder. Técnico: Ivan Paixão Ferreira “Gradim”.

PRIMEIRO CLÁSSICO DA CIDADE

A primeira vez que os dois clubes de Ceilândia se encontraram no Abadião foi em 30 de março de 1996, em jogo válido pelo campeonato brasiliense daquele ano.
O Ceilândia estava retornando ao campeonato brasiliense, depois de solicitar licença em março de 1994 para não disputá-lo.
Nem assim o Ceilandense teve pena: sapecou uma goleada de 6 x 0. A ficha técnica desse jogo foi a seguinte:

CEILÂNDIA 0 x 6 CEILANDENSE
Data: 30.03.1996
Local: Serejão
Árbitro: Nilson Carrijo
Expulsões: Marquinhos e Ricardo, do Ceilândia
Gols: Miguelzinho, 3; Márcio, 44; Nildo, 63; Lucas, 85; Kedmo, 88 e Sílvio, 89
CEILÂNDIA: Barbosa, Dudinha (Ricardo), Jair, Adauto e Jânio; Marquinhos, Adailton e César (Gil); Ademar, Cassius e André (Vander). Técnico: Aguiman Ribeiro Santiago.
CEILANDENSE: Rildo, Axel, Carlão (Lucas), Wilton e Márcio; Sílvio, Divino (Juninho) e Wagner (Nildo); Miguelzinho, Kedmo e Wendel Brasília. Técnico: Jonas Foca.

CAMPEONATO BRASILEIRO

O primeiro jogo no Abadião válido pelo Campeonato Brasileiro aconteceu em 9 de setembro de 2004, entre Ceilândia e Tupi, de Juiz de Fora (MG):

CEILÂNDIA 1 x 0 TUPI
Data: 09.09.2004
Local: Abadião, Ceilândia (DF)
Árbitro: Sirlei Cândido (GO)
Renda: R$ 1.140,00
Público: 380 pagantes
Expulsão: Luciano, do Ceilândia
Gol: Cassius, 7
CEILÂNDIA: Fernando, Jhonny, Adriano, Gilson e Diogo; Leandro Leite, Didão (Flávio Katioco), Kabila (Almeida) e Fábio Neiva; Cristiano (Jonhes) e Cassius. Técnico: Sérgio Alexandre.
TUPI: Luciano, Rafael, David, Nildo e Esquerdinha, Carlinhos (Marques), Cacá, Hugo (Leandro) e Fabiano Guru; Henrique (Edilson) e Ney Fabiano. Técnico: José Roberto Portella.

Nota: Ao todo, foram disputados no Abadião 21 jogos válidos pelo Campeonato Brasileiro.



domingo, 29 de março de 2015

sábado, 28 de março de 2015

O FUTEBOL NAS CIDADES SATÉLITES - 2º CAPÍTULO - Ceilândia - 2ª parte: Ceilândia E. C.







No segundo dia de homenagens aos 44 anos de vida da cidade de Ceilândia, estamos postando um pequeno histórico do Ceilândia Esporte Clube, uma das equipes da cidade que disputa o campeonato brasiliense de profissionais.


O FUTEBOL PROFISSIONAL - CEILÂNDIA ESPORTE CLUBE

A partir de 1975, o futebol do Distrito Federal começou a se profissionalizar. Surgiram Brasília e Gama. A Campineira foi a base do Sobradinho, o Pioneira deu origem ao Taguatinga, mas a Ceilândia continuava sem um representante nas competições oficiais do Distrito Federal.
Somente em 1977 surgiram as primeiras tentativas no sentido de criar um clube profissional na Ceilândia.
Finalmente, em 27 de março de 1978, no auditório do Centro Interescolar nº 01, no setor sul da cidade de Ceilândia, aconteceu a Assembleia para deliberar sobre a fundação de um clube social e esportivo.
Iniciados os trabalhos, foi indicado Cazuza Francisco de Souza para a Presidência da mesa e Valdir Carmona para secretariar a reunião. Em seguida, Cazuza Francisco de Souza relatou as atividades a serem desenvolvidas pelo novo clube e sugeriu o nome de Dom Bosco Esporte Clube, sugestão esta aceita pela maioria por se tratar de um clube pioneiro, existente desde 1965, porém sem personalidade jurídica. Até então o time existia apenas de fato.
A primeira diretoria, eleita por aclamação, ficou assim constituída: Presidente - Waldir Papa da Fonseca, Vice-Presidente - Cornélio Cristino da Luz; Secretária - Zulmira Araújo Bezerra e Tesoureiro - Vítor Modesto de Araújo.
Também foram definidas as cores oficiais do Dom Bosco: preta e branca e o uniforme oficial número 1: camisa branca com escudo preto na frente e no centro, calção branco e meias brancas.
Foi assim que, em 25 de agosto de 1979, por sugestão da então Administradora Regional Maria de Lourdes Abadia, o estatuto do clube foi alterado mudando o nome de Dom Bosco Esporte Clube para Ceilândia Esporte Clube. As cores permaneceram sendo a preta e a branca, mas o escudo foi alterado para uma imagem estilizada da caixa d’água da cidade.
Nota: a caixa d’água é o monumento mais famoso da cidade de Ceilândia. É um dos maiores símbolos da cidade e fica no centro, erguida no local onde foi fixada a pedra fundamental de Ceilândia.
Após serem discutidas e aprovadas as devidas alterações, passou-se a formação do Conselho Deliberativo, que ficou assim formado: Presidente - Waldir Papa da Fonseca; Conselheiros: Cornélio Cristino da Luz, Antônio Alves Gomes, Cazuza Francisco de Souza, Messias Palace e João da Cruz Ramos Filho.

Maria de Lourdes Abadia e Waldir Papa da Fonseca

Na noite de 8 de novembro de 1979 a diretoria do Ceilândia Esporte Clube foi empossada, tendo como presidente Waldir Papa da Fonseca. Os demais diretores eram os presidentes dos 25 clubes que integravam a UEC - União dos Esportes da Ceilândia, todos eles comerciantes e que, de início, arcariam com todas as despesas do novo clube.
Estava assim constituída: Conselho Diretor - Presidente: Antônio Alves Gomes; 1º Vice-Presidente: Nelson Ferreira; 2º Vice-Presidente: Cícero Francisco Gonçalves; Diretor Jurídico: Mário Linário Leal; Diretor de Futebol Profissional: Cornélio Cristino da Luz; Diretor de Relações Públicas: Ricardo Cosme da Silva; Diretor de Esportes Amadores: Mário José Lopes; Secretário Geral: João Ramos da Cruz Filho; Diretor de Patrimônio: Roberto Menezes; 1º Secretário: Orlando Francisco de Souza; Tesoureiro Geral: Eunice Cazuza; 1º Tesoureiro: Antônio Rodrigues Araújo e Diretor Social: Zulmira Araújo Bezerra.
Diretores sem pasta: Jorge Cavalcante, José Antônio de Oliveira e Muniz de Serunlo.
Conselho Fiscal: Presidente - Raimundo Correia Lima; Membros: Carlos Alberto, Manoel Paes Landim Ribeiro, Manoel Martins Pereira, Nilo dos Reis Pereira e Juvercino Leite de Menezes.
A Comissão Técnica foi composta pelo treinador João da Silva, o preparador físico Francisco Antônio da Silva (Chicão) e o massagista Catraca.
No dia 2 de outubro de 1979 aconteceu a reunião da diretoria da Federação Metropolitana de Futebol que aceitou a filiação do Ceilândia Esporte Clube na categoria profissional.
Já com autorização para realizar jogos, até o dia 8 de novembro realizou sete amistosos-protótipos, vencendo cinco e empatando dois.
Os jogadores para o primeiro time do Ceilândia foram escolhidos entre os melhores das 25 equipes da UEC, tendo como base o time do Dom Bosco, que sempre foi um dos mais destacados do amadorismo brasiliense.
Um dos principais jogadores do Ceilândia era Adilson, que havia jogado pelo Gama, além do ponteiro esquerdo Zé Carlos, ex-Taguatinga e que também jogou pela Seleção Brasiliense de Juvenis de 1978.
O primeiro jogo oficial (um amistoso) do Ceilândia foi disputado contra o Brasília, no estádio Serejão, em 18 de novembro de 1979. O Ceilândia perdeu por 2 x 1, mas Francisco Alves dos Santos, o Risadinha, aos 25 minutos do 2º tempo, fez o gol histórico: o primeiro gol do Ceilândia Esporte Clube.
Formou o Ceilândia com Edson, Renilton, Cidão, Luciano e Adilson; Jura, Paulinho e Chinésio; Mardônio, Risadinha e Zé Carlos. Técnico: João da Silva.
No dia 12 de dezembro de 1979 conseguiu sua primeira vitória como time profissional: no estádio Serejão, venceu a Desportiva Bandeirante por 2 x 0, gols de Luciano e Paulo Clemente.
Participou pela primeira vez do campeonato brasiliense no ano de 1980. Sua estreia foi no dia 18 de maio de 1980, no Serejão, quando foi derrotado pelo Taguatinga, por 3 x 0. O time atuou com Edson, Renilton, Cidão (Arlício), Toninho e Teixeira; Adilson, Paulinho (Lelé) e Zé Vieira; Messias, Risadinha e Marquinhos. Técnico: Francisco Antônio da Silva (Chicão).

