Primeiro escudo |
No dia de hoje, o Samambaia
Futebol Clube está completando 30 anos de existência. Foi fundado em 29 de
janeiro de 1993.
Suas cores, registradas na ainda
Federação Brasiliense de Futebol, são verde, marrom e branca.
O clube é de uma das cidades
mais pobres do Distrito Federal, Samambaia.
O Samambaia foi fundado
especialmente para ser logo profissional, isto é, sem passar pelos campeonatos de
amadores ou da Segunda Divisão.
Pouco antes de começar o
campeonato de 1993, o Samambaia recebeu o convite do presidente Tadeu Roriz,
teve sua filiação oficializada em 12 de março de 1993 e somente a partir dessa
certeza é que o time iniciou os treinamentos.
O plantel foi composto com
jogadores emprestados pelo Taguatinga e clubes do interior de Goiás.
O PRIMEIRO JOGO OFICIAL
O Samambaia fez sua estreia no
Campeonato Brasiliense sendo derrotado pelo Brasília, por 2 x 1, no dia 14 de
março de 1993, no Estádio Mané Garrincha. O primeiro gol da história do
Samambaia foi marcado aos 39 minutos do 2º tempo, pelo lateral Nildo, que
colocou a bola no ângulo superior esquerdo do goleiro Gildo, numa cobrança de
falta.
O Samambaia atuou com Adão,
Nildo, Marcelo, Carlão e Niltinho; Toninho, Gilson e Rivelino; Lúcio (Reginaldo),
Pablo e Paulo César (Zé Carlos). Técnico: Dodô.
ÍBIS DO DF
Pelo fato de permanecer até setembro
de 1993 sem vencer nenhuma partida do Campeonato Brasiliense, a imprensa local
passou a chamar o Samambaia de “Íbis do DF”.
A primeira (e também a única)
vitória aconteceu no dia 5 de setembro de 1993, no Serejão, quando venceu o
Ceilândia, por 2 x 1, com gols de Rivelino e Nenê.
Foi último colocado no
campeonato de 1993, com uma péssima campanha: nos 32 jogos que disputou, venceu
apenas um, empatou sete e perdeu vinte e quatro. Marcou 19 gols e sofreu 68,
ficando com um déficit de 49 gols.
A RECUPERAÇÃO
O ano de 1994 foi totalmente
diferente para o Samambaia. Na classificação geral chegou em 4º lugar entre os
dez participantes. Foram 20 jogos, quando conseguiu vencer sete, empatar seis e
perder sete. Marcou 19 gols e sofreu 21.
Dois momentos marcantes em 1994:
o primeiro aconteceu diante do Tiradentes, no dia 7 de maio, no Serejão. Até os
cinco minutos do 2º tempo, o Samambaia vencia por 4 x 1. Quinze minutos depois,
o jogo estava empatado em 4 x 4, com grande parcela de contribuição do goleiro
do Samambaia, Marcelo. Faltando dois minutos para terminar o jogo, aconteceu a
virada do Tiradentes para 5 x 4.
O segundo foi quando deixou
escapar a chance de disputar a final do campeonato, ao ser derrotado pelo Gama
na decisão do 2º turno, após dois jogos.
A ETERNA LUTA CONTRA O
REBAIXAMENTO
Segundo escudo do Samambaia |
Voltou a realizar campanha muito
ruim em 1995, ficando com a nona e penúltima colocação, na frente apenas do
Comercial. Nos 18 jogos que disputou, venceu apenas três. Por sorte ainda não
havia rebaixamento.
Situação que não pôde evitar no
ano seguinte, 1996. O campeonato passou a ter 14 participantes e o regulamento
previa que os oito primeiros colocados permaneceriam na Primeira Divisão e os
demais disputariam um torneio para classificar os dois primeiros e rebaixar os
dois últimos. Sem vencer um jogo sequer, foi rebaixado para a Segunda Divisão,
que teria sua primeira edição em 1997.
Pediu licença junto à Federação
Brasiliense de Futebol e não disputou a Segunda Divisão em 1997. Disputou essa
competição em 1998, quando chegou na sexta e penúltima colocação da competição,
um ponto à frente apenas do Atlântida, último colocado.
Em 1999 repetiu o mal
desempenho, ficando em quinto e penúltimo lugar, por coincidência apenas na
frente do Atlântida, clube sobre o qual obteve sua única vitória na competição.
O ano de 2000 foi mais um de
fraco desempenho. O campeonato da Segunda Divisão passou a ter 14 equipes e o
Samambaia ficou em quinto lugar no Grupo B, não passando para as semifinais.
Nos 12 jogos, obteve três vitórias.
A situação piorou ainda mais em
2001, quando foi último colocado no Grupo B, sem vencer um jogo sequer entre os
14 que disputou. Marcou apenas dois gols!
Em 2002 foi mais um ano sem
conseguir bons resultados, ficando em quarto lugar no seu grupo, condição que o
deixava de fora da tentativa de chegar à final do campeonato.
Melhorou bastante em 2003 quando
chegou a disputar uma das semifinais com o Sobradinho, vencendo um jogo e
perdendo outro, combinação que o deixou de fora da final, mais uma vez.
Em 2004 foi o primeiro colocado
do seu grupo, mas não conseguiu ficar com uma das duas vagas da Segunda Fase
que o colocaria nas semifinais.
