sábado, 1 de agosto de 2020

O JACARÉ QUE CRIOU ASAS!

Aniversário de vinte anos do Brasiliense

Por Ricardo Freitas
1º Técnico

Lembro-me como se fosse hoje, o dia em que procurei Dona Alice, da fábrica de material esportivo EWE na Ceilândia, e disse a ela que estava nascendo um bebê e estava sem enxoval. Ela se sensibilizou e assim foi feito às pressas o primeiro uniforme do clube. Era o começo de tudo. Tive liberdade para escolher a Comissão Técnica e jogadores, a maioria da cidade. E assim, demos início aos trabalhos de treinamentos visando à Segunda Divisão.
Diferente do que os pessimistas de plantão naquele início diziam, que seria “um time de verão”, onde muitos não acreditavam na concretização do projeto, o Brasiliense hoje é uma realidade. Pois um homem chamado Luiz Estevão de Oliveira Neto (assessorado na época por Fábio Simão, Bernadete e os colaboradores Cassius e Rony), mesmo vivendo naquele período, seu inferno astral politico, foi persistente e valente. Diante de tantas adversidades, seguiu em frente e tomou gosto pelo “brinquedo caro” que é o futebol.
Já se passaram vinte anos, e aquela criança que na época não tinha o que vestir, tornou-se hoje um adulto consolidado, bem resolvido, com cara, roupa e casa própria. Seus vários títulos conquistados nesta curta trajetória, o coloca como um dos maiores vencedores, corroborando para um currículo invejável, sendo inclusive a única equipe do DF a conquistar dois Campeonatos Brasileiros em divisões distintas.  Sempre citado como uma referência no futebol por sua rápida ascensão, “o Jacaré voou tão alto que criou asas nos pés”!
Por este clube já passaram atletas que se consagraram e merecem ser lembrados, como: Weldon, Gil Baiano, Wellington Dias (em minha opinião o maior ídolo), Donizete, Iranildo, Tiano, Jairo, Deda, Jobson. E outros já consagrados que aqui desfilaram seus talentos, tais como: Marcelinho Carioca, Vampeta, Junior Baiano, Túlio Maravilha, Dimba, Lúcio e tantos mais.  Também cito alguns Técnicos como: Gerson Andreotti, Péricles Chamusca, Mauro Fernandes, Edinho e Reinaldo Gueldini, que também contribuíram na construção dessa história.
Todos estes nomes acima foram importantes para o clube. Mas minha homenagem hoje, passados vinte anos, vai para aqueles que estiveram em campo ou fora dele, naquele feriado de quinta-feira, 7 de setembro de 2000, no acanhado estádio da Metropolitana, no Núcleo Bandeirante, com um pequeno público, que pôde assistir ao primeiro jogo oficial da equipe, na vitória pelo placar de 2 x 0 frente à equipe do Samambaia, válido pelo Campeonato da Segunda Divisão do Distrito Federal. Iniciando assim, há vinte anos, a história do BRASILIENSE FUTEBOL CLUBE.
Assim como a capital Brasília, que ao ser citada, lembram-se dos mentores que a idealizaram; Juscelino, Niemeyer e Lúcio Costa, esquecendo-se dos pioneiros que a construíram, quero nesse aniversário de vinte anos do Brasiliense Futebol Clube, fazer uma referência aos trabalhadores que fizeram seu alicerce, os verdadeiros desbravadores, que não mediram esforços nessa obra. Enfrentaram dificuldades com a pouca estrutura implantada na época, convivendo diariamente nos treinamentos com o mau cheiro do S.L.U, mas que em nenhum momento reclamaram ou desistiram do objetivo principal, fazer o Brasiliense grande!
Obrigado aos bravos jogadores que colocaram a mão na massa: Cledson, Marlucio, Junior, Alfredo, Da Costa, Carlos, Jânio, André Martins, Adnilson, Daniel, Marquinhos, Mica (in memoriam), Thiago, Genilson, Geraldo, Iron, Ésio, Marquinhos Bahia, Nando, Euzébio, Rodrigo Mendes, Alemão, Alisson, Eduardo, Marcelo Henrique, Vavá, Beto e Marcelo França.
Obrigado também aos mestres de obra, minha comissão técnica que literalmente vestiu o uniforme, Giovane Tomé (Preparador de goleiros e Auxiliar Técnico), Alexandre Coutinho (Preparador Físico), Junior (Auxiliar de Preparador de Goleiros), Márcio Heuser (Supervisor), Tião Magu (Massagista) - in memoriam, Jonatas (Roupeiro) e Dr. Othon (Médico).
Agradeço a confiança depositada, e por fazer parte deste projeto, mesmo com uma mínima contribuição, mas com um valor imensurável para mim e companheiros.
Embora eu tenha voltado ao clube em outras oportunidades, como em 2003, como Gerente, e em 2009, como Auxiliar Técnico, hoje venho especificamente relembrar o início de tudo. Pois o tempo não vai apagar que fizemos parte do primeiro capítulo de uma longa e exitosa história, que por muito tempo ainda continuará a ser escrita.  

PARABÉNS PELOS VINTE ANOS DE HISTÓRIA BRASILIENSE FUTEBOL CLUBE!

PRIMEIRA COMISSÃO TÉCNICA: JONATAS (Roupeiro), TIÃO (Massagista), JUNIOR (Preparador de Goleiros), RICARDO (Técnico), 
ALEXANDRE (Prepador Físico), GIOVANE (Auxiliar Técnico) e MÁRCIO (Supervisor). 

Luiz Estevão em preleção na véspera da semifinal

Jogo final: Brasiliense 2 x 0 ARUC

Convocação para o primeiro jogo

Primeira camisa feita (não chegou a ser usada)



2 comentários:


  1. Parabéns pelo texto Ricardo traduziu muito bem parte da história do Brasiliense, apesar de poco tempo tive o prazer de conviver um pouco contigo no ano de 2003, espero que o Brasiliense com toda estrutura existente consiga retomar bons resultados e conquistas, sua torcida merece, A coisa melhorou muito na nossa época não tinha tudo isso, pena os resultados não estão a altura da estrutura oferecida acho que está faltando mais comprometimento.

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