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O "velho" |
Em 10 de março de 1974, ainda com obras a serem concluídas, foi inaugurado como
principal atração do Centro Desportivo Presidente Médici o hoje Estádio
Nacional de Brasília “Mané Garrincha”, na época chamado de Estádio “Governador
Hélio Prates da Silveira” ou também de “Presidente Médici”.
O principal estádio do futebol brasiliense foi inaugurado com um jogo válido
pelo Campeonato Brasileiro daquele ano, quando o Corinthians venceu o Ceub, por
2 x 1. Vaguinho, do Corinthians, aos 27 minutos do 1º tempo, marcou o primeiro
gol no novo estádio. Aos 25 minutos do 2º tempo, Juraci empatou para o Ceub e o
mesmo Vaguinho, aos 40 minutos, deu a vitória ao clube paulista.
As equipes formaram assim:
Ceub: Waldir, Oldair, Pedro Pradera, Cláudio Oliveira e Rildo; Alencar, Xisté e
Péricles (Renê); Dilson (Cardosinho), Juraci e Dario.
Corinthians: Armando, Zé Roberto, Pescuma, Wagner e Wladimir; Tião e Adãozinho;
Vaguinho, Roberto, Washington e Marco Antônio.
Luiz Carlos Félix, do Rio de Janeiro, foi o árbitro do jogo, que teve portões
abertos no dia de sua inauguração.
Mesmo com o estádio inaugurado parcialmente, o Ceub disputou todos os seus
jogos pelo Campeonato Brasileiro de 1974 no “Mané Garrincha”.
O novo estádio passou a receber os grandes clubes do futebol brasileiro. Além
dos jogos oficiais, a bola também rolou no novo estádio num torneio promovido
pelo Ceub, em setembro de 1974, para comemorar a “Semana da Pátria”.
Participaram do torneio o Botafogo, do Rio de Janeiro, o Corinthians, de São
Paulo, e o Vitória, de Salvador. O alvinegro carioca venceu o torneio,
derrotando o Corinthians e o Vitória pelo mesmo placar: 1 x 0, com gols de
Nilson Dias.
No dia 28 de setembro, ainda de 1974, o Ceub recebeu o Vasco da Gama, do Rio de
Janeiro, e empatou em 2 x 2.
Poucos dias depois, outro time carioca se apresentou no estádio, o América, que
venceu o Ceub por 2 x 0.
Somente em 1975 aconteceria no estádio “Mané Garrincha” o primeiro jogo válido
pelo campeonato brasiliense. E foi por acaso.
O campeonato brasiliense de 1975, ainda amador, teve um total de 58 jogos.
Destes, 57 foram disputados no Estádio “Pelezão” (até então, o maior de
Brasília). O único que fugiu à regra aconteceu em 25 de maio de 1975, quando
Campineira x Humaitá fizeram a preliminar de Ceub 2 x 0 Desportiva (ES), jogo
válido pelo Campeonato Brasileiro daquele ano. Fio e Marco Antônio marcaram os
gols do Ceub.
E nesse jogo aconteceu uma chuva de gols! Resultado final: Campineira 4 x 4
Humaitá. Aos oito minutos do 1º tempo, o jogador Elson, do Humaitá, entrou para
a história ao marcar o primeiro gol válido pelo campeonato brasiliense no novo
estádio.
Mesmo com a implantação definitiva do profissionalismo no futebol de Brasília
no ano de 1976, os jogos continuaram sendo disputados no Pelezão. O “Mané
Garrincha” só abria suas portas para ocasiões especiais.
Uma delas em 21 de fevereiro de 1976, quando o estádio recebeu pela primeira
vez uma Seleção Brasileira. O adversário foi uma Seleção de Brasília. A
“súmula” do jogo foi esta:
SELEÇÃO BRASILEIRA 1 x 0 SELEÇÃO DO DISTRITO FEDERAL
Árbitro: Armando Marques
Renda: Cr$ 305.780,00
Público: 27.935 pagantes
Gol: Flecha, 36 do 1º tempo
BRASIL: Valdir Peres, Nelinho (Getúlio), Miguel, Amaral e Marinho Chagas;
Chicão, Geraldo e Rivelino; Flecha (Edu), Palhinha (Falcão) e Lula. Técnico:
Osvaldo Brandão.
