Capa do livro publicado na véspera da inauguração de Brasília onde era possível encontrar todas as atividades que seriam realizadas na cidade |
A nova Capital da República, Brasília, foi inaugurada em 21 de abril de 1960. De lá para cá tornou-se uma tradição comemorar essa data com a realização de diversos eventos esportivos. O futebol sempre deu a sua parcela de contribuição.
Aos poucos contaremos fatos ocorridos nessa data e a sua importância na
história do futebol brasiliense. Começaremos com o ano de 1970.
“Ao cumprir-se o décimo ano de vida de Brasília, junto-me, pelo pensamento, aos pioneiros humildes que a fizeram com as próprias mãos; aos que vieram depois e a adotaram como terra sua; aos que nela cumprem o seu dever transitório; às crianças que aqui nasceram; ao povo todo enfim que aqui vive e se orgulha desta cidade-capital.”
“Ao cumprir-se o décimo ano de vida de Brasília, junto-me, pelo pensamento, aos pioneiros humildes que a fizeram com as próprias mãos; aos que vieram depois e a adotaram como terra sua; aos que nela cumprem o seu dever transitório; às crianças que aqui nasceram; ao povo todo enfim que aqui vive e se orgulha desta cidade-capital.”
Esse foi um dos trechos da mensagem lida no rádio e na televisão, ao povo de
Brasília, em 21 de abril de 1970, pelo então Presidente da República Emílio
Garrastazu Médici.
Para comemorar o 10º aniversário da Capital Federal, a Federação Desportiva de
Brasília promoveu uma rodada dupla no dia 21 de abril de 1970, tendo como local
o Estádio Pelezão.
Na preliminar, o campeão brasiliense de 1969, o Coenge, e o Tupi, de Juiz de
Fora (MG), não mexeram no placar: 0 x 0.
Esses foram os dados técnicos do jogo:
COENGE 0 X 0 TUPI
Árbitro: Mário José da Silva
Coenge: Carlos José, Jaimir, Elias, Mauro e Xixico; Bugue e Divino; Zezé (Agostinho),
Zé Carlos, Pelezinho (Pelezão) e Oscar. Técnico: Carlos Morales.
Tupi: Lumumba, Santana, Murilo, Jair e Danilo; Jailton e Osvaldo (Heleno);
Milton (Edinho), Cristóvão (Hércules), Adair e Ninha.
O jogo de fundo reuniu o Grêmio, de Porto Alegre, e o Atlético Mineiro.
Dois dias antes do amistoso em Brasília, o Grêmio havia vencido no Mineirão a
equipe do América, de Belo Horizonte, por 2 x 1.
Assim, as equipes viajaram no dia 20 de abril, no mesmo avião, de Belo Horizonte
para Brasília. Cada clube recebeu a cota fixa de 15 mil cruzeiros.
O Atlético Mineiro homenageou o Presidente da República oferecendo-lhe um
chaveiro de ouro com o escudo do clube.
O jogo foi realizado com os portões abertos e o público foi calculado em mais
de 20.000 espectadores, um dos maiores que já compareceu ao Estádio Pelezão.
O jogo foi bem disputado e agradou ao público. Depois de um início de jogo
equilibrado, o Grêmio passou a dominar a partida, explorando principalmente as
falhas da zaga central atleticana.
Aos 22 minutos do 1º tempo, surgiu o primeiro gol do Grêmio. Depois de uma
trama pelo centro do ataque, Volmir chutou forte da esquerda, entrando Flecha
na corrida para tocar de primeira para as redes.
O segundo gol do Grêmio aconteceu aos 17 minutos do 2º tempo, num
contra-ataque, quando a defesa do Atlético Mineiro cedeu um escanteio. Na
cobrança pela direita, Volmir recebeu curto de Flecha e numa jogada muito
aplaudida pelo público, driblou seguidamente três adversários, entrou na área e
chutou. A bola bateu num zagueiro atleticano e sobrou para João Severiano emendar
da marca do pênalti para dentro do gol.
A súmula do jogo foi a seguinte:
GRÊMIO 2 x 0 ATLÉTICO MINEIRO
Árbitro: Armando Marques
Gols: Flecha, 22 e João Severiano, 62
Grêmio: Breno, Espinosa, Ari Ercílio, Beto e Jamir; Jadir e Sérgio Lopes;
Flecha (Paíca), João Severiano, Volmir e Loivo. Técnico: Carlos Froner.
Atlético Mineiro: Hélio, Humberto Monteiro, Normandes, Vander e Vantuir;
Vanderlei Paiva e Amauri Horta (Humberto Ramos); Vaguinho, Lola, Lacy (Beto) e
Tião. Técnico: Telê Santana.
Obs.: Todos os jogadores receberam uma medalha do Presidente da República
Emílio Garrastazu Médici. Aos capitães das duas equipes foram entregues as
taças comemorativas da partida.
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