Manoel Esperidião Pereira, o Manoelzinho, nasceu em Caraúbas, na Paraíba, no
dia 5 de setembro de 1938.
Começou a jogar bola no infantil do Santa Cruz/PE. Nessa época os três maiores clubes
de Pernambuco (Náutico, Santa Cruz e Sport) mantinham a categoria "Dente
de Leite" e quando esses jogadores iam crescendo e ganhando experiência em
Maceió, Campina Grande e Natal, os times de Recife pediam pelas suas voltas.
Quase sempre na reserva, Manoelzinho jogou nos dois grandes clubes de Campina
Grande, o Campinense e o Treze, de 1956 a 1959. No Campinense, foi vice-campeão
em 1957 e campeão em 1958 da Liga Campinense de Futebol. Nessa época, o Treze
era o único clube profissional de Campina Grande e o Campinense ainda atuava no
amadorismo.
Seu primeiro clube em Brasília foi o Nacional, por onde disputou os campeonatos
brasilienses (ainda amadores) nos anos de 1961 e 1962.
Em 1963 passou para o Defelê, onde permaneceria até 1967. Pelo Defelê disputou
a Taça Brasil de 1963, primeira participação de um clube do DF em uma
competição nacional.
Em 1967 se transferiu para o Flamengo, de Taguatinga.
Depois teve rápida passagem pelo Cruzeiro do Sul, em 1968, e nesse mesmo ano
voltou para o Defelê, onde sagrou-se campeão brasiliense profissional.
Fez parte do Projeto “Seleção Permanente do Distrito Federal”, sendo por duas
vezes convocado para amistosos realizados pelo selecionado brasiliense.
Começou o ano de 1970 como jogador do CSU-Clube dos Servidores da UnB e, em 10
de maio de 1970 fez sua estreia na equipe do Serveng Civilsan, que se sagraria
vice-campeã do DF neste ano. Na decisão do campeonato, contra o Grêmio
Brasiliense, no primeiro jogo marcou um dos gols do Civilsan na goleada de 6 x
2. Foi expulso no segundo e ficou de fora do terceiro. Marcou quatro gols no
campeonato.
Continuou no Civilsan em 1971 e em duas ocasiões foi convocado para amistosos disputados
pela Seleção do DF. Em 19 de agosto de 1972 estreou na ponta-direita do Piloto
Atlético Clube, em disputa do Campeonato Brasiliense desse ano.
Tentou a carreira de treinador depois que parou com o futebol, primeiramente no
Grêmio Esportivo Brasiliense, em 1978, depois no Sobradinho, em 1982, e neste
mesmo clube em 2002.
Por vinte anos foi Presidente da AGAP (Associação de Garantia ao Atleta
Profissional do Distrito Federal). Foi à frente da AGAP que Manoelzinho promoveu
a última partida de Garrincha, no dia 25 de dezembro de 1982, um jogo-exibição
no Estádio “Adonir Guimarães”, em Planaltina, entre o time amador local do
Londrina e uma Seleção da AGAP-DF. Garrincha jogou o pelo Londrina,
permanecendo em campo por 60 minutos. Menos de um mês depois, no dia 20 de
janeiro de 1983, Garrincha faleceu.
Em julho de 2002, tomou posse a nova diretoria do Sobradinho, para o biênio
2002/2003, tendo como presidente Manoelzinho, que já havia dirigido o clube em
outras temporadas.
Em 2003, o Sobradinho pretendia esquecer o desempenho ruim do ano anterior.
Para isso, Manoelzinho resolveu apostar na montagem de um time barato, com
muitos juniores e jogadores recém-profissionalizados. A maior parte dos
jogadores (oito) eram do time amador do Santo Antônio, de Sobradinho, que
venceu a Copa Peladão no segundo semestre de 2002. Para dirigir o time, foi
convidado Alécio Gomes, que havia treinado o Planaltina na Segunda Divisão do
DF e estava em Palmas (TO).
Na terceira rodada do campeonato, no dia 26 de janeiro de 2003, aconteceu o
histórico massacre de 10 x 1 do CFZ sobre o Sobradinho, resultado que provocou
a demissão de Alécio Gomes.
Menos de um mês depois, no dia 12 de fevereiro, na goleada interrompida por 4 x
0 para o Gama, o presidente do Sobradinho comandou a simulação de contusão de
três jogadores (Estevão, Betinho e Paulo César). O jogo no Bezerrão acabou aos
17 minutos do segundo tempo, quando o Gama vencia por 4 x 0. Os três jogadores
foram absolvidos, mas Manoelzinho foi suspenso em definitivo do futebol.
Em 1992, foi homenageado pela Federação Metropolitana de Futebol com o Troféu “Mané
Garrincha” pelos serviços prestados ao futebol do DF.
Foi presidente do Sindicado dos Atletas Profissionais do Distrito Federal.
Colaboração: Júlio César Gomes de Oliveira, pesquisador do futebol paraibano.
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