domingo, 29 de março de 2015

O FUTEBOL NAS CIDADES SATÉLITES - 2º CAPÍTULO - Ceilândia - 3ª parte: S. E. Ceilandense





A terceira parte de nossa homenagem à Ceilândia traz hoje um pequeno histórico do outro time profissional da cidade, a Sociedade Esportiva Ceilandense.

O FUTEBOL PROFISSIONAL - SOCIEDADE ESPORTIVA CEILANDENSE

O embrião da Sociedade Esportiva Ceilandense foi um time de supermercado. Um grupo de companheiros de trabalho, liderado por Manoel da Silva Santos (então um vendedor de aparelhos de som no Jumbo, primeiro hipermercado do Grupo Pão de Açúcar) resolveu criar em 1976 uma equipe para bater uma bolinha nos finais de semana. Nascia o Tagua-Jumbo, de Taguatinga.

Santos logo notou que o time tinha condições de disputar um campeonato de amadores.

Aos oito dias de outubro de 1977 reuniram-se à QNM 19, Conjunto J, Casa 46, Ceilândia, para tratar da fundação da Sociedade Esportiva e Recreativa L Norte. Dentre os presentes estavam Manoel da Silva Santos (eleito Presidente), Antenor Veloso Borges, José Carlos Augusto de Oliveira, Hermes Alves Porto, Marcos Antônio R. Veloso, Agenor Veloso Borges, Paulo Henrique R. Veloso, Carlos José Melo Passos, Anísio P. de Sousa, José Jacinto de Freitas, Salustiano Rodrigues Leite, Humberto Martins Leite, Valter Carlos Frias, Nivaldo Pereira da Silva, Aluísio Alfredo Leite, Adão Pereira de Souza, William Pereira da Silva, Juvenal Constantino Ribeiro, João Alves de Oliveira e Solon Rodrigues Leite.
A nova equipe foi inscrita no Campeonato de Futebol Amador de Taguatinga. Nessa época, boa parte dos jogadores pioneiros não atuava mais e os novos atletas eram escolhidos pela cidade mesmo. A equipe participou ainda dos campeonatos da própria L Norte e da Ceilândia - neste último conquistou dois títulos invicta.
Em 1993, Santos deixou o L Norte um pouco de lado para assumir a comissão que dirigiria o Ceilândia Esporte Clube no Campeonato Brasiliense, em lugar do presidente Antônio Cardoso.
No ano seguinte, Santos não quis continuar na comissão e resolveu profissionalizar seu próprio clube.
No dia 10 de março de 1994 foi realizada uma assembleia com a participação de todos os diretores e sócios para alteração da razão social da associação. A Sociedade Esportiva e Recreativa L Norte passou a se chamar Sociedade Esportiva Ceilândia. Foi acrescentada aos estatutos do clube a seguinte redação sobre o escudo do novo clube: “terá em sua insígnia a cabeça de um dragão ao centro envolvido por duas bolas e uma coroa simbolizando a caixa d’água na cabeça do mesmo, desenhada em vermelho e azul com fundo branco, cores oficiais do clube”. 
Pouco mais de um mês depois o nome sofreu outra alteração. Em assembleia de 15 de abril de 1994 foi alterado, por unanimidade, de Sociedade Esportiva Ceilândia para Sociedade Esportiva Ceilandense. Na mesma assembleia, Antônio Roberto Reis foi escolhido para ocupar o cargo de Vice-Presidente.
A estreia do Ceilandense no campeonato brasiliense de profissionais aconteceu no dia 1º de maio de 1994. Naquele dia, foi até o Estádio Adonir Guimarães e empatou em 1 x 1 com o time da casa, o Planaltina. Lola foi o autor do primeiro gol da história da Ceilandense.
O técnico Bira de Oliveira mandou a campo a seguinte equipe: Canela, Flávio, Tonho, Tião e Lira; Bezerra, Boni e Lola; Marquinhos, Paulinho e Vlad.
Em seu segundo jogo, uma semana depois, conseguiu um grande resultado ao empatar em 0 x 0 com o Gama, que acabaria vencendo o campeonato daquele ano.
Porém, a equipe, modesta, terminou na nona colocação, na frente apenas do Comercial, do Núcleo Bandeirante. Menos mal que ainda não havia rebaixamento para a Segunda Divisão.
Foram 18 jogos, com quatro vitórias e cinco empates. Marcou apenas dez gols e sofreu dezessete. Somou 13 pontos na classificação final.
Em 1995 melhorou um pouco, ficando com a sexta colocação entre dez participantes, à frente de Tiradentes e Taguatinga, por exemplo.
Neste mesmo ano, participou, pela primeira vez do Campeonato Brasileiro, integrando a Terceira Divisão ou Série C. Fez parte do Grupo 9, ao lado de Tiradentes, de Brasília, e dos goianos Anápolis e Vila Nova.
Na estreia, no dia 27 de agosto, com a equipe reformulada, fez o que para muitos parecia impossível: venceu o campeão goiano, Vila Nova, por 1 x 0, no Serejão, gol de Wendell, aos 30 minutos do segundo tempo. Chegou aos nove pontos ganhos, não suficiente para passar de fase. Foram três vitórias e três derrotas.
No ano em que o Campeonato Brasiliense foi disputado por 14 clubes, 1996, o Ceilandense ficou com a sexta colocação, à frente de clubes maiores como Brasília, Tiradentes, Taguatinga e Ceilândia, por exemplo.
Quinto colocado no Brasiliense de 1997, neste ano voltou a disputar o Brasileiro da Série C, sem também conseguir resultados de expressão. Jogando contra Palmas e Tocantinópolis, ambos de Tocantins, e o Brasília, ficou em quarto e último lugar. As duas vitórias conseguidas foram contra os clubes de Tocantins.
Permaneceu na Primeira Divisão do Campeonato Brasiliense até 1999, quando chegou em nono e penúltimo lugar, sendo rebaixado para a Segunda Divisão. 
No ano seguinte, quase voltou, perdendo a chance de garantir uma das duas vagas para a Primeira Divisão ao ser eliminado, após dois jogos, pela ARUC, nas semifinais.
Em 2001, perdeu outra chance de retornar à elite do campeonato brasiliense, ao ser novamente derrotada nas semifinais, desta vez pelo Brasília.
Permaneceu mais um ano na Segunda Divisão em 2002, depois de não vencer um jogo sequer dentre os oito que disputou.
Em 2003, novamente ficou de fora da disputa pelas vagas para a Primeira Divisão, ao chegar em terceiro lugar no seu grupo (classificavam-se para as semifinais os dois primeiros colocados dos grupos A e B).
Chegou na oitava colocação no campeonato de 2004 e ainda não foi desta vez que conseguiu retornar à Primeira Divisão.
Em 2005, chegou muito perto de retornar para a Primeira Divisão. Na final, após dois jogos contra o Capital, ficou com o vice-campeonato (apenas o campeão era promovido).
Foi quarto colocado em 2006, quinto em 2007 e terceiro em 2008. 
Em 2009, finalmente, conseguiu retornar para a Primeira Divisão, após campanha bastante regular, perdendo apenas um jogo dos nove disputados. Na final, derrotou o Botafogo-DF, por 2 x 1 e conquistou o título de campeão brasiliense da Segunda Divisão. Foi o primeiro caneco de campeão levantado pela Ceilandense. Edicarlos, do Ceilandense, foi o artilheiro do campeonato, com 7 gols, ao lado de Túlio Maravilha, do Botafogo-DF.
Na final, o time formou com Veloso, Alex, Lídio, André Nunes e Djalminha; Betson, Oliveira (Gustavo), Iron e Kabrine (Gleison); Edicarlos e Geraldo (Keké). O técnico foi o ex-zagueiro Gerson Vieira.





