quarta-feira, 9 de agosto de 2017

FICHA TÉCNICA: Marquinhos Bahia - 1ª parte


Marcos Antônio da Silva, o Marquinhos, e mais tarde Marquinhos Bahia, foi considerado em sua época o melhor jogador produzido no Distrito Federal por muitos anos.
Canhoto, de muita habilidade, inteligente, articulado e observador. O corpo franzino não o impediu de marcar os seus gols.
Marquinhos nasceu no Núcleo Bandeirante (DF) no dia 9 de agosto de 1963 e foi daquelas crianças que passava o dia todo jogando bola na rua.
Como milhares de pessoas, foi um dos removidos do Barro Preto para Ceilândia. Até então era apenas o Caco, garoto bom de bola que jogava no Cruzeirinho, do Barro Preto, no Núcleo Bandeirante. Após ensaiar os primeiros passos como petiz do Náutico, clube amador da Ceilândia Sul, Marquinhos mostrou que não era um jogador comum. Franzino, aliava uma boa técnica a uma inteligência acima da média.

Quase desistiu da carreira de jogador. Quando o Náutico acabou, arrumou um emprego de “office-boy” no Banco Regional de Brasília - BRB. Mas logo percebeu que não era aquilo que ele queria. Tentou o futebol paulista, mas sozinho, sem ajuda de ninguém, terminou voltando. Com 18 anos chegou a treinar no São Paulo e colocou no currículo a primeira decepção nos gramados.
Retornou à Brasília e foi ao Brasília Esporte Clube pedir para fazer um teste, mas naquele dia não houve treino.
No dia seguinte fez um teste no Ceilândia e foi aprovado de imediato. Foi incluído no time principal sem passar pelas divisões inferiores.
Antes de completar 19 anos, fez sua estreia como jogador profissional no Ceilândia no dia 18 de abril de 1982, no Serejão, na derrota de 1 x 0 para o Taguatinga.
O Ceilândia formou assim: Wilmar Gato, Albenes, Eudes, Pauleci e Teixeira; Rogério, Chico e Marquinhos; Israel, Juarez (Torpedo) e Risadinha. Técnico: Otaziano Ferreira da Silva.
Logo no jogo seguinte, no dia 21 de abril de 1982, no Augustinho Lima, em Sobradinho, Marquinhos marcou os dois gols da vitória de 2 x 1 sobre o Sobradinho. Foram 17 jogos no total e três gols marcados.
O Ceilândia não foi bem no campeonato do Distrito Federal (ficou em sexto e penúltimo lugar), mas Marquinhos foi um dos destaques da competição.
No ano de 1983, novamente o Ceilândia não foi bem no campeonato brasiliense (mais uma vez ficou com a penúltima colocação), mas Marquinhos foi tão bem que passou a chamar a atenção de outros clubes.

No campeonato brasiliense, ele disputou 28 jogos e marcou quatro gols. Suas boas atuações o levaram a ser convocado em três oportunidades para fazer parte da Seleção do DF. Na primeira delas, em 23 de julho de 1983, em um jogo beneficente em favor das vítimas das enchentes que assolaram o sul do Brasil. Em Brasília, a Seleção do DF venceu a Seleção do Sul por 3 x 2. Marquinhos substituiu Zico (um dos convidados; o outro foi Rivelino) e marcou um dos gols da vitória dos brasilienses. No segundo jogo entre essas equipes, em 4 de agosto de 1983, em Florianópolis (SC), houve empate em 0 x 0. Marquinhos começou o jogo como titular.
No terceiro jogo, que serviu para a reinauguração do estádio Mané Garrincha, Marquinhos fez parte da seleção brasiliense que perdeu para a Seleção Brasileira de Novos, por 2 x 1, no dia 15 de dezembro de 1983.
Encerrando o ano de 1983 com chave de ouro, Marquinhos foi lembrado pelo Jornal de Brasília para fazer parte da Seleção do Ano no futebol brasiliense.

Premiação aos Melhores do Ano de 1983. Marquinhos é o terceiro da esquerda para a direita.