Risadinha (14) marca o gol de empate contra o Guará

Uma semana depois, 25 de maio de 1980, o Ceilândia somou seu primeiro ponto e marcou o seu primeiro gol oficial. Novamente Risadinha foi o autor desse gol, aos 38 minutos do 2º tempo, empatando a partida contra o Guará, no CAVE: 1 x 1.
Sua campanha no 1º turno desse campeonato até que foi razoável, terminando em 4º lugar entre 9 equipes. Nos oito jogos que disputou, venceu três, empatou dois e perdeu três. Marcou sete gols e sofreu dezesseis. No segundo e terceiro turnos foi muito mal, ficando com a oitava colocação em ambos. Na classificação geral, ficou em sétimo lugar, com essa campanha: 24 jogos, 5 vitórias, 6 empates e 13 derrotas; 14 gols a favor e 40 contra.
O artilheiro do Ceilândia no campeonato foi Messias, que marcou seis gols.
Logo depois, em novembro de 1980, o Ceilândia disputou o Torneio de Classificação para a Primeira Divisão de 1981, um quadrangular também chamado de Torneio da Morte, que apontaria dois classificados para a principal divisão do futebol brasiliense no ano seguinte.
Perdendo para o Tiradentes (1 x 0), vencendo a Desportiva Bandeirante (2 x 0) e perdendo para o Comercial, de Planaltina (2 x 1), o Ceilândia ficou em terceiro lugar e fora da Primeira Divisão do Campeonato Brasiliense de 1981 (era ideia da Federação Metropolitana de Futebol a criação da Segunda Divisão do DF, que acabou não acontecendo e deixando todos os clubes inativos no ano de 1981).
A inatividade do Ceilândia só não foi completa pois, antes do início do Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão (Taça de Bronze) de 1981 foram realizados Torneios Seletivos nos Estados com a finalidade de apontar seus representantes nessa competição.
Com o Brasília na Primeira Divisão (Taça de Ouro) e o Gama na Segunda (Taça de Prata), participaram do Torneio Seletivo do Distrito Federal quatro equipes: Ceilândia, Sobradinho, Taguatinga e Tiradentes.
O torneio foi disputado no Estádio Serejão, em rodadas duplas, nos meses de janeiro e fevereiro de 1981. O Ceilândia ficou em 2º lugar no 1º turno e em quarto no segundo, não conseguindo a vaga.
Nos anos 80 e 90, o Ceilândia sempre foi coadjuvante nos campeonatos brasilienses que disputou: 6º em 1982, 7º em 1983, 6º em 1984 e 1985, 5º em 1986, 4º em 1987, 6º em 1988 e 3º em 1989, sua melhor colocação na década de 80. Essa boa colocação levou o Ceilândia a disputar a Série B do Campeonato Brasileiro pela primeira vez (ver períodos do Brasiliense e do Brasileiro). Estreou no dia 09.09.1989, no Serejão, sendo derrotado pelo Sobradinho por 1 x 0. Depois, empatou com o Vila Nova-GO (0 x 0), venceu o Atlético Goianiense (1 x 0) e perdeu para a Anapolina (1 x 2), conseguindo passar para a segunda fase, quando enfrentou o Rio Branco, do Acre, empatando em casa (0 x 0) e perdendo fora (1 x 0), sendo desclassificado.
Começou a década de 90 sendo o oitavo e último colocado em 1990; foi 5º em 1991, novamente oitavo e último em 1992, 6º em 1993, não disputou os campeonatos de 1994 e 1995 e quando retornou, no ano de 1996, foi 14º e último lugar no campeonato brasiliense, sendo rebaixado para a Segunda Divisão de 1997. Foi sexto lugar na Segunda Divisão de 1997 e tornou-se campeão no ano seguinte, retornando à Primeira Divisão em 1999, quando foi 7º colocado.
