A Seleção Brasileira de Novos (jogadores com idade para disputar o pré-olímpico)
disputaria o campeonato de futebol promovido pela ODESUR-Organización Deportiva
Sudamericana, no Chile, de 24 de novembro a 6 de dezembro de 1986.
Os cinco primeiros colocados da competição sul-americana garantiriam
participação nos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis (EUA), em 1987.
A convocação dos jogadores para a seleção brasileira não pôde ser feita no dia
27 de outubro de 1986, como estava programado pelo técnico Jair Pereira, porque
alguns dirigentes de clubes que haviam prometido colaborar com a CBF, mudaram
de ideia e, mais uma vez, criaram dificuldades, negando-se a liberar seus
jogadores.
Assim, no dia 28, finalmente, foram convocados os 22 jogadores. Foram eles: os
goleiros Rafael (Coritiba) e Válter (Joinville), os laterais Polaco (América),
Dida e Élcio (ambos do Coritiba); os zagueiros Lula (Santa Cruz), Henrique
(Grêmio), Láercio (Internacional) e Marcão (Atlético Paranaense); os apoiadores
Carlos Alberto (Goiás), Gilmar (Flamengo), Renê (Fluminense), Edson (Botafogo),
Catanoce (Corinthians), Dunga (Santos) e Fabinho (Matsubara); e os atacantes
Mauricinho (Vasco da Gama), Marlon (Santa Cruz), Gerson (Santos), Antônio
Carlos (Botafogo), Paulinho (Fluminense) e Joãozinho (Taguatinga).
Quatro jogadores seriam dispensados na véspera da viagem, marcada para o dia 20
de novembro.
O Diretor de Futebol Pedro Lopes foi até Blumenau para concluir entendimentos
para concentrar a seleção no Centro de Treinamento do SESI (embora já tenha
sido inaugurada a concentração da CBF, em Teresópolis, esta ainda não estava
pronta para uso, pois não tinha móveis nem equipamentos médicos necessários).
Artilheiro da Primeira Fase do Campeonato Brasileiro com 11 gols,
Joãozinho foi a maior surpresa entre os convocados.
Quando os treinos começaram, Gerson era o favorito para ficar com a camisa 9 do
time titular.
No dia 3 de novembro de 1986, foi realizado o primeiro treino físico.
No dia seguinte, 4 de novembro, aconteceu o primeiro coletivo, com empate em 1
x 1 entre titulares e reservas. Gilmar marcou para os titulares e Marcão para
os reservas. A equipe titular foi formada por Rafael, Polaco, Lula, Henrique e
Dida; Dunga, Renê e Gilmar; Mauricinho, Joãozinho e Paulinho. No decorrer do
treino, Joãozinho foi substituído por Gerson.
No dia 5, depois do coletivo realiado pela manhã e treinamento físico à tarde,
Jair Pereira divulgou a escalação do time que entraria em campo no dia 6 para
enfrentar o Blumenau. Joãozinho começaria como titular.
O JOGO
As emoções maiores ficaram por conta do primeiro tempo, quando a seleção
começou bem e logo aos trinta segundos a zaga do Blumenau teve que derrubar
Gilmar que partia em velocidade pela meia-direita em direção ao gol.
O primeiro gol da partida foi marcado aos cinco minutos, quando Joãozinho,
Dunga e Renê trocaram passes pela esquerda, culminando com a presença de
Gilmar, que apareceu sozinho na frente do goleiro Carlos Alberto e não teve
trabalho para marcar.
A reação do Blumenau não demorou para acontecer. Aos doze minutos, lançado da
meia esquerda pelo ponteiro Paulo Roberto, Chicão ludibriou a vigilância da
zaga brasileira e chutou violento, da meia direita, para vencer o goleiro
Rafael, empatando o jogo.
Esses dois lances do centroavante Chicão praticamente prenderam a seleção em
seu campo defensivo.
Claramente demonstrando desentrosamento, o selecionado brasileiro se esforçava,
mas só o seu meio-de-campo formado por Dunga, Renê e Gilmar, desempenhava bem
suas funções. No ataque somente Paulinho produzia alguma coisa pela ponta esquerda.
Na zaga, a seleção também não foi bem, principalmente pelo meio, onde Henrique
e Lula não se entenderam e por diversas vezes foram envolvidos pelo atacante
Chicão.
Na etapa final, o técnico Jair Pereira fez várias modificações, trocando todo o
ataque, colocando Marlon, Gerson e Antônio Carlos, mas os resultados não foram
favoráveis.
O Blumenau voltou para o segundo tempo com a intenção de explorar os
contra-ataques e foi feliz. Aos quinze minutos aconteceu o lance do segundo
gol. No contra-ataque, o Blumenau subiu com Chicão, que na linha de fundo rolou
e Luizinho chutou para vencer Rafael pela segunda vez, fechando o placar em 2 x
1.
Depois do gol, a seleção brasileira pressionou de forma desordenada e não
consegui buscar pelo menos o empate.
O Blumenau foi melhor durante 90 minutos e o próprio técnico Jair Pereira
aceitou o resultado, considerando o bom futebol do Blumenau, mas elogiando a
seleção, que fez dois treinos na semana e, apesar da derrota, também teve uma
boa atuação.
BLUMENAU 2 x 1 SELEÇÃO BRASILEIRA DE NOVOS
Data: 6 de novembro de 1986
Local: Estádio do SESI, Blumenau (SC)
Árbitro: Antônio de Pádua Salles
Renda: Cz$ 74.780,00
Público: 1.727 pagantes
Gols: Gilmar, 5; Chicão, 12 e Luizinho, 60
BLUMENAU: Carlos Alberto, Antônio Augusto, Márcio, Dema e Lima; Soni, Wanderley
e Milico; Luizinho, Chicão e Paulo Roberto (Marinho II). Técnico: Natanael
Ferreira.
SELEÇÃO BRASILEIRA DE NOVOS: Rafael, Polaco (Élcio), Lula, Henrique e Dida;
Dunga (Carlos Alberto), Renê (Catanoce) e Gilmar (Edson); Mauricinho (Marlon),
Joãozinho (Gerson) e Paulinho (Antônio Carlos). Técnico: Jair Pereira.
Fontes: Jornal de Santa Catarina e Adalberto Klüser.
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