sábado, 5 de outubro de 2024

BÉ TAMBÉM TEVE SEU DIA DE LEWANDOWSKI!


O mundo do futebol ficou impressionado quando, na tarde de 22 de setembro de 2015, pela sexta rodada do Campeonato Alemão, o Bayern Munich venceu o Wolfsburg por 5 x 1. Poderia ser mais uma goleada do poderoso time da Baviera, mas teve um fator preponderante para a história do futebol mundial: o Bayern perdia o jogo por 1 x 0. No intervalo, o atacante polonês Lewandowski entrou em campo e, num período de nove minutos, marcou cinco gols!
Esse fato fez com que pesquisadores do mundo inteiro se movimentassem à procura de algo semelhante em seus campeonatos nacionais ou mesmo estaduais.
Disso resultou um questionamento em relação ao futebol brasileiro: quem já teve um dia de Lewandowski?
Na história do Brasileirão, já aconteceram fatos semelhantes.
Na era dos pontos corridos, apenas Alex fez 5 gols em um mesmo jogo da Série A. Em 14 de dezembro de 2003, nos 7 x 0 daquele Cruzeiro da Tríplice Coroa em cima do Bahia, na Fonte Nova.
Antes disso, Bira, do Remo-PA (1978); Roberto Dinamite, do Vasco (1980); Nunes, do Flamengo (1981); Edmar, do Guarani (1985); Ronaldo "Fenômeno", do Cruzeiro (1993); Dodô, pelo Cruzeiro, e depois pelo São Paulo (em 1997); Magno Alves, do Fluminense (2000) e Leonardo, do Sport (2000) marcaram cinco gols num jogo.
A diferença, vale ressaltar, é que Lewandowski só entrou em campo no segundo tempo da goleada desta terça por 5 x 1 do Bayern de Munique sobre o Wolfsburg e marcou todos os 5 gols em um espaço de nove minutos. Impressionante.
O recorde na Série A é, desde 11 de setembro de 1997, de Edmundo, o Animal, autor dos seis gols do Vasco no massacre por 6 x 0 sobre o União São João-SP.
Para efeitos estatísticos, Dadá Maravilha teve números próximos do feito, ao ter marcado 5 de seus 10 gols em 14 minutos (4', 11', 13', 15' e 18' do 2º tempo), em 1975, quando o Sport Recife goleou o Santo Amaro por 14 x 0. Mas foi um jogo folclórico, assim como seu maior protagonista sempre foi.
Toda essa pesquisa nos motivou a efetuar levantamento nos jogos válidos pelo campeonato brasiliense e acabamos encontrando um fato muito próximo do protagonizado por Lewandowski.
No dia 19 de julho de 1987, em pleno Bezerrão, o Gama foi goleado pelo Tiradentes, por 5 x 1. O primeiro tempo terminou em 0 x 0. Continuou assim até os dezesseis minutos do segundo tempo, quando Bé marcou seu primeiro gol do dia. Depois, marcou mais quatro, aos 67, 76, 78 e 82, ou seja, num intervalo de 21 minutos.
A ficha técnica desse jogo foi a seguinte:

GAMA 1 x 5 TIRADENTES
Data: 19.07.1987
Local: Bezerrão
Árbitro: Reinaldo Gomes de Paula
Gols: Bé, 61, 67, 76 e 78; Dida, 79 e Bé, 82
GAMA: Serginho, Walter Santos (Edmilson), Cléo, Rocha e Tião; Aguinaldo, Mazinho e Dida; Chicão, Moa (Marquinhos II) e Iramar. Técnico: Bento Luiz da Silva.
TIRADENTES: Montanha, Joel, Auro, Amaral e Eron; Luiz Carlos, Hermes (Baiano) e Gustavo; Augusto (Eusébio), Bé e Ribamar. Técnico: Roberto Ruben Delgado.


sexta-feira, 4 de outubro de 2024

AS DECISÕES: Campeonato Brasiliense de 1959


Grêmio, campeão da Zona Sul, e Planalto, vencedor da Zona Norte, decidiram, em três jogos, quem ficaria com o título de campeão brasiliense de 1959.

O primeiro jogo aconteceu no dia 8 de novembro de 1959, no campo do Planalto.
Foi uma partida truncada, acidentada, com nada menos que cinco jogadores expulsos de campo e duas penalidades máximas cobradas.
Assim foi movimentado o marcador: aos 12 minutos, Carlinhos marcou para o Grêmio; Cardoso empatou aos 19 e novamente Carlinhos desempatou aos 30. Assim terminou o primeiro tempo. No segundo tempo: aos 27, Nilo e aos 39, José, ambos para o Grêmio, quando o Planalto estava somente com oito homens em campo. No final, Cardoso voltou a marcar para o Planalto.
O Grêmio atuou com Bosco, Amauri e Hugo; José, Alemãozinho e Ralph; Carlinhos, Nilo, Jair, Eluff e Roberto. Técnico: Rubens Porfírio da Paz. O Planalto com Issinha, Rochinha e Gringo; Divino, Aires e Nenê; Cardoso, Edson Galba, Liliu, Santa Helena e Prego. Técnico: Sílvio Costa.
Foram expulsos: Divino, Edson (capitão), Gringo e Santa Helena, do Planalto, e Nilo, do Grêmio.
Ao final do jogo, a torcida do Planalto tentou agredir ao árbitro Gabriel Costa Filho, que foi protegido pelo Diretor de Futebol, por policiais e por dirigentes do Grêmio e Planalto.

Uma semana depois, no dia 15 de novembro de 1959, aconteceu o segundo jogo, desta vez no estádio Vasco Viana de Andrade, campo do Grêmio.
A partida teve um desenrolar empolgante, graças ao espírito de luta com que se apresentaram os 22 elementos em campo. O empate de 3 x 3 foi justo e premiou as duas equipes disputantes, pela produção igual, no decorrer dos 90 minutos.
Numeroso público assistiu até ao fim do jogo, apesar da forte chuva caída sobre o estádio durante quase todo o 2º tempo. Os quadros do Planalto e Grêmio, por sua vez, souberam premiar esse público com um bom espetáculo.
Coube ao Grêmio abrir a contagem, por intermédio do atacante Nilo, aos 32 minutos. Com este tento, os gremistas criaram alma nova e impuseram um ligeiro domínio sobre a equipe do Planalto, dando oportunidade a várias tentativas de aumentar o marcador.
Entretanto, os “periquitos” defendiam-se valentemente e, às vezes, procuravam atingir a meta guarnecida por Bosco. Ao término do primeiro tempo, o placar assinalava 1 x 0.
Na segunda etapa, sob forte chuva, o jogo decaiu de produção, até que cessasse o aguaceiro. O campo escorregadio impedia aos jogadores melhores lances. Com o segundo tento do Grêmio, marcado por Carlinhos, o Grêmio se contentou com os 2 x 0 e o Planalto parecia ter perdido as esperanças.
Quando ninguém mais acreditava numa reação da parte dos defensores do Planalto, aos poucos, com espírito de luta crescendo dentro da cancha, os comandados do capitão Edson conseguiram o primeiro tento, por intermédio de Ferrete. Este tento foi o início da virada de placar. O entusiasmo se apossou dos 11 jogadores esmeraldinos.
O Grêmio continuava acomodado, tentando garantir a contagem. Veio o segundo tento do Planalto, por intermédio de Edson, o que transformou em magnífico o final de encontro. Planalto e Grêmio passaram, então, numa luta de gigantes, a buscarem o tento de desempate.
Quando faltavam quatro minutos para o final da partida, acontece o terceiro gol do Planalto, marcado por Cardoso. Era o gol da virada e muitos acharam que seria o da vitória.
Mas, no último minuto de jogo, o Grêmio conseguiu empatar, novamente através de Carlinhos.
O belo jogo teve como árbitro Anfrido Ziller e as equipes formaram assim: GRÊMIO: Bosco, Amauri e Hugo; Remis, Alemão e Ralph; Carlinhos, Nilo, Jair, Eluff e Roberto. Técnico: Rubens Porfírio da Paz. PLANALTO: Issinha, Louro e Liliu; Edivino, Aires e Nenê; Zé Luís, Pedrinho, Cardoso, Edson e Ferrete. Técnico: Sílvio Costa.
Esse empate determinou uma terceira partida para decisão do título de campeão de Brasília.

