terça-feira, 17 de junho de 2025

ESQUECIDOS PELO TEMPO: Juscelino


NOME COMPLETO: Juscelino Costa da Conceição
APELIDO: Juscelino
POSIÇÃO: Zagueiro
LOCAL E DATA DE NASCIMENTO: Goiânia-GO, 17 de junho de 1961

Começou nas categorias de base do Goiânia-GO, onde conquistou dois títulos estaduais de juniores.
No começo do mês de maio de 1980, ou seja, antes de completar 19 anos, foi contratado pelo Comercial, de Planaltina, junto ao Goiânia-GO.
Demorou um pouco para estrear em seu novo time, pois seus papéis junto à Federação Metropolitana de Futebol atrasaram para serem aprovados.
Assim, só estreou no Comercial no dia 1º de junho de 1980, no estádio Adonir Guimarães, quando teve atuação destacada no empate diante do Brasília, em 1 x 1.
O Comercial terminou o segundo turno na quarta colocação entre os nove clubes participantes muito em função das boas atuações de Juscelino.
Seu bom desempenho e como ainda tinha idade de junior, o levaram a ser convocado pelo técnico Ercy Rosa para a Seleção Brasiliense da categoria que excursionou à Bolívia e Peru no período de 18 de setembro a 3 de outubro de 1980.
No primeiro jogo, em 20 de setembro de 1980, na derrota de 3 x 2 para o Jorge Wilsterman, fez uma boa apresentação e teve o prazer de marcar Jairzinho, o “Furacão da Copa” que reforçava o clube boliviano e, que, mesmo assim, marcou dois gols.
No segundo jogo, contra o Bolívar, fraturou o tornozelo esquerdo contra o Bolívar, numa entrada maldosa do jogador Aragonés, que foi expulso após o lance.
Resultado: voltou da excursão com uma bota de gesso em seu tornozelo esquerdo.
Demorou para retornar, não sendo possível mais disputar nenhum jogo pelo campeonato brasiliense de 1980.
Seu retorno aos treinamentos somente aconteceu após ser convocado para a Seleção Brasiliense que disputou o Campeonato Brasileiro Sub-20 em Goiânia (GO). Na primeira fase, o Distrito Federal integrou um dos seis grupos formados, juntamente com as seleções de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, não conseguindo classificação para a Segunda Fase.
Contratado pelo Brasília em 1981, foi mantido na equipe de juniores, que chegou ao título de campeão brasiliense da categoria de forma invicta, vencendo doze dos 14 jogos disputados.
No dia 14 de outubro de 1981, Juscelino integrou a zaga da Seleção Brasiliense de Juniores que empatou em 0 x 0 com a Seleção Brasileira da mesma categoria e que se preparava para disputar o Torneio Internacional de Moscou, em janeiro de 1982. Um dos adversários de Juscelino foi Jussiê, seu companheiro no Brasília, e que integrava o selecionado brasileiro.
No mês de dezembro de 1981, foi um dos jogadores do Brasília convocado para a seleção brasiliense de juniores que disputou o Campeonato Brasileiro da categoria. Novamente o DF não conseguiu passar para a Segunda Fase.
Ainda assim, disputou um jogo entre os profissionais, que acabou sendo sua estreia na equipe principal do Brasília, no dia 4 de outubro de 1981, no Pelezão, no empate em 1 x 1 com o Guará. O Brasília formou com Haroldo, Aldair, Juscelino, Jonas Foca e Souza; Marco Antônio, Décio (Zé Maurício) e Gaspar; Willians (Mardone), Nather e Aloísio. Técnico: Ercy Rosa.
Em 1982, enfrentando a concorrência de Kidão e Jonas Foca, zagueiros titulares, não conseguiu se firmar como titular do Brasília, mas disputou cinco jogos e fez parte da equipe que conquistou o campeonato brasiliense deste ano.
Fez parte do elenco do Brasília que disputou o Campeonato Brasileiro da Série A de 1983, de 23 de janeiro a 17 de abril deste ano. Passou mais um tempo no Brasília e depois foi contratado pelo Ceilândia, onde estrearia no dia 3 de setembro de 1983, no Serejão, no empate em 0 x 0 com o Gama. Foram 14 jogos válidos pelo Campeonato Brasiliense deste ano.
Permaneceu no Ceilândia até o ano de 1986. Foram 64 jogos com a camisa do Ceilândia em partidas válidas pelo Campeonato Brasiliense. Marcou apenas um gol, no empate em 1 x 1 com o Planaltina, no Abadião, em 11 de agosto de 1985.
Em 1987, foi contratado pelo Gama, onde ficou até 1989, depois de disputar 45 jogos por esse clube.
Voltaria a marcar um gol já como atleta do Guará, no dia 11 de fevereiro de 1990, no empate em 1 x 1 com o Brasília, no antigo Mané Garrincha. Foram 15 jogos pelo Guará no campeonato brasiliense deste ano, também de sua última participação em um jogo de futebol profissional: no dia 15 de abril de 1990, despediu-se do futebol na vitória de 1 x 0 sobre o Brasília, em jogo realizado no CAVE.



segunda-feira, 16 de junho de 2025

A PRIMEIRA VEZ A GENTE NÃO ESQUECE: Os primeiros jogos amistosos do Defelê - 1960


Não encontramos o resultado final do provável primeiro jogo do Defelê, realizado no dia 8 de maio de 1960. Os jornais da época disseram, simplesmente, que o jogo acabou empatado diante da Associação Esportiva Taguatinga. Esse mesmo adversário enfrentou o Defelê uma semana depois, no dia 15 de maio de 1960. No campo do Grêmio, o Defelê conseguiu a primeira vitória de sua história, pelo placar de 2 x 0. Ramiro marcou no primeiro tempo e Pelé no 2º. O Defelê venceu com Anésio, Zé do Ó e Zé Carlos; Piauí, Antônio e Samuel Silva; Ramiro, Ely, Roberto, Wander Abdalla e Pelé. Esse jogo marcou a estreia do zagueiro Zé Carlos, que veio do Bangu (RJ).

No dia 22 de maio de 1960 o time jogou amistosamente contra um selecionado da cidade de Luziânia. O jogo foi marcado por incidentes e invasões de campo por parte da assistência.
O resultado final foi um empate em 1 x 1. Jogou o Defelê com Paulinho, Samuel, Macedo e Anésio; Wander e Antônio; Ramiro, Lacir, Ely, Edson e Pelé.