Continuou sua irregularidade nos anos 2000, sendo 5º em 2000, 6º em 2001, 5º em 2002, 7º em 2003 e 4º em 2004.
Nesse ano de 2004 voltaria a disputar um Campeonato Brasileiro, a Série C, novamente se classificando para a fase seguinte, após ficar com a segunda colocação num grupo formado por Tupi, de Minas Gerais, e Americano e Friburguense, do Rio de Janeiro.
Em 2005, sob o comando de Sérgio Luís Lisboa de Almeida Filho, o Serjão, o Ceilândia deu mostras de que poderia vir a ser a terceira força do futebol do DF. O clube adquiriu ônibus, reformou o estádio e alugou as dependências do Jaguar Esporte Clube transformando-o em Centro de Treinamento. O investimento deu certo e o Ceilândia foi vice-campeão brasiliense em 2005 desbancando Gama e CFZ. Naquele mesmo ano fez uma série C excepcional. Na primeira fase foi o primeiro colocado do grupo que também teve o Paranoá (DF) e Mineiros e Grêmio Inhumense, ambos de Goiás. Na segunda fase eliminou o CENE, do Mato Grosso do Sul (2 x 1 e 1 x 1). Na terceira, não tomou conhecimento do Londrina (PR), vencendo os dois jogos (3 x 0 e 1 x 0). Porém, na quarta fase foi eliminado pelo Ipatinga-MG (1 x 2 e 0 x 0). Ficou em 7º lugar na classificação geral, numa competição que reuniu 63 clubes.
Em sua primeira participação na Copa do Brasil, no ano de 2006, o Ceilândia teve logo uma pedreira na primeira rodada: o Bahia.
Com reformas às pressas no estádio Abadião, na primeira partida pela Copa do Brasil de sua história, o Ceilândia ficou no empate sem gols com o tricolor baiano. No jogo de volta, em plena Fonte Nova, o Ceilândia mostrou força para evitar que sua primeira participação na Copa do Brasil fosse marcada por uma passagem meteórica. Venceu o Bahia por 2 x 1 e garantiu vaga na segunda fase.
Na segunda fase, o Ceilândia enfrentou um time da Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro, o Fortaleza. No primeiro jogo, em casa, empate em 1 x 1. Com esse resultado, o Ceilândia precisava vencer ou arrumar um empate acima de um gol para avançar no jogo me Fortaleza. Não conseguiu. Placar final: Fortaleza 3 x 1 Ceilândia.
No campeonato brasiliense de 2006, o Ceilândia chegou na quarta colocação.
Ainda em 2006 disputou sem brilho a Série C do Campeonato Brasileiro, sendo desclassificado na primeira fase, tendo enfrentado Ituiutaba (MG), Atlético Goianiense e Chapadão (MS).
Após disputas internas pelo poder, Serjão foi deposto do cargo de presidente do Ceilândia com suspeitas de desvio de fundos. José Beni Monteiro de Oliveira assumiu a pasta e com o dinheiro da venda da sede social o clube investiu na construção de um CT próprio chamado "Cidade do Gato" dando mostras de que a diretoria queria transformar o clube em uma das referências do futebol do DF.
No campeonato brasiliense de 2007 foi o terceiro colocado e novamente não conseguiu classificação para a fase seguinte na Série C do Campeonato Brasileiro desse ano. Tendo enfrentado Atlético Goianiense, CRAC (GO) e Cacerense (MT) ficou em terceiro lugar no grupo (apenas os dois primeiros se classificavam).
Repetiu a boa colocação no campeonato brasiliense de 2008, novamente chegando em terceiro lugar. No ano seguinte, não foi bem, ficando na sexta colocação entre os oito participantes.


