Roldão foi um atacante que atuava bem pelas duas
faixas laterais de campo. Era muito veloz e de muita explosão. Quando chegava a
linha de fundo tinha um jeito próprio de cruzar a bola, executando o passe
sempre muito forte, susceptível de, a um pequeno desvio, criar iminentes
situações de gol. Além disso, Roldão tinha um chute fortíssimo, capaz de
executar aqueles arremates do meio da rua com extrema violência, muitas vezes
indefensáveis para qualquer goleiro.
Roldão Moreira Novais nasceu na pequena cidade de
Guiratinga, no Estado do Mato Grosso, no dia 16 de outubro de 1959.
Mudou-se para Brasília com os pais e mais sete irmãos.
Começou no futebol com Juvenal Ferreira Neto, no
infantil da União Recreativa Taguatinga, da Granja das Oliveiras.
Foi levado para o Gama por Jaime dos Santos, em 1976.
Como era forte e tinha muita disposição, nem passou pelos juvenis: foi direto
para os profissionais e levou o clube a alugar uma casa especialmente para ele
e mais outros três jogadores do Gama.
Em 1977, Roldão assinou o primeiro contrato como
profissional, ganhando Cr$ 1.200,00 para jogar em todas as posições do ataque.
No dia 11 de junho de 1977, no Pelezão, disputou o
primeiro jogo válido pelo campeonato brasiliense com a camisa do Gama, com
derrota de 1 x 0 para o Taguatinga.
No total, disputou oito jogos pelo campeonato
brasiliense de 1977, marcando um gol, o da vitória de 1 x 0 sobre a Desportiva
Bandeirante, em 13 de agosto de 1977.
Também integrou o time do Gama na inauguração do
Bezerrão, em 9 de outubro de 1977, no amistoso contra o Botafogo, do Rio de
Janeiro.
No final do ano de 1977, início de 1978, Roldão ajudou
o Gama a conquistar seu primeiro título de campeão, o do Torneio Incentivo da
Federação Metropolitana de Futebol, ao se tornar artilheiro da competição com
seis gols, um deles na decisão contra o Taguatinga, na vitória de 2 x 0. O Gama
formou com Chico, Júnior, Marinho, Carlão e Oswaldo; Santana, Júlio e Manoel
Ferreira; Roldão, Niltinho e Tico. Técnico: Airton Nogueira
Em 1978, Airton Nogueira o fixou na ponta-direita. Novamente
teve participação decisiva no bicampeonato do Torneio Incentivo. Nos dias 16 e
23 de julho, na decisão do torneio, após dois empates de 0 x 0 com o
Taguatinga, Roldão foi um dos jogadores a converter uma das cobranças de
pênaltis, dando a vitória de 4 x 3 ao Gama. Voltou a ser artilheiro da
competição, com cinco gols. Na decisão o Gama jogou com Chico, Carlão, Kidão,
Manoel Silva e Edvaldo; Santana, Manoel Ferreira e Miguel; Roldão, Maninho e
Tico. Técnico: Manoel Cajueiro.
No Campeonato Brasiliense de 1978, foram treze jogos,
com dois gols marcados.
Ao final do ano foi escolhido pelo jornal Correio
Braziliense para integrar a seleção dos melhores do campeonato, que ficou assim
formada: Jonas (Brasília), Aldair (Taguatinga), Gilvan (Guará), Emerson
(Brasília) e Zezé (Desportiva Bandeirante); Uel (Gama), Péricles (Brasília) e
Banana (Brasília); Roldão (Gama), Edmar (Brasília) e Zé Vieira (Taguatinga).
Uma das melhores partidas de Roldão foi em 1º de março
de 1979, no Bezerrão, contra o Goiás, então líder do campeonato goiano, numa
noite em que lembrou Garrincha e quase desempregou o lateral-esquerdo Donizetti,
do Goiás, no empate em 1 x 1. Por causa desse amistoso, terminou emprestado ao
Goiás.
Mas não ficou e voltou ao Gama para ser um dos maiores
destaques na conquista, pela primeira vez em sua história, do campeonato
brasiliense.
Foram 13 jogos, dois gols marcados e várias
assistências que ajudaram Péricles e Fantato a se tornarem os dois principais
artilheiros da competição.
