sábado, 8 de julho de 2023

ESQUECIDOS PELO TEMPO: Beto Pretti


Alberto José Pretti Filho, o Beto Pretti, nasceu em 7 de julho de 1935, em Colatina (ES), e lá começou a jogar futebol, defendendo o UACEC – União Atlética Colégio Estadual de Colatina, clube formado com a finalidade de agregar jovens estudantes de sua cidade natal e que hoje se encontra extinto.
Em 1955, foi contratado pelo Rio Branco, onde estreou em 1º de abril de 1955, num amistoso contra o Vitória, com derrota de 1 x 0. Seu primeiro gol aconteceu em 9 de outubro do mesmo ano, na goleada sobre o Americano por 5 x 0.
No ano de 1956 foi campeão do Torneio Início capixaba.
As maiores conquistas aconteceriam dois anos depois: 1957 e 1958, quando se tornou bicampeão capixaba, ainda atuando pelo Rio Branco, de Vitória.
No certame de 1957, participou de todos os 9 jogos do clube, sem marcar gols, atuando de meia-esquerda. Em 1958, foram onze jogos de um total de 14, marcando apenas um gol.
Após o returno de 1958, foi vendido para o Atlético Mineiro. Disputou cem jogos com a camisa do Rio Branco.

O primeiro jogo em seu novo clube aconteceu no dia 4 de janeiro de 1959, num amistoso em que o Atlético Mineiro venceu o América (MG), por 3 x 1.
De 24 de maio a 7 de junho de 1959 participou da excursão que o Atlético Mineiro fez à Bahia, marcando apenas um gol na vitória sobre o Itabuna, por 5 x 1.
Seu último jogo com a camisa do Atlético Mineiro seria em Brasília, no dia 26 de junho de 1960, no empate com o Cruzeiro em 2 x 2.

No Atlético foram 51 jogos e 6 gols marcados. O único título conquistado no clube foi o de campeão da Copa Belo Horizonte de 1959.
Voltando ao jogo do dia 26 de junho, este foi realizado no Estádio Israel Pinheiro, campo do Guará, como parte dos festejos de inauguração oficial da TV Nacional de Brasília. Os gols do Atlético Mineiro foram marcados por Colete e Beto Pretti. Com um detalhe: o gol de Beto foi olímpico.
Depois do jogo, foi contratado pelo time da Construtora Ribeiro. Já era formado em Odontologia e, em novembro de 1960 foi nomeado Dentista Classe “J” do Quadro Permanente do Departamento de Assistência Médica do Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Comerciários, conforme Portaria de 04.11.1960.
Sua estreia no time da Construtora Ribeiro foi no dia 3 de julho de 1960, com vitória de 2 x 0 sobre a equipe do B.G.P. (Batalhão da Guarda Presidencial), em jogo válido pelo Troféu Danton Jobim, promovido em homenagem ao DC-Brasília e aos jornalistas brasileiros.
O Ribeiro acabaria conquistando o torneio no dia 31 de julho, com vitória de 5 x 0 sobre a ENACO. A formação do Ribeiro foi Nei, Japonês e Caio; Valter, Marianelli e Enes; Zé Luís, Paulinho, Gesil, Beto Pretti e Viola.
O time da Construtora Ribeiro foi desfeito e seus jogadores procuraram por outros clubes. Beto Pretti resolveu apostar no futebol de salão que estava em franca ascensão na Capital Federal. Firmou contrato com em 1961 com o Brasília Ecisa Clube.
Não pôde praticar o futebol de salão por muito tempo. Logo depois, a Federação Desportiva de Brasília recebeu o Ofício nº 6.615, da CBD, comunicando que o pedido de transferência e reversão do atleta Alberto José Pretti Filho foi indeferido por falta de estágio regulamentar de um ano.
Por não poder jogar futebol, em 4 de maio de 1961 Beto Pretti foi designado técnico de futebol do Central Clube Nacional.