Em 2005, chegou em 7º entre os
oito participantes, mais uma vez sem obter uma vitória sequer. Por pouco não
foi parar na Terceira Divisão em 2006.
O melhor ano do Samambaia na
Segunda Divisão aconteceu em 2006, quando ficou com o vice-campeonato, dois
pontos atrás do Esportivo Guará, o campeão e promovido. Foram seis vitórias nos
oito jogos que disputou. Uma das duas derrotas que sofreu, no dia 29 de
outubro, diante do Esportivo (2 x 1) definiu a classificação final da Segunda
Divisão.
Foi quarto colocado em 2007,
entre os nove clubes que disputou a competição, e sexto entre oito em 2008.
Estranhamente e em cima da hora
desistiu de participar do campeonato de 2009 e foi rebaixado para a Terceira
Divisão.
Em 2010 não disputou competições
oficiais.
No ano de 2011 foi o décimo primeiro
colocado entre os quinze participantes da Segunda Divisão daquele ano.
O PRIMEIRO GRITO DE É
CAMPEÃO: O RETORNO COM TÍTULO
Após ficar dois anos (2012 e
2013) sem disputar a Segunda Divisão de Brasília, o Samambaia seria excluído do
quadro de filiados da Federação Brasiliense de Futebol caso não disputasse a
edição de 2014.
Em seu retorno, às atividades, a
diretoria investiu pesado para a formação do elenco. Contratou Carlos Félix para
ser Gestor de Futebol e Reinaldo Gueldini para Técnico. Recebeu cinco Jogadores
do Brasiliense (com o qual tinha uma parceria), por empréstimo: o zagueiro
Somália, o volante Lucas, os meias Elivelto e Carlyle e o atacante Daniel, além
de contratar nomes como: Thyago Fernandes, o goleiro Donizeti (que no meio do
campeonato foi contratado pelo CRAC-GO para a disputa do Brasileiro da Série C)
e Allann Delon, que passou a ser a grande estrela do time.
Com tanto investimento, o
Samambaia, que nem sabia se iria disputar o campeonato, passou a ser o
favorito. E não decepcionou. Na Primeira Fase, a equipe se classificou para a elite
do futebol brasiliense com uma rodada de antecedência e foi para a final da
Segunda Divisão, vencendo todas as cinco partidas que disputou, ficando em
primeiro e se classificando para a final. Na final, disputada contra o
Cruzeiro, bastava empatar para o time ser campeão. Mas a equipe fez mais que
isso, venceu o jogo por 2 x 0, gols de Edicarlos e Cassius. Edicarlos se tornou
artilheiro da competição.
Com este resultado o Samambaia
conquistou a Segunda Divisão de 2014, seu primeiro título oficial desde sua
fundação.
Em 2015, o Samambaia voltaria a jogar a Primeira Divisão do campeonato brasiliense, depois de 18 anos sem
disputá-la. Porém, o clube desistiu de participar da competição na última hora,
por motivos não divulgados. Com isso, a competição passou a contar apenas com
onze clubes e o Samambaia foi automaticamente rebaixado para a segunda divisão
de 2016.
Foi segundo colocado em 2017 e subiu para a Primeira Divisão de 2018, quando voltou a decepcionar, sendo último colocado e novamente rebaixado.
Foi décimo colocado na Segunda Divisão de 2019, mas, no ano seguinte, voltaria a conquistar o título de campeão e o direito de voltar a disputar a Primeira em 2021.
Terminou em 10º lugar em 2021, no ano em que apenas os oito primeiros (e mais os dois melhores da Segunda) passariam a disputar o campeonato do DF e foi rebaixado outra vez.
Em 2022, conquistou pela terceira vez o Campeonato Brasiliense da Segunda Divisão, de forma invicta, e estará na Primeira neste ano de 2023.
PROMESSA PERDIDA
Em 1999, uma grande promessa do
futebol brasiliense, Ivanildo Alves, mais conhecido por Noca, que veio das
categorias de base do Gama, iria atuar na equipe profissional do Samambaia na
disputa do campeonato do DF desse ano. Acabou sumindo e foi encontrado, meses
depois, nas páginas policiais, preso por prática de assalto, dando um fim em
sua carreira esportiva condenado a cinco anos de detenção.
MENINA DOS OLHOS DO GOVERNADOR
Mesmo sendo uma das cidades
mais pobres do Distrito Federal, Samambaia era conhecida como a “menina dos olhos” do governador
Joaquim Domingos Roriz. Além de ter criado a cidade, em 1989, em sua primeira
gestão, o político gostava de se vangloriar internacionalmente do projeto, como
se fosse um modelo de urbanização. Chegou a desfilar até na Organização das
Nações Unidas (ONU), em New York, em controvertida participação extraoficial.
Além disso, Joaquim Domingos
Roriz é o nome oficial do estádio Rorizão, inaugurado em 21 de agosto de 1994,
um ano depois do previsto. Foi o único construído por Joaquim Roriz em três
passagens pelo Palácio do Buriti, em um total de oito anos.
Nada disso, porém, evitou que
se tornasse quase inútil até os dias de hoje, sediando pouquíssimas partidas
oficiais desde a sua inauguração. Foram 46 jogos em 24 anos, média de menos de
dois por ano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário