Em
homenagem à aniversariante do dia, um pouco de sua história.
No
dia 16 de março de 1959, numa memorável reunião na Cantina do IAPI, com a presença
de cerca de cinquenta esportistas, foi fundada a Federação Desportiva de Brasília,
sendo considerados clubes fundadores os seguintes: Clube de Regatas Guará, Esporte
Clube Planalto, Central Clube Nacional, Rabello Futebol Clube, Pacheco Fernandes
Dantas Futebol Clube, ASSIBAN, Associação Atlética Brasília, Novo Horizonte Atlético
Clube, Expansão Futebol Clube, Associação Esportiva EBE, Paranoá Clube e Iate Clube,
em número de 12 fundadores.
A
seguir, reproduzimos, “ippsis litteris”, a ata da primeira reunião da FDB, naquele
distante 16 de março de 1959:
ATA
DA PRIMEIRA REUNIÃO DA ASSEMBLÉIA GERAL DA FEDERAÇÃO DESPORTIVA DE BRASÍLIA, REALIZADA
EM DEZESSEIS DE MARÇO DE MIL NOVECENTOS E CINQÜENTA E NOVE
Aos dezesseis dias do mês de
março do ano de mil novecentos e cinqüenta e nove, reuniram-se na cantina do Instituto
de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI), às vinte e uma horas, de acordo
com o Edital de Convocação previamente divulgado, os representantes dos clubes desportivos
de Brasília para o fim especial de aprovar os Estatutos e fundar a “Federação Desportiva
de Brasília”, elegendo ainda o Presidente e Vice-Presidentes da referida entidade.
Inicialmente foi constituída
a Mesa Dirigente, integrada pelos seguintes membros: Tenente Agenor Rodrigues ou
Ribeiro da Silva, Dr. Rodrigo José Coelho de Albergaria e Dr. Acary de Oliveira,
Comandante Orlando Gaglionone e senhores Ernesto Lenk e Osvaldo Cruz Vieira. A seguir
foram verificadas as credenciais de cada delegado, comprovando-se a presença dos
seguintes representantes: Antônio Efigênio Gomes, pelo Banco de Crédito Real de
Minas Gerais S.A.; Edmundo Prado e Gabriel da Costa Filho, pelo Central Clube Nacional;
Cláudio Espínola Leal Costa e Cyro Torres, pela Construtora Pacheco Fernandes Dantas
Ltda.; Carlos Magno Maia Dias, pelo Novo Horizonte Atlético Clube (IAPETC-Instituto
de Aposentadoria e Pensões dos Empregados em Transportes e Cargas); Francisco José
Meinberg, pelo Paranoá Clube e Aero Clube; Oswaldo Cruz Vieira, pelo Clube de Regatas
Guará; Airton Pinheiro de Almeida, pelo IAPB-Instituto de Aposentadoria e Pensões
dos Bancários; José Silva Laranjeira, pelo Rabello Futebol Clube, José da Silva
Sobrinho, pelo Brasil Central Atlético Clube, Adonias Ferreira dos Santos pelo E.C.
SAPS e ainda Duílio Costa, pela Construtora Planalto Ltda. participou da reunião.
Abertos os trabalhos pelo engenheiro
Rodrigo José Coelho de Albergaria, foi dada a palavra ao Tenente Agenor Rodrigues,
que fez circunstanciada exposição sobre os objetivos da reunião e agradeceu a presença
dos representantes dos clubes que, assim, se propunham à criação da Federação Desportiva
de Brasília.
Consoante a ordem do dia, foram
colocados em discussão os Estatutos elaborados pela Comissão constituída pelos senhores
Agenor Rodrigues, Rodrigo José Coelho de Albergaria e Inezil Penna Marinho, este
último relator e, em seguida, submetidos à votação, tendo sido aprovados na íntegra.
Imediatamente, por intermédio de seu representante, o Clube de Regatas Guará apresentou
seu requerimento de filiação ao qual fez juntada de um exemplar de seus Estatutos,
devidamente impressos.
A fim de que pudessem ser coordenados
os trabalhos para a eleição do Presidente da Federação Desportiva de Brasília, foi
a sessão suspensa por dez minutos.
