A "MÁQUINA" EM BRASÍLIA
Desfalcado de Paulo César Caju, com contratura muscular na coxa esquerda, o
Fluminense chegou à Brasília para o seu segundo jogo da temporada, no dia 21 de
janeiro de 1976.
Seu adversário, o Ceub, enfrentava sérios problemas financeiros (havia perdido
três jogadores para o Goiânia: Emerson, Péricles e Marco Antônio) e estava sem
técnico: Cláudio Garcia, no momento treinando o Brasília, orientou a equipe
nesse jogo.
No começo do jogo tinha-se a impressão de que o Ceub iria dificultar as coisas
para o Fluminense, pois o time entrou com muita disposição, lutando por cada
palmo do terreno e limitou bastante o raio de ação que poderia ser explorado
pelos cariocas. Pura impressão, pois aos poucos o Fluminense foi se mostrando
uma equipe mais coesa.
Logo aos quatro minutos, o Fluminense teve boa oportunidade, com Dirceu
completando passe de Gil: a bola passou rente ao travessão.
Aos 8 minutos, outra chance do Fluminense marcar: Gil recebeu um passe de
Rodrigues Neto, passou por Adalberto, que ainda tentou lhe derrubar, e sem
olhar para o miolo da área, preferiu o chute direto ao gol, com a bola batendo
no poste inferior esquerdo da meta de Wandeir, indo para fora de campo.
Mesmo com o Fluminense mais organizado e com mais facilidade de chegar ao gol,
foi o Ceub que abriu a contagem, com um gol de Junior, aos 10 minutos. Ele
recebeu uma bola pela ponta direita, ninguém lhe deu combate, ele progrediu e
chutou para o gol da intermediária, com Renato falhando na defesa.
O Ceub não conseguia se encontrar em campo. Moreirinha jogava mais pela
esquerda e pouco caía pelo meio; Afonso mostrava-se muito pesado e com pouca
mobilidade; Paghetti nem foi ponteiro nem ajudou o meio campo. Com isso, Cléber
tomou conta do setor e o gol de empate do Fluminense foi apenas questão de
tempo.
Este veio aos 32 minutos, com um cruzamento fechado de Marco Antônio, que subiu
no apoio. Nenê ficou parado olhando Doval entrar e o atacante não teve trabalho
para marcar seu primeiro gol no Fluminense e o gol de empate.
Até o final do primeiro tempo o Fluminense preferiu se resguardar para liquidar
o Ceub na etapa seguinte, confiando, principalmente, na atuação do ponteiro
Gil, que dava um trabalho incrível a Adalberto e Paulo Roberto.
O segundo tempo foi inteiramente do Fluminense. Inicialmente, os jogadores do
Fluminense trocaram as travas das chuteiras - estavam escorregando muito no 1º
tempo, com travas de borracha, por causa do gramado molhado - e o time melhorou
de produção.
Didi liberou mais Marco Antônio e com isso Dirceu passou a cair pelo meio de
campo. Percebendo a situação, Cláudio Garcia colocou Xisté no lugar de Paghetti
e o atacante pelo menos conseguiu prender Rodrigues Neto na defesa e Alencar
ficou incumbido de vigiar as manobras de Dirceu.
Mesmo com o esforço tático do Ceub, o Fluminense continuou melhor e a única
jogada de perigo feita pelo Ceub foi uma cabeçada de Junior, que Rodrigues Neto
salvou em cima da linha e Renato pegou na recarga.
O gol de desempate dos cariocas veio aos 23 minutos, com Rivelino cobrando uma
falta sofrida por Dirceu. Na hora do chute, Carlos Alberto Torres e Marco
Antônio fizeram corta-luz e a bola ainda tocou na barreira, deslocando o
goleiro do Ceub.
Doval encerrou a contagem aos 41, depois de um trabalho de Gil, que driblou
Paulo Roberto e cruzou rasteiro. Wandeir não conseguiu interceptar e Doval
entrou livre para marcar o terceiro gol do Fluminense.
A arrecadação total não foi fornecida, pois ainda faltava computar o montante
dos postos de venda fora do estádio, contudo os alto falantes anunciaram a
segunda parcial, que foi de 170 mil cruzeiros.
Ficha técnica do jogo:
CEUB 1 x 3 FLUMINENSE (RJ)
Local: Estádio Presidente Médici, Brasília (DF)
Árbitro: Edson Rezende de Oliveira
Gols: Junior, 10; Doval, 32; Rivelino, 68 e Doval, 86
CEUB: Wandeir, Fernandinho, Paulo Roberto, Nenê e Adalberto; Alencar, Renê e
Moreirinha; Junior, Paghetti (Xisté) e Afonso (Zé Maria). Técnico: Cláudio
Garcia.
FLUMINENSE: Renato, Rodrigues Neto, Carlos Alberto Torres, Luiz Fernando e
Marco Antônio; Carlos Alberto Pintinho, Cléber e Rivelino; Gil, Doval e Dirceu.
Técnico: Didi.
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