segunda-feira, 25 de abril de 2016

FICHA TÉCNICA: Albeneir





Albeneir Marques Pereira nasceu em Baldim (MG), no dia 9 de setembro de 1957.
Começou a jogar futebol nas categorias de base do Cruzeiro, de Belo Horizonte (MG), em 1974.
Em 1977, foi emprestado ao ESAB Esporte Clube, de Contagem (MG), onde disputou o campeonato mineiro.
No ano seguinte, 1978, foi emprestado ao Nacional, de Manaus, onde disputou poucos jogos pelo Campeonato Brasileiro daquele ano, marcando apenas um gol, no dia 6 de abril de 1978, na derrota de 2 x 1 para o América-RJ.
Devolvido ao ESAB, estava neste clube quando veio para o Brasília. Foi um dos 20 jogadores do clube que realizou uma excursão pelo interior de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, de 24 de julho a 15 de agosto de 1978.
Essa excursão tinha por objetivo preparar a equipe para o campeonato brasiliense de 1978. Albeneir foi emprestado para fazer teste para a contratação definitiva.
Após derrota na estreia, em Votuporanga (SP), o Brasília recuperou-se em seguida, no dia 27 de julho, em Catanduva (SP), quando venceu a Catanduvense, por 2 x 1, com dois gols de Albeneir.
Mais três dias e em 30 de julho obteve outra grande vitória, em São José do Rio Preto (SP), diante do América, pelo placar de 2 x 0, com mais dois gols de Albeneir.
No dia 13 de agosto, o Brasília disputou seu último amistoso em território paulista, vencendo o Taubaté (SP), por 1 x 0, gol de Albeneir. Albeneir foi o segundo artilheiro do Brasília na excursão, com cinco gols, um atrás de Edmar, o principal marcador.
Durante essa excursão, a diretoria do Brasília recebeu um telefonema do Cruzeiro, de Belo Horizonte, informando que Albeneir pertencia àquele clube e não ao ESAB, que teria emprestado seu passe ao Brasília. Segundo o supervisor do Cruzeiro, Ari Frota, o Cruzeiro contratou Albeneir junto ao ESAB e não sabia como o mesmo foi parar em Brasília. Finalizou avisando à diretoria do Brasília para ter cuidado de não passar pela situação de o jogador ter assinado dois contratos.
Em jogos oficiais, Albeneir estreou no Brasília no dia 10 de setembro de 1978, marcando o primeiro gol da goleada sobre o Sobradinho, por 6 x 0.
Disputou 14 jogos e marcou quatro gols. Conquistou o primeiro título de sua carreira com o Brasília no campeonato brasiliense de 1978.
Foi emprestado ao Operário, de Campo Grande (MS), por onde sagrou-se campeão estadual e disputou o Campeonato Brasileiro de 1979, quando o Operário realizou uma excelente campanha, terminando na quinta colocação entre os 94 clubes participantes. Albeneir marcou três gols na competição.
Retornou ao Brasília em 1980, onde novamente sagrou-se campeão brasiliense, ficando em terceiro lugar na artilharia da competição. Disputou 19 jogos e marcou quinze gols.
Em 1981, disputou, pelo Brasília, o Torneio Centro-Oeste e o Campeonato Brasileiro. Sua última partida com a camisa do Brasília aconteceu em 31 de maio de 1981, na decisão do Torneio “Rádio Planalto”, quando o Brasília perdeu para o Gama, por 1 x 0.
Defendeu o Matsubara no campeonato paranaense de 1981. Suas boas atuações o levaram a fazer parte da “seleção do ano de 1981”, escolhida pelo jornal “O Estado do Paraná”. No dia 3 de dezembro de 1981 recebeu o troféu “Corujinha de Ouro” na festa de encerramento da temporada do futebol paranaense.
Em janeiro de 1982 foi contratado pelo Atlético Paranaense. No dia 21 fez sua estreia no Atlético Paranaense, justamente contra o Brasília, no amistoso acertado entre os clubes como forma de pagamento pela cessão do jogador.
