Wander
Marques Abdalla nasceu em 20 de maio de 1937, em Conquista, pequeno município
localizado na região de Uberaba, no Triângulo Mineiro.
Começou
sua carreira no futebol como jogador do Ponte Alta, clube que defendeu de 1954
a 1957 e que disputava o campeonato da Liga de Uberaba.
No
início do ano de 1958, chegou a fazer testes no América, de Belo Horizonte
(MG). Nesta época, os dirigentes do Bela Vista, de Sete Lagoas (MG),
encontravam-se na capital mineira, à procura de reforços para o campeonato
estadual. Chegando ao América, seu treinador o indicou para o clube de Sete
Lagoas. No Bela Vista, disputou o turno de classificação do Campeonato Mineiro
de 1958, atuando com médio-volante. Ainda neste ano, sagrou-se campeão do
Torneio “Mário Gomes”, ao empatar com o Pedro Leopoldo (1 x 1). No jogo
realizado na vizinha cidade de Pedro Leopoldo, Wander jogou na posição de
zagueiro-direito.
Em
fevereiro de 1959 foi treinar no Goiânia (GO), não ingressando no então
bicampeão goiano, pois era profissional e para atuar no futebol de Goiás
deveria acontecer a reversão de profissional para amador. Saindo de Goiânia,
resolveu se aventurar e tentar a sorte em Brasília, cidade que oferecia muitas
oportunidades de emprego, mas onde fixar residência era uma tarefa árdua e
exigia abnegação, pois se encontrava no início de sua construção. Aqui chegou
em junho e já no dia 6 de julho de 1959 era admitido como Escriturário da
Novacap. Logo, procurou se inteirar dos locais onde se praticava o futebol.
Primeiramente, treinou no Guará, passando logo depois para o Grêmio, sendo
campeão da cidade em 1959.
Time da EBE |
Nos
anos de 1960 e 1961, foi bicampeão pelo Defelê, um dos maiores clubes do DF e
que ajudou a fundar. Wander e outros funcionários do Departamento de Força e
Luz gostavam muito de jogar futebol nas horas de folga, chegando ao ponto de
jogarem peladas com bola de meia. A pedido dos seus colegas de trabalho, Wander
tomou à frente do projeto de organizar um time de futebol para jogar contra as
equipes dos outros Departamentos da Novacap, como DVO, DTU e da empresa EBE.
Inicialmente, passou uma lista visando arrecadar fundos para a aquisição de uma
bola oficial. Vencida esta etapa, realizou pesquisa para identificar o nível
técnico dos funcionários do Departamento. Poucos sabiam realmente jogar
futebol, tais como Samuel, Lacir Pedersoli, Ely (filho de Roberto, que acabara
de chegar em Brasília e havia sido jogador dos juvenis do Madureira), os outros
se esforçavam para completar a equipe.
Defelê |
Quando
entendeu que sua participação no Defelê tinha se esgotado, resolveu mudar de
ares e, no biênio 1962/1963 esteve na Associação Esportiva Cruzeiro do Sul. O
início do seu lado de cartola aflorou ainda mais em 1964, quando criou o
Milionários, ironicamente formado com jogadores que estavam parados
oficialmente, recrutados por Wander, que era treinador e dono do time. Realizava
jogos-exibição por todo o DF. Muitos jogadores deste time voltaram a atividade
por muitos anos depois.
Milionários |
Afastou-se
do esporte e passou a se dedicar aos negócios, como empresário do setor de
papel, inicialmente trabalhando na Gestetner (1973 a 1976) e, posteriormente,
cuidando de sua própria firma, a SP Comercial de Papéis (que funcionou de 1977
a 1985). Nas suas horas de folga, jogava pelo Gerovital F.C., famoso time de
peladas de Brasília e integrado por profissionais das mais diversas áreas de
trabalho.
Retornou
ao futebol em 1976, contratado para supervisionar o Departamento de Futebol
Profissional do Grêmio Esportivo Brasiliense, que também voltava a disputar
competições oficiais. Chegou a deixar o cargo, depois de se desentender com o
Diretor de Futebol, Antônio Martins Filho, situação contornada depois de uma
boa conversa. O Grêmio sagrou-se campeão do Torneio Imprensa, a primeira
competição oficial da nova fase do futebol do Distrito Federal.
Grêmio |
Em janeiro de 1985 apresentou
proposta de trabalho no sentido de tornar a equipe do Gama novamente
competitiva; juntamente com o ortopedista Flory Machado, associou-se ao clube
(passando a ser seu Vice-Presidente de Futebol) para implantar uma nova
política administrativa no futebol.
Em 1986, foi um dos candidatos à Presidência
da Federação Metropolitana de Futebol, concorrendo com mais duas chapas,
lideradas por Hezir Espíndola (apoiada pelo governador José Aparecido), e
Wagner Marques, ex-presidente do Brasília E. C. Wander era, na opinião dos
jornalistas esportivos, o candidato favorito às eleições para a FMF. Apesar
disso, não ganhou. A eleição aconteceu em 10 de março e o eleito foi Wagner
Marques, de uma forma que até hoje ninguém consegue explicar, pois todos
apoiavam Wander Abdalla e, de repente, mudaram de opinião.
Com alguns veteranos do futebol do DF |
Em 1989, convidou outro
bicampeão mundial, Djalma Santos, para ser treinador do Guará; promoveu o
retorno do artilheiro Beijoca, contratando também Ataliba e Mauro, dois ex-jogadores
do Corinthians. O Guará disputou as finais do campeonato brasiliense. Antes de
se afastar novamente do futebol, teve uma rápida passagem pelo Ceilândia.
Em 14
de novembro de 2007, foi nomeado para exercer cargo em comissão na Secretaria
de Esportes do Distrito Federal.
Hoje
Wander acompanha o futebol pela TV e raramente vai aos estádios.
Pra mim o melhor presente que trabalhei, foi um prazer Sr. Wander gratidão
ResponderExcluir