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Planalto - 1960: Azulinho é o quinto, agachado, da esquerda para a direita |
Ernando Grillo, o Azulinho,
nasceu em São Lourenço (MG), no dia 12 de novembro de 1940.
Azulinho foi um meia
armador de muita categoria e de muita habilidade.
Chegou em Brasília no dia
13 de julho de 1960. Não demorou para ser contratado por um clube,
no caso o Planalto, por onde foi registrado junto à Federação Desportiva de
Brasília em 23 de novembro de 1960.
Participou por esse clube
do Torneio Início realizado em 9 de julho de 1961.
No dia 13 de agosto de
1961, marcou seus primeiros gols (dois) com a camisa do Planalto, na goleada de
9 x 1 sobre o Sobradinho. Terminaria o campeonato brasiliense de 1961 com
quatro gols.
No ano seguinte, disputou
pelo Planalto o Torneio “Prefeitura do Distrito Federal”.
Emprestado pelo Planalto à
Associação Esportiva Presidência, por esse clube disputou o Torneio
Quadrangular “Antônio Barbosa”, promovido pelo Alvorada nos dias 30 de maio e 3
de junho e que contou com a presença do Cruzeiro do Sul, Guanabara e
Presidência.
No primeiro dia, Azulinho marcou
um gol na vitória sobre o Guanabara, por 3 x 1. Na decisão, contra o Cruzeiro,
a Presidência voltou a repetir o marcador do primeiro jogo e Azulinho pôde
comemorar o primeiro título de campeão em Brasília.
Não pôde disputar o
campeonato brasiliense de 1962 pois o Planalto foi suspenso pela Federação Desportiva
de Brasília e, logo depois, extinto.
Como era comum nessa época
em Brasília, muitos jogadores também disputavam os campeonatos e torneios de
futebol de salão espalhados por toda cidade. Aproveitando-se do fato de não disputar
competições oficiais de futebol de campo, em 1962 Azulinho passou a integrar a
equipe do Brasília Ecisa Clube.
Em 1963, teve uma breve
passagem pelo Guanabara, disputando partidas amistosas, e foi contratado pelo
Alvorada, onde fez sua estreia contra o Grêmio, no dia 26 de maio de 1963, com
derrota de 2 x 1. O Alvorada jogou com Toinho, Ib, Brum, Marujo e Josias
(Tomazine); Zeca e Azulinho; Batista, Baiano, Belém e Terêncio.
Marcaria seu primeiro gol
com a camisa do Alvorada no dia 25 de agosto de 1963, no estádio Paulo
Linhares, o da vitória de 1 x 0 sobre o Guará, a primeira do clube no
campeonato brasiliense.
Azulinho teve papel
decisivo nos dois jogos da melhor-de-três em disputa do direito de permanecer
na Primeira Divisão. A Federação determinava que esses jogos envolveriam o último
colocado da Primeira Divisão (Alvorada) e o campeão da Segunda, o Dínamo.
No dia 27 de outubro de
1963, cobrando pênalti, deu ao Alvorada a vitória de 1 x 0 sobre o Dínamo.
Uma semana depois, teve
bela atuação na goleada aplicada pelo Alvorada, por 4 x 1, resultado que
garantiu o clube na Primeira Divisão em 1964.
O ano de 1964 foi o de
implantação do profissionalismo no futebol do DF. A primeira competição no novo
regime foi o Torneio “Prefeito Ivo de Magalhães”, reunindo Colombo, Luziânia,
1º de Maio e Rabello.
Azulinho havia sido
contratado pelo 1º de Maio e estreado nesse novo time em 12 de janeiro de 1964,
na vitória de 5 x 2 sobre o Unidos de Sobradinho.
O primeiro jogo reuniu
Rabello e 1º de Maio, no dia 8 de março de 1964, no estádio Israel Pinheiro.
Aos 44 minutos do 1º tempo,
Azulinho abriu a contagem e entrou para a história ao marcar o primeiro gol em
uma competição de profissionais em Brasília. Cascorel cruzou, Gaguinho tocou na
bola, Luziné salvou em cima da linha e surgiu a cabeçada fatal de Azulinho.
O jogo terminou empatado em
1 x 1 e o 1º de Maio formou assim: Chicão (Gato), Geraldinho, Aderbal, Morales
e Alfredo; Bolinha (Ailton) e Azulinho (Goiano); Raimundinho, Zeca, Cascorel e
Manuel (Ceará).
