quinta-feira, 17 de abril de 2014

OS CLUBES DO DF: Dom Pedro II


Estamos dando uma pequena parada na série sobre as participações dos clubes do DF na Copa do Brasil para contarmos um pouco da história do Dom Pedro II, que completou 20 anos no dia de ontem.

No dia 16 de abril de 1994, às 20 horas, reuniram-se na QI 18 Bloco E Apartamento 303, na cidade do Guará (DF), onze desportistas com a finalidade de fundar o Esporte Clube Dom Pedro II, nome este em homenagem ao Patrono do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal. Foram eles: José da Silva Botelho, Clever Rafael Santos, Mauro Orlando Dumont, Gerson dos Santos Santana, Eduardo Silvestre Pires dos Santos, José Augusto Avelino Silva, Antônio de Abreu Trindade Filho, Rogério Dantas da Costa, José de Jesus Soares Reis, Nilson de Oliveira Matos e Jeremias Alves Evangelista Junior.
A primeira diretoria foi empossada no mesmo dia, assim constituída: Presidente: José da Silva Botelho; Vice-Presidente: Clever Rafael Santos; 1º Secretário: Mauro Orlando Dumont; 2º Secretário; José de Jesus Soares Reis; 1º Tesoureiro: Eduardo Silvestre Pires dos Santos; 2º Tesoureiro: José Augusto Avelino Silva; Diretor Social: Nilson de Oliveira Matos e Diretor de Futebol: Antônio de Abreu Trindade Filho.
A cor vermelha foi escolhida para ser a oficial do novo clube, em homenagem aos profissionais que trabalham salvando vidas.
O time de futebol, criado para atuar inicialmente na categoria de amadores, era chamado de Postos Avançados e era formado apenas por bombeiros, desde os jogadores até a comissão técnica e diretoria, selecionados de vários destacamentos do Corpo de Bombeiros. 
Era um time muito forte que costumava dar muito trabalho aos adversários nos torneios que disputava na ASMEC – Associação dos Servidores do Ministério da Educação e da Cultura, mas chegou a um nível tão alto que não demorou para não ter mais adversários para lhe dar combate.
O Coronel Botelho e o então 1º Sargento Clever Rafael decidiram, então, inscrever o time (já como Dom Pedro II) no campeonato de amadores promovido pela então Federação Metropolitana de Futebol, hoje Federação Brasiliense de Futebol.
No primeiro ano de disputa, 1994, o Dom Pedro II chegou na quarta-colocação.
No ano seguinte, sagrou-se campeão. Na final do campeonato enfrentou o Atlântida, de Taguatinga, em dois jogos. No primeiro, em 26 de novembro, venceu por 2 x 0. No segundo, em 3 de dezembro, voltou a repetir o placar e pôde comemorar o título de campeão. O técnico do time era Clever Rafael Santos.
Depois de um bom desempenho na categoria, o passo seguinte foi a profissionalização. 
Coronel Botelho e Clever Rafael procuraram a Federação Metropolitana de Futebol e conseguiram incluir o clube no Campeonato Brasiliense de 1996.
No primeiro ano entre os profissionais tudo saiu às mil maravilhas. O Dom Pedro contou com o apoio da empolgada corporação e cerca de oitocentos militares contribuíam com dinheiro para fazer face às despesas. A equipe terminou em oitavo lugar.
Seu primeiro jogo no regime profissional aconteceu no dia 10 de março de 1996, no CAVE, diante do Guará. O resultado final foi um empate de 1 x 1. Aos três minutos do segundo tempo, Marco Antônio marcou o primeiro gol do Dom Pedro II como profissional. Sob a arbitragem de Luciano Almeida, o Dom Pedro II formou com Fábio, Flávio, Evilânio (Dejailton), Carlão e Paulo Roberto; Tata, Jurailton (Dourado) e Marco Antônio; Lino, Junior (William) e Gil. Técnico: Clever Rafael Santos.
Conseguiu bons resultados, tais como, 1 x 0 no Tiradentes, 1 x 0 Brasília, 3 x 1 Ceilândia e 2 x 1 Taguatinga. Nos 19 jogos que disputou, venceu seis, empatou quatro e perdeu nove; marcou 20 gols e sofreu 31.
Em 1997, porém, nem tudo foi bem. O Dom Pedro colecionou derrotas (onze em dezoito jogos) e o expressivo público se afastou. O apoio diminuiu e começou a faltar dinheiro. Chegou a um ponto que a diretoria foi obrigada a marcar os jogos para domingo de manhã para não ter de se responsabilizar pelo almoço dos atletas. Até a concentração foi abolida. O rendimento do time, no entanto, não mudou, terminando em oitavo novamente.
Essas modestas colocações levaram a diretoria a aceitar a mesclagem com jogadores profissionais. A partir daí os resultados melhoraram. 
Em 1998 o time terminou o campeonato na sétima posição. No ano seguinte, ficou com a segunda colocação, após decisão em dois jogos contra o Gama, o primeiro com o gol da vitória do adversário marcado no penúltimo minuto de jogo. 
O time da final foi formado por Osmair, Baiano, Alessandro (Luizinho), Paulo César e Alex Souza (Almir); Tata, Pituca, Carlos Roberto (Glauber) e Jairo (David); Santos e Denilson. Técnico: Mozair Barbosa.
O Dom Pedro teve dois de seus jogadores entre os principais artilheiros do campeonato: o veterano Santos, então com 34 anos, marcou dez, e Denilson nove. Foram superados por Joãozinho, do Brazlândia, que marcou doze.
Também em 1999 aconteceu a primeira participação do Dom Pedro II numa competição de âmbito nacional, o Campeonato Brasileiro da Série C. Fez parte do Grupo D, juntamente com Serra, do Espírito Santo, Anapolina, Goiânia e Vila Nova, de Goiás, e o Fluminense, do Rio de Janeiro. Ficou em último lugar do grupo, sem conseguir vencer um jogo sequer. Nos dez jogos que disputou, marcou apenas seis gols.
Mesmo sendo eliminado na primeira fase da competição, o time vendeu caro a derrota de 1 x 0 para o Fluminense, no dia 13 de setembro de 1999, no Maracanã.
A agenda do Dom Pedro esteve agitadíssima no ano de 2000.
Disputou a Copa Centro-Oeste, sendo eliminado na primeira fase, num grupo integrado por três times goianos: Anapolina, Goiás e Vila Nova. Ficou na frente apenas da Anapolina.
Depois, disputou a Copa do Brasil pela primeira vez. Após dois jogos contra a Ponte Preta (perdendo os dois), foi eliminado na primeira fase.
No campeonato brasiliense de 2000 novamente o Gama atravessou seu caminho rumo ao título de campeão. Foi eliminado na fase semifinal pelo Gama, após dois empates: 1 x 1 no Adonir Guimarães e 0 x 0 no Bezerrão.
Por último, na Copa João Havelange (Campeonato Brasileiro), fez parte do Módulo Verde e se não fosse um recurso do Comercial (MS), o time teria terminado a etapa inicial como campeão do grupo formado pelos matogrossenses Operário e Comercial, os goianos Atlético e Goiânia e o Brasília. Ficou em segundo e qualificou-se para a fase seguinte, quando enfrentou Central (PE), Tocantinópolis (TO) e Corinthians (AL). Foi desclassificado ao terminar sua participação em último lugar do grupo.
Foi rebaixado no campeonato brasiliense de 2001, quando chegou na nona posição entre os dez clubes participantes (os dois últimos desciam). 
Graças à cessão de alguns jogadores do Gama, em 2002, sagrou-se campeão da Segunda Divisão, depois de sair em primeiro lugar de um hexagonal final que reuniu Itapuã, Bosque, Santa Maria, Planaltinense e Brasília. Michel, do Dom Pedro II, foi o artilheiro da competição com 8 gols.
Sua campanha foi regular: 13 jogos, 6 vitórias, 4 empates e 3 derrotas; 22 gols a favor e 16 contra.
De volta à Primeira Divisão em 2003, novamente não fez uma boa campanha, chegando em 9º lugar. Sorte que o número de participantes aumentou para 12 e apenas os dois últimos foram rebaixados.
Entre 2004 e 2007, seu posicionamento na tabela de classificação variou entre 5º (em 2004 e 2006), 6º (em 2007) e 7º (em 2005).
Em 2008, quando o número de participantes já tinha baixado para oito, tornou-se vice-campeão, ficando atrás apenas do Brasiliense. Foram 14 jogos, quando venceu sete, empatou cinco e perdeu apenas dois. Marcou 19 gols e sofreu 11. Em seu último jogo naquele ano entrou em campo com Osmair, Gilmar, Rodrigo Mello, Ivisson (Jadir) e Fábio; Zé Ricarte, Ferrugem, Rodrigo Alves e Mazinho Brasília; Michel e Índio (Luciano). Técnico: José Lopes de Oliveira, o Risada.
Voltou a disputar o Campeonato da Série C em 2008. Na Primeira Fase, com o os clubes goianos Anápolis e Itumbiara e mais o brasiliense Legião, ficou em primeiro lugar do Grupo 10. Na Segunda Fase, enfrentou novamente o Itumbiara e mais o Atlético Goianiense e o Mixto, de Cuiabá. Ficou em terceiro lugar no grupo, não conseguindo classificação para a Terceira Fase.

