domingo, 4 de janeiro de 2015

OS CLUBES DO DF: SOBRADINHO COMPLETA 40 ANOS DE VIDA - 4ª Parte - Anos 90


No período de 1990 a 1992, o Sobradinho emplacou uma curiosa série de sextos lugares nas classificações finais dos três campeonatos brasilienses que disputou.

Em 1990 perdeu mais da metade do time do ano anterior por brigas internas com o então supervisor Manoelzinho. Os jogadores que deixaram o clube foram Chaguinhas, Claudinho, Michael, Arthur, Filó e Zé Nilo. Com um novo Presidente, o palestino Ratib Mohamad Madrei, e um novo treinador, Mário César, ex-técnico dos juniores do Bangu, o Sobradinho não realizou boa campanha no campeonato brasiliense de 1990. Não venceu uma partida sequer no 1º turno, recuperando-se no segundo, quando venceu duas, suficientes para deixar o clube na sexta colocação, à frente de Planaltina e Ceilândia.
Em 1991, o deputado distrital Tadeu Roriz, ex-presidente do Brasília (e que se tornaria presidente da Federação Metropolitana de Futebol no ano seguinte, 1992), passou a ser o coordenador de futebol do Sobradinho. O clube se reforçou com jogadores conhecidos, tais como os meio-campistas Michael e Filó, os zagueiros Ahlá e Régis e o goleiro Chicão, mas também não foi bem. No 1º turno, só venceu uma das quatorze partidas que disputou. No segundo, recuperou-se um pouco mais, não o suficiente para tirá-lo da sexta colocação final, à frente de Brasília e Tiradentes. Como curiosidade, o Sobradinho foi o clube que mais empatou em toda a competição: 15 vezes em 28 jogos disputados. Ganhou cinco jogos e perdeu oito.
Para o ano de 1992 o Sobradinho continuou se reforçando. Chegou a contratar dois ex-jogadores do Botafogo, do Rio de Janeiro: o centro-avante Silva e o ponta-esquerda Luiz Sérgio, que se juntaram a jogadores experientes. Ainda assim, não emplacou e ficou com o sexto lugar novamente, desta vez à frente de Gama e Ceilândia.
Depois de ser o oitavo e penúltimo colocado em 1993, recuperou-se no ano seguinte ao chegar na segunda colocação do campeonato brasiliense, ficando atrás apenas do Gama, com quem decidiu e perdeu o primeiro turno em dois jogos (o Gama acabaria vencendo também o segundo).
Foi 5º colocado no campeonato brasiliense de 1995 e 3º em 1996.

No dia 5 de março de 1996, o clube passou a se chamar Botafogo Sobradinho Esporte Clube, em parceria com o Botafogo, do Rio de Janeiro. O acordo foi fechado entre o presidente do clube carioca, Carlos Augusto Montenegro, e o representante do Botafogo em Brasília, Délio Cardoso, empossado como presidente do novo clube. Pelo contrato, jogadores reservas do clube carioca se juntariam a outros do Sobradinho para disputar o campeonato brasiliense e os que se destacassem iriam para o Rio de Janeiro, com chances de entrar na equipe principal do Botafogo. Nilton Santos passou a ser o Diretor de Futebol do novo clube e Dé Aranha o treinador. Essa parceria rendeu ao Sobradinho a terceira colocação nos campeonatos de 1996 e 1997. Um dos jogadores que se destacou nesse projeto e que mais tarde iria defender o Botafogo carioca foi Dimba, artilheiro do campeonato brasiliense de 1996, com 22 gols.
Voltou a disputar jogos pelo Campeonato Brasileiro, na Série C. O Sobradinho foi o 1º colocado do seu grupo, integrado por Francana (SP), Uberaba (MG) e o Planaltina (DF). Na Segunda Fase, disputada no sistema “mata-mata”, foi eliminado pelo Mixto, de Cuiabá (MT).
Em 1997 o Botafogo-Sobradinho chegou a ser o primeiro time de futebol do Brasil a trabalhar com o “biofeedback esportivo” (pesquisas de diferentes alternativas para a interatividade corpo/recursos cognitivos eletrônicos com aplicabilidade direta no desempenho de atletas). A alta tecnologia teve destaque na mídia (Globo Esporte e Esporte Espetacular) e foi utilizada apenas no campeonato brasiliense daquele ano.
Ainda em 1997 a parceria foi desfeita e o Sobradinho voltou a usar o seu nome original. Além de não atrair muitos torcedores, começou a perder os torcedores antigos. 
Desenvolveu campanhas irregulares nos campeonatos brasilienses de 1998 e 1999, sendo quinto colocado nos dois.



sábado, 3 de janeiro de 2015

OS CLUBES DO DF: SOBRADINHO COMPLETA 40 ANOS DE VIDA - 3ª Parte - Década de 80



De 1980 a 1983, continuou realizando péssimas campanhas no campeonato brasiliense (4º em 1980, sexto e último em 1981, sétimo e último em 1982 e 4º em 1983), ao ponto de não conseguir uma única vitória nos 18 jogos que disputou em 1982.
A mudança radical na história do Sobradinho começou a acontecer no ano de 1984. No início deste ano, o Sobradinho disputou o Torneio Seletivo do DF - Fase Regional da Taça CBF. Formou no grupo A com Gama, Taguatinga e Vasco da Gama. Empatou com Taguatinga (0 x 0) e Gama (1 x 1) e venceu o Vasco da Gama (4 x 0), resultados que não foram suficientes para colocar o Sobradinho na final do torneio contra o vencedor do outro grupo.
Logo depois, disputou o II Torneio Centro-Oeste. Num grupo que ainda contava com Vila Nova e Anapolina, de Goiás, e o Guará, do DF, não conseguiu vaga para a final do torneio, vencido pelo Guará.
Mas o melhor estava por acontecer. No campeonato brasiliense disputado por oito equipes e em quatro turnos, ficou com o vice-campeonato e, mais do que isso, começou a montar a equipe que traria muitas alegrias ao clube nos dois anos seguintes.
Venceu o primeiro turno, ao levar a melhor sobre o Taguatinga na decisão após dois jogos: 3 x 1 e 0 x 0. A equipe campeã foi formada por Atayde, Chiquinho, Rildo, Esquerdinha e Rodrigues; Zé Nilo, Filó e Artur (Wellington); Régis (Péricles), César e Jamil. O técnico foi Mozair Barbosa.
Chegou às decisões do 2º e 4º turnos, quando perdeu para Brasília e Taguatinga, respectivamente, e ficou de fora da decisão do terceiro turno. Com isso, classificou-se para o triangular final, juntamente com Brasília e Taguatinga. Empatou com o Brasília (2 x 2) e com o Taguatinga (0 x 0), ficando com o segundo lugar no geral após vencer o Taguatinga em jogo-extra: 2 x 1.

