sexta-feira, 9 de outubro de 2015

AS SELEÇÕES DE BRASÍLIA: contra a Seleção Brasileira em 1976


Anísio (massagista), Terezo, Fabinho, Luís Carlos, Alencar, Nego, 
Nenê e Inácio Milani; Agachados: Junior, Marquinhos, Nei, Léo e Xisté

Na segunda fase do futebol profissional brasiliense (1976 até hoje), a primeira convocação de uma Seleção de Brasília aconteceu em fevereiro de 1976. O adversário seria a Seleção Brasileira.

No dia 12 de fevereiro de 1976 foi formada a Comissão Técnica, que ficou assim formada:
Supervisor: Roulien Rodrigues
Técnico: Cláudio Garcia (Ceub)
Auxiliar Técnico: Inácio Milani (Grêmio)
Assessor: José Jorgito
Preparadores Físicos: Caranambu Bessa (Brasília) e Rubens Freitas (Grêmio)
Médicos: Túlio Vasconcelos (Federação) e Flory Machado (Ceub)
Massagista: Anísio Cabral (Brasília)
Enfermeiro: Edson Alves de Oliveira (Brasília)
Roupeiro: Antônio Português (Grêmio)
No dia seguinte, 13 de fevereiro de 1976, às 20:30 horas, os 22 jogadores convocados se apresentaram na sede da Federação Metropolitana de Futebol. Foram eles:
Goleiros: Nêgo (Grêmio) e Norberto (Brasília)
Zagueiros: Terezo (Brasília), Luís Carlos Lopes (Grêmio), Fabinho (Grêmio), Luís Carlos Teixeira (Brasília), Sidney (Brasília), Grimaldi (Grêmio), Nenê (Ceub) e Décio (Ceub)
Médios: Renê (Ceub), Raimundinho (Brasília), Alencar (Ceub), Marquinhos (Grêmio), Xisté (Ceub) e Hamilton (Grêmio)
Atacantes: Junior - que mais tarde passaria a ser chamado de Junior Brasília (Ceub), Humberto (Brasília), Léo (Grêmio), Mineirinho (Brasília), Gilbertinho (Ceub) e Nei (Brasília)
O primeiro treino aconteceu no dia 17 de fevereiro, no campo do Corpo de Bombeiros, no Setor Policial Sul. Os titulares, de camisas amarelas, formaram com Nego, Terezo, Luís Carlos Teixeira, Fabinho e Grimaldi; Alencar, Raimundinho e Xisté; Junior, Léo e Nei. Os reservas, com camisas azuis, foram Norberto, Luís Carlos Lopes, Décio, Sidney e Nenê; Marquinhos, Renê e Hamilton; Mineirinho, Humberto e Gilbertinho. No decorrer do treino, que durou 90 minutos, Cláudio Garcia trocou Grimaldi por Nenê, Xisté por Marquinhos e Nei por Humberto.
Os titulares venceram por 5 x 0, com gols de Terezo (2), Léo, Xisté e Humberto.
No dia 19 de fevereiro foi realizado o segundo treino, no campo da SLU - Serviço de Limpeza Urbana. Os titulares voltaram a vencer, desta vez por 2 x 1, com dois gols de Léo, enquanto que Humberto descontou para os suplentes.
Assim que terminou o treino, quatro jogadores foram cortados: Grimaldi, Décio, Mineirinho e Gilbertinho. Grimaldi foi examinado no treino e ficou constatado que sofreu uma distensão no músculo lombar e não tinha condição de se recuperar até o momento do jogo.
No dia do jogo, 21 de fevereiro, a seleção brasiliense entrou em campo com camisas verdes de golas e punhos brancos, calções e meiões brancos.
Valdir Peres saindo do gol para defender a bola
Quando a bola começou a rolar, o que se viu foi uma seleção brasiliense jogando um futebol alegre e objetivo. Não fosse o nervosismo de alguns, principalmente o centroavante Léo, que andou perdendo muitas bolas, talvez o resultado do jogo fosse outro, pois ficou nítida a falta de entrosamento entre os jogadores da seleção brasileira.
O gol da seleção brasileira surgiu aos 36 minutos do 1º tempo. Após uma investida pela direita, com Nelinho, a defesa brasiliense interceptou a jogada. O centroavante Léo, que jogava muito recuado, recebeu a bola e sozinho tentou ultrapassar o meio campo. Adiantou demais a bola e esta se ofereceu para Chicão. Percebendo a defesa adiantada, Chicão esticou um passe para Flecha. O goleiro Nego fez que ia sair do gol e parou. Quando saiu, não deu mais tempo, pois Flecha chegou primeiro na bola e marcou o único gol da partida.
Aberta a contagem pensava-se que a seleção brasiliense se apavoraria, temendo uma goleada. Isso não aconteceu.
Na segunda etapa, a seleção brasiliense apresentou-se muito melhor que o selecionado brasileiro. Com muita bravura, o time buscou o empate e só não conseguiu por falta de sorte. Alencar e Marquinhos tomaram conta do meio campo e todo o ataque se mexia muito. Aos 16 minutos, a seleção brasiliense já poderia ter empatado a partida. Percebendo a penetração de Marquinhos, Junior fez um excelente passe. Marquinhos driblou Rivelino e tocou para Nei, que entraria na área para finalizar, mas foi derrubado. Falta perigosa, que Xisté cobrou na barreira.
Minutos depois, a seleção de Brasília perdeu a melhor oportunidade para o empate. Xisté desceu pela ponta esquerda e enfiou um passe para Léo, dentro da área. O centroavante livrou-se do primeiro marcador e quando tinha tudo para marcar, perdeu o equilíbrio e permitiu que Miguel salvasse a defesa do apuro.
Após esses dois ataques, a seleção brasileira tratou de acordar e cuidou mais do meio campo.
Ainda houve um lance de Junior, que fez um cruzamento para a área, Valdir Peres espalmou e a bola bateu na trave.
O mesmo Junior foi um dos destaques do jogo, ao infernizar a vida de Marinho Chagas, chegando a dar um balão e vários dribles no lateral esquerdo da Seleção Brasileira.
O empate acabou não acontecendo.
Junior, Alencar, Marquinhos e Nenê foram as grandes figuras da partida. Pelo lado da seleção brasileira, somente Nelinho e Amaral mereceram destaques.
A ficha técnica do jogo foi a seguinte:

SELEÇÃO BRASILEIRA 1 x 0 SELEÇÃO DO DISTRITO FEDERAL
Data: 21 de fevereiro de 1976
Local: Estádio Presidente Médici (atual Mané Garrincha)
Árbitro: Armando Marques
Renda: Cr$ 305.780,00
Público: 27.935 pagantes
Gol: Flecha, 36
BRASIL: Valdir Peres, Nelinho (Getúlio), Miguel, Amaral e Marinho Chagas; Chicão, Geraldo e Rivelino; Flecha (Edu), Palhinha e Lula (Falcão). Técnico: Osvaldo Brandão.
DISTRITO FEDERAL: Nêgo, Terezo, Luís Carlos Teixeira, Fabinho e Nenê; Alencar, Marquinhos e Xisté; Junior, Léo e Nei (Humberto). Técnico: Cláudio Garcia.

Nota:
O presidente Ernesto Geisel e o secretário norte-americano Henry Kissinger estiveram no estádio. No intervalo do primeiro para o segundo tempo, Marinho e Nelinho foram à Tribuna de Honra do estádio e ofereceram as camisas do Botafogo e da Seleção Brasileira às duas autoridades.


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