Albeneir fez três dos quatro gols atleticanos na vitória de 4 x 2 sobre o Brasília.
No dia 24 de janeiro de 1982 fez sua estreia oficial no Atlético, no Estádio Joaquim Américo, na vitória de 2 x 0 sobre o Cascavel, pela Taça de Prata da Copa Brasil 1982. No jogo seguinte, contra o São Paulo, de Rio Grande (RS), Albeneir foi expulso de campo.
No dia 14 de fevereiro de 1982, em Volta Redonda ele marcou um dos gols da vitória de 2 x 0 sobre o Volta Redonda, gol que contribuiu para a classificação do Atlético Paranaense para a Taça de Ouro. Isso depois de passar toda a primeira fase da competição em branco.
A expulsão diante do São Paulo provocou uma suspensão de três jogos pelo Tribunal de Justiça da CBF.
Seu último jogo pelo Atlético Paranaense foi no dia 25 de março de 1982, contra o São Paulo, no Pacaembu.
Logo depois, transferiu-se para o Figueirense, de Florianópolis (SC), onde chegou em 5 de maio de 1982.
Seu jogo de estreia aconteceu uma semana depois, 12 de maio de 1982, no empate do Figueirense contra o Blumenau, em 2 x 2, no estádio Orlando Scarpelli. Não marcou gols, mas foi expulso no segundo tempo.
Foi artilheiro do campeonato catarinense de 1983, com 23 gols.
No clube catarinense disputou 241 partidas, onde venceu 121, empatou 74 e perdeu 46, marcando 93 gols, tornando-se o terceiro maior artilheiro da história do Figueirense.
Depois de três anos (1982 a 1984) balançando as redes em Santa Catarina foi levado pelo Grêmio por 270 milhões de cruzeiros - a maior transação do futebol catarinense até então.
Antes disso, disputou o Campeonato Brasileiro de 1984, emprestado ao Joinville, e foi convocado pelo técnico Jair Picerni para os amistosos que a seleção olímpica do Brasil faria se preparando para os Jogos Olímpicos de Los Angeles, nos Estados Unidos, em 1984. Disputou dois amistosos preparatórios: no dia 10 de junho de 1984, no Maracanã, com vitória de 1 x 0 sobre o Campo Grande, e em 21 de junho de 1984, no estádio Couto Pereira, quando marcou um dos gols da vitória de 2 x 0 sobre o Coritiba.
Quando Jair Picerni, imaginando um maior entrosamento para a equipe, decidiu convocar quase todo o time do Internacional, de Porto Alegre, Albeneir foi um dos jogadores cortados da delegação que seguiu para os Estados Unidos.
Sua estreia no Grêmio aconteceu no dia 4 de outubro de 1984, em jogo válido pelo campeonato gaúcho. O Grêmio venceu o Internacional, de Santa Maria, por 3 x 0, com um dos gols sendo marcado por Albeneir. Nesse ano, disputou apenas oito jogos e marcou três gols.
Em 28 de outubro de 1984, na partida entre Grêmio e Caxias, no estádio Centenário, após um choque com o goleiro Casagrande, do Caxias, Albeneir sofreu ruptura completa no ligamento cruzado anterior do joelho. Foi operado em novembro de 1984.
A cirurgia não foi bem sucedida e Albeneir teve de ser operado novamente. O implante de um ligamento artificial de fibra sintética importado dos Estados Unidos fez a revista Placar de 3 de março de 1986 chamá-lo de “o Cyborg dos Pampas”. Sua perna atrofiou e foi tido como acabado para o futebol. 
Albeneir deixou o hospital com 18 kg a menos e iniciou a recuperação sob as ordens do ex-jogador Paulo Lumumba, auxiliar técnico do Grêmio. Passava mais de 5 horas por dia na sala de musculação fazendo exercícios em aparelhos. Mais tarde foi entregue aos cuidados de Gilberto Tim, então preparador físico do time gaúcho, que o colocou novamente em condições de jogar futebol.