Grêmio
Esta aconteceu no dia 22 de novembro, novamente no campo do Grêmio.
O encontro caracterizou-se pela igualdade de produção dos 22 elementos, durante todo o transcorrer da partida. A luta foi renhida do primeiro ao último minuto.
No primeiro tempo, o marcador permaneceu em branco, embora ambas as equipes tenham lutado valentemente pela conquista do tento de abertura. Coube ao Planalto a melhor chance de modificação no marcador. Depois de um bem concatenado ataque da linha dianteira esmeraldina, o ponteiro direito Zé Luís conseguiu passar pelo seu adversário e chutou enviesado, tendo a bola batido no travessão superior do arco guarnecido por Bosco. Foi o primeiro susto dos gremistas, que souberam se articular para o contra-ataque, provocando perigo a meta defendida por Issinha.
Com ataques sucessivos por parte das duas linhas, os defensores foram o ponto alto.
Na segunda fase, coube ao Planalto dominar o jogo por cerca de 20 minutos. Aos 26 minutos, num perigoso contra-ataque, Carlinhos conseguiu o tento que valeu a conquista do campeonato para sua equipe. O gol provocou um grande entusiasmo da torcida, que invadiu o campo para abraçar os jogadores, o que motivou paralisação do jogo em 19 minutos.
Esta paralisação esfriou completamente o Planalto que não apresentou mais nenhuma perspectiva de reação para virar o marcador.
Dirigiu a contenda o árbitro Anfrido Ziller.
Assim se apresentaram os dois quadros: 
GRÊMIO - Bosco, Amauri e Hugo; Remis, Alemão e Ralph; Nilo I, Jair, Nilo II, Carlinhos e Nobre. Técnico: Rubens Porfírio da Paz. 
PLANALTO - Issinha, Gringo e Paulinho; Edivino, Aires e Nenê; Zé Luís, Pedrinho, Cardoso, Edson e Prego. Técnico: Sílvio Costa.
O feito do Grêmio, ao conquistar de forma invicta o campeonato, revelou que sua equipe soube vencer todas as dificuldades durante o certame, valorizando ainda mais a sua vitória a magnífica apresentação do seu último adversário, o E. C. Planalto, que vendeu caro a derrota.


quinta-feira, 3 de outubro de 2024

OS MELHORES DO CAMPEONATO BRASILIENSE DE 2002




Promoção do jornal Correio Braziliense.

Os votos foram dados pelos treinadores dos clubes que participaram da competição.

Ricardo (CFZ)

Wellington Cássio (CFZ)
Renato Mello (CFZ)
Jairo (Gama)
Ademir (CFZ)

Kabila (CFZ)
Cubango (CFZ)
Gil Baiano (Brasiliense)
Maninho (Ceilândia)

Tiano (CFZ)
Bispo (Bandeirante)

Melhor Técnico: Reinaldo Gueldini (CFZ)
Craque do campeonato: Tiano (CFZ)
Revelação: Bobby (Ceilândia)
Árbitro: Luciano de Almeida.


quarta-feira, 2 de outubro de 2024

OS TÉCNICOS DO FUTEBOL BRASILIENSE: Esmerindo Valeriano da Silva


Esmerindo Valeriano da Silva nasceu no dia 2 de outubro de 1933, em Custódia, uma pequena cidade do sertão pernambucano com quase 40 mil habitantes, distante 336 km de Recife.
Jogou futebol como quarto-zagueiro quando era garoto. Já rapaz, defendeu um Corinthians, do Piauí.
Sua carreira de treinador teve início no Náutico, de Petrolina, onde ficou um ano.
Veio para o Distrito Federal em 1967. Em 1972 passou pelo Coenge, do Gama, e depois foi para o Penharol Atlético Clube, da SHIS Leste, no Gama, levando o time a uma brilhante participação na Copa Arizona de Futebol Amador de 1974, quando foi quarto colocado da fase brasiliense.
Em seguida, passou para o Minas Atlético Clube.
Quando a Sociedade Esportiva do Gama foi criada, em 15 de novembro de 1975, Esmerindo foi um dos fundadores do novo clube. Na mesma reunião, quando foi composta a primeira diretoria do Gama, Esmerindo foi eleito 1º Vice-Presidente.
As dificuldades do Gama no início eram as mesmas de todo clube sem estrutura. Os jogadores se viravam para ir aos treinos e tinham que treinar às seis horas da manhã porque tinham outro emprego e não dispunham de um horário alternativo. 
Não foram poucas as vezes que Esmerindo usou seu taxi, um Fusca verde, ano 1970, para transportar jogadores de suas residências para as áreas de treinamento, por amor ao futebol.
No dia 21 de fevereiro de 1976, na preliminar do jogo Seleção Brasileira 1 x 0 Seleção do Distrito Federal, no Estádio Presidente Médici, aconteceu o primeiro jogo da história do Gama: Gama 2 x 0 Humaitá, válido pelo Torneio Imprensa. No banco, como treinador, estava Esmerindo.
Depois disso, Esmerindo dirigiu o time do Gama em dois jogos pelo Campeonato Brasiliense de 1976: no dia 26 de junho, na derrota de 3 x 0 diante do Brasília, e no dia 29 de junho, na vitória de 1 x 0 sobre o Flamengo, do Cruzeiro.
Deixou o Gama ainda em 1976, para dirigir o Humaitá, que mudou de nome para Guará, voltando em 1977 como Diretor de Futebol e, posteriormente, Supervisor.
Depois disso, magoado com o futebol, deixou de ir aos campos.



