segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

OS TÉCNICOS DO FUTEBOL BRASILIENSE: Ipojucan


Antônio Montanari, o Ipojucan, nasceu em 1933, no bairro de Indianápolis, em São Paulo (SP).
Defendeu diversos clubes amadores de São Paulo. Começou a carreira nos infantis do São Paulo F. C., passando pelos juvenis do Nacional A. C. e jogou em diversos clubes da várzea paulistana, assim como Infantil Tricolor e Fiação Indiana, em Indianápolis, no Benfica e Flamengo, de Vila Maria. No interior jogou no Fada F.C., de Santo Anastácio, no Grêmio, de Pequerobi, no E. C. Corinthians, de Presidente Venceslau, e na Associação Bernardense.
No futebol profissional jogou no Canto do Rio, de Niterói, em 1954, na Prudentina, de Presidente Prudente, de 1957 a 1960, na Ferroviária, de Botucatu (de 1960 a 1962), no E. F. Sorocabana (em 1963 e 1964), e na A. A. Venceslauense, de Presidente Venceslau.
Após o término desses compromissos, voltou às origens, de novo jogando no futebol varzeano, onde teve o privilégio de conseguir o gol que o levou ao Livro dos Recordes (Edição Nacional), por ter marcado o gol mais rápido do futebol amador, com apenas quatro segundos de jogo, na cidade de Santo Anastácio (SP), no jogo entre Grêmio Mar Azul x Portuguesa Anastaciana. Com esse feito, Ipojucan recebeu o troféu “Bola de Ouro” do jogador Pelé e honras de Jânio Quadros.

Iniciou a carreira vitoriosa de técnico no E. C. Corinthians, de Presidente Prudente, em 1979. Passou pelo S.E.I.S., de Ilha Solteira, em 1980, depois foi para Bandeirantes, de Birigui, em 1981. Em 1982, foi campeão do grupo com o Tupã F. C., em 1983 passou pelo Radium, de Mococa. Em seguida foi para o C. R. Guará, do DF, onde foi campeão do 3º turno. Em 1984 passou pela S. E. do Gama, também em Brasília, de onde voltou para C. A. Candidomotense, da cidade de Cândido Mota, indo em seguida para o S. C. Internacional, de Lajes, em Santa Catarina, onde o clube foi campeão invicto do segundo turno, em 1985, conquistando a Taça Governador “Espiridião Amin”. Em seguida foi para Rio Grande/RS, e no mesmo ano para o S. C. São Paulo, onde foi campeão da Segunda Divisão de acesso e campeão da Taça Bento Gonçalves, homenagem aos 150 anos da Revolução Farroupilha. Em 1987, voltou a Brasília para conquistar o título de campeão invicto do 1º turno. Para encerrar a carreira, foi treinador do VOCEM, de Assis, conseguindo a classificação para o torneio de acesso, despedindo-se da profissão de técnico de futebol.
Morava em Campinas (SP) e era dono da Ipojucan Ltda., empresa que vende chumbo para o balanceamento de rodas. Faleceu no dia 11 de novembro de 2019, aos 86 anos, em Campinas.

O APELIDO

Corria o ano de 1952, num jogo em Santo Anastácio (SP), quando jogava pela primeira vez no time da cidade. Esguio, alto e bom no toque de bola, recebeu o apelido de Ipojucan após ter marcado um belo gol de calcanhar. Acontece que, no Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, o alagoano Ipojucan Lins de Araújo, um jogador muito alto e esguio, fazia sucesso com jogadas de calcanhar. Não foi difícil para o técnico Mário Rocha perceber a semelhança da jogada e o apelido pegar.

PASSAGEM PELO FUTEBOL BRASILIENSE

No dia 9 de junho de 1983 foi apresentado como novo treinador do Guará.
Estreou no dia 12 de junho de 1983, no Pelezão, contra o Brasília, com empate de 1 x 1.
No jogo seguinte, 15 de junho de1983, no Bezerrão, sofreu sua primeira derrota, diante do Vasco da Gama-DF.
Recuperou-se plenamente, contra o Gama, novamente no Bezerrão, no dia 19 de junho, com vitória de 3 x 0.
Terminou o primeiro turno na quinta colocação entre os oito participantes.
Melhorou no segundo turno, ficando a um ponto do campeão, Taguatinga, em empatado com o Brasília.
Veio o terceiro turno e, finalmente, o Guará tornou-se o primeiro lugar. Com isso, garantiu participação no triangular final, quando ficou com o vice-campeonato, atrás do Brasília e na frente do Taguatinga.
Na madrugada do dia 19 de agosto de 1983, logo após o jogo contra o Ceilândia, Ipojucan sofreu um derrame que deixou o treinador com metade do corpo paralisado. Sentiu fortes dores de cabeça e depois da partida, sentiu-se mal. Foi atendido no Hospital de Base e passou a ser substituído pelo técnico Didi de Carvalho.
Passou a ficar em repouso absoluto devido às ordens do médico que o estava tratando.
No dia 22 de agosto de 1983, Ipojucan pediu dispensa do cargo por quinze dias, indo tratar-se em Presidente Prudente-SP. Retornou ao comando do Guará, no dia 3 de setembro de 1983, no CAVE, com vitória de 1 x 0 sobre o Taguatinga.
Mas, logo depois, deixaria de vez a direção do Guará. Entrou com um novo pedido de licença médica. A última vez que dirigiu a equipe do Guará foi no dia 7 de setembro de 1983, no Bezerrão, com derrota de 2 x 0 para o Gama.
No dia 21 de outubro de 1983, Ipojucan participou de uma reunião com a diretoria do Guará, acertando a sua saída do clube. Esteve à frente do clube em 21 jogos.

Antes mesmo do encerramento do ano de 1983, já surgiam conversações de que Ipojucan estaria acertando seu retorno ao futebol do DF no ano seguinte.
E isso realmente aconteceu. Já no dia 29 de janeiro de 1984, Ipojucan estava comandando a equipe do Gama no amistoso contra o Disnes, de Formosa (vitória de 4 x 0), como preparativo para o Torneio Seletivo da CBF que apontaria o representante do DF no Campeonato Brasileiro desse ano. Estrearia nessa competição no dia 5 de fevereiro de 1984, no Bezerrão, com vitória de 1 x 0 sobre o Vasco da Gama. Depois, o Gama empataria com o Sobradinho (1 x 1) e com o Taguatinga (0 x 0), não conseguindo passar para a decisão do torneio. A vaga acabaria ficando com o Tiradentes. Seu último jogo foi no dia 12 de fevereiro de 1984, no empate com o Taguatinga.
Com a perda da vaga, o Gama ficaria três meses com suas atividades paralisadas, aguardando o início do campeonato brasiliense. A diretoria do clube resolveu, então, dispensar os serviços de Ipojucan.

Sua terceira e última passagem pelo futebol brasiliense foi como treinador do Brasília, no ano de 1987.
Estreou no dia 1º de fevereiro de 1987, no estádio Mané Garrincha, com vitória sobre o Planaltina, por 3 x 1. O Brasília chegaria a vencer o 1º turno.
Começou o segundo turno e, após quatro rodadas, era o lanterna do campeonato. Nos quatro jogos que havia disputado, empatou um e perdeu os demais. Foi então que Ipojucan pediu demissão do cargo. Foi substituído por Raimundinho.
Seu último jogo no comando técnico do Brasília foi no dia 26 de abril de 1987, na derrota de 1 x 0 para o Taguatinga, no Serejão.
Foram 12 jogos à frente do Brasília, que acabaria se sagrando campeão brasiliense do ano de 1987.


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