Na decisão do campeonato, o Gama venceu o Brasília por
2 x 1 e acabou com a sequência de três anos de títulos do adversário no
Distrito Federal.
O Gama sagrou-se campeão formando, basicamente, com
Hélio, Carlão, Kidão, Décio e Odair; Santana, Péricles e Manoel Ferreira;
Roldão, Fantato e Robertinho. Técnico: Martim Francisco.
Logo depois fez parte da equipe do Gama que disputou
pela primeira vez o Campeonato Brasileiro. Marcou três gols nos 16 jogos que
disputou.
Para coroar o grande ano, foi escolhido pela
Associação Brasiliense de Cronistas Desportivos para integrar a “Seleção
Brasiliense de 1979”, que ficou assim constituída: Hélio (Gama), Aldair
(Taguatinga), Kidão (Gama), Luís Carlos (Brasília) e Odair (Gama); Uel
(Brasília), Péricles (Gama) e Ernâni Banana (Brasília); Roldão (Gama), Fantato
(Gama) e Robertinho (Gama).
O ano de 1980 também foi bastante movimentado na
carreira de Roldão. Com o Gama disputou todos os nove jogos pelo campeonato brasileiro
da Série A, quatro pelo brasiliense (em ambos, marcando um gol), e esteve no
Guarani, de Campinas, onde participou de alguns jogos pelo segundo turno do
campeonato paulista, emprestado numa troca por Ernâni Banana.
Além disso, também em 1980 foi convocado para defender
pela primeira vez a Seleção do DF. O primeiro jogo aconteceu no dia 21 de abril
de 1980, no Bezerrão, no Torneio Centro-Oeste de Seleções, patrocinado pela
CBF. A vitória foi da seleção brasiliense, por 4 x 1. Roldão marcou um dos
gols. Três dias depois, o jogo de volta, no Serra Dourada, em Goiânia,
aconteceu empate em 1 x 1, com Roldão voltando a marcar.
Uma semana depois, 1º de maio de 1980, no Serejão,
esteve mais uma vez em campo com a camisa da seleção do DF que derrotou a
Seleção Brasileira de Novos por 1 x 0.
Retornaria ao Gama em 1981, para jogar na
ponta-esquerda do clube no Campeonato Brasileiro da Série B (a direita já estava
ocupada por Lino), para ser campeão do Torneio Centro-Oeste, disputar poucos
jogos pelo campeonato brasiliense e sair de vez para o Atlético Paranaense.
Apresentou-se no rubro-negro paranaense no dia 27 de abril de 1981, juntamente
com outro jogador do futebol brasiliense, o lateral Zé Mário, que era do
Brasília.
Dois dias depois, 29 de abril de 1981, Roldão
estrearia com o pé direito no Atlético Paranaense, ao marcar o gol da vitória
de 1 x 0 sobre o Cruzeiro, de Minas Gerais, válido pelo torneio quadrangular
“Governador Ney Braga” (que ainda contou com Coritiba e Vasco da Gama, campeão
do evento).
No dia 6 de maio de 1981, Roldão assinou contrato com
o Atlético Paranaense. No dia 9 de maio de 1981, Roldão fez sua estreia oficial
no Atlético Paranaense, no empate em 0 x 0 com o Cascavel, válido pelo
Estadual.
Seguidas contusões atrapalharam a afirmação de Roldão
como titular do Atlético Paranaense.
Quando pôde estar em campo, esforçava-se para marcar
gols. Num desses jogos, marcou o gol de empate em 1 x 1 contra o Coritiba, no
dia 30 de agosto de 1981, ano em que rubro-negro paranaense chegou em terceiro.
Pouco tempo depois, Roldão foi punido pelo Atlético
Paranaense. Descontente no clube, foi acusado de fazer corpo mole. Acabou
afastado do elenco. A diretoria do clube pensou em dar-lhe uma nova chance e
quem sabe segurar o jogador por empréstimo até o final da Taça de Prata. No dia
6 de janeiro de 1982, a documentação de Roldão foi devolvida para a Federação
Brasiliense de Futebol. Antes o Atlético ainda tentou um novo empréstimo.
Já no dia 24 de janeiro de 1982, Roldão estreava na
Taça de Ouro do Campeonato Brasileiro, envergando a camisa da Anapolina, de
Anápolis, que tinha como treinador Bugue e maior destaque o centroavante Sávio.