O ano de 1985 foi de muitas alegrias para o Sobradinho. No mês de fevereiro, mais precisamente nos dias 3 e 10, participou pela primeira vez do Campeonato Brasileiro. Foi o representante do Distrito Federal na Taça de Prata. Os jogos foram realizados no sistema de ida e volta, com os vencedores passando para a fase seguinte. Não foi feliz no sorteio, pois teve como primeiro adversário o Americano, de Campos (RJ). Empatou o primeiro jogo em Sobradinho (0 x 0) e perdeu o segundo em Campos (1 x 3), sendo desclassificado.
No campeonato brasiliense disputado em três turnos, alcançou pela primeira vez em sua história o título de campeão.
Iniciou o campeonato dando uma demonstração de força ao aplicar uma das maiores goleadas da história do campeonato brasiliense, no dia 7 de julho, atropelando o Planaltina, no Adonir Guimarães, por 10 x 0.
Não chegou à decisão do primeiro turno, venceu o segundo de forma invicta e novamente ficou de fora da decisão do terceiro.
Na decisão, pela primeira vez na história do futebol do Distrito Federal dois times de cidade-satélite decidiram o campeonato. O Sobradinho enfrentou o Taguatinga (vencedor do 1º e 3º turnos), que jogava por dois empates por ter melhor campanha.
No primeiro jogo, em 24 de novembro, no Serejão, o placar ficou em 1 x 1. No segundo, em 1º de dezembro, novamente no Serejão, vitória do Sobradinho por 2 x 0, com gols de Artur e Toni. A equipe campeã formou com Bocaiúva, Chiquinho, Hani, Rildo e Claudinho; Zé Nilo, Filó (Wellington) e Artur; Régis, Toni e Jamil (Michael). O técnico campeão foi José Antônio Furtado Leal.
Toni foi o artilheiro do campeonato, com 17 gols.
Para fechar o ano com chave de ouro, três jogadores do Sobradinho concorreram ao prêmio de Melhor do Ano entregue pela ABCD - Associação Brasiliense de Cronistas Desportivos: Artur, Jamil e Toni. Artur foi o vencedor. Concorreram ainda Kleber e Nei (Brasília) e Marquinhos (Taguatinga).
O ano de 1986 continuou sendo de muitas alegrias.
No dia 29 de janeiro de 1986 o Sobradinho disputou o primeiro jogo internacional de sua história. No Augustinho Lima, venceu o Young Boys, da Suíça, por 2 x 1.
Mesmo perdendo Artur para o Guarani, de Campinas (SP), no dia 7 de junho empatou com o supertime do Atlético Mineiro integrado por Nelinho, Luisinho, Everton, Zenon, Sérgio Araújo, Nunes e Renato, dentre outros. Naquele dia, no Augustinho Lima, o Sobradinho segurou o empate de 0 x 0.
No campeonato brasiliense, venceu o primeiro turno ao bater o Brasília em dois jogos, ambos pelo placar de 2 x 0. Novamente decidiu o campeonato com o Taguatinga, vencedor do segundo turno, nos dias 18 e 25 de maio de 1986, ambos no estádio Mané Garrincha. No primeiro, empate em 2 x 2. No segundo, vitória de 1 x 0, gol de Michael. Defenderam o Sobradinho nesses dois jogos: Bocaiúva, Chiquinho, Toinzé, Rildo e Claudinho; Filó, Michael e Wellington (Hani); Régis, Toni e Jamil (Zé Nilo). O técnico foi novamente José Antônio Furtado Leal.
Também em 1986 participou pela primeira vez do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão, competição que reuniu 48 equipes de todo o País. Fez sua estreia no dia 31 de agosto de 1986, sendo derrotado no estádio Mané Garrincha, pelo Internacional, de Porto Alegre, por 1 x 0. Conseguiu bons resultados durante a competição: 1 x 1 São Paulo, 2 x 1 Ceará, 1 x 0 Clube do Remo e 1 x 1 Coritiba resultados que o ajudaram a ficar com a sétima e última vaga do Grupo A e a passar para a Segunda Fase, feito marcante na história do clube e também no futebol brasiliense. Foram três vitórias, dois empates e cinco derrotas. Marcou oito gols e sofreu 12.
Na segunda fase, apesar de também conseguir bons resultados (dois empates de 1 x 1 com o Atlético Mineiro, um no Mané Garrincha e o outro no Mineirão) e 0 x 0 Corinthians (no Pacaembu), foi o nono e último colocado do Grupo L. Ficou em 34º lugar na classificação final.
O ano de 1987 não foi nada bom para o Sobradinho. No campeonato brasiliense, não conseguiu vaga para a fase final, perdendo a possibilidade de lutar pelo tricampeonato ficando com o 5º lugar na classificação geral. No Campeonato Brasileiro, com a criação da Copa União coube ao Sobradinho disputar o Módulo Branco, contra clubes do Mato Grosso (Mixto e Operário, de Várzea Grande) e Mato Grosso do Sul (Operário, de Campo Grande) na primeira fase. Ficou na última colocação do grupo, sem conseguir uma vitória sequer.
No ano seguinte, 1988, voltou a fazer péssima campanha no campeonato brasiliense, ficando em oitavo e último lugar, conseguindo apenas duas vitórias nos 28 jogos que disputou.
Recuperou-se plenamente no ano de 1989, ficando com o segundo lugar na classificação final do campeonato brasiliense. Uma das atrações do time nessa competição foi o atacante Nilson Dias, ex-Botafogo. No mesmo ano voltou a disputar o Campeonato Brasileiro, na Série B. Não passou da Primeira Fase, quando enfrentou os clubes do DF (Ceilândia e Taguatinga) e os de Goiás (Anapolina, Atlético Goianiense e Vila Nova). Ficou em 5º lugar no grupo.




sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

OS CLUBES DO DF: SOBRADINHO COMPLETA 40 ANOS DE VIDA - 2ª Parte - Final da década de 70



No dia 11 de março de 1978 aconteceu a Assembleia Geral Extraordinária que decidiu, por unanimidade, pela alteração da razão social de Campineira Futebol Clube para Sobradinho Esporte Clube. O artigo primeiro passou a ter a seguinte redação: “Sobradinho Esporte Clube, ex-Campineira Futebol Clube, neste estatuto designado pelas iniciais SEC, é uma sociedade civil, fundada ao primeiro dia do mês de janeiro do ano de mil novecentos e setenta e cinco”. Consequentemente em todos os artigos e alíneas, onde se lia Campineira Futebol Clube passa-se a ler Sobradinho Esporte Clube.
Na eleição do Presidente e Vice-Presidente, por aclamação, foram mantidos nos cargos Antônio Esteves Teixeira (Presidente) e Waltinho Ferrari (Vice-Presidente). Waldyr de Carvalho Thiessen foi o secretário da Assembleia. Além dos citados, participaram da assembleia Alberto Luiz Esteves Teixeira, Aníbal Rosa dos Santos, Ivanildo Vicente da Silva, Manoel Augusto de Melo e Sir Peres de Barros.
O Torneio Incentivo, competição oficial da Federação Metropolitana de Futebol iniciada em 26 de março de 1978, foi o primeiro disputado com o nome Sobradinho. Seu primeiro jogo aconteceu no dia 29 do mesmo mês, com derrota de 3 x 2 para o Gama, no Pelezão. Maurício, aos sete minutos do segundo tempo, marcou o primeiro gol da história do Sobradinho. Dázio marcou o segundo.
O Sobradinho formou com Ari, Cláudio, Zezão, Sir Peres e Marco; Baduca (Japão), Pebinha e Maurício; Marcus (Vino), Zé Afonso e Dázio. O técnico foi Manoel Augusto de Melo. Depois seria substituído por Waldyr de Carvalho Thiessen. 
A primeira vitória aconteceu no dia 20 de abril de 1978, também no Pelezão: 2 x 1 sobre o Taguatinga, gols de Baduca e Zé Afonso.
Logo depois, o Sobradinho passou a utilizar seu próprio estádio, o Augustinho Lima, inaugurado em 30 de abril de 1978, num amistoso contra o Santos, de São Paulo.
No campeonato de 1978 estreou no dia 3 de setembro, empatando em 1 x 1 com o Taguatinga, com a seguinte formação: Nilson, Aderbal, Milton (Sir Peres), Remo e Marcos; Pebinha, Baduca e Gaúcho (Zé Afonso); Marco Antônio, Maurício e Messias. Técnico: Manoel Cajueiro. Novamente Maurício marcou o primeiro gol do Sobradinho, aos 23 minutos de jogo. Não fez uma boa campanha no 1º turno (quinto lugar, com uma vitória, três empates e duas derrotas). Sua única vitória aconteceu em 8 de outubro de 1978, ao bater a Desportiva Bandeirante por 2 x 1, no estádio Adonir Guimarães, em Planaltina.
No segundo turno, a campanha foi ainda pior, ao ficar na sétima e última colocação, com uma vitória, um empate e quatro derrotas.
Na classificação geral, ficou em sétimo e último lugar, com apenas duas vitórias nos doze jogos que disputou. Ainda empatou quatro e perdeu seis. Marcou nove gols e sofreu vinte e cinco.
O Sobradinho começou o ano de 1979 participando do Torneio Seletivo, realizado pela Federação Metropolitana de Futebol no período de 4 de março a 8 de abril de 1979, com a finalidade de escolher o clube que ocuparia a segunda vaga no Campeonato Brasileiro versão 1979, reservada para o Distrito Federal.
Participaram do Torneio Seletivo somente os clubes que disputaram o Campeonato de Profissionais do DF de 1978, com exceções do Brasília E. C., por ter sido o campeão do ano anterior, e do Grêmio, que não quis disputar.
Ficou na quinta e última colocação, sem conseguir uma única vitória nos oito jogos que disputou. Foram três empates e cinco derrotas.
No dia 12 de maio de 1979, o Sobradinho disputou seu primeiro amistoso interestadual, ao vencer o Anápolis, de Goiás, no Augustinho Lima, por 1 x 0, gol de Zé Afonso.
Logo depois, no dia 27 de junho de 1979, no Augustinho Lima, aplicou uma tremenda goleada no Tiradentes: 9 x 2.
No campeonato, disputado por seis equipes, novamente ficou com a última colocação. Somou apenas 10 pontos, provenientes de quatro vitórias e dois empates.
No final do ano, mais precisamente de 20 de outubro a 2 de dezembro, promoveu o Torneio “Cidade de Sobradinho”, que contou com as participações do Comercial, de Planaltina, da Desportiva Bandeirante, do Núcleo Bandeirante, e do Tiradentes, de Brasília. Todos os jogos foram realizados no estádio Augustinho Lima. O torneio foi disputado em dois turnos, o primeiro vencido pelo Comercial, e o segundo pelo Sobradinho. Na decisão do torneio, o Sobradinho venceu o Comercial por 2 x 1, conquistando assim seu primeiro troféu de campeão no futebol brasiliense.
Teve dois destaques individuais no ano: Zé Afonso, que fez parte da Seleção do Ano escolhida pelo jornal Correio Braziliense, e Hani, apontado como revelação do campeonato pela Associação Brasiliense de Cronistas Desportivos - ABCD.


quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

OS CLUBES DO DF: SOBRADINHO E. C. COMPLETA HOJE 40 ANOS DE VIDA - 1ª Parte


Em homenagem aos 40 anos de existência do Sobradinho Esporte Clube, completados no dia de hoje, estaremos postando (nos próximos dias) matérias relacionadas à sua história.
Começamos pela criação da Campineira Futebol Clube, fundado por iniciativa de funcionários da Distribuidora Campineira de Doces e de outros empresários da Quadra 514 da W-3 Sul, em Brasília e que, posteriormente, se transformaria no Sobradinho Esporte Clube.
A assembleia de constituição da Campineira Futebol Clube aconteceu no dia 1º de janeiro de 1975, à Avenida W-2 Sul, Quadra 514, Bloco C, Loja 52, Sala 104, em Brasília (DF) e teve a presença de Adolpho Silvério Figueiredo, Alberto Luiz Esteves Teixeira, Antônio Carlos Malaman, Antônio Esteves Teixeira, Djalma de Carvalho Silva, Francisco de Assis Dória Bastos, Jacy Bezerra de Araújo, João da Silva Araújo, José Ivan Lopes, Manuel Augusto de Melo, Oddoni Luigi, Ramon Monteiro Back Van Buggenhout e Waltinho Ferrari.
Por aclamação dos presentes, assumiu a presidência Alberto Luiz Esteves Teixeira, que convidou Adolpho Silvério Figueiredo para secretariar a reunião. João da Silva Araújo foi convidado a fazer parte de uma comissão criada para elaborar os estatutos sociais do clube que, num futuro próximo, seria filiado à Federação Metropolitana de Futebol.
Por proposta de Waltinho Ferrari, foi composta uma Diretoria Provisória, que foi eleita e aclamada, sendo assim constituída: Presidente - Antônio Esteves Teixeira; Vice-Presidente - Waltinho Ferrari; 1º Secretário - Oddoni Luigi; 2º Secretário - Antônio Carlos Malaman; 1º Tesoureiro - Alberto Luiz Esteves Teixeira; 2º Tesoureiro - Jacy Bezerra de Araújo; Diretor Geral de Esportes - Sir Peres de Barros; Relações Públicas - Manuel Augusto de Melo; Diretor de Promoções e Consultor Jurídico - José Ivan Lopes; Diretor Administrativo e Consultor Jurídico - Ramon Monteiro Back Van Buggenhout, Diretor de Patrimônio - Djalma de Carvalho Silva e Diretor do Departamento Médico - Francisco de Assis Dória Bastos.
Suas cores oficiais eram a preta e a branca. O uniforme era semelhante ao do Botafogo, do Rio de Janeiro, ou seja, camisas com listras verticais pretas e brancas, calção preto e meias brancas (que viria a ser adotado pelo Sobradinho mais tarde).
Sua estreia no futebol aconteceu em março do mesmo ano, quando teve início a I Copa Arizona de Futebol Amador, evento que reuniu 64 equipes amadoras de todo o Distrito Federal (alguns com passagens pelo quadro de filiados da Federação Metropolitana de Futebol - FMF) e era patrocinado pelos cigarros Arizona e pela Gazeta Esportiva.
No sistema eliminatório (mata-mata), a competição foi realizada de 23 de março até 25 de maio de 1975. A Campineira fez sua estreia no dia 30 de março, no Gama, derrotando o local Clube Atlético Planalto por 4 x 2. Chegou até as semifinais, quando, no dia 18 de maio, foi derrotada pelo Humaitá, do Guará, por 2 x 1. Na decisão do 3º lugar, goleou o Penharol por 7 x 0.
Logo depois, participou do campeonato promovido pelo Departamento Autônomo, que teve início em junho de 1975, e foi disputado por 9 equipes. Foi vice-campeã no Torneio Início e campeã da Chave B do campeonato, classificando-se para a Fase Final.
Desligou-se deste Departamento antes de ser decidido o torneio e resolveu apostar no futebol oficial da Federação Metropolitana de Futebol, que na época ainda era amador.
Alguns jogadores do Campineira utilizados nessas duas competições atuariam mais tarde no campeonato oficial da F. M. F., tais como Sir Peres, Zé Afonso, Dázio, Zé Nunes, Vino e Dorival, entre outros.
No dia 12 de setembro de 1975 aconteceu a A.G.E. que aprovou a filiação do Campineira Futebol Clube nas categorias de profissional e amador.
Sua primeira competição oficial foi o Torneio Incentivo, com jogos nas preliminares dos encontros do Ceub no Campeonato Brasileiro de 1975, juntamente com Brasília e Humaitá. Sua estréia aconteceu no dia 13 de setembro de 1975, com derrota de 3 x 1 para o Humaitá. Ficou com a terceira e última colocação do torneio.
Logo depois, passou a participar do Campeonato Oficial da F.M.F., com mais sete equipes amadoras do Distrito Federal.
Antes do início do campeonato oficial, 13 jogadores que pertenciam ao Unidos de Sobradinho foram transferidos para a Campineira.
Após uma decisão extra com o CSU - Clube dos Servidores da Universidade de Brasília - UnB, sagrou-se campeã brasiliense de 1975. Sua campanha: 17 jogos, 11 vitórias, 2 empates e 4 derrotas. 32 gols a favor e 18 contra.
Em 17 de fevereiro de 1976 a Campineira comunicou à Federação Metropolitana de Futebol não ter condições de participar do campeonato de futebol de profissionais daquele ano.
Continuou disputando competições de futebol amador. Em uma delas, depois de vencer a chave de Brasília, obteve o vice-campeonato nacional da Copa Arizona de Futebol Amador, evento que contou, inicialmente, com a participação de mais de mil equipes, com eliminatórias regionais e cujas finais foram disputadas na cidade de São Paulo. Na decisão, a equipe brasiliense foi derrotada pelo Golfinho, de Guarulhos (SP), por 1 x 0.
A partida, em seu tempo normal, terminou empatada em 0 x 0, sendo necessária a realização da prorrogação. Só no segundo período desta prorrogação é que o Golfinho chegou à vitória.
No jogo final, a Campineira contou com esses jogadores: Ari, Cláudio, Zezão, Sir Peres e Marcos; Peba (Dorival), Toti e Júlio; Vino, Dázio (Antônio Carlos) e Santos. No jogo decisivo, a Campineira atuou sem o seu melhor atacante, o goleador Zé Afonso.
Também no ano de 1976, a Campineira disputou o campeonato de juvenis. Um dos jogadores que revelou foi Kidão, zagueiro que defendeu por muitos anos outros clubes de Brasília.
Em 1977, a Campineira estava inscrita no Campeonato Regional de Sobradinho.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