No começo do ano de 2009 alterou o nome para Esporte Clube Dom Pedro Bandeirante, buscando uma maior identificação com a cidade do Núcleo Bandeirante. Trocou a homenagem ao patrono da corporação pela citação da nova cidade-sede. Criou um novo escudo e mascote, uma ave inspirada na mítica Fênix, aquela que renasce das cinzas.
Com todas essas mudanças, quase repetiu o feito de 2008: chegou na terceira colocação em 2009. Neste ano, também tomou parte pela segunda vez da Copa do Brasil. Foi eliminado na primeira fase após perder no Bezerrão, por 2 x 0, para o Botafogo (RJ).
Em 2010 teve queda drástica chegando em 7º e penúltimo lugar, sendo, novamente, rebaixado para a Segunda Divisão de 2011.
Voltou para a Primeira Divisão em 2012 e outra vez foi rebaixado para a Segunda Divisão de 2013, ao ser 12º e último colocado do certame no ano em que subiu.
Disputou a Segunda Divisão de 2013 e foi muito mal, colocando-se em sétimo lugar entre os dez participantes.
Em sua passagem pela Primeira Divisão do DF o Dom Pedro II disputou 228 jogos, vencendo 78 (34%), empatando 50 (22%) e perdendo 100 (44%). Marcou 289 gols e sofreu 353.
O clube sobreviveu até hoje pela persistência de Clever Rafael. Nunca teve um estádio próprio, falta patrocínio e torcida, mas sobram dificuldades.



Um comentário: