Disputado entre 1922 e 1962, o saudoso Campeonato Brasileiro de Seleções monopolizou
a atenção dos torcedores durante muitos anos. A rivalidade entre Rio de Janeiro
e São Paulo fez encher inúmeras vezes o Maracanã e o Pacaembu, proporcionando jogos
memoráveis e históricos.
Chamado inicialmente de Campeonato Brasileiro de Futebol, essa competição foi durante
longo tempo a mais importante do futebol brasileiro.
Em sua história foi conquistada em 15 ocasiões pelo Rio de Janeiro, 13 por São Paulo,
uma por Minas Gerais e outra pela Bahia.
Já em
sua última disputa, em 1962/63, não era mais levada muito a sério - basta dizer
que, então, paulistas e cariocas participaram com times mistos.
Em 1987, sem o glamour
dos velhos tempos, o Campeonato Brasileiro de Seleções voltou a ser disputado. Prova
de sua falta de importância foi o fato de o Rio de Janeiro, que acabou campeão,
ter sido representado pelo modesto Americano, de Campos.
Alagoas e Sergipe desistiram de disputar a competição com a justificativa de
que as datas dos seus jogos estavam reservadas para a decisão dos seus
campeonatos.
Por situação mais ou menos parecida passou a seleção do DF, que começou os
treinos desfalcada dos jogadores do Taguatinga, posição assumida pelo
presidente do clube, tendo em vista a disputa das finais do campeonato
brasiliense.
Brito |
A
Comissão Técnica foi assim formada: Supervisor - Carlos Romeiro, depois
substituído por Almir Vieira; Técnico - Hércules Brito Ruas; Preparador Físico
- Weber de Azevedo Magalhães, depois substituído por Elmo José Rodrigues; Massagistas
- Pedro Masseno e Salvador Vicente (Papa Légua) e Mordomo: Liomar Arantes da
Silva.
Foram convocados os
seguintes jogadores:
Goleiros:
Wanderley (Brasília) e Dias (Ceilândia);
Laterais-Direito: Ricardo (Taguatinga) e Chaguinha (Ceilândia);
Zagueiros-Centrais: Iranil (Brasília) e Rildo (Sobradinho);
Quartos-Zagueiros: Zinha (Taguatinga) depois Paulão (Ceilândia) e Filgueiras
(Brasília);
Volantes: Da Costa (Brasília) depois Marco Antônio (Brasília) e Chicão
(Ceilândia);
Laterais-Esquerdo: Nescau (Brasília) e Jerônimo (Sobradinho);
Ponteiros-Direito: Carlinhos (Ceilândia) depois Moura (Guará) e Régis
(Sobradinho);
Meias-Direita: Niltinho (Guará) e Bilzinho (Taguatinga) depois Edmilson
(Ceilândia);
Centro-Avantes: Bé (Tiradentes) e Bill (Gama) depois Nilson (Sobradinho);
Meias-Esquerda: Zé Maurício (Guará) e Bolão (Brasília); e
Ponteiros-Esquerdo: Marcelo Freitas (Taguatinga) e Wadi (Ceilândia) depois
Ricardo (Guará).
Um mês antes de estrear no campeonato brasileiro, no dia 5 de julho de 1987, a
seleção do DF disputou um amistoso no Estádio Mané Garrincha contra o Flamengo,
do Rio de Janeiro, sendo derrotada por 1 x 0.
O Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais de 1987 foi subdividido em
regiões. No grupo Centro-Oeste estavam definidos os confrontos Distrito Federal
x Goiás e Mato Grosso x Mato Grosso do Sul.
Distrito Federal e Goiás integraram o Grupo G.
Zé Mário |
Como a seleção de Goiás não pôde realizar nenhum treinamento, o técnico Zé
Mário resolveu manter o time do Goiás como formação básica do selecionado
goiano. Oito jogadores eram do Goiás, bicampeão goiano.
A primeira partida foi monótona, com as duas equipes realizando um jogo sem
muito entusiasmo, ficando para os últimos minutos os melhores lances, quando a
seleção do DF quase marca através de uma falta cobrada por Bolão, aos 45
minutos do segundo tempo.
Devido à falta de policiamento, a partida teve o seu início atrasado em mais de
30 minutos.
Resolvido o problema, o jogo pôde ser iniciado com a seleção de Goiás
apresentando uma esquema bem armado, dificultando o ataque da equipe do DF.
Procurando sempre as jogadas pela direita, os goianos mandaram em campo até a
metade do primeiro tempo. A equipe do DF dava sinais claros de falta de entrosamento,
errando muitos passes.
A melhor oportunidade da seleção do DF só foi aos 31 minutos, quando Bolão
colocou Bé na cara do gol e este desperdiçou a chance, chutando para fora.
No segundo tempo as emoções também foram poucas. O time do DF voltou melhor com
o lateral Ricardo apoiando mais o ataque pela direita.
Na altura dos 25 minutos, o goleiro Dias interrompeu uma jogada em que quase
surgiu o gol de Goiás.
Com maior movimentação, as duas equipes melhoraram um pouco o espetáculo que,
porém, não proporcionou a marcação de gols.
DISTRITO FEDERAL 0 x 0 GOIÁS
Data: 5 de agosto de 1987
Local: Mané Garrincha, Brasília (DF)
Árbitro: Alahil Bolívar (MG)
Renda: Cz$ 58.350,00
Público: 838 pagantes
Distrito Federal: Dias, Ricardo, Iranil, Zinha e Jerônimo; Marco Antônio, Bilzinho
e Zé Maurício; Régis, Bé e Bolão. Técnico: Hércules Brito Ruas.
Goiás: Ricardo, Válter, Gomes, Ronaldo Castro e Célio Gaúcho; Uidemar, Fagundes
e Formiga; Niltinho, Waldir Dias (Paulo César) e Tiãozinho. Técnico: Zé Mário.
Quatro dias depois do primeiro jogo, as duas seleções voltaram a se enfrentar,
desta vez em Goiânia, mais precisamente no estádio Serra Dourada.
Toda a preparação da seleção do DF em tentar conter o ímpeto inicial da seleção
goiana foi por água abaixo logo a um minuto de jogo, quando Formiga marcou o
primeiro gol do jogo.
Daí em diante, o que se viu foi uma seleção sem entrosamento tentando reagir, o
que não aconteceu. No final do primeiro tempo levou o segundo gol e o terceiro
veio logo assim que começou o segundo tempo, com um minuto de jogo na etapa
complementar, praticamente selando a sorte da partida.
Completamente entregue, a seleção do DF não encontrou forças para reagir e viu
o marcador se transformar numa grande goleada, despedindo-se melancolicamente
da competição.
GOIÁS 6 x 0 DISTRITO FEDERAL
Data: 9 de agosto de 1987
Local: Serra Dourada, Goiânia (GO)
Árbitro: Márcio Resende de Freitas (MG)
Renda: Cr$ 359.300
Público: 4.045 pagantes
Gols: Formiga 1, Gomes 40, Tiãozinho 46 e 59, Zinha (contra) 72 e Válter 86.
Goiás: Oliveira, Válter, Gomes, Ronaldo Castro e Célio Gaúcho; Uidemar, Fagundes
e Péricles (Marçal); Niltinho, Formiga (Valdeir) e Tiãozinho. Técnico: Zé Mário.
Distrito Federal: Wanderley, Ricardo, Iranil, Zinha e Jerônimo; Marco Antônio, Bilzinho
(Marcelo Freitas) e Zé Maurício; Régis (Moura), Bé e Bolão. Técnico: Hércules Brito
Ruas.
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