Em 2010, o clube mudou mais uma vez de escudo e de uniforme. Devido a uma parceria entre o Ceilandense e o Atlético Goianiense, o clube mudou seu nome, seu escudo, seu uniforme e seu mascote, passando a se chamar Sociedade Atlético Ceilandense.

O clube conseguiu um sexto lugar em 2011 e em 2012 quase foi rebaixado, ficando com o mesmo número de pontos ganhos do 11º colocado, o Formosa.

Em 2013 a parceria com o Atlético Goianiense se encerrou e o clube retomou seu nome (Sociedade Esportiva Ceilandense), cores e símbolos originais. Neste ano de 2013 foi o sexto lugar entre os doze participantes, garantindo, assim, sua presença na Primeira Divisão de 2014.
No campeonato brasiliense de 2014 fez uma campanha muito ruim, quase sendo rebaixado. Nos onze jogos que disputou, venceu apenas três e empatando dois. Marcou apenas nove gols e sofreu o dobro, terminando com déficit de nove gols.
No campeonato brasiliense de 2015, sem conseguir uma vitória sequer nos dez jogos que disputou, o Ceilandense foi novamente rebaixado, após terminar a fase de classificação em 11º e último lugar. Disputará a Segunda Divisão do Campeonato Brasiliense de 2016.


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