terça-feira, 1 de outubro de 2024

O QUE ACONTECEU HÁ 60 ANOS (01 a 31.10.1964)


02.10.1964


No dia 2 de outubro de 1964 foi divulgada a notícia de que a Construtora Rabello S. A. havia vencido a concorrência para construção da primeira etapa do Estádio de Brasília que, posteriormente, passaria a ser chamado de Pelezão.

04.10.1964

Teve início o Torneio Pentagonal de Profissionais, Taça “Federação Desportiva de Brasília”, a primeira competição envolvendo os clubes que resolveram aderir ao profissionalismo no futebol de Brasília.
Participaram Colombo, Defelê, Luziânia, 1º de Maio e Rabello.
No único jogo realizado nesse dia, no estádio “Paulo Linhares”, o Rabello venceu o 1º de Maio por 2 x 0. Coube ao atacante Djalma, do Rabello, marcar o primeiro gol sob o novo regime, aos 9 minutos do segundo tempo. Nilo completou o placar aos 36.

Também tivemos rodada pelo campeonato brasiliense de amadores: no estádio Aristóteles Góes, Guanabara e Grêmio empataram em 3 x 3. No Estádio Israel Pinheiro, o Vila Matias derrotou o Pederneiras por 2 x 0.


06.10.1964

O Defelê fez sua estreia no campeonato brasiliense de profissionais vencendo o Colombo por 3 x 1.

11.10.1964

Prosseguiu o campeonato brasiliense de amadores com mais dois jogos: no estádio Vasco Viana de Andrade, o Grêmio foi derrotado pelo Cruzeiro, por 2 x 0. Jogando em casa, no estádio Aristóteles Góes, o Nacional ganhou do Vila Matias, por 2 x 1.

Dois jogos também foram realizados entre os profissionais: em Luziânia, no estádio Francisco das Chagas Rocha, o clube local fez sua estreia perdendo para o Rabello, por 1 x 0, gol de Sabará.
No outro jogo, o Colombo marcou 2 x 0 sobre o 1º de Maio.

18.10.1964

O Defelê venceu o 1º de Maio por 2 x 0 e o Colombo fez 3 x 0 no Luziânia (com os três gols sendo marcados por Tião I). Estes foram os dois jogos disputado pelo certame de profissionais.
Dois empates nos dois jogos realizados pelo campeonato brasiliense de amadores: Vila Matias 2 x 1 Dínamo e Guanabara 1 x 1 Nacional.

25.10.1964

Defelê e Rabello continuaram liderando o campeonato brasiliense de profissionais.
Mesmo atuando em Luziânia, o Defelê conseguiu vencer o Luziânia por 2 x 1.
No outro jogo, entre Rabello e Colombo, o tempo esteve quente. Vitória do Rabello por 2 x 1.
No 2º tempo, Sabará não concordou com a marcação do árbitro Aristeu Teixeira Santana, partiu para cima dele, dando-lhe uma peitada. O árbitro revidou com um soco em Sabará, havendo um corre-corre geral, com a participação de quase todos os jogadores, com troca de sopapos. Serenados os ânimos, Nilo e Bimba estavam expulsos. Prosseguiu o encontro e Natalício, cometendo violenta falta, também foi expulso.
O árbitro deixou o campo garantido pela polícia.

No Estádio Paulo Linhares, o Cruzeiro goleou o Pederneiras, por 4 x 0, em jogo válido pelo campeonato brasiliense de amadores. No outro jogo, muitas alternâncias no placar final de 3 x 3 entre Dínamo e Guanabara.

30.10.1964

O mais antigo árbitro da Federação Desportiva de Brasília, Moacyr Siqueira, registro nº 01, pediu desligamento do quadro de árbitros da FDB em face de sua transferência para Diamantina (MG). Moacyr atuou desde os primórdios tempos da construção de Brasília com eficiência, tanto como árbitro quanto auxiliar.