No dia 5 de junho de 1960, o Defelê empatou com a equipe do Planalto, jogo que terminou em pancadaria generalizada, no Estádio Duílio Costa. No 1º tempo o Planalto terminou na frente em 2 x 1. Os gols do Defelê foram marcados por Octávio, o do empate aos 2 minutos, do 2º tempo. O tumulto começou aos 20 minutos do segundo tempo, quando o jogador Jales agrediu Ely, tendo a ajuda de outros companheiros, provocando a intervenção do elenco do Defelê e da torcida. Muitos saíram feridos. Os bandeirinhas tiveram que se defender com seus instrumentos de trabalho e o árbitro Dirceu Basílio, sem a segurança policial, decidiu pôr fim à partida.
O Defelê esteve em campo com Carlos Magno, Macedo e Zé Carlos; Samuel Silva, Wander e Anésio; Ramiro (Jucão), Ely, Lacir Pedersoli, Édson Galdino e Octávio.

Desfalcado de três bons elementos (Édson Galdino, Ely e Zé Carlos), o Defelê disputou no dia 19 de junho de 1960 um amistoso em Jaraguá (GO), cidade natal de Ciro Machado do Espírito Santo. O clube brasiliense venceu por 2 x 1. No 1º tempo, Picolé marcou para o Defelê. No início do 2º, o Jaraguá empatou. Pedersoli marcou o gol da vitória do Defelê. Atuou o Defelê com Isaac, Samuel, Macedo e Vítor; Wander e Picolé; Ramiro, Edson II, Pedrosa, Pedersoli e Otávio. Técnico: Edson Galdino.

No dia 22 de junho aconteceu o já citado jogo na preliminar de Atlético Mineiro x Cruzeiro, que acabou com a derrota do Defelê, por 4 x 0, diante do Guará.
Na revanche, no dia 3 de julho de 1960, nova derrota do Defelê, desta vez por 2 x 1.Ely, de pênalti, marcou para o Defelê, que atuou com Anésio, Samuel, Macedo e Vítor; Wander e Euclides; Ramiro, Gino (Juca), Ely, Itiberê e Otávio.

No amistoso realizado no dia 17 de julho de 1960, o Defelê venceu o Industrial, por 3 x 1. Na preliminar, a equipe de aspirantes derrotou o Walmap (do Banco Nacional de Minas Gerais) por 2 x 0.

Na semana seguinte, 24 de julho de 1960, o Defelê realizou mais um amistoso, dessa vez contra o M. M. Quadros e venceu por 3 x 1.

Ramiro, Zé Paulo e Ely
O terceiro amistoso contra o Guará, tido pela imprensa e torcedores como o grande favorito para a conquista do campeonato de 1960, foi realizado no dia 14 de agosto de 1960. Depois de estar perdendo por 2 x 0, o Defelê foi buscar o empate no segundo tempo, com gols de Ely, cobrando pênalti, e Vicente. Jogaram pelo Defelê: Anésio (Carlito), Samuel Silva, Euclides e Gavião; Wander Abdalla e Zé Paulo; Ramiro, Gino (Vicente), Adjalme (Picolé), Ely e Otávio (Gilberto).
O curioso é que Defelê e Guará foram punidos pela Federação Desportiva de Brasília por terem jogado sem autorização da entidade, fato que configurou um problema de indisciplina e descumprimento da lei.

No dia 31 de agosto de 1960, no Estádio Israel Pinheiro, o Defelê empatou em 1 x 1 com a clube da Câmara dos Deputados (mais tarde, Guanabara), jogo marcado pela violência que levou à suspensão do duelo, aos 15 minutos, do 2º tempo, quando um dos jogadores do Defelê saiu com um braço quebrado e outros com ferimentos na cabeça.
A origem da confusão teria sido um chute dado pelo jogador Victor Grillo, do Defelê, num adversário, o que levou a torcida adversária a invadir o campo e fraturar o braço do jogador.

Matil
O Defelê foi até Planaltina enfrentar a seleção local no dia 7 de setembro de 1960. No jogo entre as equipes principais, o Defelê goleou por 6 x 0, com os gols sendo assinalados nesta ordem: 1º tempo – Ramiro, Gino, Gino e Ramiro; 2º tempo – Ceará, duas vezes. O Defelê formou com Anésio, Samuel, Macedo e Gavião; Euclides (Antônio) e Zé Paulo; Ramiro, Gino, Octávio, Wander e Gilberto.

No dia 16 de outubro de 1960, o time realizou um amistoso no campo do Grêmio. Atuando com Matil, Samuel, Macedo e Gavião; Wander (Euclides) e Loureiro; Ramiro, Dionísio, Ceará (Doca), Fino e Octávio, o Defelê foi surpreendido pelo Real, perdendo o jogo por 1 x 0.



domingo, 15 de junho de 2025

OS TÉCNICOS DO FUTEBOL BRASILIENSE: Ipojucan (in memoriam)


Antônio Montanari, o Ipojucan, nasceu no dia 23 de maio de 1933, no bairro de Indianápolis, em São Paulo (SP).
Defendeu diversos clubes amadores de São Paulo. Começou a carreira nos infantis do São Paulo F. C., passando pelos juvenis do Nacional A. C. e jogou em diversos clubes da várzea paulistana, assim como Infantil Tricolor e Fiação Indiana, em Indianápolis, no Benfica e Flamengo, de Vila Maria. No interior jogou no Fada F.C., de Santo Anastácio, no Grêmio, de Pequerobi, no E. C. Corinthians, de Presidente Venceslau, e na Associação Bernardense.
No futebol profissional jogou no Canto do Rio, de Niterói, em 1954, na Prudentina, de Presidente Prudente, de 1957 a 1960, na Ferroviária, de Botucatu (de 1960 a 1962), no E. F. Sorocabana (em 1963 e 1964), e na A. A. Venceslauense, de Presidente Venceslau.
Após o término desses compromissos, voltou às origens, de novo jogando no futebol varzeano, onde teve o privilégio de conseguir o gol que o levou ao Livro dos Recordes (Edição Nacional), por ter marcado o gol mais rápido do futebol amador, com apenas quatro segundos de jogo, na cidade de Santo Anastácio (SP), no jogo entre Grêmio Mar Azul x Portuguesa Anastaciana. Com esse feito, Ipojucan recebeu o troféu “Bola de Ouro” do jogador Pelé e honras de Jânio Quadros.

