Irineulir Antônio Fróes, o Bocaiúva, ganhou esse
apelido em alusão à cidade onde nasceu, no interior de Minas Gerais, no dia 5
de setembro de 1954.
Iniciou a carreira num time amador de sua cidade, o
Juventus Futebol Clube. Ainda com 15 anos, jogava na equipe principal desse
time. Com 16 anos foi levado para um período de testes nas categorias de base
do Cruzeiro Esporte Clube, de Belo Horizonte (MG).
Aprovado, foi promovido ao
profissional do Cruzeiro em 1975, permanecendo na reserva dos goleiros Raul e
Hélio, primeiramente, e depois, Vítor. A primeira vez que disputou uma partida
na equipe principal foi no dia 22 de setembro de 1975, quando substituiu Hélio
no amistoso em Sobral - CE, quando o Cruzeiro goleou o Guarany local por 6 x 2.
Dois dias depois, em 24 de
setembro de 1975, fez sua estreia oficial em um jogo válido pelo Campeonato
Brasileiro. Naquele dia, o Cruzeiro venceu o Moto Club, em São Luís - MA, por 4
x 0.
Em 1976 fez parte do elenco do
Cruzeiro, campeão da Taça Libertadores da América.
No ano seguinte, saiu pela
primeira vez do Cruzeiro, sendo emprestado ao hoje extinto ESAB Esporte Clube,
de Contagem, para a disputa do Campeonato Mineiro de 1977, revezando a
titularidade com Itamar.
No primeiro semestre de 1978,
Bocaiúva disputou o Campeonato Brasileiro pelo Operário, de Campo Grande (MS).
Sua primeira participação aconteceu no dia 2 de abril de 1978, em Anápolis,
quando o Operário empatou em 1 x 1 com a Anapolina. Não conseguiu tornar-se
titular da equipe, pois essa posição pertencia a um dos maiores goleiros de
todos os tempos, Manga.
No segundo semestre de 1978,
Bocaiúva foi jogar no futebol carioca. Foi quando o São Cristóvão, do Rio de Janeiro,
fez um convênio com o Cruzeiro, de Belo Horizonte (MG), transformando o clube
carioca numa espécie de sucursal do clube mineiro. Doze jogadores foram
emprestados pelo Cruzeiro ao São Cristóvão, dentre eles Bocaiúva.
Sua estreia se deu no dia 10 de setembro
de 1978, no empate de 3 x 3 com o Bonsucesso.
Uma semana depois (17.09.1978)
teve boa atuação na vitória de 1 x 0 sobre o Bangu.
Bocaiúva foi o maior responsável
pelo empate de 1 x 1 do São Cristóvão com o Botafogo, no dia 20 de setembro, no
Maracanã.
Dez dias depois desse jogo, mais
precisamente em 30 de setembro, levou o São Cristóvão a uma vitória de 2 x 0
sobre o Fluminense. No returno, o São Cristóvão fez péssima campanha. O último
jogo de Bocaiúva com a camisa do São Cristóvão foi em 25 de novembro de 1978,
na vitória de 1 x 0 sobre o Madureira.
Bocaiúva voltou ao Cruzeiro após a
saída de Raul. No dia 7 de julho de 1980, seguiu com a delegação do Cruzeiro
para uma excursão de 50 dias por países da América do Sul e América do Norte.
Substituiu Luís Antônio em duas ocasiões: em 10 de agosto, na vitória de 2 x 1
sobre a Seleção da Guatemala, e em 14 de agosto, no empate de 0 x 0 diante do
Monterey, do México.
Em abril de 1981, o técnico
Procópio Cardoso apresentou uma lista de jogadores que poderiam ser
emprestados, dentre eles estava Bocaiúva, que foi defender as cores do
Uberlândia.
O ano de 1982 foi o último de
Bocaiúva no Cruzeiro, que se sagrou campeão da Taça Minas Gerais.
A trajetória de Bocaiúva pelo
futebol brasiliense teve início em 1983, quando foi contratado pelo Clube de
Regatas Guará, ganhando a posição do veterano Jonas. Estreou no dia 25 de maio
de 1983, no CAVE, com vitória sobre o Gama por 2 x 0. Suas boas atuações
ajudaram o clube a se tornar vice-campeão brasiliense em 1983. Bocaiúva foi o
goleiro menos vazado do campeonato, sofrendo 28 gols nos 46 jogos que disputou,
média de 0,61 gols por jogo.
