Nascido e criado no bairro de Olaria, Joel Santana teve uma curta
carreira como jogador profissional, iniciada tarde, aos 23 anos. Ele atuava
como zagueiro, jogou de 1971 a 1980 e passou por poucos clubes: Vasco da Gama,
Olaria e América, de Natal (RN).
Joel era um zagueiro voluntarioso, não tinha muita técnica, mas era muito bom
pelo alto, se cuidava muito e era um líder nato.
Participou de uma peneira quando começou a jogar futebol, no Olaria. Naquele
tempo não tinha nem chuteira. Jogava descalço. Desta peneira saíram grandes jogadores,
dentre eles Miguel e Alfinete.
No Vasco da Gama, conquistou o campeonato carioca de 1970 e o campeonato brasileiro
de 1974.
No América, de Natal, foi campeão potiguar em 1977, 1979 e 1980.
Joel
decidiu encerrar a carreira de jogador para trabalhar como treinador por ver
mais chances no futebol se ocupasse esse cargo. Para isso, Joel
graduou-se em Educação Física na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Logo
depois de se formar, Joel voltou para o Rio de Janeiro e foi trabalhar nas categorias
de base do Vasco da Gama. Antes, dirigiu uma equipe de estudantes do 1º e
2º graus, com o máximo de 17 anos, no 1º Campeonato Escolar Brasileiro de
Futebol, uma promoção da Secretaria de Educação de Estado - SEED/MEC -
Ministério da Educação e Cultura, em Brasília, no ano de 1980. Esta foi a
primeira experiência de Joel Santana como treinador.
Em
1981, Joel assumiu o seu primeiro clube, o Al Wasl F. C., dos Emirados Árabes,
que decidiu apostar no jovem treinador. Joel permaneceu no
comando da equipe por cinco anos e conquistou a UAE League nos anos de 1982,
1983 e 1985.
Em
1986 o Vasco da Gama convidou-o para retornar ao Brasil, para treinar a equipe
principal do clube. O convite foi aceito e Joel assumiu o seu primeiro
clube brasileiro. A passagem não durou tanto quanto o seu primeiro desafio e ao
fim de um ano o treinador mudou de ares, mais uma vez seguindo para o mundo
árabe, mais precisamente para a Arábia Saudita, onde foi treinar o Al Hilal,
onde conquistou o campeonato saudita nos anos de 1988 e 1990.
Três anos depois, Joel retornou ao Brasil. Agora o novo desafio era treinar o
América, do Rio de Janeiro. A passagem foi muito curta e no mesmo ano ele voltou
à Arábia Saudita.
Mas
em 1992, Joel voltou a assumir o Vasco da Gama. Esta segunda passagem
rende ao treinador o seu primeiro título, o Campeonato Carioca de 1992, de
forma invicta. Devido à conquista, ele é mantido no cargo e no ano seguinte
conquista novamente o Campeonato Carioca.
Em
1994 o treinador aceitou um novo desafio e assumiu o Bahia. Uma experiência curta
de um ano, mas onde pôde conquistar o campeonato baiano.
Em
1995 ele voltou ao Rio de Janeiro para treinar o Fluminense. O clube estava
desacreditado e com poucas chances de ganhar o Campeonato Carioca. O grande
favorito para a conquista era o Flamengo, que havia se reforçado com Romário.
Mas contra todas os prognósticos o treinador levou o clube à final da
competição contra o Flamengo e num jogo que surpreendeu a todos, o Fluminense
sagrou-se campeão carioca rendendo ao treinador o seu terceiro título.
Com o título a diretoria manteve o treinador e reforçou o clube para a disputa
do Campeonato Brasileiro. Joel chegou até as semifinais, onde venceu o Santos
em casa de goleada, e conseguiu a incrível proeza de ser eliminado no jogo de
volta, também sendo goleado.
Com
três títulos cariocas, Joel Santana começava a ser visto como um treinador
vitorioso no Rio de Janeiro. Em 1996 o Flamengo, que no ano anterior perdeu o
título para o Fluminense de Joel, contratou o treinador com o objetivo de
conquistar o Campeonato Carioca. O objetivo foi alcançado e de forma invicta o
treinador conquistou o seu quarto título.
Em
1997, assumiu o Botafogo, que era o único clube grande do Rio de Janeiro que
ainda não tinha treinado e, mais uma vez, ele conquistou o título carioca. O treinador saiu
durante o campeonato brasileiro, em virtude de uma grande proposta do
Corinthians, onde, entretanto, não ficou por muito tempo. Foi mais uma vez
contratado pelo Flamengo por seis meses em 1998. O treinador esteve de volta ao
Botafogo em 1999, mas sem grande sucesso.
