quarta-feira, 17 de outubro de 2018

AS DECISÕES: Campeonato Brasiliense de 1959


Grêmio, campeão da Zona Sul, e Planalto, vencedor da Zona Norte, decidiram, em três jogos, quem ficaria com o título de campeão brasiliense de 1959.

O primeiro jogo aconteceu no dia 8 de novembro de 1959, no campo do Planalto.
Foi uma partida truncada, acidentada, com nada menos que cinco jogadores expulsos de campo e duas penalidades máximas cobradas.
Assim foi movimentado o marcador: aos 12 minutos, Carlinhos marcou para o Grêmio; Cardoso empatou aos 19 e novamente Carlinhos desempatou aos 30. Assim terminou o primeiro tempo. No segundo tempo: aos 27, Nilo e aos 39, José, ambos para o Grêmio, quando o Planalto estava somente com oito homens em campo. No final, Cardoso voltou a marcar para o Planalto.
O Grêmio atuou com Bosco, Amauri e Hugo; José, Alemãozinho e Ralph; Carlinhos, Nilo, Jair, Eluff e Roberto. Técnico: Rubens Porfírio da Paz. O Planalto com Issinha, Rochinha e Gringo; Divino, Aires e Nenê; Cardoso, Edson Galba, Liliu, Santa Helena e Prego. Técnico: Sílvio Costa.
Foram expulsos: Divino, Edson (capitão), Gringo e Santa Helena, do Planalto, e Nilo, do Grêmio.
Ao final do jogo, a torcida do Planalto tentou agredir ao árbitro Gabriel Costa Filho, que foi protegido pelo Diretor de Futebol, por policiais e por dirigentes do Grêmio e Planalto.

Uma semana depois, no dia 15 de novembro de 1959, aconteceu o segundo jogo, desta vez no estádio Vasco Viana de Andrade, campo do Grêmio.
A partida teve um desenrolar empolgante, graças ao espírito de luta com que se apresentaram os 22 elementos em campo. O empate de 3 x 3 foi justo e premiou as duas equipes disputantes, pela produção igual, no decorrer dos 90 minutos.
Numeroso público assistiu até ao fim do jogo, apesar da forte chuva caída sobre o estádio durante quase todo o 2º tempo. Os quadros do Planalto e Grêmio, por sua vez, souberam premiar esse público com um bom espetáculo.
Coube ao Grêmio abrir a contagem, por intermédio do atacante Nilo, aos 32 minutos. Com este tento, os gremistas criaram alma nova e impuseram um ligeiro domínio sobre a equipe do Planalto, dando oportunidade a várias tentativas de aumentar o marcador.
Entretanto, os “periquitos” defendiam-se valentemente e, às vezes, procuravam atingir a meta guarnecida por Bosco. Ao término do primeiro tempo, o placar assinalava 1 x 0.
Na segunda etapa, sob forte chuva, o jogo decaiu de produção, até que cessasse o aguaceiro. O campo escorregadio impedia aos jogadores melhores lances. Com o segundo tento do Grêmio, marcado por Carlinhos, o Grêmio se contentou com os 2 x 0 e o Planalto parecia ter perdido as esperanças.
Quando ninguém mais acreditava numa reação da parte dos defensores do Planalto, aos poucos, com espírito de luta crescendo dentro da cancha, os comandados do capitão Edson conseguiram o primeiro tento, por intermédio de Ferrete. Este tento foi o início da virada de placar. O entusiasmo se apossou dos 11 jogadores esmeraldinos.
O Grêmio continuava acomodado, tentando garantir a contagem. Veio o segundo tento do Planalto, por intermédio de Edson, o que transformou em magnífico o final de encontro. Planalto e Grêmio passaram, então, numa luta de gigantes, a buscarem o tento de desempate.
Quando faltavam quatro minutos para o final da partida, acontece o terceiro gol do Planalto, marcado por Cardoso. Era o gol da virada e muitos acharam que seria o da vitória.
Mas, no último minuto de jogo, o Grêmio conseguiu empatar, novamente através de Carlinhos.
O belo jogo teve como árbitro Anfrido Ziller e as equipes formaram assim: GRÊMIO: Bosco, Amauri e Hugo; Remis, Alemão e Ralph; Carlinhos, Nilo, Jair, Eluff e Roberto. Técnico: Rubens Porfírio da Paz. PLANALTO: Issinha, Louro e Liliu; Edivino, Aires e Nenê; Zé Luís, Pedrinho, Cardoso, Edson e Ferrete. Técnico: Sílvio Costa.
Esse empate determinou uma terceira partida para decisão do título de campeão de Brasília.

Grêmio
Esta aconteceu no dia 22 de novembro, novamente no campo do Grêmio.
O encontro caracterizou-se pela igualdade de produção dos 22 elementos, durante todo o transcorrer da partida. A luta foi renhida do primeiro ao último minuto.
No primeiro tempo, o marcador permaneceu em branco, embora ambas as equipes tenham lutado valentemente pela conquista do tento de abertura. Coube ao Planalto a melhor chance de modificação no marcador. Depois de um bem concatenado ataque da linha dianteira esmeraldina, o ponteiro direito Zé Luís conseguiu passar pelo seu adversário e chutou enviesado, tendo a bola batido no travessão superior do arco guarnecido por Bosco. Foi o primeiro susto dos gremistas, que souberam se articular para o contra-ataque, provocando perigo a meta defendida por Issinha.
Com ataques sucessivos por parte das duas linhas, os defensores foram o ponto alto.
Na segunda fase, coube ao Planalto dominar o jogo por cerca de 20 minutos. Aos 26 minutos, num perigoso contra-ataque, Carlinhos conseguiu o tento que valeu a conquista do campeonato para sua equipe. O gol provocou um grande entusiasmo da torcida, que invadiu o campo para abraçar os jogadores, o que motivou paralisação do jogo em 19 minutos.
Esta paralisação esfriou completamente o Planalto que não apresentou mais nenhuma perspectiva de reação para virar o marcador.
Dirigiu a contenda o árbitro Anfrido Ziller.
Assim se apresentaram os dois quadros: 
GRÊMIO - Bosco, Amauri e Hugo; Remis, Alemão e Ralph; Nilo I, Jair, Nilo II, Carlinhos e Nobre. Técnico: Rubens Porfírio da Paz. 
PLANALTO - Issinha, Gringo e Paulinho; Edivino, Aires e Nenê; Zé Luís, Pedrinho, Cardoso, Edson e Prego. Técnico: Sílvio Costa.
O feito do Grêmio, ao conquistar de forma invicta o campeonato, revelou que sua equipe soube vencer todas as dificuldades durante o certame, valorizando ainda mais a sua vitória a magnífica apresentação do seu último adversário, o E. C. Planalto, que vendeu caro a derrota.


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