No último domingo, Luziânia e Ceilândia fizeram suas estreias na Série D do
Campeonato Brasileiro.
Esta será mais uma oportunidade para que um clube do DF tente realizar uma boa campanha
e consiga ao menos uma das quatro vagas que lhe dará acesso à Série C em 2017.
Oficialmente criada em 2008, para ser disputada a partir de 2009, a Série D é uma
competição que reúne representantes de todos os Estados do Brasil. Foram 39 em 2009,
40 nos anos de 2010 a 2013 e 41 em 2014. Em 2015 esse total voltou a ser de 40
e em 2016 serão 68 clubes.
Hoje e amanhã estaremos contando como foi a participação dos clubes do DF nessa
competição.
2009
O Campeonato Brasileiro da Série D de 2009 foi a primeira edição da quarta
divisão do futebol brasileiro.
Inicialmente estavam previstas 40 equipes, mas nenhum clube do Estado do Acre
se habilitou para a disputa, reduzindo o número de clubes participantes para
39.
O único representante do DF nessa competição foi o Brasília.
A vaga foi garantida após perder a final do campeonato brasiliense de 2009 para
o Brasiliense, que fazia parte neste ano da Série B.
Após nove anos, o Brasília voltava a disputar uma competição de nível nacional.
A última vez foi no ano de 2000, quando atuou no módulo branco (uma espécie de terceira
divisão) da Copa João Havelange.
Na primeira fase, os 39 clubes foram divididos em nove grupos de quatro clubes
cada e um de três clubes, agrupados regionalmente. Os dois primeiros de cada
grupo classificaram-se à fase seguinte.
Com pouco tempo de preparação, a equipe comandada pelo técnico Augusto César
contava com alguns jogadores experientes para conseguir uma das duas vagas para
a segunda fase. O maior destaque do time era o habilidoso canhoto Wellington
Dias.
O Brasília fez parte do Grupo 8, juntamente com Anapolina, de Anápolis, e CRAC,
de Catalão, ambos de Goiás e o Araguaia, de Alto Araguaia (MT). Classificou-se
em segundo lugar e passou para a Segunda Fase.
Na segunda fase, os 20 clubes classificados jogaram em sistema eliminatório em
jogos de ida e volta, qualificando o clube vencedor para a terceira fase.
Coube ao Brasília enfrentar o vencedor do Grupo 7, o Uberaba (MG).
No primeiro jogo, no Bezerrão, em 15 de agosto de 2009, o Brasília saiu
perdendo de 2 x 0 e demonstrou um grande poder de superação, ao virar o
marcador para 3 x 2.
Uma semana depois, em 22 de agosto, no segundo jogo, desta vez no Uberabão, o
Brasília não teve a mesma sorte e perdeu por 2 x 0, dando adeus à competição.
Na classificação final, o Brasília ficou com a 19ª colocação, com essa
campanha: 8 jogos, 2 vitórias, 3 empates e 3 derrotas; marcou 14 gols e sofreu
15.
2010
O Campeonato Brasileiro da Série D de 2010 contou com a participação de 40
clubes na Primeira Fase, quando foram divididos em dez grupos, cada um com
quatro equipes, jogando entre si, em turno e returno, classificando os dois
primeiros para a Segunda Fase.
Ao contrário da primeira edição, 2009, quando o DF teve apenas um representante
(o Brasília), em 2010 foram três: Botafogo-DF, Brasília e Ceilândia. A eles se
juntou no Grupo A-6, na Primeira Fase, o Araguaína, de Tocantins. Esse grande
número de clubes do DF chegou a levar alguns torcedores a acreditar que haveria
uma grande possibilidade de, pela primeira vez, dois clubes brasilienses
passarem para a Segunda Fase.
Mas, não foi isso que aconteceu. O clube de
Tocantins acabou sendo um dos promovidos para a Série C de 2011, ao chegar na
terceira colocação na classificação final.
As quatro equipes chegaram à sexta e última rodada com chances de classificação
para a Segunda Fase da competição.
Num dos jogos, o Ceilândia - que chegou como líder do grupo - precisava apenas
de um empate para assegurar a vaga. Já o Brasília precisava vencer o Ceilândia
para garantir sua classificação. E foi o que aconteceu. O Brasília levou a
melhor e garantiu o passaporte para a próxima fase da competição e de quebra
como líder do grupo.
No outro jogo da última rodada, a tarefa era bastante complicada para o
Botafogo-DF se classificar. Sem nenhuma vitória na Série D, o Botafogo-DF
precisava vencer o Araguaína, na casa do adversário, e torcer por uma
combinação de resultados para continuar disputando a competição.
Mas o time de
Tocantins venceu por 1 x 0 e garantiu a classificação para a segunda fase, ao
lado do Brasília.
Na Segunda Fase, os 20 clubes foram divididos em dez grupos com dois clubes
cada. Jogaram em ida e volta,
dentro de cada grupo. Os vencedores de cada chave passavam para a terceira
fase.
O adversário do Brasília na Segunda Fase foi o Fluminense, de Feira de Santana
(BA)
No primeiro jogo, na cidade baiana, o Fluminense venceu por 1 x 0. No jogo de
volta, o Brasília não tomou conhecimento do Fluminense e da vantagem que esse
time tinha para seguir em frente na Série D. No dia 12 de setembro, o Brasília
fez bonito ao superar o rival por 3 x 0, garantindo-se na próxima fase da
competição.
