Cipriano Siqueira Filho nasceu em Uberlândia (MG), em 27 de setembro de 1942. Morava em Uberaba (MG) e de lá veio direto para o Guará, com
17 anos de idade. Chegou em 4 de outubro de 1959. Seu pai e seu tio moravam na
beira do córrego próximo à Candangolândia, onde funcionava antigamente a bica
d’água que abastecia todos os caminhões que trabalhavam nas obras de construção
de Brasília.
Assim que completou 18 anos, foi admitido na Novacap, como ajudante de
pedreiro, depois pedreiro, em várias obras de criação da capital. Dois anos
depois, passou num concurso público do GDF-Governo do Distrito Federal, onde
trabalhou até aposentar-se.
Trabalhou três anos na Administração Regional de Taguatinga e quando o
administrador desta veio para o Guará, Cipriano veio com ele. Foram 22 anos na
Administração Regional do Guará, onde aposentou como Chefe de Serviço de Administração
da Feira do Guará, por seis anos. Aposentou-se como servidor do GDF em 1990, tendo
também trabalhado no antigo Departamento de Água e Esgoto (DAE), que deu origem
à CAESB.
Cipriano começou a assistir aos jogos do Guará apenas para acompanhar os amigos
que, como ele, haviam deixado sua terra natal para ajudar na construção da nova
capital do País. Os jogos eram perto da sua casa, no Núcleo Bandeirante, e por
isso iam ao estádio.
Quando o Guará se profissionalizou e incentivado por Almir Vieira, Cipriano “vestiu a camisa”. Foi ajudante, chefe
de torcida por muito tempo, diretor, até ser eleito Presidente em 1995.
Antes, de 1989 a 1994, o Guará havia sido vice-campeão quatro vezes, ao perder
o título em finais para Brasília, Gama, Tiradentes e Taguatinga.
Em um desses anos, 1982, foi provocada uma grande mágoa em Cipriano. Na decisão
do campeonato brasiliense desse ano, entre Guará e Brasília, a festa foi
preparada bem cedo e seria regada a muita cerveja. Na maior euforia, o então
chefe de torcida Cipriano Siqueira conseguiu levar para o Pelezão 600
torcedores uniformizados. Ele confiava tanto no Guará que não vacilou em encher
um cavalete com fogos, para acendê-los ao final da partida, na comemoração do
título. O Guará havia feito uma grande campanha e estava com jogadores de alto
nível. Logo, nada mais compreensível do que preparar uma grande festa. Mas o
futebol pregou mais uma de suas peças e o Brasília venceu.
Cipriano resolveu lançar um desafio, de assumir o clube e dar a ele o tão
sonhado título de campeão brasiliense.
Incentivado pelo administrador regional Heleno Carvalho, o ex-administrador
Francisco Brandes, foi eleito Presidente do clube para a gestão de 1995 a 1997.
Juntaram-se a ele no desafio torcedores ilustres do Guará como Manoelino
Rodrigues, Alcir Alves de Souza e o ex-supervisor do Taguatinga, Eurípedes
Bueno.
O comando do time foi entregue ao ex-goleiro Déo de Carvalho.
No primeiro ano, o Guará foi eliminado nas semifinais, pelo Brasília, que foi
vencido pelo Gama na final.
Mas, em 1996, finalmente veio o título. O time foi montado a partir da base
vencedora do Taguatinga, formada pelos zagueiros Gilson e Zinha, os meias
Marquinhos, Rogerinho e Júlio César. Como era tradição do clube na época,
buscou-se um jogador famoso em fim de carreira, para dar experiência ao time e
atrair o torcedor. O escolhido foi Éder Aleixo, ex-Seleção Brasileira, com 37
anos na época.
Éder havia atuado no Cruzeiro no ano anterior e ajudou a trazer para o Guará
quatro juniores que haviam estourado a idade.
Cumprido o desafio, Cipriano não quis se reeleger para o triênio 1998/2000,
quando o Guará chegou a ser rebaixado para a Segunda Divisão do DF.
Cansou da vida difícil de dirigente de futebol em Brasília. Teve muitas
decepções, achou que não valia a pena continuar, citando, principalmente, a
falta de apoio que experimentou durante a sua administração. Continuou no Guará
como conselheiro.
Cipriano também tentou enveredar-se a deputado distrital em 2010, numa
dobradinha com o candidato a deputado federal Izalci Lucas. Decepcionado com os
658 votos e a falta de apoio financeiro que deixou uma dívida de R$ 8 mil na
época, não quis mais saber de política, mesmo sendo convidado outras vezes para
candidatar-se.
Hoje, Cipriano dedica-se aos cinco filhos, incluindo uma de criação, 15 netos,
4 bisnetos e aos programas sociais de uma igreja evangélica.
Em 1991, Cipriano montou uma fábrica na QE 40, que produz camarões empanados e
distribui para restaurantes de Brasília. Atualmente, a gerência dos negócios é
feita pelo seu filho mais velho, Leandro Siqueira.
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