Djalma Santos nasceu no bairro do Bom Retiro, em São Paulo (SP), no dia 27 de
fevereiro de 1929, e faleceu em Uberaba (MG), em 23 de julho de 2013, aos 84
anos.
Começou
no futebol da várzea paulistana e, depois de testes frustrados no Ypiranga e no
Corinthians, foi para a Portuguesa de Desportos, onde estreou em 16 de agosto
de 1948, na Vila Belmiro, contra o Santos, com derrota de 3 x 2.
Djalma Santos foi ídolo da Portuguesa de Desportos, onde disputou 453 jogos. Fez
parte de uma das melhores equipes do clube em todos os tempos, ao lado de
jogadores como Brandãozinho, Julinho e Pinga, e conquistou o Torneio Rio-São
Paulo em 1952 e 1955 e a Fita Azul em 1951 e 1953. É o segundo maior recordista
de jogos disputados pelo clube.
Sua despedida aconteceu em 29 de abril de 1959, pelo Torneio Rio-São Paulo, com
vitória de 6 x 3 sobre o Palmeiras.
Transferiu-se para o Palmeiras, onde jogou 498 partidas durante nove anos e
conquistou vários títulos. É o sétimo jogador que mais vestiu a camisa da
equipe alviverde. Foi no Palmeiras que Djalma Santos conquistou o maior número
de títulos de sua carreira: o Campeonato Paulista em 1959, 1963 e 1966; a Taça
Brasil de 1960 e 1967. Além disso, venceu o Torneio Rio-São Paulo em 1965.
Estreou no dia 30 de maio de 1959, no Pacaembu, na goleada sobre o Comercial,
da capital paulista, por 6 x 1.
Se despediu do Palmeiras em 12 de fevereiro de 1967, no Palestra Itália, num
amistoso contra o Náutico.
Encerrou sua carreira no Atlético Paranaense, onde jogou de 1968 a 1972,
encerrando sua carreira aos 42 anos de idade, outra marca pouco comum para
jogadores de futebol. Conquistou o campeonato paranaense de 1970.
Apesar de ter defendido apenas três clubes na carreira, Djalma Santos vestiu
uma vez a camisa do São Paulo, mesmo pertencendo na época ao Palmeiras. No dia
9 de novembro de 1960, jogou como convidado nos festejos da inauguração do
Estádio do Morumbi, na vitória de 3 x 0 sobre o Nacional, do Uruguai.
Disputou
114 jogos pela Seleção Brasileira (a primeira delas em 10 de abril de 1952,
Brasil 0 x 0 Peru, em Santiago, Chile), marcando três gols. Conquistou a Copa do
Mundo de 1958 e 1962; a Taça Oswaldo Cruz em 1955, 1956, 1958, 1961 e 1962; a
Taça Bernardo O'Higgins em 1955, 1959 e 1961 e a Taça do Atlântico em 1956 e
1960.
Seu último jogo pela Seleção Brasileira foi em 9 de junho de 1968, Brasil 2 x 0
Uruguai, no Pacaembu, em São Paulo.
Nos anos de 1997 e 2000, Djalma Santos foi eleito pela FIFA como o maior
lateral-direito de todos os tempos.
Participou do plantel da Seleção Brasileira em quatro Copas do Mundo: 1954,
1958, 1962 e 1966.
Ao lado de Pelé, são os únicos a iniciarem pelo menos uma partida como titular
da Seleção Brasileira em quatro Copas do Mundo.
Djalma Santos e Franz Beckenbauer são os dois únicos jogadores no mundo a terem
sido escolhidos três vezes o melhor jogador em sua posição em Copas do Mundo.
Djalma foi eleito para o All-Star Team da Copa do Mundo de 1954, 1958 e 1962.
Terminou a carreira sem ter sido expulso uma única vez.
Na partida final da Copa do Mundo de 1958, Brasil x Suécia, entrou no lugar do
titular De Sordi, que estava contundido. Em apenas noventa minutos, foi eleito
o melhor jogador da posição no Mundial, que foi o primeiro conquistado pelo
Brasil em toda a história.
Em 1963, foi o único brasileiro a integrar a seleção da FIFA, que enfrentou a
Inglaterra em um amistoso no Estádio de Wembley.
Após parar de jogar, Djalma seguiu para ser treinador, e teve como primeiro
desafio comandar o time do Vitória, de Salvador (BA).