Reiniciados os trabalhos, o
representante do Central Clube Nacional de Brasília propôs que a eleição do Presidente
se verificasse por aclamação, o que não pôde ser aceito face ao disposto nos Estatutos,
que estabeleciam votação secreta para a eleição presidencial. Procedida a votação
na forma estatutária, foram designados para escrutinadores os representantes do
Aero Clube, do Novo Horizonte e do Central Clube Nacional de Brasília, que apresentaram
o seguinte resultado da eleição para Presidente: Dr. Rodrigo José Coelho de Albergaria,
nove votos, Tenente Agenor Rodrigues, dois votos, e Dr. Inezil Penna Marinho, um
voto. O Presidente recém-eleito foi imediatamente empossado, tendo dirigido palavras
de agradecimento e prometido envidar todos os esforços para a grandeza da novel
Federação. O representante do Aero Clube propôs uma homenagem ao Tenente Agenor,
pioneiro e incansável batalhador da organização da Federação. Usou ainda da palavra
o representante da CAPFESP-Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários e de
Empresas do Serviço Público para congratular-se com o Presidente recém-eleito e
augurar-lhe as maiores felicidades em sua gestão. Após vários outros oradores, foi
iniciada a votação para os três Vice-Presidentes, que apresentou o seguinte resultado:
Primeiro Vice-Presidente: Luiz
Gonzaga Contart e Orlando Gaglionone, empatados com quatro votos; Arthur Salviano,
três votos, e Dr. Acary de Oliveira, um voto;
Segundo Vice-Presidente: Teodoro
Bayma de Carvalho, cinco votos; Luiz Gonzaga Contart, dois votos; Dr. Acary de Oliveira
e Arthur Salviano, um voto;
Terceiro Vice-Presidente: Capitão
Kleber Gomes Ferreira, cinco votos; Eduardo Prado,
Ernesto Lenk, Orlando Gaglionone e Oswaldo Cruz Vieira, um voto cada.
Como a votação para Primeiro
Vice-Presidente estivesse empatada, novo escrutínio foi realizado, que apresentou
o seguinte resultado: Orlando Gaglionone, seis votos; Luiz Gonzaga Contart, cinco
votos e um voto em branco.
O Presidente proclamou então
os Vice-Presidentes eleitos, também imediatamente empossados pela Assembléia Geral,
a saber: Primeiro Vice-Presidente: Orlando Gaglionone; Segundo Vice-Presidente:
Teodoro Bayma de Carvalho e Terceiro Vice-Presidente: Capitão Kleber Gomes Teixeira.
Pelo representante do Central
Clube Nacional de Brasília foi proposto e aprovado um voto de louvor ao doutor Inezil
Penna Marinho pela presteza com que elaborou os Estatutos da Federação Desportiva
de Brasília e o esforço dispendido para que se efetivasse a organização da citada
Federação.
Devido ao adiantado da hora,
propôs o Presidente que a eleição dos membros do Conselho Fiscal ficasse para a
próxima reunião da Assembléia Geral, marcando-a para o dia primeiro de abril de
mil novecentos e cinqüenta e nove, às vinte horas, no mesmo local, isto é, cantina
do IAPI.
Na
reunião seguinte (no dia 1º de abril de 1959) foram incluídos outros clubes na Federação,
como filiados, a saber: Esporte Clube Brasília, Grêmio Esportivo Brasiliense, Esporte
Clube Radium, Associação Atlética Bancária, Associação Desportiva de Taguatinga
(ex-JK Futebol Clube), Brasil Central Atlético Clube (ex-Fundação da Casa Popular
Futebol Clube), Brasil Esporte Clube (Coenge), Associação Atlética Kosmos, Associação
Atlética Brasília Palace e CAPFESP Futebol Clube.
Com
12 fundadores e mais dez filiados, a Federação Desportiva de Brasília criou os seus
departamentos especializados, tendo, para o Departamento de Futebol, sendo eleitos
os seguintes esportistas: Tenente Agenor Ribeiro da Silva e Luiz Gonzaga Contart,
os quais promoveram diversas reuniões com os clubes inscritos no Departamento, em
número de 20, para a disputa do 1º campeonato de futebol da cidade.
O
PRIMEIRO TORNEIO INÍCIO
Posteriormente,
com a desistência do CAPFESP, este número ficou reduzido a 19 clubes, que disputaram
o 1º Torneio Início de Futebol em Brasília.
O
Torneio Início foi disputado no dia 24 de maio de 1959, no campo do Clube de Regatas
Guará, denominado Estádio Provisório “Israel Pinheiro”, cercado de madeira em apenas
poucos dias, dotado de alambrado e palanque.
