Dos 465 atletas que representarão o Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio de
Janeiro deste ano, apenas 11 (2,4% dos convocados) são nascidos no Distrito
Federal. Desses, apenas três
ainda moram em Brasília.
Serão dois no atletismo, uma na esgrima, uma no
judô, uma na natação, dois nos saltos ornamentais, um no tiro com arco, uma no
vôlei, um no vôlei de praia e um no futebol, Felipe
Anderson, de quem passaremos a conhecer um pouco de sua história.
Nascido
em Brasília, no dia 15 de abril de 1993, mas criado na cidade-satélite de Santa
Maria, Felipe Anderson Pereira Gomes sempre gostou de jogar futebol nas ruas da
cidade. Seus pais deram muito duro para criar a família,
mas não tinham condições de pagar uma escolinha. Felipe continuou jogando bola
nas ruas até o dia em que sua mãe conheceu um projeto social do 26º Batalhão da
Polícia Militar do Distrito Federal, “Escola de Futebol e Cidadania Sociedade
Esportiva Kandango” e o inscreveu nele.
O campo de terra batida, atrás do batalhão da Polícia
Militar, foi o cenário onde o meia Felipe Anderson deu seus primeiros chutes na
vida, ainda aos oito anos. O local abriga a escolinha de futebol há 17 anos. A
intenção, como projeto social, é livrar crianças e adolescentes da
criminalidade, especialmente em um local considerado violento como Santa Maria.
Apesar da prioridade de formar cidadãos, o projeto revelou um grande jogador,
que não demoraria a atrair a atenção de um olheiro.
Atualmente, Felipe Anderson dá assistência para as crianças que participam
deste projeto social doando o material esportivo.
No time da polícia, Felipe Anderson fez muitos amigos e ganhou muita
experiência. Seu professor era o Léviston.
Aqui em Brasília, também jogou, ainda
menino, no Federal e no Gaminha. O Federal o levou pela primeira vez
para jogar em um campo gramado. Foi disputar um torneio no Guará e despertou o
interesse de muitas escolinhas que queriam contar com o jovem valor. As
escolinhas ficavam muito longe e Felipe Anderson não tinha dinheiro para utilizar
o ônibus.
Um ano depois, ele foi para o Gaminha e disputou torneios da Federação
Brasiliense de Futebol.
A vida de Felipe Anderson começaria a mudar
no dia que o professor avisou aos garotos que o empresário Rafael Félix viria
de Curitiba para assistir a um treino e tentar captar talentos. Além disso,
existia uma possibilidade de um teste no Santos, clube que sempre deu espaço
para jovens.
Felipe
Anderson apegou-se ao futebol como a uma tábua de salvação. Aos 12 anos, viajou
16 horas, de ônibus, com apenas R$ 15,00 no bolso, para um teste em Curitiba.
Dos poucos que passaram, quase todos desistiram, com saudades de casa. Felipe
Anderson resistiu.
No Paraná, defendeu o
Astral e atraiu a atenção do Coritiba.
A ida para Curitiba elevou o nível do seu futebol. Os adversários eram técnicos
e os torneios mais profissionais. Eram times que disputavam o Estadual. Ele
tinha 13 anos.
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