Ely marcou o gol que classificou o selecionado brasiliense para a segunda fase |
O SEGUNDO JOGO
Embora vencendo o primeiro jogo contra Mato Grosso, o selecionado brasiliense
não chegou a convencer. Falhas, algumas gritantes, foram observadas na seleção
de Brasília. Justiça se deve fazer, contudo, aos elementos encarregados do
preparo da equipe, pois o tempo foi verdadeiramente curto para um maior
entrosamento dos jogadores.
A delegação brasiliense, composta de 26 pessoas, embarcou na manhã do dia 7 de
novembro de 1962, em avião especialmente cedido pela Força Aérea Brasileira -
FAB, com destino a capital de Mato Grosso, Cuiabá.
Chefiada pelo presidente da FDB, Ademar Gomes Moreira, a delegação ainda foi
integrada por Hélio Almeida (Vice-Presidente), José Carlos Botelho
(Tesoureiro), Antônio Cidade (jornalista do DC-Brasília), Aliatar Pinto de
Andrade (Diretor de Futebol), Paulo Linhares (Comissão Técnica), Didi de
Carvalho (Técnico), Pavio (Preparador Físico), Léo (massagista e roupeiro) e os
seguintes jogadores: Gonçalinho, Matil, Aderbal, Bimba, Edilson Braga, Oswaldo,
Enes, João, Matarazzo, Alaor Capella, João Dutra, Ramiro, Tião I, Cid, Ely,
Raimundinho e Tião II.
Ás 21:30 horas do mesmo dia 7 de novembro, a seleção de Brasília voltou a
enfrentar o selecionado do Mato Grosso, no Estádio Presidente Dutra, que
recebeu ótimo público, proporcionando uma renda que superou a casa de meio
milhão de cruzeiros, constituindo-se em recorde absoluto para competições
esportivas no Estado do Mato Grosso.
Por motivo de contusão, Arnaldo foi substituído por Raimundinho.
A seleção de Brasília demonstrou estar totalmente desambientada aos jogos
noturnos e ainda tiveram, contra si, o cansaço da viagem realizada no mesmo dia
do jogo, fatores que foram primordiais na fraca atuação do selecionado
brasiliense.
Embora atuando em seus próprios domínios, a seleção de Mato Grosso também não jogou
bem, jogando o suficiente para ganhar a partida com um gol solitário, marcado
por Tachi, aos 30 minutos do 1º tempo.
Sob a arbitragem de Uir Castilho, do Mato Grosso, as equipes atuaram assim:
MATO GROSSO: Airton, Pelé, Sílvio, Ronaldo e Virgílio; Arionor e Garrafinha;
Bira (Ilmar), Tachi, Magalhães e Everaldo.
DISTRITO FEDERAL: Gonçalinho, Aderbal, Oswaldo, Bimba e Enes; João e João Dutra;
Ramiro, Cid, Ely e Raimundinho (Alaor Capela).
Na seleção de Brasília, os melhores jogadores foram Oswaldo e Aderbal no
sistema defensivo, enquanto Ramiro foi melhor entre os atacantes.
O TERCEIRO JOGO
Como aconteceu vitória do selecionado do Mato Grosso, fez-se necessário um novo
encontro entre as duas seleções, conforme previsto no regulamento da competição
e que foi disputado na tarde de domingo, no mesmo estádio Presidente Dutra, em
Cuiabá, no dia 11 de novembro de 1962.
Enquanto aguardava a hora do jogo, o selecionado brasiliense realizou um treino
no dia 9, seguido de dois toques, e um ligeiro apronto no dia seguinte, no
estádio Presidente Dutra.
No dia do jogo, 11 de novembro de 1962, novamente o estádio Presidente Dutra
estava superlotado. Os termômetros acusavam a temperatura de 38 graus.
Animados por sua enorme torcida, os matogrossenses lançaram-se rapidamente ao
ataque, levando constante perigo à meta de Gonçalinho que, com arrojadas
intervenções, tinha de se desdobrar para não ver seu arco ser vazado.
A segunda etapa foi mais equilibrada, embora o domínio territorial continuasse
pertencendo ao selecionado do Mato Grosso. O 0 x 0 permaneceu até o final do
segundo tempo.
Estabelecia o regulamento da CBD para os campeonatos nacionais se o jogo
terminasse empatado seria necessária a realização de uma prorrogação, dividida
em dois tempos de 15 minutos cada; ao final dessa prorrogação, persistindo o
empate, a decisão seria através da cobrança de penalidades máximas até que se
conheça o vencedor.
Evidenciando certo cansaço e um pouco já sem forças, o time local deixou-se
envolver pelas boas tramas da ofensiva brasiliense que não teve dificuldades em
abrir a contagem logo aos dois minutos da prorrogação, depois de uma bela
triangulação entre João, João Dutra e Cid, proporcionando a Ely, completamente
desmarcado dentro da área, chutar forte e colocado sem chance de defesa para o
bom goleiro Airton. Daí em diante, o selecionado brasiliense tomou as rédeas da
partida, dando uma bela exibição de futebol na prorrogação.
A arrecadação somou a importância de Cr$ 725.890,00, constituindo-se em novo
recorde na história do futebol matogrossense.
O árbitro da Federação Paulista de Futebol, Romeu Nosela Filho, dirigiu o
encontro. As duas seleções formaram assim: MATO GROSSO: Airton, Pelé, Dunga,
Garrafinha e Virgílio; Arionor e Sílvio; Bira, Tachi, Magalhães e Everaldo. DISTRITO
FEDERAL: Gonçalinho (Matil), Aderbal, Oswaldo, Bimba e Enes; João e João Dutra;
Ramiro, Cid, Ely e Raimundinho (Matarazzo).
Após essa vitória, o selecionado brasiliense qualificou-se para enfrentar a
seleção de Goiás, o que passaremos a acompanhar na 3ª parte dessa matéria.
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