Pouco tempo antes de falecer, Djalma Santos era professor de futebol das escolinhas públicas de Uberaba (MG).
PASSAGEM POR BRASÍLIA
Quando chegou a Brasília, Djalma Santos tornou-se o segundo bicampeão mundial a
trabalhar na capital do Brasil: o outro era Nilton Santos, que trabalhava no
DEFER.
No dia 23 de fevereiro de 1989, dirigiu o primeiro coletivo como técnico do
Guará.
Djalma Santos no Guará |
Poucos dias depois, concedeu uma entrevista ao Jornal de Brasília, da qual
reproduzimos algumas partes abaixo.
JBr - Sua contratação foi cogitada pela primeira vez em dezembro de 1988,
depois dada como irrealizável, mas afinal concretizada. Por que acabou
aceitando o convite do Guará?
DS - Meu retorno para a Itália, onde trabalho para um clube da Terceira
Divisão, só vai acontecer em setembro, após o término da temporada 1988/89.
Dessa forma não há mais impedimento para que oriente uma equipe no Brasil. A
proposta do Guará não era a melhor que tinha, mas minha amizade com o Wander
Abdalla, presidente do Guará, e com o Nilton Santos, que trabalha no DEFER,
influiu bastante. Fico até setembro.
JBr - E o elenco, agradou?
DS - Temos condições de ganhar o título. Entretanto, o trabalho de quinta-feira
foi o segundo da rapaziada com bola. Estamos atrasados, alguns jogadores estão
meio gordos e vamos precisar de uma atividade intensa.
JBr - Atividade intensa se tem com período integral. Alguns jogadores do Guará
tem outro emprego.
DS - É verdade. Isso dificulta, mas os que puderem trabalhar com o futebol
integralmente deverão fazê-lo. Vou querer muita atividade com bola, mesmo na
preparação física, pois com ela o jogador tem mais motivação.
JBr - Esse duplo emprego denota ainda uma dose de amadorismo, mesmo para o
vice-campeão brasiliense. Que ideia tem do futebol no Distrito Federal?
DS - Aqui, apenas dois ou três times deverão ter chances reais de chegar ao
título, o que não torna o campeonato muito difícil. A maioria dos times
enfrenta mais problemas que o nosso. A rigor, só temos que, comparativamente,
recuperar o tempo perdido.
A estreia de Djalma Santos no comando do Guará aconteceu em 5 de março de 1989,
no CAVE, com vitória de 3 x 0 sobre o Planaltina.
O Guará foi o primeiro colocado do Grupo B, com cinco vitórias e duas derrotas,
e decidiu o 1º turno com o vencedor do Grupo A, o Sobradinho.
Após dois jogos, empate no CAVE e vitória no Augustinho Lima, o Guará
conquistou o título de campeão do 1º turno.
No segundo turno o Guará não foi nada bem, vencendo apenas um jogo nos sete que
disputou.
A sequência de maus resultados continuou no terceiro turno.
No
dia 14 de junho de 1989, quando o Guará foi derrotado pelo Ceilândia, por 2 x
1, no CAVE, Djalma Santos manifestou seu desejo de deixar o clube pela primeira
vez. Na oportunidade, Wander Abdalla alegou que a decisão poderia estar sendo
tomada precitadamente.
Uma nova derrota no dia 18 de junho, pelo mesmo marcador, diante do Tiradentes,
acabou convencendo Djalma Santos de que era mesmo a hora de sair.
Djalma Santos deixou o Guará após dirigi-lo por 19 jogos, nos quais obteve sete
vitórias, seis empates e seis derrotas.
No dia 20 de junho de 1989, pela manhã, antes do início dos treinamentos no
estádio do CAVE, Djalma Santos anunciou a todo o elenco do Guará que não era
mais o técnico da equipe.
Pediu demissão do cargo ao presidente Wander Abdalla na noite de segunda-feira,
19 de junho, ponderando que não estava conseguindo resultados positivos no
comando do time, o que vinha desgastando-o e a equipe. Toda a Comissão Técnica
(o preparador físico Jorge Moreira, seu auxiliar Maranhão, o médico Júlio Stohler
e o assistente de supervisão Manoel Cajueiro) se demitiu junto com o treinador.
O Guará ficaria com a quarta colocação ao final do campeonato.
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