Joel
passou a ser conhecido como o "Rei
do Rio" devido às suas passagens vitoriosas e ao seus cinco títulos
cariocas. Mas
o treinador nunca havia conquistado um título nacional ou internacional.
Em
1999 Joel voltou ao Bahia para uma nova conquista do Campeonato Baiano, título
dividido com o Vitória após uma confusão sobre onde seria disputada a segunda
partida da final.
Após um desentendimento do presidente do Vasco da Gama, Eurico Miranda, com o
treinador do clube, Oswaldo de Oliveira, em 2000, que culminou com a demissão
deste, Joel Santana foi contratado para assumir o cargo. Esta passagem foi
atípica e assumiu a equipe quando esta já estava na fase final da Copa Mercosul.
O treinador seguiu no clube até o final da Copa João Havelange (Campeonato Brasileiro),
que o Vasco da Gama venceria numa final disputada contra o São Caetano, no ano
de 2001. O treinador assim somou dois títulos inéditos à sua coleção.
Depois
de uma passagem rápida pelo Coritiba, ainda em 2001, foi contratado pelo
Vitória, de Salvador (BA), onde conquistou dois títulos baianos (2002 e 2003) e
um da Copa do Nordeste de 2003.
Joel Santana começou a ser contratado por curtos períodos não com o objetivo de
conquistar um título, mas sim de recuperar uma equipe mal classificada.
Voltou
ao Fluminense em 2003 e por seis meses esteve no comando da equipe. No ano seguinte
treinou o Guarani e o Internacional, ambos por um curto período. No mesmo ano
assumiu pela quarta vez o Vasco da Gama, para no ano seguinte ir para o
Brasiliense.
No mesmo ano Joel foi convidado a assumir novamente o Flamengo. O clube
encontrava-se em má posição no Campeonato Brasileiro e o objetivo principal era
garantir a permanência da equipe na primeira divisão. Joel tinha apenas nove
jogos para comandar e atingir o objetivo. Com seis vitórias e três empates, o
clube conseguiu se manter na primeira divisão. No fim da competição Joel foi
para o Japão, treinar o Vegalta Sendai, que tinha outros objetivos, ser
promovido à primeira divisão japonesa. Porém o treinador não conseguiu atingir
o objetivo.
Em
2007 Joel foi convidado pelo amigo e dirigente do Fluminense, Branco, para
assumir a equipe tricolor. O contrato firmado era de um ano, mas a passagem
foi muito curta, dois meses, e após dez jogos o treinador teve o contrato
rescindido.
Três meses após a dispensa do Fluminense, Joel voltou a assumir outro clube
carioca, o Flamengo. O objetivo era o mesmo de há dois anos, recuperar a equipe
em má posição no Campeonato Brasileiro. Desta vez o treinador assumiu a equipe
com uma maior margem de manobra, tendo ainda vinte e seis jogos para disputar,
e obteve uma recuperação surpreendente, levando o Flamengo da zona de
rebaixamento à conquista de uma vaga para a Copa Libertadores da América 2008. E
no torneio de sua despedida do clube, levou o Flamengo ao título do campeonato
carioca de 2008.
Em sua partida de despedida pelo Flamengo, no entanto, Joel não pôde evitar a
derrota por 3 a 0 para o América, do México, no Maracanã, e a consequente
eliminação da Taça Libertadores da América de 2008.
Após conquistar mais um título carioca, Joel Santana saiu do Flamengo e foi
comandar a seleção da África do Sul, país sede da Copa do Mundo de 2010, por
indicação do até então técnico Carlos Alberto Parreira (que, na época, afirmava
aposentar-se da carreira de técnico de futebol). O cargo de técnico do Flamengo
foi assumido por Caio Junior. A passagem de Joel como treinador de seleção não
durou muito: foi demitido em 19 de outubro de 2009, após uma série de derrotas.
Apesar disso, teve um ponto alto com a seleção da África do Sul: levou o país à
semifinal da Copa das Confederações de 2009.
Em
2010, de volta ao Rio de Janeiro, Joel Santana foi contratado pelo Botafogo, após
uma goleada de 6 x 0 sofrida para o Vasco da Gama. O treinador organizou
o time, que subiu de rendimento e conquistou, em cima do mesmo Vasco da Gama, a
Taça Guanabara. Em seguida, o clube alvinegro conquistou também o returno do
campeonato carioca, a Taça Rio, em cima do Flamengo, sagrando-se campeão
estadual sem a necessidade de final. Ganhou também o prêmio de melhor técnico
do campeonato.