Finalmente, em 2010, o Ceilândia entrou para a história do futebol de Brasília e deixou de ser apenas um coadjuvante, ao conquistar o campeonato brasiliense, ao vencer surpreendentemente o Brasiliense por 3 x 1, no Abadião. No jogo da volta, conseguiu segurar um empate em 2 x 2, após estar perdendo o jogo por 2 x 0. Assim, o Ceilândia quebrou uma série de seis títulos seguidos do Brasiliense.
Os jogadores que participaram dos dois jogos decisivos contra o Brasiliense foram Edinho, Edimar, Badhuga, Celso e Diogo; Liel (Fabinho), Vieira (Daniel), Allann Delon e Augusto (Willian); Cafu (Willian Carioca) e Dimba (Rodrigo Melo). O técnico foi Adelson de Almeida. 
Voltou a disputar o Campeonato Brasileiro em 2010, agora na Série D. Novamente não conseguiu passar para a outra fase, após ficar em terceiro lugar no grupo formado ainda por Brasília e Botafogo, ambos do Distrito Federal, e o Araguaína, de Tocantins.
Depois da conquista do título estadual em 2010, o Ceilândia fez uma campanha abaixo do esperado em 2011 vindo a ser eliminado ainda na fase de classificação.
Também foi muito mal na Copa do Brasil de 2011. O Ceilândia deu vexame e não passou do primeiro jogo. Bastaram 45 minutos para o Ceilândia dar adeus à Copa do Brasil. Estreando no Abadião, contra o Caxias, do Rio Grande do Sul, foi impiedosamente goleado por 5 x 0, com todos os gols marcados ainda na primeira etapa.
Em 2012 o Ceilândia surpreendeu ao chegar às duas finais do Campeonato Brasiliense. Perdeu o primeiro turno, a Taça JK, para o Luziânia por 3 x 2, na casa do adversário. Porém ganhou o segundo turno, a Taça Mané Garrincha, por 4 x 1 contra o Sobradinho, também na casa do adversário. Disputou a grande final contra o Luziânia, venceu o primeiro jogo por 1 x 0, e perdeu o segundo pelo mesmo placar, acabando por se sagrar campeão dado a sua melhor campanha na primeira fase da competição.
Também em 2012, o Ceilândia realizou boa campanha no Campeonato Brasileiro da Série D, ficando, na primeira fase, em segundo lugar no grupo integrado ainda por CENE (MS), Aparecidense e CRAC, ambos de Goiás, e Sobradinho (DF). Na segunda fase, foi eliminado pelo Friburguense (RJ), em dois jogos (0 x 0 e derrota de 2 x 1).
Voltou a ficar em terceiro lugar no campeonato brasiliense de 2013 e foi muito mal no de 2014, quando chegou na sétima colocação entre doze equipes.
No Ranking Nacional dos Clubes de 2015, elaborado pela Confederação Brasileira de Futebol - CBF, o Ceilândia encontra-se em 112º lugar. 


A CIDADE DO GATO

O Ceilândia Esporte Clube vem desenvolvendo um projeto audacioso, o seu Centro de Treinamento, chamado de “Cidade do Gato” (mascote do clube), que tem impressionado muita gente por sua grandeza. As obras estão em ritmo acelerado, em estágio bem adiantado.
Localizado a 9 km de Ceilândia, a Cidade do Gato é composta de quatro ambientes distintos. No primeiro ambiente já estão construídos os apartamentos que servirão de concentração para a equipe. São quartos espaçosos, com banheiros sociais e alguns deles com suítes.
Próximo ao ambiente dos quartos, salas de estar e televisão, salões de jogos e academia. Num outro ambiente, salas de apoio e uma piscina semiolímpica. No terceiro ambiente, sala de imprensa, vestiário, sala de aquecimento e vestiário de visitantes.
O quarto ambiente é o de treinamento: são dois campos com 105 x 68 metros. Além disso, há espaço para amplo estacionamento.