Começaram as especulações de sua venda para um time de fora do DF. No noticiário falava-se muito em sua ida para o Goiás.
Recomendado como um dos melhores jogadores da temporada brasiliense de 1983, no começo de janeiro de 1984 Marquinhos viajou para Belo Horizonte (MG), para um período de testes na Toca da Raposa, centro de treinamento do Cruzeiro. Lá ficou sob a observação do treinador da equipe principal do Cruzeiro, Hilton Chaves.
O Cruzeiro aprovou a sua contratação por empréstimo. No entanto, o Ceilândia pediu uma fortuna por seu passe e a negociação acabou não se concretizando.
Foi, então, que retornando para Brasília, o Taguatinga contratou Marquinhos, em março de 1984. Foi a maior transação já realizada no futebol do Distrito Federal - superior à que foi feita há algum tempo pelo próprio Taguatinga por ocasião da aquisição do passe do meia-esquerda Jânio ao Guará.
No novo clube, diferentemente do Ceilândia (onde sempre jogou como meia-armador), a pedido do técnico Canhoto e dos seus sucessores, passou a fazer o quarto homem de meio-de-campo, pela ponta.
Seu primeiro jogo com a camisa do Taguatinga aconteceu no dia 15 de maio de 1984, no Mané Garrincha, na vitória de 3 x 0 sobre o Atlético Goianiense, pelo II Torneio Centro-Oeste. O Taguatinga entrou em campo com Joaldo, Auro, Junior, Zinha e Marcelo; Duda, Marquinhos e Jefferson; Lino, Serginho e Jânio. Técnico: José Antônio Furtado Leal.
Pelo campeonato brasiliense a estreia de Marquinhos no Taguatinga aconteceu em 12 de maio de 1984, no Mané Garrincha, na vitória sobre o Gama, por 3 x 1. Formou o Taguatinga com Hélio, Auro, Junior, Zinha e Marcelo (Júlio); Jefferson, Wilson Bispo e Lula; Lino, Serginho e Marquinhos. Técnico: José Antônio Furtado Leal.

O Taguatinga chegou na terceira colocação do campeonato brasiliense de 1984, mas foi a equipe que mais fez pontos no total. Marquinhos disputou 35 jogos e marcou cinco gols.
No final de 1984, recebeu o Troféu “Mané Garrincha” por ser um dos destaques do campeonato brasiliense.
Em 1985, Marquinhos foi novamente lembrado para fazer parte dos melhores do ano em premiação realizada pela ABCD-Associação Brasiliense de Cronistas Desportivos.
Nesse ano de 1985 e nos outros dois, 1986 e 1987, o Taguatinga ficou com o vice-campeonato. Em 1985, foram 27 jogos e cinco gols de Marquinhos, mesma quantidade de gols alcançada em 1986, quando disputou doze jogos.
Em 1987, chegou a jogar duas partidas (marcando dois gols) pelo Taguatinga, a última delas em 8 de fevereiro de 1987, no Serejão, na vitória de 1 x 0 sobre o Planaltina. No mês de março foi emprestado ao Confiança, de Aracaju (SE), onde permaneceu até maio desse ano. Foi, então, emprestado ao Bahia.
Sua estreia no tricolor baiano aconteceu no dia 24 de maio de 1987, na Fonte Nova, na vitória do Bahia sobre o Itabuna, por 1 x 0. O Bahia formou com Rogério, Chamusca, Pereira, Claudir e Emerson; Sales, Leandro (João Marcelo) e Sandro; Osmar (Mazinho), Joãozinho e Marquinhos. Técnico: Orlando Fantoni.

O Bahia perdeu o 1º turno para a Catuense, venceu de forma invicta o segundo e, na decisão do campeonato, contra a mesma Catuense, Marquinhos teve importante participação. No primeiro jogo, em Camaçari, no dia 19 de agosto de 1987, marcou o primeiro gol da vitória do Bahia por 2 x 1. No segundo, quatro dias depois, em Salvador, Marquinhos voltou a marcar um gol na vitória de 2 x 1, conquistando seu primeiro título de campeão baiano.
Se foi bem no estadual, no Campeonato Brasileiro de 1987 (a Copa União), o Bahia foi mal, ficando em 5º lugar no 1º turno e em sexto no segundo (o torneio foi disputado por 16 equipes, divididas em dois grupos iguais).
Marquinhos estreou no dia 20 de setembro de 1987, na Fonte Nova, no empate em 1 x 1 com o São Paulo.
Em 1988, Marquinhos chegou ao bicampeonato baiano, tendo como treinador Evaristo de Macedo.
E o maior título da carreira de Marquinhos também veio em 1988, quando ajudou o Bahia a se tornar campeão brasileiro.

