No período de 1990 a 1992, o Sobradinho emplacou uma curiosa série de sextos lugares nas
classificações finais dos três campeonatos brasilienses que disputou.
Em 1990 perdeu mais da metade do time do ano anterior por brigas internas com o
então supervisor Manoelzinho. Os jogadores que deixaram o clube foram
Chaguinhas, Claudinho, Michael, Arthur, Filó e Zé Nilo. Com um novo Presidente,
o palestino Ratib Mohamad Madrei, e um novo treinador, Mário César, ex-técnico
dos juniores do Bangu, o Sobradinho não realizou boa campanha no campeonato
brasiliense de 1990. Não venceu uma partida sequer no 1º turno, recuperando-se
no segundo, quando venceu duas, suficientes para deixar o clube na sexta
colocação, à frente de Planaltina e Ceilândia.
Em 1991, o deputado distrital Tadeu Roriz, ex-presidente do Brasília (e que se
tornaria presidente da Federação Metropolitana de Futebol no ano seguinte,
1992), passou a ser o coordenador de futebol do Sobradinho. O clube se reforçou
com jogadores conhecidos, tais como os meio-campistas Michael e Filó, os
zagueiros Ahlá e Régis e o goleiro Chicão, mas também não foi bem. No 1º turno,
só venceu uma das quatorze partidas que disputou. No segundo, recuperou-se um
pouco mais, não o suficiente para tirá-lo da sexta colocação final, à frente de
Brasília e Tiradentes. Como curiosidade, o Sobradinho foi o clube que mais
empatou em toda a competição: 15 vezes em 28 jogos disputados. Ganhou cinco
jogos e perdeu oito.
Para o ano de 1992 o Sobradinho continuou se reforçando. Chegou a contratar
dois ex-jogadores do Botafogo, do Rio de Janeiro: o centro-avante Silva e o
ponta-esquerda Luiz Sérgio, que se juntaram a jogadores experientes. Ainda
assim, não emplacou e ficou com o sexto lugar novamente, desta vez à frente de
Gama e Ceilândia.
Depois de ser o oitavo e penúltimo colocado em 1993, recuperou-se no ano
seguinte ao chegar na segunda colocação do campeonato brasiliense, ficando
atrás apenas do Gama, com quem decidiu e perdeu o primeiro turno em dois jogos
(o Gama acabaria vencendo também o segundo).
Foi 5º colocado no campeonato brasiliense de 1995 e 3º em 1996.
No dia 5 de março de 1996, o clube passou a se chamar Botafogo Sobradinho
Esporte Clube, em parceria com o Botafogo, do Rio de Janeiro. O acordo foi
fechado entre o presidente do clube carioca, Carlos Augusto Montenegro, e o
representante do Botafogo em Brasília, Délio Cardoso, empossado como presidente
do novo clube. Pelo contrato, jogadores reservas do clube carioca se juntariam
a outros do Sobradinho para disputar o campeonato brasiliense e os que se
destacassem iriam para o Rio de Janeiro, com chances de entrar na equipe
principal do Botafogo. Nilton Santos passou a ser o Diretor de Futebol do novo
clube e Dé Aranha o treinador. Essa parceria rendeu ao Sobradinho a terceira
colocação nos campeonatos de 1996 e 1997. Um dos jogadores que se destacou
nesse projeto e que mais tarde iria defender o Botafogo carioca foi Dimba, artilheiro
do campeonato brasiliense de 1996, com 22 gols.
Voltou a disputar jogos pelo Campeonato Brasileiro, na Série C. O Sobradinho
foi o 1º colocado do seu grupo, integrado por Francana (SP), Uberaba (MG) e o
Planaltina (DF). Na Segunda Fase, disputada no sistema “mata-mata”, foi
eliminado pelo Mixto, de Cuiabá (MT).
Em 1997 o Botafogo-Sobradinho chegou a ser o primeiro time de futebol do Brasil
a trabalhar com o “biofeedback esportivo” (pesquisas de diferentes alternativas
para a interatividade corpo/recursos cognitivos eletrônicos com aplicabilidade
direta no desempenho de atletas). A alta tecnologia teve destaque na mídia (Globo
Esporte e Esporte Espetacular) e foi utilizada apenas no campeonato brasiliense
daquele ano.
Ainda em 1997 a parceria foi desfeita e o Sobradinho voltou a usar o seu nome
original. Além de não atrair muitos torcedores, começou a perder os torcedores
antigos.
Desenvolveu campanhas irregulares nos campeonatos brasilienses de 1998 e 1999,
sendo quinto colocado nos dois.
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