Roldão disputou todos os dez jogos e ajudou a
Anapolina a ser a primeira colocada do Grupo H, ainda integrado por XV de Jaú,
Internacional, de Santa Maria (RS), Londrina e Joinville.
Na Segunda Fase, a Anapolina começou perdendo para o
Moto Clube, mas reagiu de forma brilhante vencendo as duas maiores forças do
grupo: Fluminense (3 x 1) e Cruzeiro (1 x 0).
Novamente mal no início do returno, sendo goleada pelo
Fluminense, conseguiu grande recuperação ao bater o Cruzeiro (1 x 0) em pleno
Mineirão e confirmar sua classificação para a Terceira Fase vencendo o Moto
Clube, em Anápolis (3 x 1). Terminou em segundo lugar, atrás do Fluminense.
Na Terceira Fase, no “mata-mata”, no primeiro jogo
venceu de forma brilhante o São Paulo, por 3 x 1, em Anápolis. O São Paulo
tinha um super time, formado por Valdir Peres, Getúlio, Oscar, Dario Pereyra e
Marinho Chagas; Almir, Renato e Everton; Paulo César, Serginho Chulapa e Mário
Sérgio. No jogo de volta, não resistiu ao tricolor paulista no Morumbi, quando
foi derrotado por 4 x 0 e desclassificado.
Roldão disputou todos os jogos. A Anapolina fez a
melhor campanha de sua história num Campeonato Brasileiro, terminando em 10º na
classificação final entre 44 times participantes.
Pouco tempo depois, em junho de 1982, Roldão, já como
dono de seu passe, estava disputando o campeonato paranaense pelo Grêmio
Maringá.
Terminando o contrato, nem precisou voltar para o DF.
No dia 20 de janeiro de 1983, contratado por outro clube paranaense, o
Colorado, de Curitiba, fazia sua estreia na Taça de Ouro do Campeonato
Brasileiro diante do Internacional, de Porto Alegre, no Beira-Rio, com derrota
de 2 x 0.
O Colorado classificou-se em segundo lugar no seu
grupo, ficando, inclusive, na frente do Internacional. A vitória de 2 x 0 do
Colorado sobre o Internacional, com um gol de Roldão, foi decisiva para essa
classificação. Passou para a Segunda Fase, onde novamente ficou em segundo
lugar, atrás do São Paulo. Na Terceira Fase integrou um grupo formado pelos
Atléticos Mineiro e Paranaense e América, do Rio de Janeiro, e não conseguiu
classificação, ficando em terceiro à frente do América, clube sobre o qual
marcou um gol no dia 16 de abril de 1983, na vitória de 4 x 2.
Logo depois, Roldão disputou o campeonato paranaense
de 1983 na equipe do Colorado. O Colorado foi 3º no primeiro turno e venceu o
segundo, mas ficou de fora do quadrangular final, por conta de fórmulas
mirabolantes de tabelas.
Em 1º de setembro de 1983, o Colorado liberou o
ponteiro Roldão.
Em 1984, passou a defender o Taguatinga. Sua estreia
aconteceu no dia 8 de julho de 1984, no Serejão, com derrota de 4 x 3 para o
Sobradinho. O Taguatinga formou com Sidnei, Junior, Duda, Zinha e Júlio; Wilson
Bispo (Geraldo), Jânio e Marquinhos; Lino (Bilzinho), Caiaba e Roldão. Técnico:
Edilson Braga.
No total foram 26 jogos e 11 gols marcados, quantidade
que o tornou vice-artilheiro da competição (ao lado de Zé Maurício, do Guará),
com um gol a menos que Wander, do Brasília.
Amanhã, a segunda parte da carreira de Roldão.
Amanhã, a segunda parte da carreira de Roldão.
Fiquei muito feliz de ter lido essa reportagem com o Roldão, pois tive o privilégio de ter jogado com ele na Granja das Oliveiras, onde eu também era aluno do internato. O nosso técnico de futebol e grande amigo era o Juvenal Ferreira Neto. Que saudade!
ResponderExcluirOI GERALDO TAMBEM MOREI NA GRANJA SOU IRMÃ DO ROLDAO
ExcluirO meu nome é: Geraldo Magela de Figueiredo.
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