Iniciou a carreira vitoriosa de técnico no E. C. Corinthians, de Presidente Prudente, em 1979. Passou pelo S.E.I.S., de Ilha Solteira, em 1980, depois foi para Bandeirantes, de Birigui, em 1981. Em 1982, foi campeão do grupo com o Tupã F. C., em 1983 passou pelo Radium, de Mococa. Em seguida foi para o C. R. Guará, do DF, onde foi campeão do 3º turno. Em 1984 passou pela S. E. do Gama, também em Brasília, de onde voltou para C. A. Candidomotense, da cidade de Cândido Mota, indo em seguida para o S. C. Internacional, de Lajes, em Santa Catarina, onde o clube foi campeão invicto do segundo turno, em 1985, conquistando a Taça Governador “Espiridião Amin”. Em seguida foi para Rio Grande/RS, e no mesmo ano para o S. C. São Paulo, onde foi campeão da Segunda Divisão de acesso e campeão da Taça Bento Gonçalves, homenagem aos 150 anos da Revolução Farroupilha. Em 1987, voltou a Brasília para conquistar o título de campeão invicto do 1º turno. Para encerrar a carreira, foi treinador do VOCEM, de Assis, conseguindo a classificação para o torneio de acesso, despedindo-se da profissão de técnico de futebol.
Morava em Campinas (SP) e era dono da Ipojucan Ltda., empresa que vende chumbo para o balanceamento de rodas. Faleceu no dia 11 de novembro de 2019, aos 86 anos, em Campinas.

O APELIDO

Corria o ano de 1952, num jogo em Santo Anastácio (SP), quando jogava pela primeira vez no time da cidade. Esguio, alto e bom no toque de bola, recebeu o apelido de Ipojucan após ter marcado um belo gol de calcanhar. Acontece que, no Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, o alagoano Ipojucan Lins de Araújo, um jogador muito alto e esguio, fazia sucesso com jogadas de calcanhar. Não foi difícil para o técnico Mário Rocha perceber a semelhança da jogada e o apelido pegar.

PASSAGEM PELO FUTEBOL BRASILIENSE

No dia 9 de junho de 1983 foi apresentado como novo treinador do Guará.
Estreou no dia 12 de junho de 1983, no Pelezão, contra o Brasília, com empate de 1 x 1.
No jogo seguinte, 15 de junho de1983, no Bezerrão, sofreu sua primeira derrota, diante do Vasco da Gama-DF.
Recuperou-se plenamente, contra o Gama, novamente no Bezerrão, no dia 19 de junho, com vitória de 3 x 0.
Terminou o primeiro turno na quinta colocação entre os oito participantes.
Melhorou no segundo turno, ficando a um ponto do campeão, Taguatinga, em empatado com o Brasília.
Veio o terceiro turno e, finalmente, o Guará tornou-se o primeiro lugar. Com isso, garantiu participação no triangular final, quando ficou com o vice-campeonato, atrás do Brasília e na frente do Taguatinga.
Na madrugada do dia 19 de agosto de 1983, logo após o jogo contra o Ceilândia, Ipojucan sofreu um derrame que deixou o treinador com metade do corpo paralisado. Sentiu fortes dores de cabeça e depois da partida, sentiu-se mal. Foi atendido no Hospital de Base e passou a ser substituído pelo técnico Didi de Carvalho.
Passou a ficar em repouso absoluto devido às ordens do médico que o estava tratando.
No dia 22 de agosto de 1983, Ipojucan pediu dispensa do cargo por quinze dias, indo tratar-se em Presidente Prudente-SP. Retornou ao comando do Guará, no dia 3 de setembro de 1983, no CAVE, com vitória de 1 x 0 sobre o Taguatinga.
Mas, logo depois, deixaria de vez a direção do Guará. Entrou com um novo pedido de licença médica. A última vez que dirigiu a equipe do Guará foi no dia 7 de setembro de 1983, no Bezerrão, com derrota de 2 x 0 para o Gama.
No dia 21 de outubro de 1983, Ipojucan participou de uma reunião com a diretoria do Guará, acertando a sua saída do clube. Esteve à frente do clube em 21 jogos.

Antes mesmo do encerramento do ano de 1983, já surgiam conversações de que Ipojucan estaria acertando seu retorno ao futebol do DF no ano seguinte.
E isso realmente aconteceu. Já no dia 29 de janeiro de 1984, Ipojucan estava comandando a equipe do Gama no amistoso contra o Disnes, de Formosa (vitória de 4 x 0), como preparativo para o Torneio Seletivo da CBF que apontaria o representante do DF no Campeonato Brasileiro desse ano. Estrearia nessa competição no dia 5 de fevereiro de 1984, no Bezerrão, com vitória de 1 x 0 sobre o Vasco da Gama. Depois, o Gama empataria com o Sobradinho (1 x 1) e com o Taguatinga (0 x 0), não conseguindo passar para a decisão do torneio. A vaga acabaria ficando com o Tiradentes. Seu último jogo foi no dia 12 de fevereiro de 1984, no empate com o Taguatinga.
Com a perda da vaga, o Gama ficaria três meses com suas atividades paralisadas, aguardando o início do campeonato brasiliense. A diretoria do clube resolveu, então, dispensar os serviços de Ipojucan.

Sua terceira e última passagem pelo futebol brasiliense foi como treinador do Brasília, no ano de 1987.
Estreou no dia 1º de fevereiro de 1987, no estádio Mané Garrincha, com vitória sobre o Planaltina, por 3 x 1. O Brasília chegaria a vencer o 1º turno.
Começou o segundo turno e, após quatro rodadas, era o lanterna do campeonato. Nos quatro jogos que havia disputado, empatou um e perdeu os demais. Foi então que Ipojucan pediu demissão do cargo. Foi substituído por Raimundinho.
Seu último jogo no comando técnico do Brasília foi no dia 26 de abril de 1987, na derrota de 1 x 0 para o Taguatinga, no Serejão.
Foram 12 jogos à frente do Brasília, que acabaria se sagrando campeão brasiliense do ano de 1987.
Faleceu em 11 de novembro de 2019.




sábado, 14 de junho de 2025

OS TÉCNICOS DO FUTEBOL BRASILIENSE: Campeonato Brasiliense da Primeira Divisão de 1992


BRASÍLIA - 30 jogos


Carlos Alberto do Carmo Reis (Remo): 4 jogos, de 14 a 28 de junho;
Pedro Hugo de Barros: 10 jogos, de 5 de julho a 26 de agosto; e
Heitor de Oliveira: 16 jogos, de 7 de setembro a 15 de novembro.

CEILÂNDIA - 28 jogos

Cláudio Irineu da Silva (Chokito): 4 jogos, de 14 a 28 de junho;
Rubens Ferreira Meireles: 23 jogos, de 4 de julho a 28 de outubro; e
Carlos José Melo Passos: um jogo, no dia 31 de outubro.

GAMA - 28 jogos

Antônio Fabiano Ferreira (Raimundinho): 2 jogos, 14 e 20 de junho;
José Rodrigues da Silva (Pedreira): 3 jogos, de 24 de junho a 5 de julho;
Carlos Alberto do Carmo Reis (Remo): 23 jogos, de 12 de julho a 1º de novembro.