A primeira participação de Marquinhos na campanha que levou o Bahia ao título de campeão brasileiro foi no dia 22 de outubro de 1988, no Morumbi, contra o São Paulo: vitória do Bahia por 2 x 0.
Depois dessa, Marquinhos fez parte do time que alcançou grandes vitórias: 1 x 0 Palmeiras, 2 x 0 Corinthians, 3 x 1 Grêmio, 2 x 1 América e a maior delas, um 5 x 1 no Santos, cujos gols podem ser conferidos no link abaixo:



Marcou quatro gols no total, todos eles com sua importância. O primeiro deles, na goleada sobre o Santos, no dia 7 de dezembro. Na vitória sobre o Grêmio, marcou o gol de desempate (curiosidade: o gol do Grêmio foi marcado pelo hoje treinador do Palmeiras, Cuca). Na derrota para o Santa Cruz, por 2 x 1, marcou o gol, mas o Bahia levou a virada. Na vitória sobre o América, ao contrário do jogo anterior, o Bahia sofreu o gol e virou a partida, com Marquinhos marcando o gol de empate.
Em uma das semifinais, contra o Fluminense, já no dia 12 de fevereiro de 1989, a boa atuação de Marquinhos lhe rendeu uma nota 8 na Bola de Prata, da revista Placar.
Voltou a receber nota 8 nas duas atuações diante do Internacional, nos dois jogos que decidiram o campeonato a favor do Bahia, na vitória de 2 x 1 no dia 15 de fevereiro, na Fonte Nova, e no 0 x 0 no Beira-Rio, no dia 19 de fevereiro de 1989.
Bahia e Vitória entraram no quadrangular final do Campeonato Baiano de 1989 com dois pontos extras por terem sido campeões do segundo e terceiro, e primeiro e quarto turnos, respectivamente. O Bahia ficou em segundo lugar na classificação final. Marquinhos teve como seu treinador Renê Simões.
No Campeonato Brasileiro de 1989, o Bahia foi mal e saiu ainda na fase de classificação. Acabou como penúltimo na classificação do seu grupo, o que provocou sua participação no chamado “Torneio da Morte”, quando se salvou do rebaixamento para a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro. Marquinhos marcou um dos gols da vitória de 2 x 0 sobre o Sport Recife, em 12 de novembro de 1989. 
No link abaixo, podemos verificar os melhores momentos do Bahia no campeonato brasileiro de 1989, contando com a participação de Marquinhos.


Em 1990, Carbone assumiu o comando do Bahia, que venceu fácil os dois turnos do campeonato baiano, mas se complicou no quadrangular final e perdeu o título novamente para o Vitória.
Na segunda rodada do campeonato, no dia 4 de fevereiro de 1990, na vitória de 4 x 1 sobre o Leônico, Marquinhos marcou o primeiro gol que o levaria a se tornar artilheiro do campeonato baiano desse ano.
O segundo gol, de suma importância, aconteceu no dia 18 de março, no segundo jogo da decisão do 1º turno. O Bahia havia vencido o primeiro jogo e perdeu o desse dia, com placar de 1 x 0. Aos 14 minutos do 2º tempo da prorrogação, Marquinhos marcou o gol que deu a vitória ao Bahia.
No início do 2º turno, na vitória de 2 x 1 sobre a Catuense, Marquinhos marcaria seu terceiro gol na competição.

O quarto gol foi marcado de pênalti, no dia 4 de abril de 1990, na vitória de 2 x 0 sobre o Jacuipense.
Assumiu a liderança entre os artilheiros após marcar os dois gols da vitória sobre o Galícia, por 2 x 1, sendo um de pênalti.
Os dois gols que lhe deram a artilharia do campeonato aconteceram na decisão do 2º turno, contra o grande rival do Bahia, o Vitória. No primeiro jogo, no dia 25 de abril de 1990, o Bahia venceu por 2 x 0, com Marquinhos marcando o segundo gol aos 44 minutos do 2º tempo. No segundo, em 29 de abril, fez o único gol do Bahia no empate em 1 x 1.
Seu nono e último gol foi marcado já no quadrangular final, no dia 23 de maio, no empate de 1 x 1 com o Fluminense, cobrando pênalti.
Como dissemos antes, por conta desses regulamentos esquisitos que só ocorrem no Brasil, mesmo vencendo os dois turnos, o Bahia ainda foi obrigado a disputar um quadrangular final, quando perdeu o título de campeão para o Vitória, que não venceu um turno sequer. O Bahia terminou na quarta colocação.
Já no Campeonato Brasileiro de 1990, Candinho levou o Bahia a ser o quarto colocado na competição. O Bahia foi desclassificado pelo Corinthians (que seria o campeão daquele ano), na semifinal, no dia 9 de dezembro de 1990, na Fonte Nova, quando bastava uma vitória simples para ir às finais. Ficou no empate em 0 x 0 (depois de perder em São Paulo, por 2 x 1).
Depois de assistir ao bicampeonato do Vitória em 1990 e perder a chance de conquistar mais um título brasileiro, a torcida do Bahia reclamou por mudanças. Somente dois campeões brasileiros de 1988 permaneceram na equipe. Em 1991, Marquinhos foi para o Cruzeiro, de Belo Horizonte (MG).


