Jairzinho marcou dois gols no 1º jogo |
A delegação da Seleção Brasiliense de Juniores embarcou de São Paulo às 10:45 horas do dia 18 de setembro de 1980,
com destino à La Paz, daí seguindo para Cochabamba, onde faria o primeiro jogo.
Estava assim composta: Chefe - Justo Magalhães; Supervisor - José Dias; Técnico
- Ercy Rosa; Preparador Físico - Miluir Macedo; Médico - José Aparecido Jorge e
Massagista - Raspinha.
Jogadores: Itiberê (Brasília), Marcelo (Taguatinga), Zenildo (Guará), Juscelino
(Comercial), Zinha (Gama), Decleudes (Comercial), Souza (Brasília), Brito
(Gama), Melquíades (Brasília), Kleber (Brasília), Zé Maurício (Brasília),
Vicente (Gama), Paulo Caju (Guará), Jussiê (Brasília), Wando (Brasília), Jansen
(Sobradinho) e Éder (Guará).
Antes de embarcar, essa seleção realizou um treino no dia 16 de setembro de
1980, no Pelezão.
Na sua estreia em gramados bolivianos, a Seleção Brasiliense de Juniores foi
derrotada pelo Jorge Wilsterman, no dia 20 de setembro de 1980, em jogo
realizado no Estádio Municipal de Cochabamba, pelo placar de 3 x 2. Os gols
brasilienses foram marcados por Zé Maurício e Éder. Jairzinho, o “Furacão da
Copa”, marcou dois dos três gols da equipe boliviana.
Apesar da derrota, foi boa a apresentação da seleção brasiliense.
No dia 21, viajou para La Paz, para sua segunda apresentação em gramados
bolivianos. Novamente, a Seleção Brasiliense de Juniores foi derrotada, pelo
placar de 3 x 0, desta vez diante do Bolívar, em partida realizada no Estádio
Municipal de La Paz.
Os jogadores brasileiros se queixaram muito da violência utilizada pelos
bolivianos com a complacência do árbitro.
A Seleção Brasiliense jogou com Itiberê, Zenildo, Juscelino (Sousa), Zinha
(Brito) e Decleudes; Kléber, Zé Maurício e Vicente; Paulo Caju, Éder e Wando
(Jussiê).
O Bolívar contou com Carlos Jimenez, Luís Gallo, Martínez (Córtez), Palácios e
Ramiro Vargas; Erwin Cespedes, Borja e Carlos Aragonês; Figueroa, Jesús
Reynaldo (Morales) e Salinas.
Jorge Pavan foi o árbitro. A anormalidade foi a expulsão de Aragonês, capitão
da seleção boliviana, no segundo tempo.
Outro fator que atrapalhou bastante o rendimento dos juniores brasilienses foi
a altitude, tanto que até os 15 minutos do segundo tempo, eles tinham a partida
sob controle e só vieram a ceder aos 18 por exaustão física provocada pelos mais
de três mil metros de altitude.
E aproveitando de tal situação, Jesús Reynaldo marcou o primeiro gol do
Bolívar, aos 18 minutos, voltando a marcar 10 minutos depois e sendo o placar
encerrado aos 33 minutos, através de Palácios, cobrando uma penalidade máxima.
Também como causa de violência dos bolivianos, a dupla de zaga da seleção
brasiliense, formada por Juscelino (sofreu fratura do tornozelo esquerdo) e
Zinha, teve de ser substituída por Brito e Sousa. No ataque, o centro-avante
Éder perdeu três boas chances de marcar gol.
A recuperação da seleção brasiliense veio no dia 24 de setembro de 1980, com um
empate de 2 x 2 diante do Alfonso Ugarte, do Peru, com gols de Vicente e Zé
Maurício.
A primeira vitória aconteceu em 28 de setembro de 1980, contra a seleção da
cidade peruana de Juliaca, formada exclusivamente por jogadores amadores. Com dois
gols de Vicente e um de Zé Maurício, a Seleção Brasiliense venceu por 3 x 2.
A partida foi disputada no estádio Guillermo Briceño Rosa Medina e pagaram
ingressos mais de sete mil pessoas.
Após viajar mais de 12 horas de ônibus, a delegação desembarcou na cidade
peruana de Cuzco, distante 350 quilômetros de Juliaca, para enfrentar no dia 28
de setembro a Seleção de Cuzco. A Seleção Brasiliense alcançou sua segunda
vitória, vencendo por 2 x 1, com gols de Vicente e Wando.
A Seleção Brasiliense de Juniores desembarcou no Aeroporto de Brasília no dia 4
de outubro de 1980, trazendo na bagagem dois registros lamentáveis.
Alguns jogadores falaram à imprensa brasiliense sobre a triste situação que
enfrentaram na excursão: mal assistidos, mal informados e sem a menor
consideração, alguns deles chegaram a passar fome.
O chefe da delegação e Vice-Presidente da Federação Metropolitana de Futebol, Justo
Magalhães, entrou com uma ação de cobrança na justiça boliviana, através da
Embaixada do Brasil em Laz Paz, contra o empresário Isaac Nogueira e a empresa
Altros International (Mosa Ltda.) para que conseguisse receber um cheque no
valor de 3.500 dólares emitido por Henrique Brosovisky sem provisão de fundos.
Além disso, o empresário se negou a financiar as passagens de volta da
delegação.
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