quarta-feira, 31 de dezembro de 2025

AS DECISÕES: Campeonato Brasiliense de 1972


Serviço Gráfico, campeão do 1º turno, e CEUB, campeão do 2º, decidiram o Campeonato Brasiliense de 1972 (amador), após cinco jogos e muito “tapetão”.
O primeiro jogo foi realizado no dia 2 de dezembro de 1972, no Pelezão. Com dois gols de Dinarte e um de Marco Antônio, o CEUB goleou o Serviço Gráfico por 3 x 0. Adélio Nogueira foi o árbitro.
Uma semana depois, 9 de dezembro de 1972, o Serviço Gráfico pagou na mesma moeda: devolveu os 3 x 0 ao CEUB, com dois gols de Walmir e um de Carlos Gomes. O jogo também foi realizado no Pelezão e teve a arbitragem de Jorge Aloise.
O Pelezão também foi o palco do terceiro jogo, cujo marcador não foi movimentado: 0 x 0. Édson Benítez foi o árbitro.
O Serviço Gráfico poderia ser declarado campeão ao vencer o Ceub, por 2 x 1, no dia 21 de dezembro de 1972, no Pelezão, com mais uma arbitragem de Adélio Nogueira. Jairo Bueno e Arthur marcaram os gols do time da gráfica do Senado Federal e Rogério Macedo o do time universitário.
Eu disse poderia pelos motivos a seguir expostos.
Após o primeiro jogo da decisão, o Serviço Gráfico entrou com um recurso na Federação Metropolitana de Futebol solicitando os pontos do jogo, baseando-se no fato de que o atleta Marco Antônio, do CEUB, não tinha condições de jogo. Foi constatado que o jogador tinha vínculo com o Fluminense, de Araguari (MG), o que o impossibilitava de participar do campeonato do DF sem a devida transferência.
O CEUB deu o troco, entrando com um recurso contra a utilização pelo Serviço Gráfico dos jogadores Vavá e Carlos Gomes que, segundo o clube universitário, estariam filiados a Federação Fluminense de Futebol.
O Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Metropolitana de Futebol anulou as partidas realizadas em 2 e 9 de dezembro de 1972, mantendo, entretanto, os resultados das partidas realizadas em 16 de dezembro e 21 de dezembro de 1972.
A FMF recebeu o Ofício nº 2.336, de 02.03.1973, da CBD, comunicando que aplicou aos atletas Marco Antônio Pereira (inscrito pela Federação Mineira de Futebol), Lourival Ribeiro de Carvalho Filho (Vavá) e Carlos Gomes (inscritos pela Federação Fluminense de Desportos), a penalidade de suspensão de 90 dias para cada um, a partir de 7 de fevereiro de 1973.
Para a última partida da série decisiva, somente puderam participar os atletas que tinham condições legais até a data da realização dos encontros anteriores. A situação era: Serviço Gráfico, 3 pontos ganhos e Ceub, 1.
Somente no dia 12 de setembro de 1973 aconteceria a decisão do campeonato de 1972.
Um empate daria o título ao Serviço Gráfico. Ao CEUB só a vitória interessava para provocar um novo jogo.
O jogo começou com o Serviço Gráfico demonstrando tranquilidade porque o resultado de 0 x 0 lhe garantiria a conquista do título e, do outro lado, o nervosismo do CEUB, que tinha de ganhar a qualquer custo.
Com isso, não foi difícil para o Serviço Gráfico dominar a partida em boa parte do primeiro tempo, chegando inclusive a merecer o primeiro gol que entretanto não veio.
Para a segunda etapa o panorama da partida não se modificou até os 25 minutos de jogo. Quando o jogo já era bastante violento, Eraldo, do Serviço Gráfico, foi expulso pelo árbitro Cid Marival Fonseca. Aos 28 foi a vez de Ximenes, que entrara em campo três minutos atrás, ser expulso. Com as duas exclusões o jogo tornou-se mais violento ainda ante a total complacência do árbitro, inteiramente dominado pelos jogadores. Aos 44 minutos, nova exclusão: Cezinha, também do Serviço Gráfico, que terminou o jogo com apenas oito jogadores.
No final, com o placar em 0 x 0, o Serviço Gráfico pôde comemorar seu primeiro título de campeão brasiliense.
O Serviço Gráfico jogou com Sinésio, Eraldo, Juarez, Melinho e Cezinha; César, Axel e Clemilton (Ximenes); Tião, Jairo e Arthur.
O Ceub atuou com Elizaldo, Sérgio, Lúcio, Iodalto (Sílvio) e Miguel; Noel e Carlinhos; Hamilton, Paulinho, Dinarte e Ademir.
Como curiosidade, informamos que o jogo que decidiu o campeonato brasiliense de 1972 foi realizado no Pelezão, na preliminar de CEUB 0 x 0 Bahia, válido pelo Campeonato Brasileiro de 1973.