No Cruzeiro, encontrou seu companheiro de Bahia, Charles, e estreou no dia 22 de setembro de 1991, na vitória de 2 x 0 sobre o Uberlândia, fazendo parte desse time: Paulo César, Zelão, Vanderci, Adilson e Nonato; Ademir, Boiadeiro (Andrade) e Macalé; Mário Tilico, Ramon Menezes (Agnaldo) e Marquinhos. Técnico: Ênio Andrade.
O grande objetivo do Cruzeiro para esse segundo semestre era a conquista da Supercopa dos Campeões da Libertadores da América, um título de expressão que o time não alcançava desde 1976, quando levantou a Taça Libertadores da América.
Na primeira fase o Cruzeiro enfrentou o Colo-Colo. Empate nas duas partidas e decisão nos pênaltis em Santiago do Chile. Escalado por Ênio Andrade, Marquinhos jogou as duas partidas, nos dias 2 e 9 de outubro de 1991.
Na fase de oitavas de final o Cruzeiro enfrentou uma verdadeira guerra contra o então poderoso Nacional, do Uruguai. Na primeira partida, no dia 16 de outubro, o Cruzeiro venceu por 4 x 0 no Mineirão. Na segunda partida, em Montevidéu, em 23 de outubro, o Cruzeiro e Marquinhos enfrentaram a violência uruguaia e a conivência da arbitragem. Socos, cotoveladas, pênalti duvidoso e mesmo assim, com Marquinhos em campo, o Cruzeiro se classificou por pouco. O Nacional venceu por 3 x 0.

Na semifinal o Cruzeiro enfrentou outro grande da época, o Olimpia, do Paraguai. Dois jogos duros, dois empates e a vaga na semifinal foi decidida nos pênaltis. Na primeira partida, em Belo Horizonte, no dia 31 de outubro, empate em 1 x 1. O gol do Cruzeiro foi marcado por Marquinhos. A segunda partida terminou sem gols e o técnico Ênio Andrade preferiu escalar Andrade no lugar de Marquinhos. O Cruzeiro se classificou para pegar o River Plate, da Argentina na grande final.
A primeira partida foi em Buenos Aires, Argentina, no dia 13 de novembro de 1991. O River Plate era dirigido por Daniel Passarella e tinha jogadores da seleção argentina e paraguaia como Comizzo, Rivarola, Astrada e Ramon Díaz. Novamente Marquinhos foi preterido por Andrade e o River Plate venceu por 2 x 0.
Na partida decisiva, no Mineirão, o Cruzeiro precisava vencer por três gols de diferença para ficar com o título de campeão da Supercopa. Desta vez com Marquinhos em campo, não deu outra: Cruzeiro 3 x 0 River Plate. Formou o Cruzeiro com Paulo César, Nonato, Adilson, Paulão e Célio Gaúcho; Ademir, Boiadeiro e Luiz Fernando (Macalé); Mário Tilico (Paulinho), Charles e Marquinhos. Técnico: Ênio Andrade.
Marquinhos bateu o escanteio na cabeçada certeira de Ademir que abriu a goleada de 3 x 0 sobre o River Plate e pode ser visto no link abaixo:





2 comentários:

  1. Boa tarde eu sou o afilhado da sua esposa eu tô precisando muito falar com ela o meu celular e 16 999867455

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  2. Ele é treinador do meu filho,que também é canhoto ,que orgulho do meu filho ter um treinador desses

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