Renovou
o contrato em dezembro de 2010, mas em 22 de março de 2011, após derrota para o
Vasco da Gama, na Taça Rio, e magoado com as vaias e críticas da torcida, Joel
pediu demissão do comando do Botafogo.
Passou a dirigir a equipe do Cruzeiro em 19 de junho. Após alternar bons e
maus resultados, a diretoria do Cruzeiro o demitiu em 2 de setembro, depois da
derrota por 4 x 2 diante do Figueirense.
Ainda em setembro de 2011, a diretoria do Bahia anunciou que Joel seria o novo
técnico do tricolor baiano.
No dia 3 de fevereiro de 2012, após uma rápida negociação, acertou sua volta ao
Flamengo. Foi a quinta passagem do treinador no rubro-negro carioca. O Flamengo
acabou sendo eliminado ainda na fase de grupos da Libertadores e não conseguiu se
classificar para as finais da Taça Rio. Após seis meses de irregularidade e uma
série de péssimos resultados, Joel foi demitido do Flamengo em 23 de julho de
2012.
Em
8 de abril de 2013 Joel acertou o seu retorno ao Bahia. Mas, em apenas um
mês, em 13 de maio, foi demitido após goleada para o arquirrival Vitória, por 7
x 3 na final do Campeonato Baiano.
Em
6 de setembro de 2014 foi contratado pelo Vasco da Gama. Conseguiu levar a
equipe ao terceiro lugar do Campeonato Brasileiro da Série B e ao retorno a
Série A de 2015. Neste período, foi submetido a uma cirurgia para a remoção da
vesícula biliar, após ser diagnosticado com colecistite aguda (inflamação da
vesícula).
Em
dezembro de 2016, foi apresentado como novo treinador do Boavista, para treinar
o clube no Campeonato Carioca de 2017, após 2 anos sem treinar nenhuma equipe.
Conhecido por orientar seus jogadores sempre com uma prancheta, Joel faz o
estilo paizão. Por isso ele é idolatrado e respeitado pelos jogadores. Sobre
sua maneira de armar as equipes, Joel é adepto confesso dos fortes esquemas
defensivos.
PASSAGEM PELO BRASILIENSE
O técnico Valdyr Espinosa não resistiu à quinta derrota em oito jogos do
Brasiliense no Campeonato Brasileiro de 2005, para o Corinthians, por 4 x 2.
Ele chegou a comandar o treino de 20 de junho de 2005, mas, à tarde, quem
apareceu para assumir o grupo foi Joel Santana.
Aos 56 anos, ele chegou no carro do presidente do Brasiliense, Luiz Estevão,
acompanhado, também, pelo preparador físico Ronaldo Torres. Se apresentou aos
jornalistas e depois seguiu para o campo, onde teve uma rápida conversa com o
elenco.
O Brasiliense estava em 19º lugar, na zona de rebaixamento, à frente de
Figueirense, Atlético Mineiro e Atlético Paranaense, tinha uma das defesas mais
vazadas da competição, com 14 gols (em oito jogos) e o segundo pior ataque, ao
lado do Fortaleza, com cinco tentos.
A estreia de Joel no comando do Brasiliense foi no dia 25 de junho de 2005, no
Rio de Janeiro, contra o Flamengo. O Brasiliense alcançou um grande resultado,
ao derrotar o rubro-negro carioca por 4 x 3, e pulou para o 16º lugar, com nove
pontos ganhos em nove rodadas.
No jogo seguinte, em 3 de julho, vitória sobre o Atlético Paranaense, por 2 x
1. Sua primeira derrota aconteceu em 9 de julho, em Caxias do Sul, diante do
Juventude (2 x 1).
Sem conseguir dar os resultados que o Brasiliense necessitava para sair da zona
de rebaixamento, na noite de 22 de outubro de 2005, Joel Santana ligou para
Luiz Estevão e entregou o cargo.
Seu último jogo tinha acontecido um dia antes, 21 de outubro de 2005, com
derrota dentro de casa para o Goiás, por 2 x 1. Foi substituído por Márcio
Bittencourt.
A passagem de Joel Santana no Brasiliense durou 120 dias. Nesse período, ele
comandou o time em seis vitórias, oito empates e onze derrotas. Foram 35 gols a
favor e 44 contra. Largou o Brasiliense na 22ª e última colocação no campeonato
e, portanto, dentro da zona de rebaixamento.
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