sexta-feira, 27 de março de 2015

O FUTEBOL NAS CIDADES SATÉLITES - 2º CAPÍTULO - Ceilândia - 1ª parte: A cidade


A partir de hoje e nos próximos quatro dias, a cidade satélite homenageada pelo blog será Ceilândia, pois ela está comemorando 44 anos de existência neste dia 27 de março.
Nessa primeira parte, contaremos um pouco da história da Ceilândia. Na segunda e terceira passaremos a mostrar o futebol profissional da cidade, ao falar da história dos dois clubes desta categoria: Ceilândia e Ceilandense. O Estádio Abadião e as categorias de base serão os temas da quarta parte. Já a quinta será dedicada ao futebol amador da Ceilândia, considerado um dos mais fortes do Distrito Federal.
Queremos deixar registrado que tudo isso que passaremos a falar foi conseguido através de pesquisas em jornais e em blogs/sites especializados e também contando com a colaboração de alguns abnegados, que se preocuparam em salvaguardar uma parte da memória do futebol ceilandense.
Caso o leitor tenha como tornar essa pesquisa ainda mais completa, preenchendo as lacunas aqui existentes, favor encaminhar para nosso blog, para que, numa outra oportunidade, possamos contar uma história ainda mais rica e completa.



A CIDADE

Com a criação de Brasília, em 1960, houve um grande fluxo migratório para a nova capital. Paralelamente, desenvolviam-se pequenos, mas inúmeros, focos de “invasões”, na maioria das vezes em torno dos canteiros de obra, ali permanecendo após a conclusão das mesmas.

Em 1969, com apenas nove anos de fundação, Brasília já tinha 79.128 favelados, que moravam em 14. 607 barracos, para uma população de aproximadamente 500 mil habitantes em todo o Distrito Federal. Naquele ano, foi realizado em Brasília um seminário sobre problemas sociais no Distrito Federal. O favelamento foi o que mais trouxe preocupações. Reconhecendo a gravidade do problema e suas consequências, o governador Hélio Prates da Silveira solicitou a erradicação das favelas à Secretaria de Serviços Sociais, comandada por Otomar Lopes Cardoso. No mesmo ano foi criado um grupo de trabalho que mais tarde se transformou em Comissão de Erradicação de Favelas.
Foi criada, então, a Campanha de Erradicação das Invasões - CEI, presidida pela primeira-dama Vera de Almeida Silveira. Em 1971, já estavam demarcados 17.619 lotes, de 10 x 25 metros, numa área de 20 quilômetros quadrados ao norte de Taguatinga, nas antigas terras da Fazenda Guariroba, de Luziânia (GO), que foi desapropriada pelo Estado de Goiás, transferida à União, sendo cedida ao Governo do Distrito Federal para a implantação da nova cidade. Essa área foi depois ampliada para 231,96 quilômetros quadrados pelo Decreto n.º 2.842, de 10 de agosto de 1988 -, para a transferência dos moradores da invasão do IAPI, das vilas Tenório, Esperança, Bernardo Sayão e Colombo, dos morros do Querosene e do Urubu, Curral das Éguas e Placa das Mercedes, invasões com mais de 15 mil barracos e mais de 80 mil moradores. A Novacap fez a demarcação em 97 dias, com início em 15 de outubro de 1970.
