quarta-feira, 15 de agosto de 2018

AS DECISÕES: Taça Brasília - 2004


A Taça Brasília foi o nome oficial que a Federação Metropolitana de Futebol deu à seletiva brasiliense para a Série C do Campeonato Brasileiro de 2004.
Cinco clubes disputaram a vaga: Ceilândia, Dom Pedro II, Paranoá e Sobradinho. O quinto participante foi o Brasiliense, que já estava na Série B, e disputou a seletiva com seu time B, formado por reservas e juniores. Os jogos do Brasiliense seriam descartados na busca da vaga para a Série C, para evitar que interferissem na disputa.
Conforme previsto no regulamento da competição, o primeiro colocado (Paranoá) e o segundo (Ceilândia) deveriam decidir, em dois jogos, quem seria o dono da outra vaga do DF na Série C do Campeonato Brasileiro (a outra já era do Gama, rebaixado da Série B no ano anterior).
No primeiro jogo, no dia 15 de julho de 2004, no Serejão, pela terceira vez consecutiva, o Paranoá goleou o Ceilândia: 3 x 0, e abriu uma boa margem de gols para o segundo. Marcaram os gols: Bispo, 18 e 22 e Marcelinho, 85.
Foi aí que aconteceram estranhos acontecimentos, os quais foram chamados pelo jornal Correio Braziliense, de “Golpe Baixo”. A FMF publicou o Boletim Oficial Extraordinário nº 001/2004, de 13 de julho de 2004, e acrescentou ao Art. 11 do Regulamento da I Taça Brasília 2004 um parágrafo único, com a seguinte redação: “Parágrafo Único - Na fase final da competição, se após realizadas as duas partidas previstas, for apurado igual número de pontos na fase entre as duas equipes finalistas, será conhecida a equipe campeã pelo critério de cobrança de pênaltis”.
Ou seja, apesar de ter vencido por 3 x 0 no duelo de ida, ter feito o maior número de pontos ganhos na Primeira Fase e de estar invicto até o momento (oito vitórias e um empate), o Paranoá passaria a ter apenas a vantagem do empate na decisão. O saldo de gols “evaporou”! Qualquer vitória do Ceilândia levaria a decisão do título para as cobranças de pênalti. Segundo o Boletim Oficial, com o regulamento “omisso quanto aos critérios para definição e proclamação do campeão”, o 2º Vice-Presidente da Federação Metropolitana de Futebol, respondendo pelo Departamento Técnico de Futebol Profissional e Amador da FMF, José Beni Monteiro (ex-presidente do Ceilândia), decidiu implodir a goleada numa canetada.
José Beni Monteiro chegou a dizer que a medida foi tomada dois dias antes do primeiro jogo. O site oficial da Federação, no entanto, não divulgou nada. Alegou, ainda, que o Boletim foi afixado no mural da Federação. O Paranoá também não foi avisado oficialmente.
Mas, tudo isso foi colocado em segundo plano após o segundo jogo da decisão. No dia 18 de julho de 2004, no Mané Garrincha, pela quarta vez na competição, o Paranoá goleou o Ceilândia, desta vez por 6 x 2, e ficou com o título do torneio e com a vaga para a Série C do Campeonato Brasileiro.
O passeio começou aos 20 segundos, com Toca. Bispo ampliou, de cabeça, aos 24 minutos. Nos acréscimos do primeiro tempo, o lateral-direito Jhonny descontou, de pé esquerdo, colocando o Ceilândia no jogo.
No segundo tempo, aos nove minutos, Julinho, de cabeça, ampliou para o Paranoá. Aos 26, Michel voltou a diminuir a diferença para o Ceilândia, mas foi só. Um minuto depois desse gol, Julinho, novamente de cabeça, marcou o quarto gol do Paranoá. Aos 42 minutos, na cobrança de falta de Cubango, o goleiro Bruno falhou e sofreu o quinto gol do Paranoá. Já nos acréscimos do segundo tempo, Leonardo definiu a goleada em favor do campeão Paranoá: 6 x 2.
A TV Record transmitiu ao vivo a decisão da Taça Brasília.

PARANOÁ 6 x 2 CEILÂNDIA
Data: 18 de julho de 2004
Local: estádio Mané Garrincha, Brasília-DF
Árbitro: Divino Enes
Renda: R$ 192,00
Público: 192 pagantes
Expulsões: Lúcio, do Ceilândia, e Bispo, do Paranoá
Gols: Toca, aos 20 segundos; Bispo, 24; Jhonny, 45+1; Julinho, 54; Michel, 71; Julinho, 72; Cubango, 87 e Leonardo, 90+3
PARANOÁ: Fernando, Wellington Cássio, Adriano, Gilson e Thiago Rocha; Cubango, Coquinho, Maninho (Agenor), Marcelinho (Julinho) e Toca (Leonardo); Bispo. Técnico: Reinaldo Gueldini.
CEILÂNDIA: Bruno, Jhonny, Piu, Lúcio e Maranhão (Carlos Eduardo); Didão, Écio (Cassius), Kabila, Paulo Henrique e Fabinho (Jonhes); Michel. Técnico: Pavão.



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