GUARÁ - 28 jogos

Hércules Brito Ruas: 7 jogos, de 14 de junho a 19 de julho;
Roberto Peres: 1 jogo, no dia 26 de julho;
Jonas Francisco dos Santos (Foca): 12 jogos, de 2 de agosto a 30 de setembro; e
Marcelino Carvalho: 8 jogos, de 4 de outubro a 1º de novembro.

PLANALTINA - 28 jogos

Francisco Ubiraci de Oliveira (Bira): 28 jogos, de 14 de junho a 31 de outubro.

SOBRADINHO - 28 jogos

Eli de Oliveira: 19 jogos, de 14 de junho a 26 de setembro;
Manoel Botelho: um jogo, no dia 30 de setembro; e
José de Arimatéia Menezes Bonfim (Matéia): 8 jogos, de 4 de outubro a 1º de novembro.

TAGUATINGA - 32 jogos

Mozair Barbosa: 8 jogos, de 14 de junho a 26 de julho;
Eurípedes Bueno de Morais: 4 jogos, de 2 a 15 de agosto; e
Heitor Mitsuaki Kanegae: 20 jogos, de 22 de agosto a 15 de novembro.

TIRADENTES - 30 jogos

Adelmar Carvalho Cabral (Déo): 20 jogos, de 14 de junho a 23 de setembro; e
Mozair Barbosa: 10 jogos, de 26 de setembro a 31 de outubro.



quinta-feira, 12 de junho de 2025

CRAQUES DE ONTEM E DE HOJE: Ernâni Banana - 2ª parte


Banana no
Brasília
Assinou seu primeiro contrato com o Brasília com a duração de dois anos. Depois de um curto período de adaptação, agora mais experiente, voltou a mostrar o mesmo futebol do tempo do Taguatinga.
No dia 21 de abril de 1977, integrou a Seleção do Distrito Federal que enfrentou o Atlético Mineiro, como parte das festividades do 17º Aniversário de Brasília.
No dia 9 de junho de 1977 sentiu um gostinho de revanche ao marcar o gol do empate no jogo amistoso contra o Vasco da Gama, no Pelezão.

O Brasília venceu o Torneio Imprensa de 1977 e conquistou o bicampeonato do Distrito Federal, com Banana aparecendo bem na campanha, tornando-se o segundo maior artilheiro da equipe, com 10 gols, atrás apenas do seu companheiro de equipe, Julinho, que marcou 15.
No Campeonato Brasileiro, na primeira participação do Brasília, a equipe esteve muito bem na fase classificatória, estreando com uma grande vitória de 2 x 1 sobre o Atlético Paranaense, em Curitiba, em 16 de outubro, com um gol de Banana. Depois de ser apontada com sensação da primeira fase, na segunda o Brasília caiu de produção e não conseguiu fazer frente a adversários de maior categoria, como Internacional, São Paulo e Corinthians.
A revista esportiva Placar, em sua edição nº 391, de 21 de outubro de 1977, trouxe uma página (a 67) inteira sobre o jogador, com a seguinte manchete: “Banana não é mole”.
As atuações do Brasília na fase inicial haviam sido tão boas que na primeira partida da etapa seguinte, no dia 1º de dezembro, alguns observadores vieram ver o time jogar contra o América, do Rio de Janeiro.
Depois de estar em vantagem no placar, o Brasília perdeu por 3 x 2. Banana teve uma atuação muito boa e a diretoria do Brasília chegou a ser procurada depois do jogo, não havendo acordo.
No Campeonato Brasileiro de 1978 aconteceu a mesma coisa. O Brasília foi bem na primeira fase, para em seguida se perder. Na estreia venceu o Operário, de Campo Grande (MS), com dois gols de Edmar. Depois, novas vitórias foram conquistadas, inclusive contra o Santos, no Serejão, e o Brasília se classificou. Aí veio a fase seguinte e novamente o Brasília não conseguiu manter o mesmo ritmo.
Banana sofreu uma contusão quase ao final da competição nacional e só voltou à equipe durante os jogos do campeonato brasiliense.
Novamente outros clubes voltaram a demonstrar interesse na contratação de Banana. Um foi o Londrina, que já havia levado o ponteiro Julinho, e o outro foi o Cruzeiro. Entretanto, as propostas feitas não chegaram a entusiasmar o Brasília, que preferiu ficar com Banana.
Após a contusão, ficou um tempo sem treinar e, quando voltou, custou a readquirir a forma física. Ainda assim, recuperou-se a tempo de colaborar com a conquista do bicampeonato brasiliense de 1978. Os dois maiores jornais do Distrito Federal, Correio Braziliense e Jornal de Brasília, apontaram Banana como um dos melhores do ano, colocando-o na “Seleção do Campeonato”.
Antes do campeonato, de 24 de julho a 15 de agosto de 1978, o Brasília excursionou por cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, realizando boas exibições. Dos dez jogos que disputou, venceu seis, empatou três e perdeu apenas um, o primeiro jogo contra o Votuporanguense. Depois conquistou expressivas vitórias contra o América, de São José do Rio Preto (SP), Catanduvense, Taubaté, Portuguesa Santista e Volta Redonda. Formando ao lado de Péricles no meio-de-campo, Banana voltou a ser um dos destaques da equipe. O América, a Esportiva, de Guaratinguetá, e o Uberaba se interessaram por Banana, mas não deu em nada.
Em 1979, foi novamente convocado para defender a Seleção do Distrito Federal, no dia 22 de abril, no amistoso contra a Seleção de Goiás (1 x 1). Pelo terceiro ano consecutivo, fez parte da relação dos melhores do ano, sendo escolhido para fazer parte da “Seleção do Ano” pelo jornal Correio Braziliense e pela Associação Brasiliense de Cronistas Desportivos - ABCD. O Brasília perdeu o título de campeão de 1979 para o Gama. Banana foi o quarto artilheiro da competição, com seis gols, atrás de Péricles e Fantato, do Gama, e Julinho, do Brasília.
No Campeonato Brasileiro de 1979, que teve o absurdo número de 96 participantes, o Brasília não foi bem. Dos 9 jogos que disputou, venceu apenas três. Banana marcou apenas um gol, contra o Itabuna, no Serejão, no dia 3 de novembro.