Foi
a festa esportiva mais empolgante já realizada em Brasília. Os 19 clubes disputantes
realizaram o desfile inaugural, todos devidamente uniformizados, com a presença
de autoridades e um numeroso público.
O
Clube de Regatas Guará foi o vencedor do Torneio, denominado Torneio Início “Bernardo
Sayão”, cabendo ao quadro da EBE o título de vice-campeã. Ao Grêmio foi conferido
o título de campeão do Desfile, pois se apresentou como o melhor conjunto.
O
PRIMEIRO CAMPEONATO
Uma
semana depois, 31 de maio de 1959, teve início o primeiro campeonato de futebol
de Brasília.
Os
19 clubes inscritos no primeiro campeonato de futebol de Brasília foram divididos
em duas chaves: Zona Sul e Zona Norte. Da Zona Sul fizeram parte: Grêmio, Taguatinga,
IPASE, EBE, Expansão, A.A. Bancária (IAPB), Guará, Brasil (Coenge) e Brasil Central;
compuseram a chave da Zona Norte Planalto, Nacional, Rabello, Novo Horizonte, Assiban,
A.A. Brasília Palace, Pacheco Fernandes Dantas F.C., E. C. Radium, A. A. Kosmos
e E. C. Brasília.
O campeonato brasiliense chegou ao seu final
nas disputas de zonas no dia 25 de outubro de 1959, quando foi realizada a última
rodada.
O Grêmio venceu a Zona Sul e o Planalto
a Norte. Os dois decidiram o título máximo do futebol de Brasília numa série “melhor-de-três”,
da qual se saiu melhor o Grêmio Esportivo Brasiliense.
Com o nome de Federação Desportiva de
Brasília permaneceu até o mês de dezembro de 1971.
A FEDERAÇÃO METROPOLITANA DE FUTEBOL
No jornal Correio Braziliense de 12 de
dezembro de 1971, encontramos a seguinte manchete: FMF JÁ DIRIGE O FUTEBOL NO
DF.
E segue em seu texto: “Federação
Metropolitana de Futebol é o nome da entidade que rege os destinos do futebol
brasiliense, em substituição à Federação Desportiva de Brasília. A decisão foi
tomada ontem (11.12.1971), durante assembleia geral dos clubes inscritos
oficialmente na FDB. Foram, igualmente, aprovados 42 dos 94 artigos dos
estatutos da nova entidade, devendo os restantes serem apreciados pelos
representantes dos clubes na próxima terça-feira (14.12.1971), quando será
reiniciada a assembleia geral.
Presidida pelo dirigente máximo, Wilson
de Andrade, a reunião teve início às 20 horas da sexta-feira, com a
participação de sete dos oito clubes inscritos - mais uma vez ficou ausente o
representante do Serviço Gráfico. Estiveram presentes Adolfo Rizza, do Colombo,
Adelino Avelino, do Guará, Chagas Gomes, do Piloto, Sérgio Midosi Mey, do
Carioca, Murilo Marques da Silva, do Grêmio, Amaro Freire Filho, do Ceub, e
José Tôrres, do Jaguar.
No dia 7 o presidente Wilson de Andrade
propôs a nova nomenclatura, assim como a reforma dos estatutos.
Nesse dia os representantes dos clubes
filiados pediram vistas nos estatutos para uma análise mais apurada. Segundo
alguns disseram, não havia nessa atitude desconfiança em relação ao trabalho
elaborado pelo advogado Arlindo Ferreira Pinto, assistente de orientação da
antiga FDB. Na sexta-feira, depois de analisarem detidamente o documento,
aprovaram a maioria das mudanças, ficando de aprovar os restantes na próxima
terça-feira.
MANDATO DO PRESIDENTE
Por cinco votos contra dois, a
assembleia aprovou o mandato de dois anos para o presidente da FMF, ficando
contra a proposta inicial dos estatutos, que era de quatro anos. O Grêmio
queria um mandato de quatro anos, o Jaguar de três, porém os cinco restantes
aprovaram dois anos de mandato. O presidente do TJD terá, também, mandato de
dois anos e os membros do Conselho Fiscal, um ano. Ficou decidido, ainda, que o
Conselho Arbitral será composto pelos presidentes dos clubes ou, então por
delegados nomeados por eles.