DISTRITO FEDERAL: Nêgo, Tereso, Luís Carlos, Fabinho e Nenê; Alencar,
Marquinhos e Xisté; Junior Brasília, Léo e Nei (Humberto). Técnico: Cláudio
Garcia.
Somente em 1977 o Mané Garrincha passou a ser o principal local para os jogos
válidos pelo campeonato brasiliense. Naquele ano, de um total de 36 jogos, 28
foram disputados no “Mané Garrincha”. No dia 2 de julho de 1977, Bandeirante e
Canarinho também entraram para a história ao disputarem o primeiro jogo do
campeonato brasiliense no regime profissional, no “Mané Garrincha”. O
Bandeirante venceu por 3 x 0 e Messias marcou o primeiro gol aos 3 minutos do
2º tempo. No jogo principal da rodada dupla, o Brasília derrotou o Gama por 2 x
0, gols de Julinho e Banana.
Os jogos começaram a ficar raros no “Mané Garrincha” depois que praticamente
todas as cidades-satélites passaram a contar com seus estádios. Foram os casos
do Adonir Guimarães, em Planaltina, Augustinho Lima, em Sobradinho, Bezerrão,
no Gama, CAVE, no Guará e Serejão, em Taguatinga, além de algumas melhorias no
velho Pelezão.
Assim, mais nenhum jogo válido pelo campeonato brasiliense foi disputado no “Mané
Garrincha” no período de 1978 a 1983.
Somente em 1984 o estádio voltou a receber jogos pelo campeonato brasiliense.
Naquele ano, a final entre Sobradinho e Taguatinga foi disputada no “Mané
Garrincha”. Passou, então, a dividir com os demais estádios do DF a
responsabilidade de promover jogos.
Antes deste exemplo de total abandono, em 1º de dezembro de 1983 foi assinado o
Decreto pelo Governador José Ornellas dando ao estádio de futebol do Centro
Desportivo Presidente Médici o nome de “Mané Garrincha”.
No dia 2, acompanhados do Diretor do DEFER, Maurício Bicalho, representantes de
todas as emissoras de rádio e televisão do Distrito Federal estiveram no
estádio para escolherem as cabines que ocupariam a partir daquela data.
No dia 15 de dezembro de 1983, aconteceu o jogo amistoso entre a Seleção de
Profissionais do DF e uma Seleção Brasileira de Novos, na reinauguração do
Estádio Mané Garrincha. O selecionado brasileiro venceu por 2 x 1.
Nos anos seguintes, o estádio nunca teve a devida atenção, quer das autoridades
responsáveis, quer dos clubes locais. Mesmo quando os principais clubes do DF
estiveram na Série A do Campeonato Brasileiro, o Mané Garrincha não era o mais
procurado dos estádios brasilienses. Quando sediava jogos de grandes clubes
brasileiros, sempre teve sua capacidade máxima preenchida.
O recorde de público (mais de 51 mil espectadores) do velho estádio foi
registrado no dia 20 de dezembro de 1998, quando o Gama venceu o Londrina, do
Paraná, por 3 x 0, e conquistou o Campeonato Brasileiro da Série B e a
consequente promoção para a Série A em 1999.
O recorde anterior era do jogo Brasília 0 x 2 Flamengo, em 2 de fevereiro de
1984, válido pelo Campeonato Brasileiro da Série A daquele ano: 47.531
pagantes.
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O "novo" |
O novo Mané Garrincha poderá ser o “divisor de águas” para o futebol do DF. Mesmo
sem um time do DF na Série A desde 2005, o novo estádio poderá voltar a receber
os grandes clubes do futebol brasileiro e também ter mais atenção dos clubes do
DF.
O novo estádio começou a virar realidade em 2009, após o Brasil ser escolhido
como sede da Copa do Mundo da FIFA de 2014. A próxima etapa seria a escolha das
cidades-sede. Para ser escolhida, a cidade deve seguir uma série de exigências
da FIFA em diversos setores, como acomodação, transporte e, principalmente,
possuir um estádio que atenda aos requisitos da mesma. O governo do Distrito
Federal elaborou um projeto de reforma do Estádio “Mané Garrincha”, e o
apresentou à FIFA. Após ser aprovada em todos os requisitos, bem como o projeto
ser aceito, Brasília foi escolhida como cidade-sede da Copa, juntamente com
outras onze cidades do Brasil. No mesmo ano, iniciaram-se as obras do estádio,
bem como a alteração de seu nome para Estádio Nacional de Brasília. Porém, após
pressão popular, o nome foi novamente alterado, voltando-se a homenagem ao craque,
dessa vez para Estádio Nacional de Brasília “Mané Garrincha”.
O novo “Mané Garrincha” foi reconstruído e em nada se parece com o antigo palco
de Brasília, totalmente demolido em 2010. Ele é um gigante de mais de 46 metros
de altura e foi idealizado a partir do conceito arquitetônico de Oscar
Niemeyer, que marca a capital brasileira. Ele serviu de inspiração para a
fachada composta por 288 pilares, de 36 metros de altura, dispostos ao redor da
obra, com uma área construída de cerca de 218,8 mil metros quadrados. Para
erguer a arena com capacidade para 72.800 pessoas, aproximadamente 15 mil
trabalhadores passaram pela obra. Os investimentos totais superaram a marca de
1,2 bilhão de reais, segundo dados da Terracap, tornando-o o segundo estádio
mais caro do país. Esse valor corresponde a, além da reconstrução do estádio, obras
adicionais em seu entorno.
A arena adota o conceito multiuso, com mais conforto e segurança para os
torcedores, a começar pelos assentos. São cinco opções e todos são marcados e
retráteis, a uma distância inicial de 7,5 metros do campo. Este, por sua vez,
foi rebaixado 4,8 metros de sua altura original, permitindo 100% de
visibilidade. A cor vermelha foi a escolhida para os assentos gerais e a cor
vinho para os camarotes.
No final de 2011, uma das exigências da FIFA foi a de que os assentos fossem
rebatíveis. Isso permite melhor circulação e segurança. Nesses requisitos, foi
solicitado que os assentos fossem certificados pela ABNT.
A arena foi concebida com uma divisão em quatro diferentes setores. As cadeiras
estão distribuídas nas arquibancadas inferior, intermediária e superior, além
dos 74 camarotes. Rebatíveis de modo automático, por contrapeso, eles têm
encosto alto e foram fabricados em plástico tipo polipropileno.
Os assentos VIP, para a área de hospitalidade e camarotes também são feitos em
plástico, com acabamento fosco em vinil e estofamento de espuma. Eles possuem
encosto, apoio para os braços e também são rebatíveis. No total, são 6,3 mil
unidades desse tipo no estádio. Há ainda 120 assentos destinados ao setor VVip
(Very Very Important Person) com encosto alto. Eles são rebatíveis, acolchoados
e revestidos com couro sintético.
Outras 52 cadeiras são para o setor de “reservas e oficiais”, que inclui os
bancos de reserva. Eles não são rebatíveis, têm encosto alto, design
arredondado, braço e proteção lateral. Acolchoados, a estrutura interna desses
assentos é em aço tubular, com espuma moldada, revestida em couro ecológico.
Na parte interna, serão 335 vagas de estacionamento para carros até o terceiro
subsolo, além de auditório, posto policial, médico e de saúde, juizado de
menores, cinema, centro de convenções e teatro. Externamente, são quase 100 mil
metros quadrados de espaço para ônibus e estacionamento VIP com 222 vagas, além
de oito mil vagas no estacionamento público. A imprensa tem 2.850 lugares. Ao
todo são 74 camarotes, 1.112 salas VIP, 40 bares, 14 lanchonetes e dois grandes
restaurantes internos.