Banana no Guarani
Mas suas boas atuações durante quase todo o ano o levaram para o Guarani, de Campinas (SP), em 1980.
Também não teve uma passagem fácil em seu começo no Guarani. O clube campineiro havia reformulado o time campeão brasileiro de 1978, mas o técnico Cláudio Garcia não conseguiu sucesso. Em seu primeiro ano no Guarani teve uma contusão no joelho e ficou parado por um bom tempo. Foi emprestado ao Gama, por cinco meses. No Gama teve outro problema, desta vez na panturrilha, jogando pouco. Só estreou no 2º turno, exatamente contra seu ex-time, o Brasília, no dia 31 de agosto (empate de 0 x 0). Marcou apenas um gol na competição.
Retornou ao Guarani, em 1981. Foi quando começou a se destacar de novo. Não foi titular da equipe do Guarani que foi campeã da Taça de Prata (uma espécie de segunda divisão do Campeonato Brasileiro na época). Ainda assim, numa das semifinais, no dia 7 de março de 1981, contra o Comercial, de Campo Grande (MS), marcou um dos gols da vitória de 2 x 1. Atuou no primeiro jogo da final contra a Anapolina e ficou de fora do segundo jogo.
Fez sua reestreia no dia 25 de abril, no Brinco de Ouro, na vitória de 3 x 1 sobre a Ferroviária, de Araraquara, substituindo Éderson.
Em 6 de maio, entrou em campo como titular da equipe do Guarani e marcou o gol do empate de 1 x 1 com o São José. Desse jogo em diante, quando não foi titular, passou a ser opção para substituir qualquer jogador do meio-de-campo e do ataque. O último jogo que disputou neste campeonato de 1981 foi no dia 11 de novembro, no empate de 0 x 0 com o Corinthians, no Brinco de Ouro.
O Guarani chegou a brigar pelo título do campeonato paulista neste ano de 1981, ficando, ao final, com a terceira colocação.
Banana foi titular em quase todos os jogos que o Guarani disputou pelo Campeonato Brasileiro de 1982, quando foi o terceiro colocado. Marcou apenas dois gols.
Nessa época, Banana e Jorge Mendonça jogavam na mesma posição, o que obrigou o treinador Zé Duarte a escalá-lo como quarto homem do meio-de-campo, voltando pelo lado esquerdo. Aliado a isso o fato de o atacante Careca cair muito pelo setor, Banana aproveitava o espaço deixado pelo centro-avante para também marcar seus gols. Essa movimentação deu certo e o Guarani conseguiu bons resultados.
Foi titular na maioria dos jogos que o Guarani fez pelo Torneio dos Campeões, quando ficou com o vice-campeonato. Marcou um gol contra o Botafogo, no dia 9 de maio, e outro na vitória de 5 x 3 sobre o Vasco da Gama, no dia 25 de maio.
Por último, ainda na condição de titular, disputou o campeonato paulista de 1982, com o Guarani chegando na oitava colocação. Foram poucos gols, o mais importante deles o marcado contra o São Paulo (2 x 2), no Morumbi, em 31 de agosto.
Em 1983, iniciou o ano com o Guarani disputando o Campeonato Brasileiro. Como novidade no regulamento daquele ano, o Guarani teve que garantir sua passagem para a Taça de Ouro, depois de garantir sua classificação na Taça de Prata. No dia 13 de março, no Brinco de Ouro, marcou o gol da vitória de 1 x 0 sobre o Cruzeiro, se fixando na ponta-esquerda. O Guarani, no entanto, não se classificou para as quartas-de-final. No campeonato paulista o Guarani foi muito mal e ficou dois pontos acima do São José, último colocado e rebaixado para a Segunda Divisão. Banana atuou a última vez pela competição no dia 19 de outubro de 1983.
O último jogo de Banana com a camisa do Guarani ocorreu em 21 de novembro de 1984, na vitória de 3 x 0 sobre o Marília, válido pelo campeonato paulista. Seu último gol pelo Guarani foi em 15 de julho de 1984, na vitória de 2 x 1 sobre o Taquaritinga, no Taquarão.
Em 1985, trocado por Gerson Sodré, foi para a Portuguesa de Desportos. O time não foi bem no Campeonato Brasileiro (ficou em décimo e último lugar no Grupo B), mas foi vice-campeão paulista, perdendo o título para o São Paulo. Novamente Banana teve uma contusão no joelho, ficou cerca de três meses parado e quando voltou perdeu a condição de titular, inclusive nas finais contra o São Paulo (nos dias 15 e 22 de dezembro de 1985).

Banana na Ferroviária
Em 1986, foi emprestado para a Ferroviária, de Araraquara, para a disputa do campeonato paulista. Ainda em 1986 disputou o Campeonato Brasileiro atuando pelo Paysandu, de Belém (PA). Em sua estreia, no dia 7 de setembro de 1986, o Paysandu venceu o Grêmio por 1 x 0. Tomou parte de apenas duas partidas das dez que o Paysandu disputou, o que não foi suficiente para evitar o rebaixamento do Paysandu para a Segunda Divisão de 1987.
No ano de 1987, Banana sagrou-se campeão paraense invicto pelo Paysandu. Esteve presente na final contra o Clube do Remo, no dia 30 de agosto de 1987, na vitória de 2 x 1 do Paysandu.
Em outubro de 1987, pelas mãos do supervisor Carlos Romeiro, Banana voltou para o Brasília, para disputar o Campeonato Brasileiro - Módulo Azul (uma espécie de série C). Jogando contra Ponte Preta, Corumbaense e Anapolina, o Brasília não conseguiu passar para a Segunda Fase.
Banana já era dono do seu passe e voltou para Campinas. Teve várias propostas, mas não queria jogar mais em times pequenos, nem ficar longe da família. Se associou a outro jogador em fim de carreira, Almeida, e montaram um empreendimento na área de estacionamento de veículos em Campinas.
Mesmo assim, ainda aceitou o convite do Bom Retiro, de Valinhos, para disputar a Segunda Divisão do Campeonato Paulista em 1988.
Em 1990, parou com a bola. Vendo que sua mulher e seus dois filhos estavam bem adaptados à vida de Campinas, foi ficando na cidade até que resolveu diversificar a atividade comercial em 1992, montando com os irmãos, na Ceilândia, uma pequena empresa no ramo de embalagens.


quarta-feira, 11 de junho de 2025

CRAQUES DE ONTEM E DE HOJE: Ernâni Banana - 1ª parte


Ernâni José Rodrigues, o Banana, nasceu em Araguari (MG), no dia 11 de junho de 1955, sendo o terceiro de sete irmãos (ainda tem duas irmãs). Curiosamente, só Banana e Elmo se dedicaram ao futebol profissional. Outros três irmãos, Ronaldo, Reginaldo e Genésio chegaram a treinar no Taguatinga e no Brasília, mas preferiram o futebol de salão, defendendo a LIFUSTA - Liga de Futebol de Salão de Taguatinga.
Morou em Araguari até os 12 anos, estudando no colégio dos padres e já batia suas peladas.

O apelido de Banana foi colocado ainda moleque, pois era muito mole e no futebol vivia caindo à toa. Foi crescendo e o apelido o acompanhou.
Quando seus pais vieram para o Distrito Federal, em 1968, foi morar na QND-35, em Taguatinga, passando a estudar no Centro Educacional Taguatinga Norte - CETN, onde jogava no time do colégio, isso em 1969. Começou a trabalhar cedo, ajudando o pai na feira e se virando em uma cantina no Tribunal de Justiça.

