No dia 12 de outubro de 1975, num amistoso comemorativo aos 15 anos da cidade do Gama, a seleção da OEG enfrentou o Brasília Esporte Clube, perdeu por 1 x 0, mas teve como maior destaque a atuação de Lino, ainda com 16 anos, que logo depois foi contratado pelo CEUB.
Naquela época, o CEUB tinha duas equipes: uma amadora, para disputar o campeonato do DF, e a outra profissional, formada com a finalidade de participar do Campeonato Brasileiro.
Poucos dias antes de completar 17 anos, Lino estreou no time amador, no dia 16 de novembro de 1975, no Pelezão, com derrota de 1 x 0 para a Campineira. O treinador do CEUB era Didi de Carvalho.
Não demorou para passar ao time profissional, no ano seguinte. No dia 6 de março de 1976, em jogo válido pelo Torneio Imprensa, marcou um dos gols da vitória de 2 x 0 do CEUB sobre o Humaitá, do Guará.
Quando a equipe de esportes do Jornal de Brasília elegeu a seleção do torneio, também apontou as revelações. Lino foi uma delas, ao lado de Ivair (lateral-esquerdo do Gama), Lindário (volante do Brasília), Pedrinho (meia-armador do Gama) e Chico (lateral-esquerdo do Taguatinga).
Veio o campeonato brasiliense de 1976, o primeiro da nova era profissional no DF. No dia 21 de abril Lino estreava na ponta direita do CEUB, na goleada de 6 x 0 sobre o Gama. O CEUB venceu o primeiro e segundo turnos, mas antes de ser realizado o terceiro, aconteceu o imbróglio envolvendo a federação de Brasília e a então CBD para definição do representante para o Campeonato Brasileiro de 1976. Sem entrar no mérito da questão, Brasília acabou ficando sem representante na competição nacional, o CEUB foi excluído do campeonato brasiliense, fechou as portas do futebol profissional e seus principais jogadores foram para outros clubes. Lino foi contratado pelo Vila Nova, de Goiânia.
Lino foi bicampeão goiano pelo Vila Nova nos anos de 1977 e 1978, constituindo-se num dos principais jogadores da equipe. Quando começou a campanha do tricampeonato, foi emprestado ao Santos Futebol Clube como a maior promessa do futebol goiano. No time paulista teve que lutar por uma vaga no time titular com Nilton Batata, que era o titular e ídolo da torcida, chegando a jogar na equipe principal da seleção brasileira.
Aproveitando-se de uma ausência de Nilton Batata, Lino disputou um único jogo com a camisa do Santos, no dia 14 de fevereiro de 1979, na vitória de 1 x 0 sobre o XV de Piracicaba, na Vila Belmiro, válido pelo Campeonato Paulista.
Palavras do técnico Formiga ao jornal Folha de S. Paulo de 14.02.1979: “Me dá oportunidade de testar uma série de opções e ver o comportamento dos reservas. Por exemplo, poderei promover a estreia do Lino, o ponta-direita que compramos do Vila Nova há 3 meses. Ele está louco para jogar e eu louco para ver em um jogo para valer”.
Acabou o empréstimo e o Santos demonstrou interesse em renovar contrato, mas o Vila Nova dificultou demais e ele voltou para Goiânia.
Lá, porém, não voltou a ser aproveitado na equipe e ficou “encostado”. Alguns meses depois, pegou sua liberação e voltou para Brasília. Fez testes no Gama e foi imediatamente contratado pelo então treinador Martim Francisco, chegando ao clube após a reta final do Campeonato Brasiliense de 1979. Seu primeiro jogo no Gama foi em 02.12.1979, num amistoso contra a Seleção Juvenil do DF, com empate de 1 x 1.
Aos poucos, Lino foi ganhando confiança até que sentiu-se em condições de disputar a posição com o então intocável Roldão. Com paciência, foi treinando firme e quando uma chance aparecia ele entrava sempre com destaque, apesar de nem sempre em sua posição. Foi quando os dirigentes do Gama receberam uma proposta do Guarani, de Campinas, para trocar Roldão por Ernâni Banana, por um período de seis meses.
Era a grande chance de Lino. Elevado à categoria de titular, o ponteiro começou a infernizar a vida dos zagueiros das outras equipes do DF, tornando-se um dos grandes xodós da torcida do Gama.
Em 1980, Lino chegou a ser vice-artilheiro do campeonato do DF, com 17 gols, ficando atrás somente do seu companheiro de equipe, Fantato, que marcou 23. O Gama perdeu o título para o Brasília, mas Lino foi eleito o melhor ponta-direita do Campeonato Brasiliense de 1980 pelo Jornal de Brasília e pelo Correio Braziliense.
