Grêmio, campeão da Zona Sul, e
Planalto, vencedor da Zona Norte, decidiram, em três jogos, quem ficaria com o
título de campeão brasiliense de 1959.
O primeiro jogo aconteceu no dia 8 de novembro
de 1959, no campo do Planalto.
Foi uma partida truncada, acidentada, com
nada menos que cinco jogadores expulsos de campo e duas penalidades máximas cobradas.
Assim foi movimentado o marcador: aos 12
minutos, Carlinhos marcou para o Grêmio; Cardoso empatou aos 19 e novamente Carlinhos
desempatou aos 30. Assim terminou o primeiro tempo. No segundo tempo: aos 27, Nilo
e aos 39, José, ambos para o Grêmio, quando o Planalto estava somente com oito homens
em campo. No final, Cardoso voltou a marcar para o Planalto.
O Grêmio atuou com Bosco, Amauri e Hugo;
José, Alemãozinho e Ralph; Carlinhos, Nilo, Jair, Eluff e Roberto. Técnico:
Rubens Porfírio da Paz. O Planalto com Issinha, Rochinha e Gringo; Divino, Aires
e Nenê; Cardoso, Edson Galba, Liliu, Santa Helena e Prego. Técnico: Sílvio
Costa.
Foram expulsos: Divino, Edson (capitão),
Gringo e Santa Helena, do Planalto, e Nilo, do Grêmio.
Ao final do jogo, a torcida do Planalto
tentou agredir ao árbitro Gabriel Costa Filho, que foi protegido pelo Diretor de
Futebol, por policiais e por dirigentes do Grêmio e Planalto.
Uma semana depois, no dia 15 de
novembro de 1959, aconteceu o segundo jogo, desta vez no estádio Vasco Viana de
Andrade, campo do Grêmio.
A partida teve um desenrolar empolgante,
graças ao espírito de luta com que se apresentaram os 22 elementos em campo. O empate
de 3 x 3 foi justo e premiou as duas equipes disputantes, pela produção igual, no
decorrer dos 90 minutos.
Numeroso público assistiu até ao fim do
jogo, apesar da forte chuva caída sobre o estádio durante quase todo o 2º tempo.
Os quadros do Planalto e Grêmio, por sua vez, souberam premiar esse público com
um bom espetáculo.
Coube ao Grêmio abrir a contagem, por intermédio
do atacante Nilo, aos 32 minutos. Com este tento, os gremistas criaram alma nova
e impuseram um ligeiro domínio sobre a equipe do Planalto, dando oportunidade a
várias tentativas de aumentar o marcador.
Entretanto, os “periquitos” defendiam-se
valentemente e, às vezes, procuravam atingir a meta guarnecida por Bosco. Ao término
do primeiro tempo, o placar assinalava 1 x 0.
Na segunda etapa, sob forte chuva, o jogo
decaiu de produção, até que cessasse o aguaceiro. O campo escorregadio impedia aos
jogadores melhores lances. Com o segundo tento do Grêmio, marcado por Carlinhos,
o Grêmio se contentou com os 2 x 0 e o Planalto parecia ter perdido as esperanças.
Quando ninguém mais acreditava numa reação
da parte dos defensores do Planalto, aos poucos, com espírito de luta crescendo
dentro da cancha, os comandados do capitão Edson conseguiram o primeiro tento, por
intermédio de Ferrete. Este tento foi o início da virada de placar. O entusiasmo
se apossou dos 11 jogadores esmeraldinos.
O Grêmio continuava acomodado, tentando
garantir a contagem. Veio o segundo tento do Planalto, por intermédio de Edson,
o que transformou em magnífico o final de encontro. Planalto e Grêmio passaram,
então, numa luta de gigantes, a buscarem o tento de desempate.
Quando faltavam quatro minutos para o final
da partida, acontece o terceiro gol do Planalto, marcado por Cardoso. Era o gol
da virada e muitos acharam que seria o da vitória.
Mas, no último minuto de jogo, o Grêmio
conseguiu empatar, novamente através de Carlinhos.
O belo jogo teve como árbitro Anfrido Ziller
e as equipes formaram assim: GRÊMIO: Bosco, Amauri e Hugo; Remis, Alemão e Ralph;
Carlinhos, Nilo, Jair, Eluff e Roberto. Técnico: Rubens Porfírio da Paz. PLANALTO:
Issinha, Louro e Liliu; Edivino, Aires e Nenê; Zé Luís, Pedrinho, Cardoso, Edson
e Ferrete. Técnico: Sílvio Costa.
Esse empate determinou uma terceira partida
para decisão do título de campeão de Brasília.
Grêmio |
Esta aconteceu no dia 22 de novembro, novamente
no campo do Grêmio.
O encontro caracterizou-se pela igualdade
de produção dos 22 elementos, durante todo o transcorrer da partida. A luta foi
renhida do primeiro ao último minuto.
No primeiro tempo, o marcador permaneceu
em branco, embora ambas as equipes tenham lutado valentemente pela conquista do
tento de abertura. Coube ao Planalto a melhor chance de modificação no marcador.
Depois de um bem concatenado ataque da linha dianteira esmeraldina, o ponteiro direito
Zé Luís conseguiu passar pelo seu adversário e chutou enviesado, tendo a bola batido
no travessão superior do arco guarnecido por Bosco. Foi o primeiro susto dos gremistas,
que souberam se articular para o contra-ataque, provocando perigo a meta defendida
por Issinha.
Com ataques sucessivos por parte das duas
linhas, os defensores foram o ponto alto.
Na segunda fase, coube ao Planalto dominar
o jogo por cerca de 20 minutos. Aos 26 minutos, num perigoso contra-ataque, Carlinhos
conseguiu o tento que valeu a conquista do campeonato para sua equipe. O gol provocou
um grande entusiasmo da torcida, que invadiu o campo para abraçar os jogadores,
o que motivou paralisação do jogo em 19 minutos.
Esta paralisação esfriou completamente o
Planalto que não apresentou mais nenhuma perspectiva de reação para virar o marcador.
Dirigiu a contenda o árbitro Anfrido Ziller.
Assim se apresentaram os dois quadros:
GRÊMIO
- Bosco, Amauri e Hugo; Remis, Alemão e Ralph; Nilo I, Jair, Nilo II, Carlinhos
e Nobre. Técnico: Rubens Porfírio da Paz.
PLANALTO - Issinha, Gringo e Paulinho;
Edivino, Aires e Nenê; Zé Luís, Pedrinho, Cardoso, Edson e Prego. Técnico:
Sílvio Costa.
O feito do Grêmio, ao conquistar de forma
invicta o campeonato, revelou que sua equipe soube vencer todas as dificuldades
durante o certame, valorizando ainda mais a sua vitória a magnífica apresentação
do seu último adversário, o E. C. Planalto, que vendeu caro a derrota.
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