Um dos artigos mais discutidos foi o do
direito a voto de clube na assembleia geral da FMF. A proposta da presidência
era de que cada clube teria direito a um voto, ficando o Guará com direito a
dois, por ser fundador da antiga FDB. Logo depois, porém, o Grêmio alegou que,
por serem os sete clubes presentes os legítimos fundadores da FMF, deveriam
eles ter direito a dois votos, o que foi aprovado por unanimidade. O Serviço
Gráfico, ausente, tem direito a um voto, assim como os que vierem a se filiar a
FMF.
Ainda assim, os boletins oficiais da
Federação passaram todo o ano de 1972 prestando suas informações com o papel
timbrado da Federação Desportiva de Brasília.
A explicação para tamanha demora para a
modificação no nome da entidade veio no Correio Braziliense de 11 de julho de
1973:
“O processo que solicita ao CND a
alteração dos estatutos da Federação Desportiva de Brasília está em poder do
Ministério da Educação, no gabinete do ministro Jarbas Passarinho. A informação
é do Sr. Dayrell Sobrinho, Chefe do Departamento de Relações Públicas da FDB.
Adianta o informante que o processo já
foi aprovado pelo CND, e aguarda somente a homologação do ministro Jarbas
Passarinho, para que a FDB possa ser denominada Federação Metropolitana de
Futebol”.
A FEDERAÇÃO BRASILIENSE DE FUTEBOL
A primeira menção ao novo nome da
federação de futebol do DF aparece numa matéria do Correio Braziliense de 19 de
fevereiro de 2005. Nela está escrito: “Na primeira sessão do ano, na noite de
quinta-feira (17.02.2005), o Tribunal de Justiça Desportiva do Distrito Federal
(TJD) ... da agora Federação Brasiliense de Futebol (FBF) ...
Quase dois meses depois, encontramos no
site da CBF, a seguinte nota:
“11/04/2005
às 19h00
Federação
Metropolitana de Futebol passa a ser Federação Brasiliense de Futebol
11/04/2005
CBF
NEWS
O
presidente da CBF, Ricardo Teixeira, recebeu nesta segunda-feira um comunicado
oficial da mudança de nome da federação de futebol de Brasília, antes Federação
Metropolitana de Futebol, agora Federação Brasiliense de Futebol.
O
comunicado à CBF foi enviado pelo presidente da Federação Brasiliense de
Futebol, Fábio Simão”.
A FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO DISTRITO
FEDERAL
Em Assembleia realizada no dia 19 de
novembro de 2015, o presidente da nova Federação de Futebol do Distrito Federal
(FFDF), Erivaldo Alves, juntamente com os representantes dos 24 clubes profissionais,
aprovaram a mudança no estatuto da entidade.
Presidida pelo dirigente do Brasília
Futebol Clube, Roberto Marques, a Assembleia teve como secretário o Diretor
Financeiro da FFDF, Cícero Lima, além de Clever Rafael (vice-presidente da
FFDF) e Elias Andrade (presidente do Paracatu-MG), que foram os mediadores das
resoluções.
Na pauta estavam 82 artigos que foram
lidos um a um, para que os representantes dos times pudessem opinar e, mudar o
texto em consenso, caso fosse necessário. As medidas passaram a ser válidas a
partir do término da Assembleia.
Eis os principais pontos modificados em
relação ao estatuto anterior:
Federação de Futebol do Distrito
Federal (FFDF) será o nome da entidade a partir da mudança;
Extinção definitiva da Terceira Divisão
do Campeonato Brasiliense;
Novas filiações de clubes serão
possíveis somente a partir do ano 2020. A taxa de filiação será de 1.000
salários mínimos;
Somente presidentes, vice-presidentes e
seus antecessores, além dos ex-presidentes e vices da FFDF poderão concorrer
aos cargos de presidente e vice-presidente da entidade a partir do próximo
pleito;
Para concorrer, os candidatos deverão
ter no mínimo cinco anos de serviços prestados como dirigentes de futebol nos
cargos citados no item anterior;
Para lançar uma chapa, o candidato
deverá ser indicado por, no mínimo, cinco agremiações;
Somente candidatos “Ficha Limpa”
poderão lançar candidatura à presidência e vice-presidência da FFDF;
O peso do voto de cada clube da
Primeira Divisão passou a ser de 6 pontos. O voto dos clubes da Segunda Divisão
passou a ser de 3 pontos. O voto será aberto nas eleições da entidade.
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