Carlos Barbosa Morales nasceu em Porto Alegre (RS) em 9 de abril de 1939.
Começou no juvenil do Internacional, de Porto Alegre (RS), tornando-se
profissional no futebol do interior do Rio Grande do Sul, onde jogou pelo
Esperança, de Novo Hamburgo, Aimoré, de São Leopoldo, e Flamengo, de Caxias do
Sul, todos do Rio Grande do Sul.
Transferido pela Aeronáutica, veio para Brasília em 1961. Neste mesmo ano,
vinculou-se ao Nacional, transferindo-se, no ano seguinte, para o Cruzeiro do
Sul, onde, além de jogar, iniciou na carreira de treinador.
Morales foi um bom quarto-zagueiro, ao ponto de ser convocado para defender a
Seleção do Distrito Federal num amistoso em Goiânia, no dia 29 de setembro de
1962 (Goiás 2 x 2 Distrito Federal).
Ao fim da Primeira Fase do Campeonato Brasiliense de 1962, integrou a Seleção
da Zona Sul, eleita pela crônica esportiva. Em enquete realizada no final do
ano de 1962, fez parte dos “Melhores do Futebol Brasiliense”, promoção do
jornal Diário Carioca-Brasília. No campeonato de 1962, marcou três gols.
Também aproveitou o ano de 1962 para começar a carreira de treinador,
sagrando-se campeão do primeiro Campeonato Brasiliense de Juvenis, pelo
Cruzeiro do Sul.
Durante o Torneio Início da Primeira Divisão do Campeonato Brasiliense de 1963,
realizado no dia 12 de maio, no campo do Grêmio, Estádio “Vasco Viana de
Andrade”, Cruzeiro do Sul e Grêmio empataram em 0 x 0. Nos pênaltis, vitória do
Cruzeiro do Sul, com Morales convertendo as três cobranças. Veio o quinto jogo
do dia e novo empate de 0 x 0 entre Rabello e Cruzeiro do Sul. A vitória coube
ao Rabello, nos pênaltis, por 11 x 10. Detalhe: Arnaldo, do Rabello, fez 11
gols em 12 cobranças e Morales 10.
No campeonato brasiliense de 1963, Morales consagrou-se campeão, com o Cruzeiro
do Sul realizando uma excelente campanha: dez vitórias, cinco empates e apenas
uma derrota.
Ainda em 1963, foi bicampeão da categoria juvenil pelo mesmo clube.
Em 1965 foi vice-campeão juvenil com o Guará.
Passou para o Guanabara em 1966, sagrando-se campeão amador naquele ano.
Foi campeão juvenil em 1967, pelo Rabello. No mesmo clube, passou a auxiliar
técnico do argentino Hector Gritta.
Em 1969, dirigiu o Piloto e em setembro passou para o Coenge, onde fez sua estreia
em 10 de setembro de 1969, na vitória de 1 x 0 sobre a A. A. Serviço Gráfico.
No Coenge começou a trabalhar com suas principais virtudes: disciplinado, sem
ser ditador, e tinha uma moral muito grande junto a todos os jogadores com quem
trabalhou. Sua fórmula: o diálogo aberto e franco.
Sagrou-se campeão brasiliense de 1969, título inédito conquistado com o Coenge.
Além disso, foi o treinador da Seleção do Gama no Torneio Imprensa Esportiva,
iniciado em 21 de dezembro.
Em 1970, ainda no Coenge, foi vice-campeão do Torneio “Governador Hélio Prates
da Silveira” e passou a ser representante do clube junto a Federação Desportiva
de Brasília.
Substituído por Raimundinho em 1971, no Coenge, foi ser treinador do time
amador do Ceub, que ficou com o segundo lugar no campeonato brasiliense de
1972, atrás apenas da A. A. Serviço Gráfico.
O reconhecimento pelo bom trabalho à frente do clube acadêmico veio ao final do
ano quando uma comissão formada por jornalistas esportivos e professores do
Departamento de Educação Física, Esportes e Recreação - DEFER escolheram os
“Destaques do Ano de 1972”, em vários esportes. No futebol, Carlos Morales foi
eleito o melhor técnico.
Continuou no Ceub, até ser substituído por João Avelino, que passou a treinar o
clube no Campeonato Brasileiro de 1973.
O bom trabalho abriu as portas para o futebol mineiro. Logo depois, treinou
equipes de Montes Claros, Passos, Ituiutaba e Jacutinga.
Retornou ao futebol do DF e, em 1980, foi técnico do Sobradinho e do Taguatinga
no campeonato brasiliense daquele ano.
Em 1981 foi vice-campeão brasiliense de profissionais pelo Guará, além de ser
eleito novamente melhor técnico da temporada.
Dirigiu, seguidamente, times do Distrito Federal: 1982 - Taguatinga e Gama;
1983 e 1984 - Tiradentes; 1987 - novamente no Tiradentes e 1988 - Guará.
Em 3 de março de 1990, graças a uma parceria com o ex-técnico e jogador de
futebol, Wander Abdalla, então presidente do Clube de Regatas Guará, Morales
criou o seu grande projeto, desenvolvido por mais de 20 anos: a Escolinha de
Futebol do Guará (cidade onde passou a morar em 1972), a mais antiga e
tradicional escolinha de futebol do DF, que buscava não só ensinar futebol às
crianças e jovens do Guará, mas também, tirar crianças carentes das ruas.
A Escolinha passou a contar com cinco professores que davam aula de terça a
sexta-feira na parte da manhã e à tarde no campo de futebol do Complexo do
CAVE.
O futebol sempre foi uma das suas paixões e, por isso, Morales resolveu juntar
o útil ao agradável ao usar seus conhecimentos e amor ao futebol para
transmiti-los às crianças, de 4 a 17 anos. Um dos atrativos da escolinha era a
participação em torneios e campeonatos inclusive fora do DF.
A escolinha é responsável por uma grande quantidade de revelações de talentos,
o mais recente o atacante Leandro, do ex-Grêmio e hoje no Palmeiras.
Funcionário aposentado pelo Senado Federal, Carlos Morales faleceu no dia 13 de
outubro de 2012, de complicações originadas de uma pneumonia.