domingo, 29 de janeiro de 2023

CLUBES DO DF: 30 anos do Samambaia


Primeiro escudo
No dia de hoje, o Samambaia Futebol Clube está completando 30 anos de existência. Foi fundado em 29 de janeiro de 1993.
Suas cores, registradas na ainda Federação Brasiliense de Futebol, são verde, marrom e branca.
O clube é de uma das cidades mais pobres do Distrito Federal, Samambaia.
O Samambaia foi fundado especialmente para ser logo profissional, isto é, sem passar pelos campeonatos de amadores ou da Segunda Divisão.
Pouco antes de começar o campeonato de 1993, o Samambaia recebeu o convite do presidente Tadeu Roriz, teve sua filiação oficializada em 12 de março de 1993 e somente a partir dessa certeza é que o time iniciou os treinamentos.
O plantel foi composto com jogadores emprestados pelo Taguatinga e clubes do interior de Goiás.

O PRIMEIRO JOGO OFICIAL

O Samambaia fez sua estreia no Campeonato Brasiliense sendo derrotado pelo Brasília, por 2 x 1, no dia 14 de março de 1993, no Estádio Mané Garrincha. O primeiro gol da história do Samambaia foi marcado aos 39 minutos do 2º tempo, pelo lateral Nildo, que colocou a bola no ângulo superior esquerdo do goleiro Gildo, numa cobrança de falta.
O Samambaia atuou com Adão, Nildo, Marcelo, Carlão e Niltinho; Toninho, Gilson e Rivelino; Lúcio (Reginaldo), Pablo e Paulo César (Zé Carlos). Técnico: Dodô.

ÍBIS DO DF

Pelo fato de permanecer até setembro de 1993 sem vencer nenhuma partida do Campeonato Brasiliense, a imprensa local passou a chamar o Samambaia de “Íbis do DF”.
A primeira (e também a única) vitória aconteceu no dia 5 de setembro de 1993, no Serejão, quando venceu o Ceilândia, por 2 x 1, com gols de Rivelino e Nenê.
Foi último colocado no campeonato de 1993, com uma péssima campanha: nos 32 jogos que disputou, venceu apenas um, empatou sete e perdeu vinte e quatro. Marcou 19 gols e sofreu 68, ficando com um déficit de 49 gols.

A RECUPERAÇÃO

O ano de 1994 foi totalmente diferente para o Samambaia. Na classificação geral chegou em 4º lugar entre os dez participantes. Foram 20 jogos, quando conseguiu vencer sete, empatar seis e perder sete. Marcou 19 gols e sofreu 21.
Dois momentos marcantes em 1994: o primeiro aconteceu diante do Tiradentes, no dia 7 de maio, no Serejão. Até os cinco minutos do 2º tempo, o Samambaia vencia por 4 x 1. Quinze minutos depois, o jogo estava empatado em 4 x 4, com grande parcela de contribuição do goleiro do Samambaia, Marcelo. Faltando dois minutos para terminar o jogo, aconteceu a virada do Tiradentes para 5 x 4.
O segundo foi quando deixou escapar a chance de disputar a final do campeonato, ao ser derrotado pelo Gama na decisão do 2º turno, após dois jogos.

A ETERNA LUTA CONTRA O REBAIXAMENTO

Segundo escudo do Samambaia
Voltou a realizar campanha muito ruim em 1995, ficando com a nona e penúltima colocação, na frente apenas do Comercial. Nos 18 jogos que disputou, venceu apenas três. Por sorte ainda não havia rebaixamento.
Situação que não pôde evitar no ano seguinte, 1996. O campeonato passou a ter 14 participantes e o regulamento previa que os oito primeiros colocados permaneceriam na Primeira Divisão e os demais disputariam um torneio para classificar os dois primeiros e rebaixar os dois últimos. Sem vencer um jogo sequer, foi rebaixado para a Segunda Divisão, que teria sua primeira edição em 1997.
Pediu licença junto à Federação Brasiliense de Futebol e não disputou a Segunda Divisão em 1997. Disputou essa competição em 1998, quando chegou na sexta e penúltima colocação da competição, um ponto à frente apenas do Atlântida, último colocado.
Em 1999 repetiu o mal desempenho, ficando em quinto e penúltimo lugar, por coincidência apenas na frente do Atlântida, clube sobre o qual obteve sua única vitória na competição.