Banana no SESI, o segundo
da esquerda para a direita
Em 1970, se mudou para a QNF-24 e logo depois foi inaugurado o Centro Desportivo do SESI. Como ele morava próximo, acabou indo para a escolinha do SESI, dirigida por Antônio Fabiano Ferreira, o Raimundinho. Lá ficou de 1970 a 1974, passando pelas categorias infantil, infanto-juvenil e juvenil. Nessa época o SESI tinha uma equipe com bons jogadores, dela saindo, além de Banana, Roberto César, que iria brilhar no Cruzeiro, de Belo Horizonte, Bosco, pai de Kaká, que era um bom zagueiro, com 1,90 metros de altura e que chegou a fazer testes no Atlético Mineiro, Aldair e Elmo, irmão de Banana, entre outros. Passou também pelo Dom Bosco, da Ceilândia.
De 1974 até o final de 1975 esteve no juvenil do Ceub, disputando inclusive o campeonato de Brasília. Naquele tempo, trabalhava na Gráfica Alvorada de dia e estudava à noite, não encontrando muito tempo para dedicar ao futebol. Mesmo assim, houve interesse do Ceub em profissionalizá-lo. Além disso, chegou a jogar por seleções amadoras do DF e na Copa Arizona e foi campeão brasileiro sindical de futebol, competição organizada pelo Ministério do Trabalho, pela seleção brasiliense dirigida por Raimundinho, no ano de 1974.
Em 1975, disputou o campeonato do Departamento Autônomo defendendo a equipe da Brasal. No final deste ano, o Pioneira (da empresa de ônibus Pioneira) montou uma equipe e o técnico Eurípedes Bueno de Morais o convidou para integrar o time. Então largou a gráfica e passou a se dedicar somente ao futebol. Em 1976, o Pioneira se transformou no Taguatinga, clube que passou a participar de competições oficiais promovidas pela Federação Metropolitana de Futebol na qualidade de equipe profissional.
Banana no Taguatinga
A primeira competição foi o Torneio Imprensa, no qual o Pioneira estreou no dia 14 de fevereiro de 1976, no Estádio Pelezão, vencendo o Humaitá por 2 x 0. Banana não marcou gol.
Em compensação, no dia 20 de março de 1976, ainda no Pelezão, Banana marcou o gol da vitória de 1 x 0 sobre o Brasília.
Marcou seu segundo gol no dia 3 de abril, na goleada do Taguatinga sobre o Gama, por 4 x 1.
O Taguatinga fez boa campanha no Torneio Imprensa, chegando na segunda colocação, com o mesmo número de pontos do Grêmio, o campeão, para o qual perdeu o título no saldo de gols. Banana conseguiu aparecer com destaque. A imprensa de forma geral começou a dar força e o público passou a prestigiar os jogos do Taguatinga. A torcida do Taguatinga era bastante animada e começou a ir aos jogos conduzindo folhas de bananeira para saudar Banana. Primeiramente foram seus amigos, parentes, vizinhos e depois muitos outros torcedores passaram a fazer o mesmo. Banana passou a ser o primeiro jogador do futebol brasiliense a ter torcida própria. Acabou tendo uma repercussão enorme, com as rádios, as televisões e os jornais noticiando e comentando a forma dos torcedores em saudar Banana.
A equipe de esportes do Jornal de Brasília elegeu a seleção do torneio. Banana foi escolhido o destaque da competição, obtendo votação unânime.
Logo depois do Torneio Imprensa, teve início o campeonato brasiliense. Ao final do primeiro turno, o jornal Correio Braziliense escolheu a “seleção do primeiro turno”, dentre os quais estava Banana, do Taguatinga.
Apareceram clubes, como o Ceub, querendo contratar Banana, mas o Taguatinga não quis conversa. No campeonato, o time estava bem, quando aconteceu a paralisação, com o Ceub e o Brasília querendo a vaga do Distrito Federal no Campeonato Brasileiro e a CBD deixando ambos de fora. Foi quando apareceu um representante do Vasco da Gama e fez uma proposta para levar Banana para São Januário.

Banana no Vasco da Gama
Quando foi para o Vasco da Gama, em julho de 1976, Banana ainda era muito imaturo e teve um choque muito grande com aquela mudança radical. Sair do Taguatinga, um clube que estava iniciando no profissionalismo para um dos maiores clubes do Brasil, o abalou muito.
Ele estava inscrito para o vestibular na UnB. Dois dias antes do início das provas estava viajando para o Rio de Janeiro. Lá, de repente, se viu cercado por repórteres de rádio, TV e jornal, todos querendo entrevista, todos querendo saber quem era Banana.
O jornal carioca “O Globo” destacou em sua edição de 13 de julho de 1976: “Banana vem de Brasília para reforçar o Vasco”. Abaixo dessa matéria, outra chamada: “Ídolo do Taguatinga e artilheiro do time”.
Ficou meio apavorado, foi levado para assinar contrato e não fez nenhuma exigência. Concordou com tudo o que os dirigentes do Vasco da Gama propuseram.
Com menos de uma semana em São Januário, sem ter feito um único coletivo, foi lançado na equipe num amistoso contra o próprio Taguatinga, no dia 21 de julho de 1976. Banana entrou no lugar de Roberto Dinamite, aos 30 minutos do 1º tempo. Aos 15 minutos do 2º tempo, Banana chutou uma bola no travessão, na única boa jogada que realizou durante todo o tempo em que esteve em campo. O Vasco da Gama venceu o Taguatinga por 3 x 0. Esse jogo foi bastante promovido e houve até televisionamento direto para Brasília, pela TV Nacional.
Depois desse amistoso, passou a fazer trabalho de musculação e a treinar entre os profissionais. No coletivo realizado em São Januário, no dia 11 de agosto de 1976, os titulares venceram os reservas por 2 x 1. Jair Pereira e Helinho marcaram para os titulares, enquanto Banana descontou para os reservas.
Banana estava bem e mostrava isso nos treinos. Esperava que fosse ter uma chance no time. Como o Vasco da Gama estava disputando o terceiro turno do campeonato carioca, imaginou que o técnico Paulo Emílio não quisesse mexer na equipe. Então, passou a integrar o time misto em amistosos pelo interior do Rio de Janeiro e ficou alguns jogos no banco de reservas no campeonato carioca. Se destacou nos jogos amistosos e o Vasco da Gama passou a cobrar uma taxa mais alta por apresentação com a presença de Banana.
Logo depois veio o Campeonato Brasileiro e quando achou que ia ser relacionado para disputar a competição, isso acabou não acontecendo, sentindo-se marginalizado no elenco vascaíno.
Quando terminou o período de empréstimo, o Vasco da Gama queria que ele permanecesse por lá, mas ofereceu muito pouco ao Taguatinga pelo seu passe. Como Banana também estava querendo retornar a Brasília, não houve acerto entre os dois clubes, e Banana voltou para o Taguatinga.
Quando Banana voltou para Brasília, o futebol estava vivendo uma crise seríssima. O Ceub havia encerrado suas atividades. O Grêmio seguiu o mesmo caminho. O Taguatinga tinha dispensado quase todos os seus jogadores. Banana voltou em dezembro de 1976. Em fevereiro de 1977 venceu seu contrato com o Taguatinga. Como no tempo hábil o clube não manifestou, oficialmente, interesse na renovação do contrato, Banana acabou pleiteando na justiça desportiva a posse do passe e saiu vitorioso. Com o passe na mão, outros clubes o procuraram querendo contratá-lo. O Goiás e o Remo chegaram a fazer propostas. Preferiu, no entanto, vender seu passe ao Brasília e ficar na cidade, uma vez que a experiência vivida no Vasco da Gama ainda estava muito recente e ele com receio de sofrer outra decepção.


