Ricardo Ferretti
de Oliveira, mais conhecido nos tempos de jogador como Tuca, nasceu no Rio de
Janeiro, no dia 22 de fevereiro de 1954. Hoje em dia é treinador de renome no
México, onde, atualmente, comanda o Tigres.
Como jogador,
Tuca começou no Botafogo - onde seu irmão Fernando Ferretti também jogou - e
por lá permaneceu de 1971 a 1975 - chegando a fazer parte do elenco
vice-campeão brasileiro de 1972. Em seguida, teve rápida passagem pelo Ceub
(DF), em 1973, CSA, de Maceió (AL), em 1975, e pelo Vasco da Gama e Bonsucesso,
ambos do Rio de Janeiro, respectivamente nos anos 1975/1976 e 1976/1977.
Com 23 anos e
sem muito brilho no futebol carioca, ganhou uma oportunidade que mudaria a sua
vida: pelas mãos do conterrâneo Nicola Gravina, ex-agente de jogadores, ele se
mudou para o México e acertou com o Atlas, de Guadalajara, na metade da
temporada 1977/1978. Na ocasião, o clube lutava contra o rebaixamento e nem os
nove gols marcados por Tuca foram capazes de ajudar o clube a escapar da zona
da degola.
Recém-chegado
ao México e com um descenso no currículo, o atacante ainda por cima ficaria sem
contrato ao término do campeonato nacional, o que o levou a procurar outras
equipes. Ofereceu seus serviços a dois times locais, o Leones Negros e o Tecos,
ambos do estado de Jalisco. No entanto, foi no Pumas que recebeu uma nova
chance.
Então
comandado pelo técnico sérvio Bora Milutinovic, o Pumas protagonizou uma
temporada interessante e conseguiu chegar à decisão do torneio local, o que
representou uma mudança drástica na carreira de Tuca. O título de campeão,
porém, ficou nas mãos dos jogadores do Cruz Azul, potência do futebol mexicano
na década de 70, quando o clube ganhou seis títulos nacionais.
Na temporada
1980/1981, quis o destino que o algoz do Cruz Azul fosse justamente o Pumas de
Milutinovic e Tuca, este o autor do segundo gol na vitória de 4 x 1, no estádio
Olímpico, na Cidade do México. A façanha garantiu o segundo título nacional da
história do Pumas.
Ainda neste
vitorioso ciclo, o Pumas também ganharia a Copa dos Campeões da Concacaf
(atualmente conhecida como Liga dos Campeões da Concacaf) nos anos de 1980 e
1982 e a Copa Interamericana, definida em três jogos contra o Nacional, de
Montevidéu (Uruguai). Nesta final, Tuca contribuiu balançando as redes no
derradeiro triunfo por 2 x 1, no campo neutro do Los Angeles Memorial Coliseum,
nos Estados Unidos.
Em 1985, já
com dois títulos da Copa dos Campeões (o segundo referente ao ano de 1982) em
sua galeria, Tuca traça novos rumos e muda de clube. Defendeu o Deportivo Neza
e o Monterrey antes de retornar ao Pumas, em 1987/1988. Logo saiu para defender
o Toluca, pelo qual ganhou a Copa México de 1989 e voltou para encerrar a
carreira no Pumas, em 1991, com novo título da liga nacional.
Curiosamente, Tuca havia retornado ao Pumas para ser auxiliar técnico de
Miguel Mejía Barón. Todavia, este acreditava que a experiência de Tuca, então
com 37 anos, poderia ajudar a equipe na briga pelo título. A aposta deu certo e
Tuca fez, de falta, o único gol do jogo de volta da final contra o América. O
disparo foi tão forte que recebeu o carinhoso apelido de “Tucazo”.
Depois disso, Ferretti pendurou as chuteiras e passou a se dedicar ao
ofício de treinador, cargo que ocupou no Pumas até 1996. Protagonizou sua
última passagem pelo clube do qual é um dos maiores ídolos entre 2006 e 2010,
vencendo o Clausura de 2009.
Também dirigiu Chivas (1996 a 2000), Toluca (2003 a 2004), Monarcas
Morelia (2005) e o Tigres (2000 a 2003, 2006 e 2010 até o presente momento).
Embora não tenha alcançado a glória no início desta nova função,
adquiriu experiência ao longo dos anos e sagrou-se campeão em 1997, com o
Chivas Guadalajara. Voltou a saborear a volta olímpica em 2003, com o Toluca,
na Supercopa do México, e na Liga dos Campeões da Concacaf.