O ano de 2000 foi mais um de fraco desempenho. O campeonato da Segunda Divisão passou a ter 14 equipes e o Samambaia ficou em quinto lugar no Grupo B, não passando para as semifinais. Nos 12 jogos, obteve três vitórias.
A situação piorou ainda mais em 2001, quando foi último colocado no Grupo B, sem vencer um jogo sequer entre os 14 que disputou. Marcou apenas dois gols!
Em 2002 foi mais um ano sem conseguir bons resultados, ficando em quarto lugar no seu grupo, condição que o deixava de fora da tentativa de chegar à final do campeonato.
Melhorou bastante em 2003 quando chegou a disputar uma das semifinais com o Sobradinho, vencendo um jogo e perdendo outro, combinação que o deixou de fora da final, mais uma vez.
Em 2004 foi o primeiro colocado do seu grupo, mas não conseguiu ficar com uma das duas vagas da Segunda Fase que o colocaria nas semifinais.
Em 2005, chegou em 7º entre os oito participantes, mais uma vez sem obter uma vitória sequer. Por pouco não foi parar na Terceira Divisão em 2006.
O melhor ano do Samambaia na Segunda Divisão aconteceu em 2006, quando ficou com o vice-campeonato, dois pontos atrás do Esportivo Guará, o campeão e promovido. Foram seis vitórias nos oito jogos que disputou. Uma das duas derrotas que sofreu, no dia 29 de outubro, diante do Esportivo (2 x 1) definiu a classificação final da Segunda Divisão.
Foi quarto colocado em 2007, entre os nove clubes que disputou a competição, e sexto entre oito em 2008.
Estranhamente e em cima da hora desistiu de participar do campeonato de 2009 e foi rebaixado para a Terceira Divisão.
Em 2010 não disputou competições oficiais.
No ano de 2011 foi o décimo primeiro colocado entre os quinze participantes da Segunda Divisão daquele ano.

O PRIMEIRO GRITO DE É CAMPEÃO: O RETORNO COM TÍTULO

Após ficar dois anos (2012 e 2013) sem disputar a Segunda Divisão de Brasília, o Samambaia seria excluído do quadro de filiados da Federação Brasiliense de Futebol caso não disputasse a edição de 2014.
Em seu retorno, às atividades, a diretoria investiu pesado para a formação do elenco. Contratou Carlos Félix para ser Gestor de Futebol e Reinaldo Gueldini para Técnico. Recebeu cinco Jogadores do Brasiliense (com o qual tinha uma parceria), por empréstimo: o zagueiro Somália, o volante Lucas, os meias Elivelto e Carlyle e o atacante Daniel, além de contratar nomes como: Thyago Fernandes, o goleiro Donizeti (que no meio do campeonato foi contratado pelo CRAC-GO para a disputa do Brasileiro da Série C) e Allann Delon, que passou a ser a grande estrela do time.

Com tanto investimento, o Samambaia, que nem sabia se iria disputar o campeonato, passou a ser o favorito. E não decepcionou. Na Primeira Fase, a equipe se classificou para a elite do futebol brasiliense com uma rodada de antecedência e foi para a final da Segunda Divisão, vencendo todas as cinco partidas que disputou, ficando em primeiro e se classificando para a final. Na final, disputada contra o Cruzeiro, bastava empatar para o time ser campeão. Mas a equipe fez mais que isso, venceu o jogo por 2 x 0, gols de Edicarlos e Cassius. Edicarlos se tornou artilheiro da competição.
Com este resultado o Samambaia conquistou a Segunda Divisão de 2014, seu primeiro título oficial desde sua fundação.

DECISÃO SURPREENDENTE

Em 2015, o Samambaia voltaria a jogar a Primeira Divisão do campeonato brasiliense, depois de 18 anos sem disputá-la. Porém, o clube desistiu de participar da competição na última hora, por motivos não divulgados. Com isso, a competição passou a contar apenas com onze clubes e o Samambaia foi automaticamente rebaixado para a segunda divisão de 2016.
Foi segundo colocado em 2017 e subiu para a Primeira Divisão de 2018, quando voltou a decepcionar, sendo último colocado e novamente rebaixado.
Foi décimo colocado na Segunda Divisão de 2019, mas, no ano seguinte, voltaria a conquistar o título de campeão e o direito de voltar a disputar a Primeira em 2021.
Terminou em 10º lugar em 2021, no ano em que apenas os oito primeiros (e mais os dois melhores da Segunda) passariam a disputar o campeonato do DF e foi rebaixado outra vez.
Em 2022, conquistou pela terceira vez o Campeonato Brasiliense da Segunda Divisão, de forma invicta, e estará na Primeira neste ano de 2023.

PROMESSA PERDIDA

Em 1999, uma grande promessa do futebol brasiliense, Ivanildo Alves, mais conhecido por Noca, que veio das categorias de base do Gama, iria atuar na equipe profissional do Samambaia na disputa do campeonato do DF desse ano. Acabou sumindo e foi encontrado, meses depois, nas páginas policiais, preso por prática de assalto, dando um fim em sua carreira esportiva condenado a cinco anos de detenção.

MENINA DOS OLHOS DO GOVERNADOR

Mesmo sendo uma das cidades mais pobres do Distrito Federal, Samambaia era conhecida como a “menina dos olhos” do governador Joaquim Domingos Roriz. Além de ter criado a cidade, em 1989, em sua primeira gestão, o político gostava de se vangloriar internacionalmente do projeto, como se fosse um modelo de urbanização. Chegou a desfilar até na Organização das Nações Unidas (ONU), em New York, em controvertida participação extraoficial.

O RORIZÃO

Além disso, Joaquim Domingos Roriz é o nome oficial do estádio Rorizão, inaugurado em 21 de agosto de 1994, um ano depois do previsto. Foi o único construído por Joaquim Roriz em três passagens pelo Palácio do Buriti, em um total de oito anos.
Nada disso, porém, evitou que se tornasse quase inútil até os dias de hoje, sediando pouquíssimas partidas oficiais desde a sua inauguração. Foram 46 jogos em 24 anos, média de menos de dois por ano.




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