terça-feira, 30 de dezembro de 2025

FORMAÇÕES: Brasília - 1989


Formação do Brasília que enfrentou o Guará em jogo válido pelo Campeonato Brasiliense da Primeira Divisão de 1989, no estádio do CAVE.
Da esquerda para a direita: Sr. Dominguinhos, Oliveira, Nena, Ronilson, Waldo, Chagas, Iranil e o presidente Tadeu Roriz. Agachados, na mesma ordem: Coutinho, Josimar, Héber, Dida e Marinho.

Colaboração: Robson Garcia Leal (Marinho).

domingo, 28 de dezembro de 2025

FICHA TÉCNICA: Renê (in memoriam)



Fleury Renê Neves, o Renê, nasceu em Araguari (MG), no dia 28 de dezembro de 1949.
Começou a jogar futebol e profissionalizou-se no Fluminense de sua cidade natal, no final dos anos 60.
Passou, depois, um período na Ferroviária, de Araraquara (SP) e no Uberaba (MG).
Seu primeiro time no Distrito Federal foi o Coenge, do Gama, onde fez sua estreia no dia 20 de setembro de 1970, na vitória de 2 x 1 sobre o Grêmio, em jogo válido pelo Campeonato Brasiliense daquele ano.
No dia 4 de outubro de 1970, no campo da A. A. Cultural Mariana, marcou seu primeiro e único gol com a camisa do Coenge no campeonato brasiliense, no empate em 2 x 2 com o Planalto.
O Coenge ficaria na sétima colocação do primeiro turno, sem conseguir classificação para o segundo, que somente seria disputado entre os seis melhores colocados do primeiro.
Em 1971, Renê foi um dos destaques do Coenge na vitória de 1 x 0 sobre a Seleção do Distrito Federal, no dia 14 de março de 1971. Depois, disputou o Torneio “Governador do Distrito Federal”, competição em que o Coenge desistiu antes de seu final. O Coenge também não disputou o campeonato brasiliense desse ano e acabou por ser desfiliado junto à Federação Desportiva de Brasília. Assim, os jogadores pertencentes ao Coenge estavam liberados para disputar partidas por outros times. Nessa situação, Renê tratou de procurar um novo clube, o Ceub, onde viveu a melhor fase em sua carreira, principalmente depois que o clube passou a ser o representante do DF no Campeonato Brasileiro, nos anos de 1973 a 1975. Foram três jogos em 1973, doze em 1974 e doze em 1975.

Fez parte da equipe que mais atuou nos 16 jogos que o Ceub disputou em sua excursão pela África e Europa, em 1975.
Depois que o Ceub desativou seu departamento de futebol profissional, em 1976, após imbróglio que culminou com a perda da vaga do DF no campeonato brasileiro, nesse mesmo ano Renê passou para o Brasília, onde conquistou o título de campeão brasiliense nos anos de 1976 e 1977.

Em 1978 foi contratado pelo Taguatinga e retornou ao Brasília em 1979.
Voltou a viver uma grande fase em sua carreira no Sobradinho, onde jogou nos anos de 1980 e 1981.
Encerrou sua carreira de jogador no Vasco da Gama-DF, onde passou a revezar as funções de jogador e treinador, em 1983. No ano seguinte, 1984, trabalhou apenas como treinador do Vasco da Gama-DF.
Ainda em 1984 foi treinador do Ceilândia, fato que repetiu em 1985.
Em 1986 dirigiu o Tiradentes, sua última participação relacionada ao futebol.
Largou o futebol e foi administrar sua empresa, o Mercado do Renê, na Praça do Bicalho, em Taguatinga.
Faleceu em 10 de favereiro de 2020.



sábado, 27 de dezembro de 2025

FICHA TÉCNICA: Djalminha



NOME COMPLETO: Zildo Silva Fonseca
APELIDO: Djalminha
POSIÇÃO: Lateral/Meia
DATA E LOCAL DE NASCIMENTO: 27.12.1980 - Itabuna (BA)
INSCRIÇÃO CBF nº 141.777
INSCRIÇÃO DF Nº 4.120


