Tôco foi considerado um dos melhores jogadores da região. Tinha grande
habilidade, era exímio cabeceador e chutava bem com os dois pés. Tudo isso
fruto de muito treinamento. Era o primeiro a chegar e o último a sair do campo.
Muitos afirmam que ele nasceu na época errada. Se fosse hoje, com certeza estaria
em um grande clube do futebol brasileiro.
Atuou em uma época em que o futebol não era tão divulgado. Estreou no time do
Luziânia em 1950, com 13 anos de idade, na derrota por 2 x 0 para o time do
Cristalina.
No futebol de Brasília, Tôco atuou pela primeira vez em 2 de abril de 1960. Poucos
dias antes da inauguração de Brasília (que aconteceria em 21 de abril de 1960),
o Bangu, do Rio de Janeiro, visitou a futura Capital Federal, aqui realizando
dois jogos amistosos. Em um deles, contra o Guará, clube que solicitou o
empréstimo de Tôco para a ocasião. O Bangu já tinha um bom time e, como era de
se esperar, o Guará foi goleado (4 x 0).
O Guará jogou com Redola, Pezão e Tostão; Severo, Múcio e Homero; Belchior,
Mário, Fernando, Tôco e Maia. Técnico: Augusto da Costa.
Independentemente do resultado, novamente Tôco foi requisitado junto ao
Luziânia para um novo amistoso do Guará, em 8 de maio de 1960, desta vez com
vitória sobre o Nacional, de Brasília, por 3 x 2.
O Guará era o clube de maior atividade em Brasília. Constantemente estava
realizando amistosos ou visitando outras cidades. Tinha como destaques Múcio,
ex-Palmeiras e Atlético Mineiro, o veterano atacante Luís Maia, ex-defensor da
seleção brasileira de amadores, Cirineu Gonzaga, o Cisquinho, de muitos anos no
futebol goiano, e Íris, o atacante de maior nome no futebol do DF na época e
que, logo depois, iria para o futebol do Equador. Além disso, trouxe o treinador
Augusto da Costa (zagueiro da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1950) para
Brasília.
Retornou ao Luziânia e por ele disputou um amistoso contra o Grêmio Esportivo
Brasiliense em 30 de outubro de 1960, em Luziânia (GO), partida para homenagear
o Prefeito Juca da Ponte. O Luziânia venceu por 1 x 0, gol de Tôco. Atuou o
Luziânia com Isauro, Evaldo Carneiro, Ditinho, Ildomar e Coquinho; Ciliu,
Wanderlan e Osmar Tormin; Tôco, Braguinha e Francisco de Bilo. Técnico: Nazir
Salomão.
No começo de 1962, mais precisamente no dia 20 de janeiro, Tôco nada pôde fazer
para evitar a quebra da invencibilidade de 54 jogos do Luziânia, quando viu seu
clube ser derrotado pela A. E. Cruzeiro do Sul, do DF, por 2 x 0.
Disputou mais alguns amistosos contra clubes do DF e, em 14 de setembro de 1962
o Diário Carioca-Brasília estampava em uma de suas manchetes: TÔCO NO RABELLO,
complementando: “O Rabello conseguiu para suas fileiras o concurso do jogador
Tôco, que pertencia ao Luziânia Futebol Clube e cujas exibições, nesta capital,
foram sempre elogiadas pela crônica e pelos dirigentes”.
A última vez em que vestiu a camisa do Rabello foi em 9 de novembro de 1963, no
segundo amistoso que o clube disputou com a Seleção Juvenil de Brasília, que se
preparava para a excursão que realizaria pelo interior dos Estados de Goiás e
Minas Gerais. O jogo terminou 2 x 2, com os dois gols do Rabello anotados por
Tôco.
O quadro do Rabello contou com Gaguinho, Luziné, Edilson Braga, Alonso Capela e
Betão; Tôco e Nilo; Ramiro, Ely, Invasão e Léo.
Voltou, então, para o Luziânia, que, no ano de 1964, passaria a disputar pela
primeira vez as competições do futebol do DF.
