Durante nove meses, nove clubes disputaram o Campeonato Brasiliense de 1993, a
saber: Brasília, Ceilândia, Gama, Guará, Planaltina, Samambaia, Sobradinho,
Taguatinga e Tiradentes.
Com sobras, o Gama venceu o 1º e 2º turnos (ambos com duas fases, mais
semifinais e finais). Depois de um início difícil, o Taguatinga passou a se
recuperar lentamente e venceu o terceiro turno, um quadrangular com jogos de
ida e volta, garantindo-se na decisão do campeonato brasiliense de 1993.
Coincidência ou não, o Taguatinga subiu de produção depois que o presidente do
clube, Froylan Pinto, decidiu assumir a direção técnica, após a saída de Luís
Dário, que não vinha conseguindo bons resultados.
O primeiro jogo da final foi realizado em 5 de dezembro de 1993, no Serejão.
Com a vantagem de um ponto, o Gama começou a partida mais recuado, com muitos
toques de bola em sua intermediária. Sentindo a armação tática defensiva do
Gama, o Taguatinga partir para cima e aproveitando a velocidade do habilidoso
ponteiro Niltinho, manteve-se constantemente no ataque.
O Gama voltou a reagir e o jogo cresceu muito, até mesmo em jogadas violentas
sem que o árbitro Nilton de Castro tomasse as medidas necessárias para conter
os ânimos.
Com a sua torcida incentivando, o Gama ainda tentou o seu gol, mas as melhores
chances estiveram nos pés dos atacantes do Taguatinga.
No segundo tempo, logo na saída de bola, a um minuto e meio, o Taguatinga fez o
gol da vitória, em um belo chute cruzado do ponteiro Marquinhos, da entrada da
área.
Com a vantagem, o Taguatinga continuou pressionando e aos quatro minutos o
centroavante Joãozinho perdeu outra grande chance, quando o goleiro Carlão já
estava batido na jogada.
Perdido no meio de campo e demonstrando cansaço, o Gama não encontrou forças
para pelo menos empatar a partida, que terminou com a vitória do Taguatinga,
por 1 x 0.
A ficha técnica do primeiro jogo da decisão do campeonato brasiliense de 1993
foi a seguinte:
TAGUATINGA 1 x 0 GAMA
Data: 05.12.1993
Local: Serejão
Árbitro: Nilton Castro de Souza
Renda: Cr$ 400.000,00
Público: 800 pagantes
Gol: Marquinhos, 47
TAGUATINGA: Nilton, Márcio Franco, Zinha, Gilson e Almir; Sílvio, Marquinhos
Carioca (Paulo Lima) e Tuta; Niltinho (Palhinha), Joãozinho e Marquinhos. Técnico:
Froylan Pinto.
GAMA: Carlão, Chaguinha (Dionísio), Aquino, Luiz Carlos e Márcio; Oliveira,
Ésio e Ediniz; Gil (Anderson), Neno e Emerson. Técnico: Joel Martins da
Fonseca.
Uma semana depois, Gama e Taguatinga tinham tudo para fazer um bom jogo no
Estádio Bezerrão, na segunda partida válida pela decisão do campeonato
brasiliense de 1993.
Diante de um decepcionante público (a expectativa da Federação e dos clubes era
de 15 mil), os times começaram nervosos e mostraram uma partida tecnicamente
ruim.
Para o Gama, uma vitória no tempo normal dava a vantagem do empate na
prorrogação e, por isso, a equipe partiu para o ataque, mas, desorganizada em
campo, deixou o Taguatinga equilibrar o jogo.
Uma falha da zaga do Taguatinga, aos 29 minutos do primeiro tempo, permitiu que
o baixinho Gil escorasse um escanteio da esquerda, deixando o centroavante
Romildo livre para marcar o primeiro gol.
E foi o gol que acendeu o Gama e sua torcida. O ponta Emerson perdeu a chance
de ampliar o placar ao final do 1º tempo, quando o goleiro Nilton fez uma boa
defesa.
Restou ao Taguatinga jogar através de contra-ataques, alguns com perigo, diante
da insegura defesa do Gama.
O segundo tempo reservou poucas emoções aos torcedores. Nem as substituições
efetuadas surtiram efeito e a partida terminou com a vitória do Gama e a
necessidade de uma prorrogação de 30 minutos.
A prorrogação parecia outro jogo. Desde o início o Taguatinga tentou, sem
sucesso, chegar ao gol do Gama.
Quando a torcida do Gama começava a comemorar o tão sonhado título, veio a
surpresa: aproveitando uma boa jogada de Joãozinho, aos 14 minutos do 1º tempo
da prorrogação Tuta tocou para o fundo das redes, calando a torcida e
desarticulando totalmente a equipe do Gama.
Houve a mudança de lado em campo e sete minutos aconteceria o segundo gol do
Taguatinga, marcado por Rogerinho, e que selaria de vez a sorte do jogo, dando
ao Taguatinga o inédito tricampeonato brasiliense em sua história.
GAMA 1 x 0 TAGUATINGA
Prorrogação: Taguatinga 2 x 0 Gama
Data: 12.12.1993
Local: Bezerrão
Árbitro: Nilton Castro de Souza
Renda: Cr$ 1.168.500,00
Público: 2.337 pagantes
Gols: no tempo normal de jogo, Romildo, 29. Na prorrogação de 30 minutos, Tuta,
14 e Rogerinho, 22
GAMA: Carlão, Chaguinha, Aquino, Luiz Carlos e Márcio; Ediniz, Ésio e Anderson
(Adilson); Gil, Romildo (Neno) e Emerson. Técnico: Joel Martins da Fonseca.
TAGUATINGA: Nilton, Márcio Franco (Palhinha), Zinha, Jânio e Almir; Sílvio,
Marquinhos Carioca e Tuta; Niltinho (Rogerinho), Joãozinho e Marquinhos.
Técnico: Froylan Pinto.
RECLAMAÇÕES E MAIS RECLAMAÇÕES!
Houve muita chiadeira em relação ao regulamento, principalmente por parte dos
torcedores do Gama. Com razão, alegavam que, em todo o campeonato, o Gama foi
infinitamente superior ao Taguatinga e que tinha sido prejudicado por um
regulamento mal elaborado.
A imprensa também criticou muito a fórmula de disputa desse campeonato, mas,
como disse o presidente do Gama, Wagner Marques, depois da derrota: “Todos nós
concordamos com esse regulamento. Agora não há o que chiar”.
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