Foi um dos grandes laterais do futebol brasileiro.
Jogava na lateral direita, apoiando constantemente o ataque dos clubes por onde
passou e cobrava faltas muito bem, sempre com muita força. Polêmico como
poucos, não aliviava nas divididas.
Começou a sua carreira no futebol de praia na cidade
de Santos (SP), de onde passou para o futebol de campo do Santos Futebol Clube,
em 1972, ocupando esporadicamente a lacuna deixada por Carlos Alberto Torres.
Transferiu-se em 1973 para o Coritiba, do Paraná. Teve
como treinador Tim, grande estudioso do futebol. Apesar de ter rendido bons
frutos, sua permanência na capital paranaense foi relativamente curta.
Em 1974, esteve no América, do Rio de Janeiro (RJ).
Orlando passou rapidamente a ser um dos destaques do clube e as coisas
começaram a acontecer de verdade para ele. Orlando foi autor do gol do título
do América na final da Taça Guanabara de 1974, contra o Fluminense, e suas boas
atuações o levaram a realizar um grande sonho: vestir a camisa da seleção
brasileira.
Depois, atuou pelo Vasco da Gama, também do Rio de
Janeiro, onde chegou no início de 1977 e ficou até 1981. Em São Januário ele
recebeu vários apelidos por parte da imprensa, como por exemplo, “o canhão da
colina” e “o homem que come chumbo”. Integrou uma defesa que ficou conhecida
como “a barreira do inferno”, juntamente com Abel, Geraldo e Marco Antônio.
De rebotes surgidos em suas cobranças de faltas e de
seus certeiros cruzamentos na área surgiram muitos gols do Vasco da Gama. Foi
campeão carioca em 1977.
Na Seleção Brasileira disputou dez jogos, no período
de 28 de abril de 1976 a 12 de outubro de 1977, sem conhecer derrota (nove
vitórias e um empate).
Sua estreia foi justamente no conturbado jogo contra o
Uruguai, no Maracanã, em 28 de abril de 1976, com vitória brasileira de 2 x 1.
Orlando substituiu Toninho, do Flamengo. Tudo corria
bem, até que em um lance fortuito Rivelino deu um soco no lateral uruguaio
Ramírez, revidando uma agressão ao jovem Zico. Ramírez não esqueceria tal
gesto. No final do jogo, enfurecido, ele correu atrás de Rivelino, que, ciente
do perigo da situação, rolou escada abaixo no afã de refugiar-se nos
vestiários. O sururu estava formado. Nesse instante, surgiu Orlando como um
raio, na tentativa de socorrer seu companheiro. A briga envolveu até mesmo
repórteres e membros das comissões técnicas das duas seleções.
Depois que saiu do Vasco da Gama, teve passagem rápida
e discreta pela Udinese, da Itália.
Quando retornou ao país e começou a carreira de
treinador.
Foi treinador do Gama, da Portuguesa Santista (SP) e
do Atlético Goianiense, Goiatuba, Goiás e Vila Nova, todos de Goiás. No
Goiatuba conquistou o título de maior destaque, o de campeão goiano de 1992, o
primeiro na história do clube e 25 anos depois da última conquista por um clube
do interior (CRAC, em 1967).
Orlando Lelé morreu aos 50 anos, no dia 4 de setembro
de 1999, em sua casa, em Santos, vítima de um infarto fulminante, conforme
disse a família. Orlando estava na sala de casa, esperando para assistir ao
amistoso entre Brasil e Argentina quando sofreu o ataque cardíaco. Os parentes
ainda tentaram, em vão reanimá-lo. Orlando estava tetraplégico há pouco mais de
um ano, resultado de uma queda no banheiro do apartamento onde morava, em
Brasília (DF), e tentava, com a fisioterapia, recuperar os movimentos e já
conseguia mexer um pouco os braços.
PASSAGENS PELO GAMA
A primeira vez que Orlando Lelé passou pelo Gama foi
no ano de 1988. No dia 28 de fevereiro de 1988, no Bezerrão, ele estreava como
treinador do Gama, no empate de 0 x 0 diante do Taguatinga, jogo válido pelo
campeonato brasiliense. No dia 12 de junho de 1988, no CAVE, no empate de 1 x 1
com o Guará, Orlando Lelé resolveu passar a dividir as funções de jogador e
treinador da equipe do Gama. Nesse dia, com a camisa 6, entrou em campo e deu o
passe para o gol do Gama. Foram mais seis partidas nessa condição. No dia 26 de
junho de 1988, no Bezerrão, Orlando Lelé marcaria o seu único gol no
campeonato, no empate de 1 x 1 com o Brasília. No total foram 24 oportunidades
como treinador da equipe e sete como jogador. O Gama foi desclassificado pelo
Tiradentes (campeão desse ano) nas semifinais e ficou com a quarta colocação no
campeonato.
Orlando Lelé voltaria em 1990, sendo treinador da
equipe do Gama em 17 oportunidades, sagrando-se campeão brasiliense desse ano.
De 10 de agosto a 9 de novembro de 1997, Orlando Lelé
foi técnico do Gama no Campeonato Brasileiro da Série B, levando o clube até a
terceira fase da competição.
A última vez que Orlando Lelé foi treinador do Gama
foi em 1998. Foram apenas quatro jogos no comando da equipe no Campeonato
Brasileiro da Série B, competição conquistada pelo Gama já com Wagner Benazzi
no lugar de Orlando Lelé.
Um pouco da passagem de Orlando Lelé como jogador do
Gama
https://www.youtube.com/watch?v=yQASoB5IPmE
Orlando Lelé faleceu no dia 4 de setembro de 1999, em
São Vicente (SP).
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