Mas o 1º de Maio não
conseguiu sobreviver no profissionalismo e desativou seu quadro de futebol no
ano de 1964.
Depois do fim do 1º de
Maio, passou para o Guanabara. Numa excursão a Patos de Minas, no dia 14 de
junho de 1964, o Guanabara empatou com o Mamoré local, em 3 x 3, tendo Azulinho
marcado dois gols.
Juntamente com o artilheiro
Lula, Azulinho foi um dos destaques do time do Guanabara que conquistou o
título de campeão brasiliense de futebol de 1964, na categoria de amadores.
Lula foi o principal artilheiro do campeonato com oito gols; Azulinho marcou
seis.
Também em 1964, já como
jogador do C. C. Nacional, Azulinho foi convocado para a seleção brasiliense de
futebol de salão.
Ainda em 1964, Azulinho foi
convocado
duas vezes para a seleção brasiliense de amadores que enfrentaria o Ceará e o
Treze, da Paraíba. Em ambas as situações, não participou dos jogos.
Quase foi negociado com o
futebol goiano. O jornal Correio Braziliense, em sua edição de 27.09.1964,
destacava numa de suas manchetes: “VILA NOVA PRETENDE AZULINHO”, afirmando que
o Vila Nova, de Goiânia, pretendia enviar na próxima semana um emissário a
Brasília para tentar junto aos dirigentes do Guanabara, a cessão do jogador
Azulinho. A negociação, no entanto, não foi concretizada.
O ano de 1965 foi mais um
de muitas atividades de Azulinho. Defendendo a equipe do Ministério das Minas e
Energia, participou do II Torneio Cidade de Brasília, que reuniu clubes
independentes da Capital Federal.
Integrou a equipe do
Motonáutica de futebol de salão nos Jogos Abertos de São Lourenço (MG).
No Guanabara, além de ficar
com o vice-campeonato brasiliense na categoria de amadores, defendeu o clube na
Taça Brasil, quando o rubro-negro brasiliense se tornou a primeira equipe do DF
a disputar uma competição de âmbito nacional. No segundo jogo, Azulinho chegou
a acertar uma bola na trave, mas não foi o suficiente para evitar a derrota
para o Atlético Goianiense.
Em 1966, Azulinho se tornou
jogador do Defelê. Disputou o Torneio Início de 1966. Quando ocorreu empate, como
no primeiro jogo contra o Flamengo, de Taguatinga, Azulinho era o jogador
destacado para cobrar os pênaltis. O Defelê ficou com o vice-campeonato,
perdendo a final para o Rabello.
Em agosto de 1966, logo
depois do revés sofrido diante do Flamengo, de Taguatinga, pelo campeonato
brasiliense de profissionais de 1966, Azulinho foi um dos jogadores dispensados
pelo Defelê.
Retornou, então, ao futebol
amador, contratado pelo Civilsan, que disputava o campeonato do Departamento
Autônomo da Federação Desportiva de Brasília. Também em 1967, disputou o
campeonato brasiliense de futebol de salão pelo Motonáutica, geralmente com
bastante destaque.
Voltou ao futebol
profissional do DF ao ser contratado pela A. E. Cruzeiro do Sul, em 1968 e,
nesse mesmo ano, disputou o campeonato brasiliense de futebol de salão do DF pela
equipe da Bi-Ba-Bô.
Em 1969, transferiu-se para
o futebol de campo (já amador) de Brasília, atuando pelo Alvorada, e para o
futebol de salão do Minas-Brasília Tênis Clube, vice-campeão da cidade.
Em 1970, a pedido do
técnico argentino Hector Gritta, Azulinho foi um dos contratados pela S. E.
Serveng-Civilsan, equipe que ficou em segundo lugar na classificação final do
campeonato brasiliense desse ano. Além disso, passou a defender o futebol de
salão do Clube Social Unidade de Vizinhança.
Em 1971, encerrou sua
carreira como jogador da Serveng-Civilsan.
Azulinho
foi irmão de dois ex-jogadores que atuaram no futebol brasiliense: Leônidas e
Zé Grillo.
Faleceu no dia 28 de maio
de 2006, em decorrência de câncer.