O Planaltina Esporte Clube foi fundado em 30 de
maio de 1963 quando 33 desportistas se reuniram na residência de Epaminondas
Lopes Trindade, na rua Hugo Lobo, em Planaltina (DF).
O nome do novo clube foi sugestão do professor
Rogaciano Bragança, após a apresentação de vários nomes.
A primeira diretoria eleita foi assim composta:
Presidentes de Honra – Rogaciano Bragança, Luiz Gonzaga Salgado e Elísio Vaz;
Presidente – Epaminondas Lopes Trindade; Vice-Presidente – Bunny Gustavo
Persijn; 1º Secretário – Wilson Brasil Guimarães; 2º Secretário – Adail Ribeiro
de Souza; 1º Tesoureiro – Joaquim Marques de Brito e 2º Tesoureiro – Izanei
Jardim Lopes. Conselho Fiscal: Luiz Jaime Dantas, Sizelmo Souza Silveira e Joaquim
Vieira (membros efetivos) e Sebastião José Pereira, Aécio Silva Campos e José
David Lopes Vaz (suplentes).
Epaminondas Lopes |
Também ficou decidido na reunião as cores
oficiais do novo clube, que passaram a ser vermelha e branca.
Os primeiros anos de existência do Planaltina,
como de vários outros clubes do Distrito Federal, foram de muitas dificuldades
financeiras.
A situação só melhorou um pouco a partir de
1967, quando o Aeroclube da cidade, que havia perdido a licença para funcionar,
resolveu doar o terreno de 427 m², incluindo o galpão. O clube ganhava, assim,
sua sede. O galpão virou logo fonte de renda, pois a diretoria passou a
promover bailes, rifas e bingos. Mesmo assim, o dinheiro era insuficiente.
Continuou no amadorismo por muitos anos. Em
1982, resolveu disputar o campeonato oficial de amadores promovido pela
Federação Metropolitana de Futebol, realizando boa campanha e ficando entre os
dez primeiros colocados (vinte clubes disputaram).
No ano seguinte, 1983, foi sexto (entre 16
clubes) no 1º turno e 5º no Grupo A no 2º. Neste mesmo ano, o ano ficou mais
complicado para o Planaltina depois que Epaminondas Lopes Trindade deixou a
presidência.
Em 1984, o Planaltina venceu o 1º turno do
campeonato de amadores e decidiu a competição contra o Pratão (campeão do 2º) e
Copobol (clube com maior número de pontos nos dois turnos). Ficou com o
vice-campeonato, depois de perder a final para o Pratão.
Julgando que tinha uma boa estrutura e se
aproveitando do fato de já existir o estádio Adonir Guimarães na cidade, a
diretoria do Planaltina resolveu encarar o futebol profissional em 1985.
Porém, sua campanha e sua estréia provaram
justamente o contrário.
Sua estréia foi um vexame: no dia 7 de julho de 1985, em pleno Adonir
Guimarães, foi impiedosamente goleado pelo Sobradinho, por 10 x 0. Foi o último
colocado entre os oito clubes que participaram do campeonato. Dos 21 jogos que
disputou, venceu apenas três e sofreu treze derrotas. Foi a pior defesa do
campeonato (52 gols sofridos) e seu ataque marcou apenas 15 gols (pouco mais de
meio gol por jogo).
Mesmo assim, continuou disputando o campeonato
de profissionais até 1998, sempre conseguindo classificações intermediárias,
geralmente acima do quinto lugar. Suas melhores participações foram quatro
quartos lugares nos anos de 1991, 1993, 1995 e 1997.
A única vez que o Planaltina pôde comemorar um
título de campeão brasiliense foi em 1993, na categoria de juniores.
José Olinto |
Também nesta década de 90, mais precisamente em 1990,
o então presidente José Olinto Ferreira resolveu vender a sede do clube,
alegando que, com o dinheiro, compraria um terreno maior para construir uma
nova sede. O negócio foi fechado por 380 mil cruzados novos, divididos em duas
parcelas. Acontece que houve um erro na escritura, na qual a medida do terreno
não conferia com o especificado na Administração Regional. Resultado: até que o
problema fosse resolvido se passaram 60 dias. Atraso na papelada, atraso no
pagamento. Quando a segunda parcela finalmente foi quitada, o dinheiro já tinha
se desvalorizado (época de inflação alta) e não dava mais para comprar o
terreno pretendido. Com isso, o dirigente resolveu empregar o dinheiro na
compra de material esportivo para o clube.
Em 1995 aconteceu a única participação do Planaltina em uma competição de âmbito nacional.
Naquele ano, disputou a Terceira Divisão. Fez parte de um grupo com Gama, do
DF, e os goianos Caldas e Itumbiara. Nos seis jogos que disputou, venceu apenas um (3
x 1 sobre o Caldas), empatou três e perdeu dois. Não se classificou para a fase
seguinte. Formou, basicamente, com Capucho, Viana (Avelino),
Joel, Tita e Zé Carlos (Edinho); Edicarlos (Elton), Serginho e Filó; Gil, Toni
(Ernesto) e Bazé. O técnico foi Bira de Oliveira.
Poucos dias antes de estrear na competição,
venceu o Atlético Mineiro em um amistoso realizado no Estádio Adonir Guimarães. Foi no dia 13 de agosto de 1995, com o placar
apontando Planaltina 3 x 2 Atlético Mineiro. Os gols foram marcados nesta
ordem: Paulão, 2; Canela, 43; Edicarlos, 72; Bazé, 74 e 88. Formou o Planaltina
com Capucho (Neneca), Avelino (Viana), Joel, Tita e Edinho (Marquinhos);
Edicarlos, Serginho, Bazé e Zé Carlos (Adilson); Gil e Toni, (Zequinha).
Técnico: Bira de Oliveira. O Atlético Mineiro foi derrotado com Adilson, Alcir,
Paulão (Ademir), Ronaldo Guiaro e Dinho; Éder Lopes (Evandro), Cairo (Carlos) e
Canela (Edgar); Euller, Ézio e Cleiton (Leandro Tavares). Técnico: Gaúcho.
Foi o último colocado em 1998, quando foi
rebaixado para a Segunda Divisão do Campeonato Brasiliense.
Em 1999 foi o quarto colocado entre os seis
clubes que disputaram a Segunda Divisão, não conseguindo retornar à Primeira.
Nunca mais o time voltou a disputar o campeonato de futebol do Distrito
Federal.
Nota:
Jadson |
Um ilustre jogador revelado pelo clube foi o
zagueiro Lúcio, campeão mundial pela Seleção Brasileira em 2002 e atualmente no
Brasiliense.
Além do zagueiro
Lúcio, outros jogadores saíram de Planaltina para brilhar no futebol brasileiro:
os volantes Sandro, ex-Internacional e ex-Tottenham Hotspur, da Inglaterra, e Jadson, ex-Botafogo, que esteve na Udinese, da Itália, e atualmente
defende o Fluminense; e os atacantes Renaldo,
artilheiro do campeonato brasileiro de 1996 pelo Atlético Mineiro, e Dimba,
artilheiro do campeonato brasileiro de 2003 defendendo o Goiás e que já esteve
em vários clubes do Brasil.