Cruzeiro do Sul, campeão de 1963
Somente voltaria a praticar o futebol em 1962, contratado que fora pela A. E. Cruzeiro do Sul. Seu primeiro grande jogo foi em 21 de abril de 1962, no jogo Seleção de Brasília 1 x 1 Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, no Estádio Vasco Viana de Andrade. Esse jogo teve como convidados especiais Zizinho, que chegou a jogar, entrando no lugar de Alaor Capela, e Friedenreich.
Segundo o Jornal do Brasil “o Vasco da Gama teve sempre dificuldade de armar seus ataques, pela falta de apoio no meio-de-campo, onde o meia-esquerda Beto, de Brasília, ganhava a maioria das jogadas contra Lorico e Écio”.
Ainda em 1962, participou de outro jogo da Seleção do Distrito Federal, que em 29 de setembro, empatou com Goiás em 2 x 2, em Goiânia.
Em 1963, foi importante peça para a conquista do título de campeão brasiliense pelo Cruzeiro do Sul.

Rabello
De 1964 a 1965, passou para o Rabello, que adotara o profissionalismo, conquistando os títulos em todos esses anos.
Em 1967, transferiu-se para o Flamengo, de Taguatinga, onde fez sua estreia no dia 7 de abril, no jogo Flamengo 0 x 0 Rabello, na preliminar do amistoso interestadual Defelê 1 x 1 Bonsucesso (RJ). Dois dias depois, esse mesmo Flamengo foi derrotado pelo Bonsucesso, por 3 x 2.
Foi seu último ano em Brasília, como jogador. Decidiu voltar para seu Estado natal e iniciar a carreira de treinador.
Como técnico, levou a equipe do Rio Branco, de Vitória, aos títulos estaduais em 1968 e 1970. Ganhou, ainda, o campeonato da cidade de 1969.
Daí, em diante, foi treinador de todos os grandes times do futebol capixaba.
Dentre outros, em 1973 foi técnico da Desportiva Ferroviária no Campeonato Brasileiro.
Em 1975 retornou ao futebol brasiliense e assumiu o comando técnico do Ceub. Estreou no Torneio Quadrangular de São Luís, no dia 2 de dezembro, na vitória de 1 x 0 sobre o Sampaio Corrêa.
De 1976 a 1978, novamente foi o treinador do Rio Branco.
Em 1979 foi o treinador do Vitória quando o clube capixaba conquistou um dos maiores títulos da sua história, a IX Copa Presidente Park Chung-Hee, na Coréia do Sul.
Em 1980 e 1981, foi o técnico da Desportiva Ferroviária no Campeonato Brasileiro. Nesse período, Beto Pretti lançou no time principal da Desportiva Ferroviária com 15 anos de idade o craque Geovani.
Foi o treinador do Vitória em 1981 e em 1984 sagrou-se campeão estadual com a Desportiva Ferroviária, impedindo o tricampeonato do Rio Branco. Também dirigiu a Desportiva Ferroviária no Campeonato Brasileiro de 1985.

BETO PRETTI NA SELEÇÃO DE BRASÍLIA

No total, entre convocações e atuações, Beto Pretti esteve em treze oportunidades à disposição da Seleção de Brasília.
O primeiro, como dissemos acima, aconteceu no dia 21 de abril de 1962, no empate da seleção contra o Vasco da Gama, do Rio de Janeiro. Nesse ano de 1962, foram mais duas convocações. No ano de 1963, atuou no empate diante do Atlético Mineiro (0 x 0), em mais um amistoso comemorativo ao aniversário de Brasília, em 21 de abril.
Disputou três jogos em 1964 e foi convocado, mas não participou do jogo contra os Veteranos Paulistas.
Já como profissional, participou de dois jogos em 1965, um deles diante do Siderúrgica (MG), na inauguração do estádio que viria a ser o Pelezão, no dia 21 de abril.
Em 1966, outra vez foi convocado, mas não participou do jogo contra a Seleção de São Paulo.
Em seu último ano como atleta do selecionado brasiliense, 1967, participou de dois jogos, um deles contra o Santos, em 25 de maio, conforme foto acima.