FÉRIAS + NATAL + ANO NOVO




A partir de hoje e até o dia 29 de dezembro de 2014 estarei de férias, curtindo uma praia em Pernambuco!
Foi muito bom ter você como nosso leitor. Obrigado por ter visitado nosso blog.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

SÉRIE “O FUTEBOL NAS CIDADES-SATÉLITES”: CRUZEIRO - Parte 3



O ESTÁDIO FRANCISCO PIRES






Em 2004 a cidade do Cruzeiro ganhou um estádio de futebol, o Francisco Pires (nome em homenagem ao administrador regional na época), apelidado carinhosamente de Ninho do Carcará. A inauguração aconteceu no dia 8 de agosto de 2004, com várias festividades, mas sem futebol. 
Ainda com muita coisa a se fazer, o estádio recebeu seu primeiro jogo de futebol no dia 24 de setembro de 2005, quando o Cruzeiro jogou contra o Brazlândia pela terceira rodada do campeonato brasiliense da Segunda Divisão de 2005. O Cruzeiro perdeu por 3 x 2. Neto, do Brazlândia, fez o primeiro gol do estádio.
Tem capacidade para cerca de duas mil pessoas e é de propriedade da Administração Regional do Cruzeiro.

CATEGORIAS DE BASE

Quando se promoveu pela primeira vez uma competição de juvenis (hoje chamado de juniores) no Distrito Federal, o campeão foi a Associação Esportiva Cruzeiro do Sul. Isso aconteceu em 1962, no período de 23 de setembro a 25 de novembro. Naquele ano, o Cruzeiro realizou uma campanha impecável, empatando apenas um jogo e vencendo os demais, levando a melhor sobre os outros oito clubes participantes. Um dos destaques do time era o zagueiro Mello.
Muitos anos depois, outra equipe da cidade também brilhou: o Cruzeiro Futebol Clube. Em 2011, tornou-se vice-campeão brasiliense de juniores. Na final, por pouco não conseguiu o título de campeão, após empatar duas vezes com o Gama nas partidas finais, resultados que beneficiaram o adversário no critério de desempate por ter melhor campanha durante a competição.

O Cruzeiro na Copinha de 2012

Logo depois, em janeiro de 2012, o Cruzeiro foi um dos representantes do DF na Copa São Paulo de Futebol Junior, a maior competição da categoria no Brasil, que reuniu 96 equipes.
O Cruzeiro, do técnico Luís Carlos, fez uma boa campanha no Grupo P, em São José dos Campos, apesar de não conseguir ficar com uma das vagas de segundos melhores colocados. Na estreia, no dia 4 de janeiro, venceu o Ceará por 4 x 2. Depois, em 8 de janeiro, empatou com o Primeira Camisa, de São José dos Campos, em 1 x 1. No terceiro jogo do Cruzeiro, em 11 de janeiro, o clube brasiliense voltou a empatar, desta vez com o XV de Novembro, de Piracicaba-SP, em 2 x 2.
No ano seguinte, 2012, o Cruzeiro sagrou-se campeão brasiliense de forma invicta, deixando o Gama na segunda colocação. 
Na primeira fase, colheu esses resultados: 2 x 2 Sobradinho, 3 x 0 Planaltina, 5 x 0 Santa Maria, 1 x 1 Botafogo e 3 x 0 Brazlândia. Na Segunda Fase, enfrentou e venceu o Brazlândia por duas vezes: 2 x 1 e 6 x 2. Nas semifinais, passou bem pelo Brasília, também em dois jogos: 3 x 1 e 4 x 0. Na final, encontrou novamente o Gama, desta vez com desfecho diferente. No primeiro jogo, no Bezerrão, empate em 3 x 3, depois de estar perdendo por 3 x 0 no 1º tempo. O segundo foi no Estádio Francisco Pires e o Cruzeiro chegou ao seu primeiro título de campeão de juniores com a vitória de 1 x 0, gol de Lucas Gabriel, aos 12 minutos do 2º tempo.
A equipe que jogou a partida decisiva foi formada por Wendell, Yorras, Vilar, Samuel e Lucas Gabriel (Edson); Mailon, Hugo, David e Peninha (Matheus); Daniel Henrique e Gilvan. O técnico foi o ex-zagueiro Binha.
O Cruzeiro ainda teve em Gilvan o artilheiro do campeonato, com 12 gols. Logo depois das finais, o atacante foi emprestado ao Brasiliense para a disputa da primeira fase do Campeonato Brasileiro da Série C. Outro jogador do Cruzeiro, Daniel Henrique, marcou sete gols.
Novamente a dupla Cruzeiro/Gama representou o futebol do DF na Copa São Paulo de Futebol Junior de 2013.
A equipe do Cruzeiro até teve uma estreia positiva, mas não conseguiu passar para a Segunda Fase. No Grupo B, que teve sede em Marília, o Cruzeiro iniciou vencendo o clube local do mesmo nome por 4 x 3. No segundo jogo, contra o Coritiba, derrota por 2 x 1. Na despedida da competição, o Cruzeiro empatou em 1 x 1 com o Mirassol. Pelo segundo ano consecutivo, o Cruzeiro ficou com a segunda colocação em seu grupo.