Na Terceira Fase, os 10 clubes classificados foram divididos em cinco grupos
com dois clubes cada. Jogaram em ida e volta, dentro de cada grupo. Classificavam-se
os vencedores de cada grupo e mais os três melhores perdedores com base na campanha
no torneio.
O adversário do Brasília na Terceira Fase foi, novamente, o Araguaína, a quem
já havia enfrentado na Primeira Fase, em dois jogos, ambos empatados.
No primeiro jogo, em 25 de setembro, o Brasília desperdiçou uma grande
oportunidade de sair em vantagem no confronto com o Araguaína. Jogando no
estádio Mirandão, o Brasília abriu uma vantagem de 3 x 0, mas sofreu uma
inacreditável virada do Araguaína, que fez 4 x 3 na segunda etapa, em apenas 16
minutos (do 23º minuto ao 39º do segundo tempo).
No dia 2 de outubro, o Brasília desperdiçou, mais uma vez, outra chance de sair
com a vitória. Além de perder a partida, o Brasília deu adeus e acabou
eliminado da próxima fase da Série D do Brasileiro. Venceu o 1º tempo por 1 x 0.
No segundo tempo veio uma nova virada e a desclassificação da Série D para o
Brasília.
2011
Gama e Bosque Formosa foram os representantes do futebol do DF no Campeonato
Brasileiro da Série D de 2011. O Gama, por ter sido rebaixado no Campeonato
Brasileiro da Série C de 2010, ao chegar na 19ª e penúltima colocação, e o
Bosque Formosa como terceiro colocado do Campeonato Brasiliense de 2011, atrás
do Gama e do Brasiliense (com vaga na Série C).
Pela primeira vez na competição cinco clubes compuseram os grupos: nas duas
edições anteriores, os grupos foram integrados por quatro equipes. Também pela
primeira vez os clubes do DF tentaram a classificação para a Segunda Fase em
grupos diferentes: o Gama no A-5, juntamente com Anapolina, de Anápolis, e
Itumbiara, ambos de Goiás, Tocantinópolis, de Tocantins, e o Tupi, de Juiz de
Fora (MG).
Fizeram companhia ao Bosque Formosa no grupo A-6 o São Mateus, do
Espírito Santo, Audax, do Rio de Janeiro (ex-Sendas), Villa Nova, de Nova Lima
(MG) e o Volta Redonda, do Rio de Janeiro.
Gama e Bosque Formosa não conseguiram classificação para a Segunda Fase. As
campanhas das duas equipes foram tão parecidas que ambas chegaram na quarta
colocação em seus grupos, com duas vitórias, três empates e três derrotas.
2012
A edição de 2012 do Campeonato Brasileiro da Série D foi a primeira em que a
Confederação Brasileira de Futebol - CBF custearia as despesas de todos os
clubes.
Devido ao imbróglio que impediu o seu início e à demora em sua resolução,
muitos clubes desistiram de disputar a Série D em 2012. O campeão brasiliense
desse ano, o Ceilândia, seria o único representante do Distrito Federal na
competição. Um dos que desistiu de participar foi o Gurupi, de Tocantins.
Nenhuma outra equipe desse Estado se interessou pela vaga, assim como nenhuma
equipe de Goiás, Estado melhor posicionado no Ranking Nacional das Federações
- RNF. O Luziânia, vice-campeão do DF, recusou o
convite sendo este oferecido ao Sobradinho, ambos do Distrito Federal, segunda
federação melhor posicionada no RNF.
Após quase um mês de guerra nos bastidores, a
bola enfim rolou. O longo período de espera para o Ceilândia serviu como uma
espécie de preparação para a competição, que apresentou novos reforços e
disputou amistosos. Por outro lado, devido às circunstâncias, o Sobradinho usou
a base do time que terminou em terceiro lugar no campeonato brasiliense e
passou a ter pouco mais de uma semana para planejar a sua participação.
Os clubes do DF integraram o Grupo A-5, do qual faziam parte também o CRAC, de
Catalão, e Aparecidense, de Aparecida de Goiânia, ambos do Estado de Goiás, e o
CENE, de Campo Grande (MS).
Como era de se esperar, as duas equipes realizaram campanhas bem diferentes.
Na
última rodada, já classificado à próxima fase da competição, o Ceilândia foi
goleado pela eliminada Aparecidense (segunda derrota seguida) no estádio
Abadião e deixou escapar o primeiro lugar do grupo para o CRAC. O clube goiano
recebeu em seu campo o já eliminado Sobradinho, que encerrou sua participação
na Série D sem conseguir ao menos uma vitória.
O adversário do Ceilândia na Segunda Fase foi a Friburguense, de Nova Friburgo
(RJ).
No primeiro jogo, no dia 2 de setembro de 2015, no Estádio Abadião, as equipes
não mexeram no marcador, resultado que não era tão ruim para o Ceilândia que
poderia conseguir qualquer empate com gols no jogo de volta para ficar com a
vaga nas quartas de final da competição.
No jogo de volta, no dia 9 de setembro, no Estádio Eduardo Guinle, em Nova
Friburgo, o Ceilândia saiu na frente, manteve o 1 x 0 ao final do 1º tempo, mas
sofreu a virada na etapa complementar, dando adeus à Série D de 2012.
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