Em 27 de março de 1971, o governador Hélio Prates lançou a pedra fundamental da nova cidade, no local onde está hoje a Caixa D’Água. Teve início também o processo de assentamento das vinte primeiras famílias da invasão do IAPI. O Secretário Otomar Lopes Cardoso deu à nova localidade o nome de Ceilândia, inspirado na sigla CEI e no sufixo inglês “landia”, que significa cidade.
Em nove meses, a transferência das famílias estava concluída, com as ruas abertas em torno do projeto urbanístico de autoria do arquiteto Ney Gabriel de Souza – dois eixos cruzados em ângulo de 90 graus, formando a figura de um barril. Nos primeiros tempos foi um drama. A população carecia de água, de iluminação pública, de transporte coletivo, e lutava contra a poeira, a lama e as enxurradas.
Em 1972, entra em cena uma jovem formanda em Serviço Social pela Universidade de Brasília, Maria de Lourdes Abadia Bastos, convidada para trabalhar com a assistente social Julimar Mata Machado. Maria de Lourdes Abadia começou então a trabalhar no Centro de Desenvolvimento Social – CDS, responsável pela integração social dos moradores do novo núcleo habitacional. Logo foi convidada pelo Governador Hélio Prates da Silveira para assumir a Administração de Ceilândia. Abadia continuou na Administração, nos Governos seguintes, tendo sido, portanto, a responsável pelas bases da Ceilândia moderna.
Em 27 de junho de 1975, o Decreto nº 2.842 definia a área dos setores “M” e “N” de Taguatinga; posteriormente, foram sendo criados os outros setores. Dois dias depois, o Decreto nº 2.943 criava a Administração de Ceilândia, vinculada a Administração Regional de Taguatinga. 
Com o crescimento da população e a imensa gama de problemas que surgem naturalmente quando da criação de uma cidade, tornou-se necessária a criação de uma administração própria. Na década de 80, aconteceram os primeiros movimentos pela emancipação administrativa, intensificados a partir de 1985. No dia 3 de junho de 1986, o então Governador José Aparecido de Oliveira, assinava a mensagem nº 10/86, submetendo ao Presidente da República o anteprojeto de Lei propondo a criação de novas regiões administrativas, entre elas a de Ceilândia (RA IX), o que só iria acontecer em 25 de outubro de 1989, com a assinatura do Decreto nº 11.921/89, pelo Governador do Distrito Federal.
No mesmo ano é criada a Administração Regional de Ceilândia, através da Lei nº 049/89, que está subordinada à Secretaria de Estado de Coordenação das Administrações Regionais - SUCAR.
O aniversário de Ceilândia é comemorado no dia 27 de março. Por força do Decreto nº 10.348/87, de 28 de abril de 1987, ficou estabelecida oficialmente como data de fundação de Ceilândia o dia 27 de março de 1971.
Ceilândia tem hoje a maior população do Distrito Federal, com cerca de 16% da população do Distrito Federal. Nos dados divulgados em 2013 pela Codeplan, na Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios - PDAD, sua população foi estimada em 442.865 habitantes, registrando taxa média de crescimento de 4,7%, praticamente o dobro da taxa para o Distrito Federal.