terça-feira, 10 de junho de 2025

GRANDES RESULTADOS DO FUTEBOL BRASILIENSE: Excursão do CEUB em 1975


Delegação do CEUB momentos antes do embarque

O Ceub Esporte Clube foi o primeiro time do Distrito Federal a excursionar por gramados do exterior. De 1º de maio a 13 de junho de 1975, fez um giro de 16 jogos pelos continentes africano e europeu, obtendo sete vitórias, dois empates e sete derrotas. Levou vantagem no saldo de gols, marcando 20 e sofrendo 19.
Depois de duas viagens frustradas pela falta de seriedade dos empresários José da Gama e Emílio Alonso, finalmente o Ceub conseguiu realizar o grande sonho de excursionar ao exterior. Levado pelo empresário Elias Zacour, o Ceub faturou 90 mil cruzeiros de cota.
Desacreditado inicialmente, o Ceub acabou por apresentar um futebol bem acima da expectativa, surpreendendo nos jogos em países de melhor tradição, como na Iugoslávia e Espanha.
Contando com uma equipe jovem – média de idade de 20 anos, a delegação de 20 jogadores foi assim composta: Paulo Victor e Déo, goleiros; Pedro Pradera, Fernandinho, Márcio, Emerson, Nenê e Cláudio Oliveira, zagueiros; Renê, Alencar, Péricles, Toninho e Xisté, meio de campo; Julinho, Humberto, Ivanir, Gilberto e Marco Antônio, atacantes. Toninho e Ivanir foram emprestados pelo Flamengo. O treinador foi João Avelino.
Foram quatro jogos no Marrocos, vencendo apenas um.
Recuperou-se na Argélia, quando empatou um jogo e venceu dois.
Na França, voltou a decepcionar, perdendo dois e vencendo um jogo.
Na Iugoslávia, o Ceub perdeu as duas primeiras partidas e empatou a terceira.
Foi na Espanha, entretanto, que o Ceub conquistou seus melhores resultados, vencendo ao Betis (no momento, 7º colocado no campeonato espanhol e invicto a 19 jogos em seu estádio), por 2 x 1, o La Coruña (2 x 0) e o Tenerife (2 x 0).


CEUB 2 x 0 LA CORUÑA
Data: 7 de junho de 1975
Local: Estádio Riazor, La Coruña
Árbitro: Carreira Abad
Gols: Péricles, 86 e Alencar, 89
Ceub: Paulo Vitor, Renê, Pedro Pradera, Emerson e Nenê; Alencar, Péricles e Xisté (Gilbertinho); Julinho, Ivanir e Toninho (Moreirinha).
La Coruña: Cañedo (Seoane), Pardo, Canario e Belló; Luís (Piña) e Vales (Rivas); Piño (Juan Carlos), García, Castro (Seijas), Muñoz e Rabadeira.

CEUB 2 x 1 BETIS
Data: 10 de junho de 1975
Local: Estádio Benito Villamarín, em Sevilha.
Árbitro: o local Gallardo
O Ceub jogou com Paulo Victor, Renê, Pedro Pradera, Emerson e Nenê; Alencar, Péricles e Xisté (Gilbertinho); Julinho, Ivanir e Toninho (Moreirinha).
Betis: Esnaola (Garcia Fernández), Bizcocho, Iglesias (Orúe) e Biosca; Cobo Kramer (Lobato); Alabanda, Cardeñosa, Mamelli (Rogélio), Ladinszki e Anzarda.

Alencar abriu o marcador aos 14 minutos do primeiro tempo. No começo do segundo, Emerson cometeu pênalti em Cobo Kramer, que Rogélio converteu para o Betis. O gol da vitória do Ceub foi marcado no minuto final, através de Péricles.
Segundo o jornal espanhol ABC, os melhores jogadores do Ceub foram o goleiro Paulo Victor e o armador Péricles.

Encerrando a excursão, no dia 13 de junho de 1975 o Ceub foi até Tenerife e venceu o clube local do mesmo nome por 2 x 0.

sexta-feira, 6 de junho de 2025

ESQUECIDOS PELO TEMPO: Leocrécio (in memoriam)



Leocrécio Alves Ribeiro, o Leocrécio, também chamado de Léo, nasceu em Timóteo-MG, no dia 6 de junho de 1957.
Atuava como zagueiro.
No futebol do DF, defendeu:
Jaguar, nos anos de 1973 e 1974 (vice-campeão brasiliense)
CEUB, em 1975
Grêmio Esportivo Brasiliense em 1976 e 1977 e
Guará, em 1979 e 1980.
Foi convocado pelo técnico Bugue para defender a Seleção do Distrito Federal, no amistoso contra o Atlético Mineiro, em 21 de abril de 1977.
Fato curioso na carreira de Leocrécio: foi um dos quatro jogadores (os outros foram Salvador, Décio e Ariston) a desfalcar o Jaguar na decisão do Campeonato Brasiliense de 1974, contra o Pioneira, por terem viajado, dias antes, com a equipe de juvenis do CEUB, emprestados ao clube universitário para a disputa da Taça Cidade de São Paulo de Juniores, na primeira participação de um clube do DF nesta competição.
Leocrécio faleceu no dia 27 de novembro de 2024.