CARREIRA NO FUTEBOL DO DF:

ANO

COMPETIÇÕES

CLUBES

JD

GM

HISTÓRICO

2002

CAMPEONATO BRASILEIRO 3D

BRASILIENSE

4

2003

CAMPEONATO BRASILEIRO 2D

BRASILIENSE

8

2003

CAMPEONATO BRASILIENSE 1D

BRASILIENSE

3

2004

CAMPEONATO BRASILEIRO 3D

CFZ

2008

CAMPEONATO BRASILEIRO 3D

DOM PEDRO II

11

7

2009

CAMPEONATO BRASILEIRO 4D

BRASÍLIA

7

1

2009

CAMPEONATO BRASILIENSE 1D

DOM PEDRO II

1

2009

CAMPEONATO BRASILIENSE 2D

CEILANDENSE

7

2

Campeão brasiliense da Segunda Divisão - 2009

2010

CAMPEONATO BRASILIENSE 1D

GAMA

5

2010

CAMPEONATO BRASILIENSE 2D

LEGIÃO

1

2012

CAMPEONATO BRASILIENSE 1D

DOM PEDRO II

7

1


OUTROS CLUBES:
Oeste (SP) - 2004
Santacruzense (SP) - 2008
Fluminense, de Feira de Santana (BA) - 2009
Goianésia (GO) - 2011.




quinta-feira, 25 de dezembro de 2025

O ÚLTIMO JOGO DE GARRINCHA


No dia 25 de dezembro de 1982, aos 49 anos, Garrincha desembarcava no aeroporto de Brasília para fazer aquela que seria a última partida de sua vida (morreria poucos dias depois, em 20 de janeiro de 1983). 
Às 15:30 horas entrava em campo com a camisa número sete de um time amador de Planaltina, o Londrina, para enfrentar uma seleção da AGAP - Associação de Garantia ao Atleta Profissional/DF. 
O jogo foi no Estádio Adonir Guimarães, em Planaltina, e Garrincha jogou exatamente 60 minutos.
A seleção da AGAP começou o jogo com 1. Paulo Victor, 2. Robson Nonato, 3. Luiz Fernando Sucupira, 4. Adelmar Carvalho Cabral “Déo”, 5. Antônio Carlos Nicolau “Barão”, 6. Marcelino Teixeira de Carvalho “Marcelo”, 7. Rodolfo Nogueira Junior, 8. Antônio Vieira Lima, 9. Nicácio Apolinário da Silva Filho, 10. Éder Antunes Morgado e 11. Jorge França. Na suplência: 13. Decleudes Rodrigues Costa.
O Londrina entrou em campo com 1. Luís Ribeiro, 2. Joel Rodrigues Pauferro, 3. Vicente Cândido da Silva, 4. Antônio Esteves de Oliveira, 5. Israel Rodrigues Pauferro, 6. José Amauri de Carvalho, 7. Manoel dos Santos “Garrincha”, 8. Sebastião Ferreira Mafra, 9. Paulo Lira, 10. Sebastião Jorge e 11. Joel Apolinário da Silva. No banco de reservas estavam: 12. Valdmar Pereira da Silva, 14. José Jorge Ramos Pires, 15. Geraldo Martins de Oliveira e 16. Cirilo César Filho.
A AGAP venceu por 1 x 0, gol de Éder Antunes, aos 20 minutos do segundo tempo. O árbitro desse jogo foi Eano do Carmo Corrêa, da Federação Metropolitana de Futebol.

PERSONAGENS DO JOGO

O ORGANIZADOR

Manoel Esperidião Pereira, o Manoelzinho, foi quem organizou a última partida de Garrincha. Até hoje ele guarda todo o material usado por Garrincha nesse jogo.
Natural de Caraúba, Paraíba, onde nasceu a 5 de setembro de 1938, Manoelzinho foi jogador de futebol profissional no Santa Cruz, de Recife (PE), River, de Teresina (PI), Treze, de Campina Grande (PB), América, do Rio de Janeiro (RJ), Arica, da Venezuela, e Defelê, de Brasília, onde encerrou a carreira após dez anos de casa.
Sua amizade com Garrincha começou através de Ivan, ex-jogador do América e do Botafogo, seu cunhado, que um dia de 1960 o levou até Raiz da Serra, onde sempre era possível encontrar o jogador do Botafogo.
Nos últimos anos de vida, Garrincha chegou a manifestar o desejo de treinar uma equipe de Brasília. Sabendo que Garrincha não estava bem financeiramente, Manoelzinho tratou de arrumar esse jogo beneficente.