quarta-feira, 25 de março de 2015

ENCERRADA A 1ª FASE DO CAMPEONATO BRASILIENSE DE 2015


Com a realização de cinco jogos, foi encerrada na tarde de hoje a Primeira Fase do Campeonato Brasiliense de 2015.
Os oito clubes classificados para as quartas-de-final foram, pela ordem: Brasília (1º), Gama (2º), Brasiliense (3º), Ceilândia (4º), Luziânia (5º), Sobradinho (6º), Formosa (7º) e Paracatu (8º).
Sem conseguir vencer um jogo sequer nos dez que disputou, o Ceilandense foi rebaixado para a Segunda Divisão de 2016.
Nos 55 jogos realizados, foram assinalados 121 gols, perfazendo a média de 2,2 gols por jogo.
Eis a tabela completa da Primeira Fase do Campeonato Brasiliense de 2015

25.01.2015 
LUZIÂNIA 1 x 0 CRUZEIRO
BRASILIENSE 3 x 3 CEILANDENSE
SOBRADINHO 0 x 1 FORMOSA
GAMA 2 x 1 SANTA MARIA
CEILÂNDIA 3 x 0 PARACATU

28.01.2015 
CEILANDENSE 0 x 2 BRASÍLIA
SANTA MARIA 0 x 2 SOBRADINHO
PARACATU 1 x 0 GAMA
FORMOSA 1 x 1 CEILÂNDIA

29.01.2015 
CRUZEIRO 1 x 3 BRASILIENSE

31.01.2015 
FORMOSA 2 x 0 PARACATU
LUZIÂNIA 0 x 0 BRASÍLIA

01.02.2015 
SANTA MARIA 1 x 3 CEILÂNDIA
CRUZEIRO 1 x 0 CEILANDENSE
SOBRADINHO 0 x 2 GAMA

04.02.2015 
CEILANDENSE 0 x 1 FORMOSA
BRASILIENSE 1 x 0 SANTA MARIA
GAMA 1 x 0 LUZIÂNIA

05.02.2015 
BRASÍLIA 1 x 0 SOBRADINHO
PARACATU 1 x 0 CRUZEIRO

07.02.2015 
FORMOSA 1 x 1 SANTA MARIA

08.02.2015 
SOBRADINHO 3 x 3 PARACATU
CEILÂNDIA 0 x 1 GAMA

11.02.2015 
BRASÍLIA 1 x 1 BRASILIENSE
LUZIÂNIA 4 x 0 CEILANDENSE

12.02.2015 
CRUZEIRO 1 x 1 FORMOSA

14.02.2015 
BRASILIENSE 3 x 1 CEILÂNDIA
CEILANDENSE 1 x 1 PARACATU
LUZIÂNIA 2 x 2 SOBRADINHO

15.02.2015 
GAMA 1 x 0 BRASÍLIA

18.02.2015 
CEILÂNDIA 1 x 1 BRASÍLIA
SOBRADINHO 0 x 0 CRUZEIRO
GAMA 1 x 1 CEILANDENSE

19.02.2015 
SANTA MARIA 1 x 3 LUZIÂNIA

22.02.2015 
FORMOSA 1 x 1 BRASILIENSE

28.02.2015 
BRASÍLIA 1 x 0 PARACATU

01.03.2015 
CEILANDENSE 0 x 2 CEILÂNDIA
CRUZEIRO 0 x 3 SANTA MARIA
LUZIÂNIA 3 x 0 FORMOSA
BRASILIENSE 0 x 1 SOBRADINHO

08.03.2015 
FORMOSA 1 x 2 GAMA
PARACATU 1 x 1 SANTA MARIA
BRASILIENSE 1 x 0 LUZIÂNIA

11.03.2015 
CRUZEIRO 2 x 3 BRASÍLIA
CEILÂNDIA 0 x 0 SOBRADINHO

14.03.2015 
BRASÍLIA 3 x 0 FORMOSA
CEILÂNDIA 1 x 1 CRUZEIRO
GAMA 0 x 0 BRASILIENSE

15.03.2015 
PARACATU 3 x 1 LUZIÂNIA

18.03.2015 
SANTA MARIA 1 x 1 CEILANDENSE

25.03.2015 
SOBRADINHO 3 x 0 CEILANDENSE
LUZIÂNIA 0 x 2 CEILÂNDIA
BRASILIENSE 2 x 1 PARACATU
GAMA 0 x 1 CRUZEIRO
BRASÍLIA 2 x 1 SANTA MARIA

CLASSIFICAÇÃO FINAL DA PRIMEIRA FASE

CF
CLUBES
J
V
E
D
GF
GC
SG
PG
Aprov.
BRASÍLIA
10
6
3
1
14
6
8
21
70,0%
GAMA
10
6
2
2
10
5
5
20
66,7%
BRASILIENSE
10
5
4
1
15
9
6
19
63,3%
CEILÂNDIA
10
4
4
2
14
8
6
16
53,3%
LUZIÂNIA
10
4
2
4
14
10
4
14
46,7%
SOBRADINHO
10
3
4
3
11
9
2
13
43,3%
FORMOSA
10
3
4
3
9
12
-3
13
43,3%
PARACATU
10
3
3
4
11
14
-3
12
40,0%
CRUZEIRO
10
2
3
5
7
13
-6
9
30,0%
10º
SANTA MARIA
10
1
3
6
10
16
-6
6
20,0%
11º
CEILANDENSE
10
0
4
6
6
19
-13
4
13,3%

Assim ficaram definidos os jogos das quartas-de-final, com os jogos de ida a serem realizados no dia 29 de março e os de volta no dia 8 de abril:

QUARTAS-DE-FINAL

29.03.2015
PARACATU  x  BRASÍLIA
FORMOSA  x  GAMA
SOBRADINHO  x  BRASILIENSE
LUZIÂNIA  x  CEILÂNDIA

08.04.2015 
BRASÍLIA  x  PARACATU
GAMA  x  FORMOSA
BRASILIENSE  x  SOBRADINHO
CEILÂNDIA  x  LUZIÂNIA

Luiz Carlos, do Brasiliense, Thiago Miracema, do Gama, e Éder, do Luziânia, são os artilheiros do campeonato brasiliense de 2015, cada um com cinco gols.