Ainda em 1980, foi convocado duas vezes para defender a Seleção do DF: no dia 24 de abril, no empate de 1 x 1 contra a Seleção de Goiás, pelo Torneio Centro-Oeste de Seleções patrocinado pela CBF, e no dia 1º de maio, na vitória de 1 x 0 sobre a Seleção Brasileira de Novos.
No ano de 1981, novamente o Gama ficou sem o título de campeão brasiliense, perdendo-o desta vez para o Taguatinga. Mas Lino continuou tendo boas atuações pelo Gama.
Fez sua estreia em jogos pelo Campeonato Brasileiro no dia 11 de janeiro de 1981, no Serra Dourada, marcando o gol do Gama no empate de 1 x 1.
No dia 23 de abril, pôde comemorar o título de campeão do Torneio Centro-Oeste. Lino foi o artilheiro da equipe e da competição, com oito gols.
Pouco tempo depois, em 31 de maio, mais um título para o Gama, o Torneio “Rádio Planalto”, marcando o gol da vitória e do título sobre o Brasília.
Suas boas atuações o levaram para o Matsubara, de Cambará (PR), por onde disputou o campeonato paranaense de 1981.
Retornou ao Gama e integrou o elenco da equipe que participou do Campeonato Brasiliense de 1982, disputando treze jogos e marcando apenas dois gols.
Emprestado ao Taguatinga, disputou o Campeonato Brasileiro da Série A de 1982, fazendo seu último jogo em 6 de março daquele ano.
Chegou a ser convocado para a seleção brasiliense que faria uma excursão a gramados da África e Ásia. Posteriormente, a excursão foi cancelada.
No Campeonato Brasiliense de 1983, defendendo o Gama, voltou a marcar 17 gols, novamente tornando-se o segundo artilheiro da competição, atrás de Santos, do Brasília.
Quando a editoria de esportes do Jornal de Brasília escolheu os melhores do campeonato brasiliense de 1983, Lino apareceu na ponta-direita, superando Santos.
Foi emprestado ao Brasília para a disputa do Campeonato Brasileiro da Série A de 1983.
Disputou três jogos pela Seleção do DF em 1983: contra a Seleção do Sul, Seleção de Santa Catarina e Seleção Brasileira de Novos.
Em 1984 foi contratado pelo Taguatinga e disputou todo o campeonato brasiliense desse ano.
Foi para o Anápolis (GO), onde ficou no período de 2 de maio de 1985 a 1º de janeiro de 1986.
Passou, então, para a Votuporanguense, onde permaneceu durante quase todo o ano de 1986 e disputou o Campeonato Paulista da Segunda Divisão.
No começo de 1987, se apresentou ao ASA, de Arapiraca, onde ficou até 26 de novembro de 1987.
Resolveu parar com o futebol e passou o ano de 1988 longe do futebol. Foi quando surgiu o convite de Agrício Braga Filho para se tornar jogador do Guará, em 1989. Firmou contrato de 17 de fevereiro a 16 de outubro de 1989.
A última vez que jogou com a camisa do Guará foi em 24 de agosto de 1989, no Serejão, em jogo válido pelo campeonato brasiliense e diante do Ceilândia.
O Guará montou um time com conhecidos veteranos do futebol brasileiro, tais como Mauro, Dema, Ataliba e Beijoca, além de trazer Djalma Santos para ser seu treinador. Chegou a ganhar o 1º turno do campeonato brasiliense, mas perdeu o título de campeão brasiliense daquele ano para o Taguatinga.
Parou de vez com o futebol profissional e foi trabalhar na Distribuidora Jardim, de propriedade de Agrício Braga Filho e que chegou a ser a maior distribuidora de publicações do Centro Oeste. Foram 9 anos trabalhando nessa empresa. Nesse intervalo de tempo, Lino aproveitou para também integrar o time de futebol amador que a empresa mantinha, conquistando cinco títulos, o mais importante deles o de campeão brasiliense de futebol amador de 1990, competição organizada pela Federação Brasiliense de Futebol.
A partir de 2002, Lino passou a trabalhar como Vigilante no Senado Federal.
ACERVO ICONOGRÁFICO
CEUB: 1975/1976 |
Vila Nova-GO: 1977/1978 |
Santos: 1979 |
Gama: 1979/1983 |
Matsubara-PR: 1981 |
Gama: 1981 |
Matsubara: 1981 |
Seleção do DF: 1983 |
Anápolis-GO: 1985/1986 |
Votuporanguense-SP: 1986 |