O FUTEBOL AMADOR

Os clubes do Cruzeiro sempre tiveram pequena participação no Campeonato de Futebol Amador do DF, promovido pela Federação Brasiliense de Futebol desde 1978.
Talvez até por isso, somente no dia 21 de setembro de 1990, a então Federação Metropolitana de Futebol (atualmente Federação Brasiliense de Futebol) concedeu filiação à Liga de Futebol Amador do Cruzeiro - LIFAC.
A ARUC tornou-se a pioneira entre os clubes amadores do Cruzeiro a participar da competição em 1996. O Asa Branca tomou parte em dois anos: 2005 e 2008, em ambos chegando na décima colocação.
Atualmente como LIDESC, a liga tem um campeonato bastante organizado e disputado. 
Nas últimas edições, a competição contou com a presença de 16 equipes. Em 2013, o campeão foi o Beira Rio, com o Asa Branca ficando em segundo lugar. No ano de 2014, o vencedor foi o ASA/CVQ1 (iniciais de Cruzeiro Velho - Quadra 1), com o Traíras ficando com a segunda colocação.
O time de maior destaque é o Asa Branca, 12 vezes campeão do futebol amador do Cruzeiro e vencedor da Copa Cruzeiro de Futebol de Campo por 10 vezes.

Fontes:
Jornais DC-Brasília, Correio Braziliense e Jornal de Brasília
Almanaque do Futebol Brasiliense
Esporte Candango
Futebol Amador DF
Federação Brasiliense de Futebol

domingo, 14 de dezembro de 2014

SÉRIE “O FUTEBOL NAS CIDADES-SATÉLITES”: CRUZEIRO - Parte 2





O Cruzeiro só voltou a ter um representante na principal divisão do futebol do DF em 1976, justamente no ano em que o profissionalismo foi implantado em definitivo no Distrito Federal.
Surgiu o Flamengo Esporte Clube, fundado em 9 de março de 1976, em reunião realizada no auditório do Hospital das Forças Armadas - HFA, no Cruzeiro.
Pouco mais de um mês depois de sua fundação, o Flamengo teve a honra de participar do primeiro jogo da nova era do futebol profissional do Distrito Federal. No dia 21 de abril de 1976, no Estádio Pelezão, o rubro-negro perdeu para o Taguatinga, por 3 x 0.
Antes de começar o segundo turno, no dia 8 de junho de 1976 foi realizada uma Assembleia Geral Extraordinária. Acolhendo aos desejos expressos dos moradores do Cruzeiro, dos torcedores do Flamengo E. C., dos cronistas esportivos e, acima de tudo, a intenção da Federação Metropolitana de Futebol de ter em cada cidade-satélite o seu representante com o respectivo nome, foi aprovada por unanimidade a mudança na denominação de Flamengo Esporte Clube para Cruzeiro Esporte Clube.




As cores da nova associação passaram a ser azul e branca e o uniforme semelhante ao do Cruzeiro, de Belo Horizonte (MG).
Somando os pontos dos três turnos do campeonato, o Cruzeiro terminou na última colocação. Como consolo, foi campeão da Taça Disciplina de 1976.
O Cruzeiro melhorou bastante o seu rendimento em 1977. Na primeira competição oficial do ano, o Torneio Imprensa, emplacou três vitórias seguidas. Além desses resultados, conseguiu um honroso empate com o poderoso Brasília (que se sagrou campeão do torneio). Chegou em quarto lugar no torneio, somente um ponto atrás dos segundos colocados Canarinho e Corinthians.
Um dos jogadores que mais chamava a atenção no Flamengo era o goleiro Cacalo, com suas roupas extravagantes (bermudas berrantes, boné e gravata), espelhando-se no seu ídolo, o goleiro argentino Miguel Angel Ortiz, na época defendendo o Atlético Mineiro.
Se a parte técnica deu sinais de melhoria, o mesmo não aconteceu com a administrativa. Por vários motivos, expostos adiante, o Cruzeiro não disputou o campeonato de 1977.
Para piorar ainda mais a situação caótica em que se encontrava, em 18 de novembro de 1977, o maior incentivador do Flamengo/Cruzeiro, o então sargento Armando Ribamar de Carvalho, renunciou à Presidência do clube.
Dentre outras coisas, alegou falta de apoio dos diretores do Cruzeiro (afirmando que houve deserção total), a falta de respaldo financeiro e o desinteresse dos moradores da cidade-satélite. Além disso, tinha que pagar as dívidas que foram feitas em seu nome. O Cruzeiro tornou-se o maior devedor da Federação. O Cruzeiro encerrou suas atividades em 1978.




O Cruzeiro passou mais um longo período sem ter equipes participantes da Primeira Divisão do futebol do DF até o surgimento do Clube de Regatas Vasco da Gama, fundado pelo Coronel Carlos Fernando Cardoso Neto em 12 de abril de 1981.
Após dois anos como amador, o Vasco da Gama disputou o Campeonato Brasiliense de Futebol Profissional de 1983 e 1984, em ambos realizando péssimas campanhas, não mais voltando a disputar competições oficiais.




O Cruzeiro ficou sem representantes no futebol brasiliense até o ano de 2001. Neste ano, tentando repetir o sucesso da escola de samba que originou o clube (mais de 20 títulos de campeã do carnaval de Brasília), a ARUC (fundada em 21 de outubro de 1961) resolveu apostar no futebol.
Além de campeã do carnaval, a ARUC também transformou-se no principal clube social do Cruzeiro. Como a região não tinha nenhum representante no campeonato estadual de futebol, muitos cruzeirenses pressionavam a ARUC a formar uma equipe. A diretoria do clube sempre rechaçou a ideia alegando falta de estrutura financeira. Foi então que o Secretário de Esportes e ex-presidente do Gama Agrício Braga Filho, juntamente com os sócios Wagner Marques e Paulo Goyaz, arrendaram o departamento de futebol do tradicional clube criando uma nova força no futebol candango. Logo no primeiro campeonato, o de 2000, a ARUC conquistou o vice-campeonato da Segunda Divisão e a vaga para a primeira. Em 2001, disputou com bom desempenho o campeonato metropolitano.
A ARUC ainda permaneceu na Primeira Divisão nos anos de 2002 e 2003, caindo para a Segunda Divisão em 2004 e lá permanecendo até 2005, último ano em que disputou uma competição oficial de futebol no DF.