O PATROCINADOR

Antônio Teodoro Ribeiro nasceu em Formosa (GO), em 11 de janeiro de 1958. Foi um dos fundadores do Londrina, juntamente com Hélio Crescêncio da Silva, Sebastião Mafra e Miguel Aguiar, dentre outros, no dia 14 de outubro de 1976. Mas, desde 1974 que ele lidava com futebol, no União, de Planaltina.
Para patrocinar o jogo, ele gastou cerca de 350 mil cruzeiros, 200 mil para Garrincha, enquanto os 150 mil restantes entraram nas despesas com passagens e hospedagens.
Na época do jogo, o Londrina estava com suas atividades paralisadas. Estava tentando se profissionalizar para disputar o campeonato brasiliense, mas perdeu a vaga para o Vasco da Gama de Carlos Fernando Cardoso Neto. Até então havia conquistado 32 troféus e foi campeão amador de Planaltina em sete oportunidades.

O ÁRBITRO

Eano Carmo Correa foi o árbitro do último jogo de Garrincha. Por coincidência, também foi quem atuou como árbitro do último jogo do Ceub.
Nasceu em Porto Real do Colégio, em Alagoas, no dia 5 de junho de 1937. Depois de apitar algumas peladas em Raiz da Serra, fez curso de arbitragem na Federação Metropolitana de Futebol e desde 1966 apitava jogos em Brasília. Guardou a súmula do último jogo de Garrincha e na época havia a informação de que iria cedê-la para a Fundação Cândido Mendes, do Rio de Janeiro, que estava organizando a memória do esporte brasileiro.

O SUBSTITUTO

Valdmar Pereira da Silva, natural de São Domingos (GO), onde nasceu a 3 de fevereiro de 1960, jamais imaginou que um dia viria a substituir Garrincha em uma partida de futebol e muito menos que fosse seu último substituto.
Ele guarda a foto que tirou com Garrincha com muito cuidado e lamentava que nunca o tivesse visto jogar.
Aos 15 minutos do segundo tempo, quando o substituiu, Valdmar sentiu uma emoção muito grande. Teve a sensação de que era o próprio Garrincha entrando em campo.
Valdmar começou a jogar futebol em 1974, num time amador chamado União. Em 1976 foi para o Londrina e lá jogou sempre como ponta-direita, embora tivesse começado como centro-avante. No Londrina ajudou o time a ganhar a maioria dos seus troféus.

O ÚLTIMO “JOÃO”

Nascido a 8 de março de 1958, em Recife (PE), Marcelino Teixeira de Carvalho, chamado de Marcelo, foi o último marcador de Garrincha. Sem querer dificultar, Marcelo procurou fazer apenas uma marcação de cerco. Foi “João” de Garrincha por quatro lances. Num deles, Garrincha partiu para cima dele com a bola dominada, gingou, passou e cruzou, embora o lance não tivesse resultado em nada.
Marcelo bateu muitas peladas de ruas em sua cidade, mas foi em 1976, no Ceub, que começou a carreira no futebol. Era ponta-esquerda do time juvenil do Ceub. Em 1977, foi para o Flamengo. Depois disso, esteve no Paysandu, de Belém (PA), e virou lateral-esquerdo. Em 1980, veio para o Gama e foi vice-campeão brasiliense e campeão da Copa Centro-Oeste. Em 1981 estava no Guará e por aquele clube foi duas vezes vice-campeão.

A ÚLTIMA BARREIRA

Embora fazendo questão de ressaltar que não gostaria que isso tivesse acontecido, o goleiro Paulo Victor defendeu as últimas duas bolas chutadas a gol por Mané Garrincha. No primeiro chute de Garrincha, teve que mostrar muito arrojo para tocar para escanteio uma bola que partiu de uma cobrança de falta da entrada da área. Na segunda, também teve que mandar para escanteio. Dois jogadores cercaram Garrincha, mas ele se livrou deles e cruzou para dentro da área, com a bola indo para dentro da sua meta.
Passando férias em Brasília na época do jogo, o goleiro Paulo Victor só havia visto Garrincha jogar uma vez, em março de 1969, quando tinha treze anos de idade e o Flamengo veio enfrentar uma seleção brasiliense, no Pelezão, vestindo a camisa sete do rubro-negro carioca.
Paulo Victor Barbosa de Carvalho nasceu em Belém (PA), em 7 de junho de 1957. Começou a jogar futebol com Airton Nogueira, nos infantis do Defelê. Depois defendeu a AABB, Novacap, Ceub e vários outros clubes do futebol brasileiro. Defendeu a Seleção Brasileira em oito oportunidades, a primeira delas em junho de 1984, ano em que foi campeão brasileiro defendendo o Fluminense.