quinta-feira, 5 de junho de 2025

OS PRIMÓRDIOS DO FUTEBOL EM TAGUATINGA


Fundada em 5 de junho de 1958, a cidade de Taguatinga está comemorando mais um aniversário no dia de hoje.
O Almanaque do Futebol Brasiliense pesquisou e homenageia a cidade contando um pouco dos primórdios do futebol em Taguatinga.
A primeira referência que encontramos foi a presença da Associação Esportiva de Taguatinga (ex-JK Futebol Clube) na reunião de 1º de abril de 1959, quando foi incluída no quadro de associados da recém criada Federação Desportiva de Brasília (fundada em 16 de março de 1959).
Pouco tempo depois teve início o primeiro campeonato de futebol realizado em Brasília, antes mesmo de sua inauguração.
Os 19 clubes inscritos no primeiro campeonato de futebol de Brasília foram divididos em duas chaves: Zona Sul e Zona Norte. A Associação Esportiva de Taguatinga fez parte da Zona Sul.
Sua estreia aconteceu em 31 de maio de 1959, diante do Grêmio, que acabaria se tornando o primeiro campeão brasiliense de futebol. O Grêmio venceu por 3 x 0.
Com o decorrer dos jogos muitos clubes desistiram de continuar na competição. Foi o caso da A. E. de Taguatinga.
Retornou no ano seguinte, 1960, aproveitando-se do momento em que todos os clubes estavam empenhados na melhoria de seus quadros, realizando jogos, adquirindo jogadores, promovendo o intercâmbio com outros centros através de amistosos interestaduais/excursões, intensificando os treinos e organizando suas diretorias.
No mês de maio, a A. D. Taguatinga realizou três amistosos. No dia 8, empatou com o Defelê.
Uma semana depois, no campo do Grêmio Esportivo Brasiliense, voltou a enfrentar o Defelê e foi derrotado por 2 x 0.
No dia 22, jogando em Taguatinga, empatou em 1 x 1 com o Expansão. Carlos marcou o gol do Taguatinga aos 28 minutos do 2º tempo. O Taguatinga formou assim: Clésio, Amauri e Carlos; Edinho, Índio e Adolfo; Martins, Pernambuco, Morbeck, Joãozinho e Fabrício. Técnico: Paulista. Esse jogo teve o seu término antecipado em virtude de um conflito surgido aos 35 minutos do segundo tempo, quando torcedores exaltados entraram em campo e iniciaram luta corporal com os jogadores.
Grande número de associados, jogadores e esportistas compareceram no dia 28 de maio à sede provisória da A. E. de Taguatinga para assistir à posse da nova diretoria eleita.
Eis como ficou formada a primeira diretoria do Taguatinga:
Presidentes de Honra: Ernesto Silva e José Maciel de Paiva; Presidente: Valter Lima da Cruz; Vice-Presidente: José Mazzaro; Presidente Social: Ricardo Leopoldo; 1º Tesoureiro: Anfrido Ziller; 2º Tesoureiro: Adriano Francisco Oliveira; 1º Secretário: João Daniel Neves; 2º Secretário: José Barbosa; Diretor Esportivo: Antônio Alves da Silva; Diretor de Publicidade: Valdir Fernandes Neves; Diretor Técnico: Odraci Silvério de Alencar e Assistente Técnico: Valdomiro da Silva.
Uma grande assistência compareceu no dia 29 de maio de 1960 ao campo da Escola Técnica de Taguatinga, para presenciarem o encontro entre a equipe da A. E. de Taguatinga e o quadro da ECEL, verificando-se o elevado placar de 9 x 0 favorável aos locais. Os gols foram marcados por Edinho, Índio, Morbeck (2), Pernambuco (3) e Joãozinho (2). 
Formou a A. E. de Taguatinga com Clésio, Martins e Tati; Alcides, Evangelista e Morbeck; Pernambuco, Edinho, Orides (Índio), Joãozinho e Adolfo.
No dia 5 de junho de 1960, a cidade de Taguatinga realizou grandes festividades pela passagem de seu segundo aniversário. Do programa constavam várias provas esportivas, sendo uma das principais a realização de um triangular de futebol entre A. E. de Taguatinga, Colégio Brasília e o Colégio São Francisco, de Anápolis. A Comissão Organizadora dos Festejos resolveu adiar para o dia 12 de junho. Com esse adiamento, o colégio de Anápolis desistiu de jogar em Taguatinga.
Nesse dia, a A. E. de Taguatinga enfrentou e venceu o Colégio Brasília por 2 x 0, gols de Joãozinho, aos 32 minutos do 1º tempo, e Batista aos 33 do segundo. Formou o Taguatinga com Clésio, Tati e Carlos; Edinho, Martins e Adolfo; Batista, Pernambuco, Orides (Pelé), Joãozinho e Claudiovir.
Entre esses jogadores: Martins, duas vezes campeão da Primeira Divisão de Anápolis, Amauri e Carlos, ex-defensores do Coritiba, do Paraná, e Orides, ex-Canto do Rio.
Esteve fazendo teste no Taguatinga o jogador Cremonês, que esteve alguns dias no São Paulo F. C., da capital paulista.
No dia 19 de junho de 1960, no campo da Escola Técnica de Taguatinga, a A. E. de Taguatinga conseguiu mais uma vitória, vencendo o quadro da ENACO pela contagem de 2 x 1. Pernambuco marcou o único gol do 1º tempo, logo aos dez minutos de jogo.
No início do segundo tempo, aos cinco minutos, novamente Pernambuco voltou a marcar. O quadro do Taguatinga no jogo foi Clésio, Amauri e Carlos; Edinho, Martins e Cremonês; Pernambuco, Pelé, Batista, Joãozinho e Claudionor.
Jogando desfalcado de seis titulares, a A. E. de Taguatinga foi presa fácil para o Grêmio Esportivo Brasiliense no jogo realizado no dia 10 de julho de 1960, no campo do Grêmio, no Núcleo Bandeirante. Foi goleado por 7 x 0. Formou com Clésio, Gordo (Goiano) e Tati; Edinho, Martins e Fabrício; Pernambuco, Batista, Osmar (Pelé), Joãozinho e Nemésio (Claudecir). Técnico: Paulista.
Jogando amistosamente no dia 7 de agosto de 1960, em seu campo, o Rabello colheu vitória difícil sobre a representação da Associação Esportiva de Taguatinga. Após 90 minutos de partida, o marcador acusava 5 x 4 em favor do Rabello. Para o Taguatinga marcaram Nembequinha (2), Índio e Pernambuco. O quadro de Taguatinga atuou com Clésio, Alcides e Martins; Edinho, Batista e Pelé; Índio, Pernambuco, Nembequinha, Joãozinho e Enézio.
Em 16 de agosto de 1960, quase um mês antes do início do torneio que a Federação Desportiva de Brasília resolveu fazer para determinar as oito equipes que disputariam o campeonato da Primeira Divisão e as oito que comporiam a Segunda, aconteceu a Assembleia Geral da entidade que desfiliou a Associação Desportiva de Taguatinga.
O futebol de Taguatinga só voltaria a ter um representante no campeonato brasiliense no ano de 1964, quando o Vila Matias disputou o certame amador.