Um ano antes desse desaparecimento, 2004, surgia na Segunda Divisão o mais novo representante do Cruzeiro no futebol brasiliense: o Cruzeiro Futebol Clube, fundado em 10 de maio de 2000. Ficou com a nona colocação entre 13 equipes disputantes.
Obteve suas melhores colocações nos anos de 2007 e 2008, quando chegou na terceira posição (apenas dois clubes eram promovidos).
Depois de 14 anos de trabalho intenso, neste ano de 2014 o Cruzeiro conseguiu o tão sonhado acesso para a elite do futebol brasiliense. O feito veio com a classificação para a decisão do Campeonato da Segunda Divisão, quando enfrentou o Samambaia, que se sagrou campeão. Mesmo com a derrota, a equipe garantiu seu lugar na Primeira Divisão em 2015.
Todos no Cruzeiro reconhecem as dificuldades que serão enfrentadas na nova divisão, mas acreditam que essa é a oportunidade que o clube tem para fazer história.


sábado, 13 de dezembro de 2014

SÉRIE “O FUTEBOL NAS CIDADES-SATÉLITES”: CRUZEIRO - Parte 1


No último dia 30 de novembro, a cidade do Cruzeiro completou 55 anos de existência.
Estamos aproveitando essa comemoração para dar início a uma nova série, sobre a história do futebol nas cidades-satélites do Distrito Federal. O Cruzeiro é a primeira da série.


A CIDADE

O Decreto nº 10.972, de 30.12.1987, do Governador José Aparecido de Oliveira, em seu Artigo 1º declarou o dia 30 de novembro de 1959 como data oficial de fundação do Núcleo Urbano do Cruzeiro.
A equipe do urbanista Lúcio Costa foi responsável pelo projeto e pelo nome oficial do bairro - Setor de Residências Econômicas Sul – SRE/S, Cruzeiro Velho. Na década de 70, foi inaugurado um conjunto de edifícios, que formaram o Cruzeiro Novo - SHCE/S.
Os primeiros moradores do então SRE/S, funcionários públicos e militares vindos do Rio de Janeiro, não se acostumaram com essa sigla e outras denominações para o local foram surgindo: primeiro chamaram de "Cemitério", devido ao isolamento do bairro e a impressão que se tinha daquele aglomerado de casinhas brancas, quando avistado de longe. Depois, numa homenagem bem humorada dos cariocas residentes, o local passou a ser reconhecido como "Bairro do Gavião", devido ao grande número de gaviões vermelhos que apareciam no local. A mudança do nome para “Cruzeiro” partiu da própria comunidade. Em 1960, um grupo de moradores procurou o jornal “Correio Braziliense” para manifestar sua insatisfação com o nome do local em que moravam. O batismo de Cruzeiro tinha então um fundamento lógico: o bairro ficava próximo à Cruz do Cruzeiro, onde foi celebrada a primeira Missa de Brasília, em 3 de maio de 1957. A partir daí, como era de se esperar, a região ficou conhecida pelo nome de Cruzeiro.
No segundo semestre de 1960, João Scarano, funcionário do Grupo de Trabalho de Brasília - GTB, foi indicado como administrador do núcleo residencial, com a responsabilidade de distribuir casas e buscar soluções para os problemas da comunidade. Situações difíceis como falta de água e luz, invasões, limpeza urbana deficiente, entre outros problemas, foram exemplos das principais dificuldades vivenciadas pela comunidade.
A cidade hoje conta com uma população de mais de 63.883 habitantes (pesquisa CODEPLAN 2010/2011).