Obs.: As fotos foram cedidas por Ermelindo Alves de Oliveira Junior, atual presidente do Londrina.

Confira também uma matéria especial sobre esse jogo:

terça-feira, 23 de dezembro de 2025

GRANDES RESULTADOS DO FUTEBOL BRASILIENSE: Gama empata com o campeão mundial - 2001


Com campanha irregular no Campeonato Brasileiro de 2001, o Gama foi até o Pacaembu, em São Paulo, no dia 29 de agosto de 2001, para enfrentar o poderoso Corinthians, campeão mundial FIFA de 2000, campeão paulista e vice-campeão da Copa do Brasil de 2001.
O Gama chegou a dominar boa parte do 1º tempo, mas perdeu as oportunidades criadas. Logo aos 3 minutos, Palhinha deixou Anderson na cara do gol, mas o chute passou longe do alvo.
O Corinthians perdeu a melhor chance do 1º tempo aos 9 minutos. Ricardinho passou pelo volante Jefferson e cruzou. O goleiro Ronaldo errou a tentativa de corte, mas Gil, sozinho, isolou a bola por cima do travessão.
Aos 21, o Gama voltou a desperdiçar uma oportunidade de marcar o gol. Após sobra da trombada do goleiro Doni com o zagueiro Scheidt, Reinaldo perdeu o gol.
O jogo caiu de produção nos últimos vinte minutos do 1º tempo. Aos 31, o Gama perdeu o lateral Wilson Goiano, que sentiu a contusão no tornozelo direito, sofrida no treino recreativo antes da viagem para São Paulo. Paulo Henrique entrou em seu lugar.
O 2º tempo começou com o Gama apagado. Wanderley Luxemburgo mexeu no esquema tático do Corinthians (de 3-5-2 para 4-4-2) ao trocar o zagueiro Batata pelo lateral-esquerdo Édson, no intervalo.
O Corinthians passou a criar boas jogadas pela esquerda, com a dupla de canhotos Kleber e Édson nas costas de Paulo Henrique.
Depois de três lances perigosos pela esquerda, aos 11, 13 e 14, o Corinthians abriu o placar aos 18. Deivid tocou para Kleber cruzar na área. Após tabela de cabeça com Fabinho, Gil fez 1 x 0.
Três minutos depois, o técnico do Gama, Flávio Lopes, resolveu desmontar o extravagante sistema 4-5-1, com a entrada do atacante Romualdo no lugar de Paulo Henrique, para tentar reagir no mesmo 4-4-2 do adversário.
Não deu nem tempo para a mudança surtir feito. Aos 21, Fabinho ganhou de Rochinha e Jairo e passou para Gil, que acabou derrubado por Gerson dentro da área. Pênalti bem marcado. Ricardinho cobrou sem chances para Ronaldo.
Quando parecia que ia acontecer uma goleada do Corinthians, o Gama reagiu. Aos 32 minutos, Deda lançou Anderson, que arrancou, driblou um marcador e acabou derrubado pelo segundo. Mas, na sobra, Romualdo conseguiu cruzar nos pés de Palhinha, livre na área, que teve tranquilidade para tocar a bola para o fundo das redes.
Aos 35, veio o empate. Rochinha cortou a saída de jogo de Rogério e a bola foi parar novamente nos pés de Palhinha. Com a defesa adversária desguarnecida, o meia deixou Anderson na cara do goleiro Doni. Foi só tocar para o gol e sair para comemorar.
O placar de 2 x 2 permaneceu até o final. A ficha técnica desse jogo foi a seguinte:
CORINTHIANS 2 x 2 GAMA
Data: 29 de agosto de 2001
Local: Pacaembu, São Paulo (SP)
Árbitro: Valdomiro Mathias Silva Filho
Renda e público: não divulgados
Gols: Gil, 62; Ricardinho, 67; Palhinha, 77 e Anderson, 80
CORINTHIANS: Doni, Marcelo, Scheidt e Batata (Édson); Fabinho, Rogério, Otacílio, Ricardinho e Kleber (Andrezinho); Deivid e Gil. Técnico: Wanderley Luxemburgo.
GAMA: Ronaldo, Wilson Goiano (Paulo Henrique) (Romualdo), Gerson, Jairo e Rochinha; Deda, Jefferson, Palhinha e Lindomar; Anderson e Reinaldo (Luiz Fernando). Técnico: Flávio Lopes.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