A primeira oportunidade surgiu durante o Torneio “Prefeito Ivo de Magalhães”, a
primeira competição sob o regime profissional em Brasília, disputado por quatro
equipes que aderiram ao novo regime naquele ano (além do Luziânia, 1º de Maio,
Colombo e Rabello). Na estreia, o Luziânia foi derrotado pelo Colombo, por 2 x
1, no dia 15 de março de 1964, jogando no campo do Guará. Formou o Luziânia com
Toninho, Coquinho, Eufrásio, Félix e Peru; Bugue e Tôco; Bubu, Invasão, Carlos
Zampietro e Francisco de Bilo (Duquinha) (Gamela). Técnico: Raimundo
Laranjeiras.
Logo depois, Tôco seria convocado (juntamente com outros dois jogadores do
Luziânia: Félix e Invasão), pelo técnico Waldyr de Carvalho (Didi), para a
Seleção do DF que disputaria um amistoso contra a seleção de Goiás no dia 21 de
abril de 1964. Não atuou nesse jogo.
O Luziânia não conseguiu continuar na categoria de profissionais em 1965 e Tôco
foi emprestado ao Colombo para a disputa do Campeonato Brasiliense desse ano,
mas não conseguiu a titularidade, tendo em vista grandes jogadores que o clube
possuía em sua posição, tais como Cid, Baiano, Tião I e Tião II.
Mas foi lembrado pelo Guará em dois amistosos disputados pelo clube. Em um
deles, no dia 13 de junho de 1965, no jogo que marcou o retorno do Guará ao
futebol de Brasília, em Luziânia, no empate em 3 x 3 justamente contra o
Luziânia.
No ano de 1966, o Luziânia voltaria a disputar o campeonato de profissionais e
em 15 de maio de 1966, no amistoso contra a seleção do DF, Tôco marcou dois
gols no empate em 3 x 3. O Luziânia atuou com essa formação: Walmir, Ditinho,
Zezão, Bimba e Tião; Bolinha e Tôco; Bubu, Bolero, Sabará e Oscar. Técnico:
Jesus dos Santos.
No dia 12 de junho de 1966, disputou o Torneio Início de Profissionais, no novo
estádio de Brasília (que posteriormente passaria a ser chamado de Pelezão). O
Luziânia foi desclassificado logo no primeiro jogo, ao ser derrotado pelo
Pederneiras, por 1 x 0.
Na estreia no campeonato, duas semanas depois, já tendo Wander Abdalla como
treinador, marcou um dos gols da vitória do Luziânia sobre o Defelê, por 3 x 1.
Sua atuação o levou a fazer parte da “Seleção da Rodada”, escolhida pelo jornal
Correio Braziliense, que ficou assim formada: Luiz (Guará), Pedrinho (Defelê),
Firmo (Pederneiras), Bimba (Luziânia) e Tiãozinho (Luziânia); Heitor (Guará) e
Tôco (Luziânia); Zezé (Rabello), Otávio (Rabello), Sabará (Luziânia) e Reinaldo
(Rabello). O “Craque da Rodada” foi seu companheiro de equipe, Bimba.
Marcou dois gols em outra vitória do Luziânia, no dia 3 de julho de 1966,
contra o Pederneiras (3 x 1), jogo em que foi expulso de campo.
Em 1967 Tôco disputou o Campeonato Brasiliense de profissionais e a Copa Brasil Central, pelo Colombo (competição que reuniu clubes do DF
e de Goiás - Goiânia e Anápolis.
Emprestado
pelo Luziânia também defendeu outras equipes, tais como Cristalina (GO),
Planaltina (DF), Formosa (GO), Ypiranga, de Anápolis (GO), e Sírio Libanês, de
Goiânia (GO).
Encerrou a carreira em 1970, após grave contusão no joelho direito. Seu último
jogo foi pelo Vasquinho, de Zé Preto, quando venceu por 3 x 1 o time do
Orizona.
O troféu do XVIII Campeonato Amador de Luziânia levou o seu nome. Recebeu um
troféu na inauguração do estádio Serra do Lago, em 1992. Em 2011, o troféu de
campeão do XXXIX Campeonato Amador de Luziânia voltou a receber o seu nome.
Reside em Luziânia, onde é proprietário da Loja Toco Materiais de Construção.
Colaboração: José Egídio Pereira Lima.
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