No Tigres,
foi campeão da primeira divisão mexicana, Torneio “Apertura” nos anos de 2011,
2015, 2016 e 2017; do Torneio “Clausura” de 2014 e da Copa dos Campeões de 2016
e 2017, além de ter conduzido esse clube até a final da Copa Libertadores da
América de 2015, perdida diante do River Plate, da Argentina. Foi eleito o melhor
treinador do Campeonato Mexicano da temporada 2010/2011.
Em 1994, participou da Copa do Mundo como auxiliar de Mejía Baron, então
comandante do escrete nacional, e aprendeu a lidar com jogadores vaidosos.
Desde então, adotou uma postura crítica e defende amistosos com seleções mais
fortes.
Naturalizado mexicano desde 2006, assumiu de maneira interina o
selecionado local após a saída de Miguel Herrera. Como forma de retribuir o
país que lhe deu tanto na vida, aceitou dirigir a equipe gratuitamente por
quatro jogos e descartou permanecer por mais tempo, já que tinha contrato com o
clube de Monterrey. Como técnico interino da seleção mexicana, ganhou a Copa da
CONCACAF de 2015.
Aos 64 anos, Tuca Ferretti conserva uma postura rígida e personalidade
forte. Em 2015, já discutiu com um árbitro e recusou-se a sair de campo ao ser
expulso, escondendo-se depois atrás do banco de reservas. Também colecionou
atritos com a própria torcida e raramente tem diálogos dóceis com a imprensa,
além de ser visto comandando treinos aos gritos.
É de Tuca Ferreti
a seguinte declaração:
“Não tenho o
menor interesse em ser treinador no Brasil. Não posso estar onde não se respeita
o trabalho dos técnicos”.
Fonte: site
Alambrado.
PASSAGEM POR
BRASÍLIA
Com 19 anos
de idade, Tuca desembarcou em Brasília em meados de maio para ser um dos
reforços do Ceub Esporte Clube no Campeonato Brasileiro de 1973, primeira vez
que um clube do DF iria participar dessa competição. Chegaria a título de
empréstimo até o final desse ano.
Pouco tempo
antes, Tuca havia participado de um amistoso, no dia 10 de fevereiro de 1973,
no Pelezão, quando o Botafogo venceu o Ceub por 3 x 0, atuou como ponta-direita
no ataque do clube carioca com seu irmão Ferretti, Nilson Dias, depois Fischer,
e Soares (Dirceu).
Era, nesse
momento, um dos inscritos pelo Botafogo para a disputa da Taça Libertadores da
América de 1973.
Aproveitando-se
do bom relacionamento existente entre o Ceub, presidido pelo botafoguense
Adilson Peres, e o alvinegro carioca, Tuca veio parar no Ceub.
Sua estreia
aconteceu no dia 8 de julho de 1973, em Uberaba-MG, na derrota para o Uberaba
S. C., por 2 x 1. O Ceub jogou com Valdir, Fernando, Paulo Lumumba, Emerson e
Rildo; Rogério (Renê) e Cláudio Garcia; Julinho (Marco Antônio), Tuca, Da Silva
(Péricles) e Dinarte.
Ainda como
preparativos para a estreia na competição nacional, Tuca disputaria mais três
amistosos com a camisa do Ceub:
08.08.1973 -
Ceub 0 x 1 Atlético Mineiro-MG, em Brasília
11.08.1973 -
Ceub 1 x 1 Grêmio-RS, em Brasília
14.08.1973 -
Ceub 0 x 1 Grêmio-RS, em Brasília.
A estreia do
Ceub seria justamente contra o Botafogo, no dia 25 de agosto de 1973, no
Botafogo.
Um dia antes,
o jornal Correio Braziliense divulga a seguinte nota: “Segundo informações
vindas da Guanabara, o jogador Tuca, que no momento atua no Ceub, não está
liberado pelo Botafogo, a não ser que a diretoria alvinegra mantenha novo
entendimento com a representação de Brasília. O jogador não poderá ser
utilizado amanhã, pois está sem a documentação necessária e não foi cedido pelo
clube carioca ao Ceub. Notícias não confirmadas dão conta de que Tuca teria
afirmado em Brasília que, caso o Botafogo não libere o seu passe, não mais
voltará a jogar futebol”.
Como vimos
acima, ele não parou de jogar futebol. Retornou ao Rio de Janeiro e deixou o
Ceub sem o seu futebol.
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