OS CLUBES DO DF: A. E. CARIOCA


Depois que Brasília passou a ser Capital do Brasil, em 1960, muitos órgãos foram transferidos dos seus Estados de origem.
Isso também aconteceu com o Tribunal Federal de Recursos, que tinha sede no Rio de Janeiro, e foi um dos órgãos máximos do Poder Judiciário do Brasil, e hoje é o Superior Tribunal de Justiça. A ata da sessão de instalação do órgão em Brasília é de 22 de abril de 1960.
Pouco tempo depois, mais precisamente em 10 de agosto de 1960, funcionários do Tribunal criaram uma associação esportiva que tinha como finalidade proporcionar divertimento ao pessoal do órgão e mantida através do pagamento de mensalidades descontadas nas folhas de pagamento dos seus funcionários.
Passaram-se os anos e em 1º de julho de 1965, alguns desses funcionários reuniram-se no apartamento nº 302 do Bloco 4 da Super Quadra Sul 106 para fundar uma sociedade civil esportiva, cultural e cívica. Surgiu, assim, a Associação Esportiva Carioca.
Com forte influência de torcedores do Flamengo, o uniforme foi assim composto: camisa vermelha com golas e mangas pretas, calção preto e meias vermelhas.
A primeira diretoria da A. E. Carioca foi assim constituída: Presidente – Antônio Villela; Vice-Presidente – Aderbal Silva; Secretário Geral – Jorge Manoel Martins Ferreira; Tesoureiro Geral – Jorge de Carvalho; Diretor de Esportes – Clarindo Custódio Flauzina; Diretor Social e Cultural – Sérgio Luiz Mydosi May e Diretor de Patrimônio – Waldemar Siqueira Domingues.
Também foram eleitos os membros do Conselho Deliberativo e do Conselho Fiscal.
Quando se filiou a Federação Desportiva de Brasília, o Carioca preferiu fazer parte do quadro de clubes do Departamento Autônomo. Na época ainda existiam os departamentos de profissionais e de amadores.
Sua primeira participação em uma competição promovida pela Federação foi o Torneio Início do Departamento Autônomo, disputado em 5 de junho de 1966, e do qual participaram 18 equipes.
Para surpresa de muitos, o Carioca conquistou o título de campeão. No primeiro jogo, venceu o D. A. E. por 1 x 0. Nos pênaltis (3 x 2), passou pelo Vila no segundo jogo. No terceiro, derrotou a A. D. Taguatinga, por 2 x 1. Nas semifinais e final enfrentou dois dos mais poderosos clubes do futebol amador de Taguatinga, Flamengo e Brasília, vencendo a ambos por 1 x 0.
Já no Campeonato do Departamento Autônomo de 1966 não obteve o mesmo êxito. A competição foi dividida em seções (Taguatinga, Gama, Sobradinho e Plano Piloto). Nesta última, onde estava o Carioca, apontou como classificados para a fase final o CSU (clube da Universidade de Brasília) e a AEB – Associação dos Economiários de Brasília.
Permaneceu no Departamento Autônomo até o dia 10 de março de 1969, quando a Federação Desportiva de Brasília realizou uma Assembléia Geral Extraordinária com o objetivo de instituir a “Taça Brasília”, evento oficial da qual tomaram parte 24 clubes filiados, quer profissionais, amadores ou componentes do Departamento Autônomo, todos em igualdade de condições, havendo partidas de amadores com profissionais. Esses clubes foram divididos em dois grupos.
A estréia do Carioca foi no dia 20 de abril de 1969, no Estádio Ciro Machado do Espírito Santo, com um grande resultado: empate em 1 x 1 com o Grêmio (que viria a se tornar vice-campeão neste ano).
Na classificação final do Grupo A, o Carioca ficou em sétimo lugar, com a seguinte campanha: 10 jogos, 2 vitórias, 5 empates e 3 derrotas; 15 gols a favor e 16 contra.
O torneio foi em dois turnos, sendo que do segundo só participariam os seis primeiros colocados de cada grupo.