Além disso, foi convocado em duas
oportunidades para defender o arco da Seleção do Distrito Federal. Na primeira,
quando a Seleção do DF enfrentou a Seleção de Santa Catarina, no “Jogo da
Solidariedade”, no dia 4 de agosto de 1983, no Estádio Orlando Scarpelli, em
Florianópolis (SC), ficou no banco. Por outro lado, no dia 15 de dezembro de
1983, foi o titular do gol da seleção do DF que enfrentou a Seleção Brasileira
de Novos no Mané Garrincha, perdendo por 2 x 1.
Na temporada seguinte, chegou a
quebrar a perna, recuperando-se a tempo de permanecer como titular do gol do
Guará, quando disputou 16 jogos.
De 1985 a 1987, Bocaiúva defendeu
o gol do Sobradinho Esporte Clube, sagrando-se bicampeão brasiliense em 1985 e
1986. Fez sua estreia no dia 7 de julho de 1985, no Estádio Adonir Guimarães,
em Planaltina, na super goleada que o Sobradinho aplicou no Planaltina: 10 x 0.
Novamente foi o goleiro menos
vazado do campeonato desse ano, sofrendo 13 gols em 24 jogos, média de 0,54
gols por jogo, levando o Sobradinho ao seu primeiro título de campeão do
Distrito Federal.
O bicampeonato do Sobradinho foi
também o segundo ano consecutivo em que Bocaiúva foi o goleiro menos vazado do
campeonato: 13 gols em 20 jogos, média de 0,65 gols/jogo. Bocaiúva não atuou na
primeira rodada da competição (quando foi substituído por Atayde) e depois teve
uma sequência de 20 jogos como titular.
Disputou o Campeonato Brasileiro
de 1986, revezando a titularidade do gol do Sobradinho com Déo. Suas defesas
contra o Clube do Remo, no dia 14 de setembro de 1986 o levaram a ser escolhido
como “Goleiro do Fantástico”, da TV Globo.
Em 1987, seu último ano no
Sobradinho, disputou 17 dos 21 jogos do campeonato brasiliense desse ano. O
Sobradinho ficou na quinta colocação.
Defendeu o Taguatinga em 1988,
sendo titular em 28 dos 29 jogos que o clube disputou pelo campeonato
brasiliense. O Taguatinga foi o clube que somou mais pontos ganhos, mas perdeu
as semifinais para o Guará e ficou com a terceira colocação. Bocaiúva foi
indicado para concorrer ao IV Troféu “Melhores do Esporte Brasiliense” de 1988,
promoção da Associação Brasiliense de Cronistas Desportivos - ABCD. Concorreram
Beto Fuscão, Moura e Zé Maurício (Tiradentes), Bocaiúva (Taguatinga), Josimar
(Brasília) e Pedro César (Guará). O vencedor foi Moura, do Tiradentes.
Transferiu-se para o Guará no ano
seguinte (1989). Novamente teve participação ativa na boa campanha do clube que
o levou a chegar entre os quatro primeiros colocados. O Guará venceu o 1º turno
e ficou em 4º lugar no quadrangular final. Bocaiúva participou de 23 dos 26
jogos que o clube disputou na competição.
Em 1990, já pensando em pendurar
as chuteiras, Bocaiúva passou pelo Tiradentes, trabalhando como treinador de
goleiros, jogador e administrador do clube social e profissional.
No dia 22 de abril de 1990, foi o
goleiro da Seleção Brasiliense de Masters que enfrentou a seleção brasileira da
mesma categoria, no Mané Garrincha, perdendo por 1 x 0, gol de Zico.
Em 1991, continuou no Tiradentes,
revezando o banco e o gramado. Como jogador, disputou apenas quatro jogos,
sendo o primeiro em 19 de maio e o último de sua carreira em 9 de junho de
1991, no Serejão, contra o Taguatinga.
A partir de 15 de setembro de 1991
passou a substituir José Antônio Furtado Leal no comando técnico da equipe.
Foram seis jogos como treinador, o último deles em 9 de outubro de 1991.
Também trabalhou como professor de
futebol na Escolinha de Futebol do DEFER, ao lado da “enciclopédia” Nilton
Santos.
Por essa época, Bocaiúva já tinha
retornado aos estudos, se formando em 2008, concluindo o Curso Superior em
Redes de Computador e Pós-Graduação em Redes de Comunicação.