Só retornou aos gramados onze meses depois da cirurgia. Foi emprestado ao Figueirense. Brigou com o técnico Borba Filho e foi liberado. De volta ao Grêmio, a surpresa foi geral. Aquele jogador dado como acabado marcou quatro gols em seis jogos e reconquistou o lugar no time. Foram 28 jogos em 1986, sendo 21 vitórias, 3 empates e 4 derrotas, marcando 19 gols.
A última partida de Albeneir pelo Grêmio foi em 14 de maio de 1986, também em jogo válido pelo campeonato gaúcho, com derrota de 3 x 1 para o São Paulo, de Rio Grande.
Foi para o Goiás, onde disputou o Campeonato Brasileiro de 1986, tornando-se artilheiro da equipe (ao lado de Zezinho), com cinco gols nos 19 jogos que disputou.
Em março de 1987, o Figueirense foi buscar Albeneir na Internacional, de Limeira (SP).
Ficou no Figueirense até 1988. Depois disso passou por Aimoré, de São Leopoldo (RS), em 1988, novamente Figueirense em 1989, Glória, de Vacaria (RS), em 1990 e Marcílio Dias (SC), em 1991, para encerrar a carreira no Avaí, onde fez sua primeira partida em 25 de junho de 1992, num amistoso contra o Próspera (SC), com vitória de 4 x 0. Foi artilheiro do clube na temporada, marcando nove gols, mesmo não tendo mais a velocidade e a explosão muscular de outrora. Seu último jogo em 9 de junho de 1993, no empate em 0 x 0 com o Concórdia, pelo campeonato catarinense.
No dia 11 de abril de 1993, o goleiro do Avaí, Evelton, foi expulso e Albeneir terminou a partida como goleiro contra o Internacional, de Lages.
Teve início, então, outro drama na vida de Albeneir.
O sucesso dentro de campo foi duramente afetado pela vida que levava fora dos gramados: o vício do álcool. Alcoólatra assumido, Albeneir perdeu tudo para a bebida e teve a carreira encerrada prematuramente.
Somente em 6 de dezembro de 2006 é que Albeneir deu a volta por cima. Não tinha mais amigos, nem família. Não tinha onde morar, não se comportava como gente civilizada, não tinha nada. Pediu ajuda a um delegado de polícia e a um padre. Nesse dia ele admitiu que tinha perdido para o vício e resolveu se internar. Começou então um longo processo de recuperação, em que reencontrou a saúde, o amor próprio, o amor da família e os verdadeiros amigos.
Hoje ele faz parte de dois centros de tratamento de dependentes químicos, onde continua se tratando e compartilhando sua história com outras pessoas que precisam de apoio. Atua na prevenção do uso de droga, presidindo o Conselho Municipal de Entorpecentes de Biguaçu (SC) e como voluntário no Centro de Tratamento Recanto Silvestre.
Em 2011, a carreira de Albeneir serviu de tema para um trabalho de conclusão do curso de Jornalismo na Estácio de Sá, de São José (SC), das acadêmicas Aryani Andrade e Gabriela Maes.
Dividido em duas partes, o documentário pode ser visto nos links abaixo:



Em 23 de março de 2015 Albeneir foi homenageado pela Câmara Municipal de Florianópolis com o título de Cidadão Honorário.

Colaboraram com a pesquisa:
Adalberto Klüser
Gerliézer Paulo da Silva
João Batista Lopes

ACERVO ICONOGRÁFICO
















3 comentários:

  1. Meu ídolo albeneir eu tinha 11 anos de idade morava em São José no bairro ipIpiran e ouvia os jogos do Figueirense no rádio.e desde de então virei fan do albeneir.hoje meus pais moram em Biguaçu.no bairro bom viver.atuamente estou morando em major Gercino SC.mas ainda tenho boas recordações da quele tempo.os jogos do Figueirense contra o Joinvile tempo bom que não volta mais.um abraço meu idído albeneir

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