Apesar de obter a classificação para o turno final, o Guará, sexto colocado, solicitou o seu afastamento da competição; o Carioca foi incluído em seu lugar, por ser o clube imediatamente classificado na fase inicial.
Na Fase Final, o Carioca ficou com a décima e antepenúltima posição, somente à frente do Setor Automobilístico e da A. D. Taguatinga.
Nos 11 jogos que disputou, obteve apenas três vitórias (mais dois empates e seis derrotas). Marcou 13 gols e sofreu 22.
Alguns jogadores que defenderam o Carioca em 1969: Goleiro: Walter; Defensores: Paulo, Botija, Zezé, Jair, Moisés, Tulu e Quati; Atacantes: Calora, Wilson, Walter, Nico, Bonfim, Gisélio, Neluir, Arthur, Eraldo e Elói.
No ano de 1970, tomou parte do Torneio “Governador Hélio Prates da Silveira”, ficando na sexta colocação entre oito clubes.
Logo depois, tomou parte do Campeonato Brasiliense de 1970, disputado por dez equipes. Ficou em 9º lugar e não obteve classificação para o turno final (com os seis primeiros colocados).
Em 1971, chegou a participar do Torneio “Governador do Distrito Federal”, juntamente com mais dez equipes. O torneio foi marcado por muitos WO pois muitos clubes estavam irregulares (débito com a Tesouraria da FDB) e suspensos de suas obrigações.
Ficou na quarta colocação, com 13 pontos ganhos (seis vitórias, um empate e três derrotas).
No dia 21 de junho de 1971, encaminhou ofício para a Federação solicitando seis meses de licença e dispensa da disputa do campeonato oficial de 1971.
No dia 29 de fevereiro de 1972, realizou uma nova Assembléia para escolher sua nova diretoria, assim constituída: Presidente - Oswaldo Marcondes; Vice-Presidente - Aderbal Silva; 1º Secretário - Jorge Manoel Martins Ferreira; 2º Secretário - Antônio de Assis Laus;
Diretor de Esportes - Clarindo Custódio Flauzina e Diretor Social e Cultural - Sérgio Luiz Mydosi May.
Voltou a disputar uma competição oficial neste mesmo ano de 1972. No dia 20 de agosto de 1972 reestreou no campeonato brasiliense perdendo de 2 x 0 para o Grêmio.
Foi o último colocado dos sete clubes que disputaram o 1º turno, com apenas um ponto ganho.
No segundo turno, ficou com a quinta colocação, o que não o impediu de ficar em último lugar na classificação final do campeonato, vencido pela A. A. Serviço Gráfico.
Defenderam o Carioca nesse ano: Goleiros - Rezende e João Batista; Defensores - Carlinhos, Xavier, Maurício, Zezão, Clarindo e Edson; Atacantes - Baltazar, Jonas, Baiano, Joãozinho, Ivan, Cláudio, Chenco, Newton, Raimundo e Dimas.
Dez clubes disputaram o campeonato brasiliense de 1973 e o Carioca ficou em oitavo lugar no primeiro turno.
Antes do encerramento do segundo turno, o Carioca solicitou desfiliação, perdendo o restante de seus jogos por WO (1 x 0).
O último jogo de sua história foi no dia 16 de dezembro de 1973, no Estádio Pelezão, com derrota de 3 x 0 para o Unidos de Sobradinho.
Alguns dos últimos jogadores a vestirem a camisa do Carioca foram: Goleiros - Telles, Jaime e Chico; Defensores - Arlindo, Bartolomeu, Maurão, Maurílio, Carlinhos, Clarindinho e Raimundo; Atacantes - Chenco, Gordo, Raimundinho, Ari, Berto, João, Peba, Divino e Néviton. Técnico: Clarindo Custódio.
No dia 21 de fevereiro de 1974 foi homologada, por unanimidade, a decisão da Diretoria da Federação Metropolitana de Futebol em desfiliar a Associação Esportiva Carioca, em razão do não cumprimento de obrigações deste clube junto à entidade. A representação do TFR deixou de comparecer a vários compromissos, o que, de acordo com os estatutos da FMF implicava na desfiliação da agremiação infratora.