Dez dias depois de inaugurar o Estádio de Sobradinho, o Santos voltava a se
apresentar no Distrito Federal.
No dia 10 de maio de 1978, a primeira geração dos “Meninos da Vila” chegou a
Brasília precisando de uma vitória simples, por qualquer contagem, diante do
Brasília, para conseguir a sua classificação antecipada para a próxima etapa do
Grupo dos Vencedores do Campeonato Brasileiro, na época chamada de Copa Brasil.
O jogo era válido pelo Grupo C, que já tinha Corinthians e Operário, de Campo
Grande (MS) como os únicos classificados matematicamente.
O jogo foi o primeiro de caráter oficial disputado no estádio da
cidade-satélite de Taguatinga, o Serejão, e foi, também, a primeira vez que os
dois clubes se defrontaram, com a arrecadação atingindo Cr$ 458.402,00 e um
público presente de 18.198 espectadores que quase lotou o estádio.
O Santos começou mandando na partida, com o talento de Ailton Lira ganhando a
maioria das jogadas no meio de campo, de vez que o Brasília era um time
completamente desnorteado, com Ernâni Banana improvisado de centro-avante, mas
sempre atrás dos armadores e sem nenhuma objetividade em seus ataques.
Com isso, o Santos dominou a partida e o gol surgiu de uma jogada de
contra-ataque muito rápida, aos 25 minutos do 1º tempo. Odair cobrou uma falta
para o Brasília, mas jogou a bola exatamente onde havia três jogadores
adversários. E da defesa para a chegada à área do Brasília foi tudo muito rápido,
com João Paulo cruzando para o centro da área e Reinaldo ganhando de Emerson e
tocando para o gol.
Com 1 x 0 o primeiro tempo foi encerrado, mas antes disso Ailton Lira cometeu a
infantilidade de agredir, sem bola, ao zagueiro Newton, que estava caído, e foi
expulso pelo árbitro Airton Vieira de Morais, o Sansão.
No segundo tempo era esperado que o Brasília se aproveitasse do fato de contar
com um jogador a mais e partisse para cima do adversário. Mas o Santos
continuava mandando na partida. Só aos 25 minutos foi que o Brasília conseguiu empurrar
o Santos para a defesa e a fixação de Léo entre os zagueiros foi providencial
para que aos poucos o gol de empate fosse amadurecendo.
O gol de empate surgiu aos 28 minutos, de uma bola esticada de Péricles para o
lateral esquerdo Odair, que vinha sendo a pior figura da partida, com este chutando
de primeira, de fora da área, pegando o goleiro Willians adiantado, com a bola
entrando no ângulo esquerdo.
O gol fez Odair crescer de produção e com ele todo o Brasília, que daí por
diante partiu decisivamente em busca do gol da vitória, que terminou surgindo a
quatro minutos do final da partida em uma jogada individual de Ernâni Banana,
que também era uma figura apagada na partida.
Banana apanhou uma bola na intermediária e de frente para o gol tirou três da
jogada e entregou a bola limpa para o ponteiro esquerdo Lula, que chutou no
canto esquerdo para decretar os 2 x 1 definitivos.
Mesmo assim, o Brasília não se contentou com o placar e ainda andou tentando o
terceiro gol, fazendo que em menos de vinte minutos o time deixasse de ser
apático para fazer levantar toda a torcida presente ao Serejão.
BRASÍLIA 2 x 1 SANTOS
Data: 10.05.1978
Local: Serejão, Taguatinga (DF)
Árbitro: Airton Vieira de Morais (RJ), auxiliado por Cid Marival Fonseca e
Arnóbio Passos, ambos de Brasília
Renda: Cr$ 458.402,00
Público: 18.198 pagantes
Expulsão: Ailton Lira, do Santos
Gols: Reinaldo, 25; Odair, 73 e Lula, 86
BRASÍLIA: Paulo Victor, Newton, Chavala, Emerson e Odair; Uel (Léo), Péricles e
Raimundinho; Zé Carlos (Edmar), Ernâni Banana e Lula. Técnico: Dicão.
SANTOS: Willians, Nelson, Joãozinho, Fernando e Gilberto; Carlos Roberto,
Toinzinho e Ailton Lira; Juari, Reinaldo (Nelson Borges) e João Paulo
(Bianchi). Técnico: Formiga.
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