O FUTEBOL NO CRUZEIRO

No mesmo dia em que Brasília completava seu primeiro ano de vida (21 de abril de 1961), às dez horas, na Casa 1 da Quadra 16 do Setor Residencial Econômico Sul - SRES, reuniram-se 93 moradores do então bairro do Cruzeiro para organizar uma associação recreativa e esportiva, que foi denominada Associação Esportiva Cruzeiro do Sul.
Foi pelos presentes escolhido João Scarano para presidir a seção e para secretariá-la Norberto Fernandes Teixeira.
João Scarano explicou o motivo da criação de uma associação esportiva e recreativa, dizendo que, com a criação daquela entidade o setor teria mais vida e seus moradores não precisariam recorrer a outros lugares para se distraírem, porque a agremiação que estava sendo fundada iria lhes proporcionar o que de melhor existia no setor recreativo e esportivo. Continuou dizendo que já estava sendo providenciada a sua sede provisória, com sua praça de esportes para competições oficiais e que, em breve, seria passada a “patrola” (espécie de trator para nivelar terrenos) para os primeiros passos do futebol no bairro.
A seguir foi escolhida uma comissão para elaborar os estatutos da agremiação, sendo Felinto Epitácio Maia, o Presidente, e tendo como auxiliares Zorobabel Josué dos Passos, Francisco Jacob dos Santos, Geraldo da Silva Santos e Norberto Fernandes Teixeira.
O novo clube tinha como cores oficiais a azul e a branca. O uniforme tinha duas variações: o primeiro com camisa azul, calção branco e meias azuis (semelhante do Cruzeiro, de Belo Horizonte) e o segundo com camisas com listras verticais em azul e branco, calção branco e meias com listras horizontais também em azul e branco. Tinha um gavião como símbolo.
Norberto Fernandes Teixeira foi eleito o primeiro Presidente da A. E. Cruzeiro do Sul.
A partir de 1962 e até 1968 o Cruzeiro foi o único representante da cidade no campeonato brasiliense. Nesse período conquistou o título de campeão no ano de 1963 e foi vice-campeão em 1967.
Para o ano de 1963, o Cruzeiro passou a contar com a administração da dupla Norberto Teixeira e Jackson Augusto Roedel, o que lhe renderia bons frutos. Além de manter os bons jogadores de 1962, Cruzeiro reforçou o time, contratando bons jogadores dos clubes locais e também de outros Estados.
Com isso, conquistou de forma brilhante o título de campeão brasiliense de 1963, com uma campanha impecável: nos 16 jogos que disputou, venceu 10, empatou 5 e perdeu apenas 1. Marcou 39 gols e sofreu 14. Além disso, teve os dois principais artilheiros do campeonato, Ceninho, em 1º (com 10 gols) e Beto Pretti, em 2º (juntamente com Nilson, do Nacional), com 9.
Representou o futebol do DF na então Taça Brasil (hoje Campeonato Brasileiro) de 1964, sendo desclassificado pelo Vila Nova, de Goiânia (GO), após dois jogos.
Não adotou o profissionalismo no ano de 1964, preferindo continuar disputando o campeonato brasiliense de amadores.
Apenas em 1967, o Cruzeiro solicitou sua inscrição no campeonato de profissionais. Para coroar o seu bom primeiro ano no profissionalismo, ficou com o vice-campeonato brasiliense, somente atrás do Rabello.
Preferiu ficar de fora do campeonato brasiliense de 1969, quando a Federação resolveu juntar em sua competição oficial clubes profissionais com amadores, e também do ano seguinte, 1970.
Mesmo sem disputar competições oficiais no período de 1969 a 1971, somente no dia 22 de junho de 1971 a Associação Esportiva Cruzeiro do Sul foi desfiliada da Federação Desportiva de Brasília.
Foi a primeira vez que a cidade ficou sem representantes nos campeonatos brasilienses de futebol.


sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

OS CLUBES DO DF: Atlas


Logotipo da empresa
O Atlas Futebol Clube foi fundado em 1º de maio de 1965 e tinha como finalidade principal a prática do esporte amador em Brasília (DF).
Era mantido pela Elevadores Atlas S. A., empresa que em maio de 1999 teve seu controle acionário adquirido pelo grupo suíço Schindler.
O Atlas participou apenas de uma competição oficial promovida pela então Federação Desportiva de Brasília: o campeonato brasiliense de 1969, quando a entidade máxima do futebol do DF resolveu juntar clubes amadores e profissionais.
Fez sua estreia no dia 13 de abril de 1969, derrotando o Rabello, por 1 x 0, gol de Wilmar. Depois, nos demais jogos, só derrotas e um empate (2 x 2 Carioca).
Não chegou ao final da competição, abandonando-a antes e levando WO nos dois últimos jogos contra Grêmio e Jaguar, nos dias 22 e 29 de junho de 1969, respectivamente. Ficou com a décima posição entre as onze equipes do Grupo A.
Nunca mais voltou a disputar uma competição oficial.




quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

JOGOS INUSITADOS: o dia em que o Ceub venceu um campeão mundial


O empresário uruguaio Juan Figger assinou contrato no dia 17 de julho de 1972 para uma série de amistosos do Estudiantes de La Plata, Argentina, no Brasil.
O Estudiantes chegou com o cartaz de campeão da Taça Libertadores de 1968, 1969 e 1970 e de campeão mundial interclubes de 1968.
Em seu primeiro amistoso em território brasileiro, no dia 27 de julho de 1972, o Estudiantes perdeu para o Saad, de São Caetano do Sul, por 2 x 1.
O resultado fez com que a imprensa passasse a especular que não se tratava do time principal do Estudiantes. Na verdade, alguns jogadores eram titulares, mas a maioria era de reservas. A principal atração do Estudiantes não veio: Juan Ramón Verón, conhecido como “La Bruja” (A Bruxa), pai de Juan Sebastián Verón, “La Brujita”, que levou o Estudiantes ao título da Taça Libertadores de 2009, em pleno Estádio Mineirão, ao derrotar o Cruzeiro, de Belo Horizonte (MG).
Essa dúvida fez com que poucos torcedores comparecessem ao Estádio Pelezão no dia 30 de julho de 1972, para assistirem ao segundo jogo do Estudiantes no Brasil. Ficaram bastante decepcionados. Mesmo enfrentando um time modesto, o Estudiantes não ofereceu nenhuma resistência ao Ceub, que venceu por 3 x 1.
Todos os gols do Ceub saíram no primeiro tempo: Walmir aos 8, Hermes aos 35 e Dinarte aos 41. Com o jogo ganho, no segundo tempo o Ceub se deu ao luxo de administrar o resultado e permitiu que o Estudiantes, que voltou totalmente modificado, passasse mais tempo com a bola, poupando-se visivelmente. O gol dos argentinos saiu num pênalti de Noel em Moirano, que Carregado cobrou e marcou.
A atração do Ceub foi o meia Paíca, vindo do Grêmio, de Porto Alegre, fazendo sua estreia com a camisa do clube brasiliense.
O pequeno público presente ao estádio decepcionou os dirigentes do Ceub, que com isso teve um grande prejuízo financeiro, pois custou caro trazer o time argentino.
Os times formaram assim:
Ceub - Zé Walter, Aderbal, Cláudio Oliveira, Noel e Serginho; Renê e Paíca; Walmir, Hermes, César e Dinarte (Marco Antônio). 
Estudiantes - Flores, Del Curto, Churdo (Zabala), Recabarren e Martínez; Cardone (Gilli) e Carregado; Galay (Alegre), Moirano, Giachello (Carnero) e Suarez.
O árbitro foi Édson Benítez e a renda não chegou aos Cr$ 15 mil.
Para também evitar prejuízo, o amistoso que o Estudiantes realizaria logo depois diante do Vasco da Gama, no Rio de Janeiro, foi cancelado.