quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

TÚNEL DO TEMPO: HÁ 40 ANOS NO FUTEBOL BRASILIENSE



A "MÁQUINA" EM BRASÍLIA

Desfalcado de Paulo César Caju, com contratura muscular na coxa esquerda, o Fluminense chegou à Brasília para o seu segundo jogo da temporada, no dia 21 de janeiro de 1976.
Seu adversário, o Ceub, enfrentava sérios problemas financeiros (havia perdido três jogadores para o Goiânia: Emerson, Péricles e Marco Antônio) e estava sem técnico: Cláudio Garcia, no momento treinando o Brasília, orientou a equipe nesse jogo.
No começo do jogo tinha-se a impressão de que o Ceub iria dificultar as coisas para o Fluminense, pois o time entrou com muita disposição, lutando por cada palmo do terreno e limitou bastante o raio de ação que poderia ser explorado pelos cariocas. Pura impressão, pois aos poucos o Fluminense foi se mostrando uma equipe mais coesa.
Logo aos quatro minutos, o Fluminense teve boa oportunidade, com Dirceu completando passe de Gil: a bola passou rente ao travessão.
Aos 8 minutos, outra chance do Fluminense marcar: Gil recebeu um passe de Rodrigues Neto, passou por Adalberto, que ainda tentou lhe derrubar, e sem olhar para o miolo da área, preferiu o chute direto ao gol, com a bola batendo no poste inferior esquerdo da meta de Wandeir, indo para fora de campo.
Mesmo com o Fluminense mais organizado e com mais facilidade de chegar ao gol, foi o Ceub que abriu a contagem, com um gol de Junior, aos 10 minutos. Ele recebeu uma bola pela ponta direita, ninguém lhe deu combate, ele progrediu e chutou para o gol da intermediária, com Renato falhando na defesa.
O Ceub não conseguia se encontrar em campo. Moreirinha jogava mais pela esquerda e pouco caía pelo meio; Afonso mostrava-se muito pesado e com pouca mobilidade; Paghetti nem foi ponteiro nem ajudou o meio campo. Com isso, Cléber tomou conta do setor e o gol de empate do Fluminense foi apenas questão de tempo.
Este veio aos 32 minutos, com um cruzamento fechado de Marco Antônio, que subiu no apoio. Nenê ficou parado olhando Doval entrar e o atacante não teve trabalho para marcar seu primeiro gol no Fluminense e o gol de empate.
Até o final do primeiro tempo o Fluminense preferiu se resguardar para liquidar o Ceub na etapa seguinte, confiando, principalmente, na atuação do ponteiro Gil, que dava um trabalho incrível a Adalberto e Paulo Roberto.
O segundo tempo foi inteiramente do Fluminense. Inicialmente, os jogadores do Fluminense trocaram as travas das chuteiras - estavam escorregando muito no 1º tempo, com travas de borracha, por causa do gramado molhado - e o time melhorou de produção.
Didi liberou mais Marco Antônio e com isso Dirceu passou a cair pelo meio de campo. Percebendo a situação, Cláudio Garcia colocou Xisté no lugar de Paghetti e o atacante pelo menos conseguiu prender Rodrigues Neto na defesa e Alencar ficou incumbido de vigiar as manobras de Dirceu.
Mesmo com o esforço tático do Ceub, o Fluminense continuou melhor e a única jogada de perigo feita pelo Ceub foi uma cabeçada de Junior, que Rodrigues Neto salvou em cima da linha e Renato pegou na recarga.
O gol de desempate dos cariocas veio aos 23 minutos, com Rivelino cobrando uma falta sofrida por Dirceu. Na hora do chute, Carlos Alberto Torres e Marco Antônio fizeram corta-luz e a bola ainda tocou na barreira, deslocando o goleiro do Ceub.
Doval encerrou a contagem aos 41, depois de um trabalho de Gil, que driblou Paulo Roberto e cruzou rasteiro. Wandeir não conseguiu interceptar e Doval entrou livre para marcar o terceiro gol do Fluminense.
A arrecadação total não foi fornecida, pois ainda faltava computar o montante dos postos de venda fora do estádio, contudo os alto falantes anunciaram a segunda parcial, que foi de 170 mil cruzeiros.
Ficha técnica do jogo:
CEUB 1 x 3 FLUMINENSE (RJ)
Local: Estádio Presidente Médici, Brasília (DF)
Árbitro: Edson Rezende de Oliveira
Gols: Junior, 10; Doval, 32; Rivelino, 68 e Doval, 86
CEUB: Wandeir, Fernandinho, Paulo Roberto, Nenê e Adalberto; Alencar, Renê e Moreirinha; Junior, Paghetti (Xisté) e Afonso (Zé Maria). Técnico: Cláudio Garcia.
FLUMINENSE: Renato, Rodrigues Neto, Carlos Alberto Torres, Luiz Fernando e Marco Antônio; Carlos Alberto Pintinho, Cléber e Rivelino; Gil, Doval e Dirceu. Técnico: Didi.

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