Em 18 de maio de 2013, após 1.017 dias de obras, repetindo o ocorrido na primeira
inauguração do estádio, os trabalhos foram interrompidos para que ocorresse a
reinauguração oficial do espaço. As obras estavam a 97% de execução, faltando
apenas retoques finais e obras do entorno do estádio. Pela manhã, a presidente
Dilma Rousseff, acompanhada do Governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz,
e com a presença de diversas outras autoridades locais e nacionais deu o chute
inicial no campo da arena, gesto simbólico repetido na inauguração de todos os
estádios que serão utilizados na Copa do Mundo FIFA 2014.
Cinco horas depois da entrega oficial, ainda no dia 18 de maio, à tarde,
ocorreu o primeiro jogo no novo estádio, a final do Campeonato Brasiliense de
2013, na qual o Brasiliense venceu por 3 x 0. O primeiro gol marcado no jogo
foi de autoria do lateral Bocão, aos 4 minutos do 2º tempo. Aproximadamente
20.000 torcedores estiveram presentes, o correspondente a 30% da capacidade
total do estádio, valor estipulado por recomendação da FIFA para o primeiro
evento-teste. A cantora Elza Soares, que já foi esposa do jogador Mané Garrincha,
esteve presente para cantar o Hino Nacional. Os outros gols foram marcados por Washington,
recebendo ótimo passe de Romarinho, filho do ex-jogador Romário, aos 34
minutos, e já nos acréscimos da partida (47 minutos), o próprio Romarinho
fechou o placar. Rodrigo Raposo foi o árbitro do jogo. As equipes se
apresentaram desta forma:
Brasiliense: Welder, Bocão, Fábio Braz, Luan e Jefferson; Júlio Bastos, Everton
(Luís Augusto), Baiano e Iranildo (Peninha); Gizo (Romarinho) e Washington.
Técnico: Márcio Fernandes.
Brasília: Marcão, Bruno Paraíba (Matozinho), Miltão, Danilo Mendes e Kaká;
Marciel, Alisson (Paulinho), Valdeir (Junior) e Vitinha; Luquinhas e Giba.
Técnico: Gauchinho.
Os jogadores do Brasiliense receberam as medalhas e o troféu de campeão ainda
no gramado e aproveitaram para fazer muita festa com a torcida.
Em 26 de maio de 2013, o estádio recebeu o seu segundo e último evento-teste
antes da Copa das Confederações da FIFA Brasil 2013, a abertura do Campeonato
Brasileiro através do jogo entre Santos e Flamengo. A partida, que marcou
também a despedida do jogador Neymar do futebol brasileiro, terminou com um
empate de 0 x 0. O jogo contou com um público de 63.501 pagantes, quebrando o
recorde anterior do estádio, da partida entre Gama e Londrina em 1998.
Outro grande público foi registrado no dia 14 de julho de 2013, quando o
Flamengo venceu o Vasco da Gama por 1 x 0, válido pelo Campeonato Brasileiro da
Série A de 2013: 61.767 pagantes.
No dia 15 de junho de 2013 o “Mané Garrincha” recebeu a partida de abertura da Copa
das Confederações. Nela, o Brasil venceu o Japão por 3 x 0, com gols de Neymar,
Paulinho e Jô. O público foi de 67.423 pagantes, novo recorde no estádio.
Além de um jogo do Brasil na primeira fase (contra Camarões, no dia 23 de junho),
o novo estádio receberá outras seis partidas da Copa do Mundo com início
previsto para 12 de junho de 2014:
15.06 – Suíça x Equador
19.06 – Colômbia x Costa do Marfim
26.06 – Portugal x Gana
30.06 – 1º do Grupo E x 2º do Grupo F
05.07 – jogo das quartas-de-final e
12.07 – decisão do 3º lugar.
Quem quiser conhecer mais detalhes do novo “Mané Garrincha” é só acessar o link
abaixo:
http://www.copa2014.gov.br/pt-br/sedes/brasilia/arena
