Também em 1948, o América, com Didi de titular na
sua zaga, venceu um torneio quadrangular disputado em Belo Horizonte e que
reuniu a superequipe do Vasco da Gama, base da seleção brasileira que
disputaria a Copa do Mundo de 1950, o São Paulo e o Atlético Mineiro. Didi
formou dupla com Lusitano.
Num de seus últimos jogos no América, em 5 de novembro de 1950, no estádio do
Barro Preto, em Belo Horizonte, aconteceu empate de 3 x 3 entre América e
Cruzeiro.
Depois do América mineiro, Didi passou pelo Tupã (SP) - onde foi jogador e
técnico.
Em outubro de 1953, Didi foi um dos contratados pelo Nacional, de Uberaba, para
a disputa do segundo turno do campeonato de Uberaba.
Sua estreia só aconteceu no dia 20 de dezembro de 1953, quando o Nacional
venceu o Fluminense, de Araguari, por 3 x 1, em jogo válido pelo torneio do
Triângulo Mineiro.
O Nacional, que não vinha bem no citadino, logo passou a atravessar uma ótima
fase, com Didi tendo melhorado o seu sistema defensivo e passando a ser considerado
um dos melhores centro-médios do sul de Minas.
O Nacional tornou-se vice-campeão do Triângulo Mineiro de 1953. Depois disso, o
Nacional foi o campeão amador de Uberaba nos anos de 1954 e 1955.
Em julho de 1954, o treinador Sultan Mattar deixou a direção do Nacional.
Enquanto o clube não conseguia um novo técnico, Didi passou a orientar os
treinamentos, dando seus primeiros passos como treinador.
Na edição de 18 de agosto de 1954, após vitória do Nacional sobre seu maior
rirval, o Uberaba S. C., o jornal Lavoura e Comércio, de Uberaba, disse: “Didi
foi uma barreira. Absoluta classe, faz com perfeição o trabalho de cobertura.
Está jogando uma enormidade o veterano Didi”.
O treinador do Nacional passou a ser seu ex-companheiro de América carioca, o
zagueiro argentino Hector Gritta.
Comentário do “Lavoura e Comércio” de 14 de setembro de 1955: “Didi é outro que
está resistindo ao tempo. É como o vinho, quanto mais velho melhor. Didi, a
exemplo de Oliveira, atua nos gramados desde 1940. Sempre uma barreira. Nos
certames mineiros, pivot do América e depois zagueiro, Didi chegou a figurar no
selecionado das Alterosas. Esteve militando no futebol paulista e, certo dia,
chegou, viu e venceu no futebol uberabense. É uma “navalha” o craque-barbeiro.
Capitão da equipe, mercê suas qualidades de homem e jogador”.
No dia 17 de outubro de 1955, a CBD divulgou um despacho oficial comunicando que
concederia o prêmio Belfort Duarte ao jogador Didi. Nota: o prêmio Belfort
Duarte era uma homenagem da CBD ao jogador João Evangelista Belfort Duarte, e
era oferecido aos jogadores que permanecessem 10 anos sem ser expulso.
Menos de um mês depois, no dia 8 de novembro de 1955, Didi compareceu ao
programa de rádio comandado por Leite Neto para apresentar suas despedidas e
ser homenageado pela família nacionalista. Didi sempre foi um exemplo de
jogador eficiente e disciplinado e, por estas razões, deixou muitas amizades e
saudades.
O novo rumo de Didi seria Ponte Alta, distante 35 km do centro de Uberaba, um
distrito mais conhecido por abrigar uma importante fábrica de cimento. O time
que Didi iria defender era o Cimento Ponte Alta Sport Club. Didi passou a
revezar entre jogador (como capitão da equipe) e treinador do Ponte Alta e a
ser funcionário da Fábrica de Cimento. Também continuou inscrito pelo Nacional
e ainda disputou alguns jogos pelo campeonato de Uberaba.
Em dezembro de 1955 foi realizada uma enquete para se conhecer a “seleção do
ano” e o jogador mais completo do ano. Seis pessoas, sendo cinco cronistas
esportivos e um árbitro, elegeram a “seleção do ano” e apontaram o jogador mais
completo de 1955.
Os locutores esportivos Farah Zaida e Jorge Zaidan escolheram para craque do
ano, Tati e Donaldo, respectivamente. O também locutor Eurípedes Craig votou em
Didi, assim justificando seu voto: “Alma do Nacional e dono de um quadro,
merece este posto. Didi, pelo que representou ao Nacional, é o craque do ano”.
O goleiro do Uberaba, Vilmondes, recebeu os outros três votos e ganhou a
votação.
De 1956 a 1959, às vezes como jogador e outras como treinador, Didi esteve no
Ponte Alta.
No dia 1º de maio de 1956, teve lugar um torneio em comemoração ao “Dia do
Trabalho”, o Torneio Industriário de Futebol, promovido pelo S. R. F. do SESI, que
contou com a participação de seis clubes, dentre eles o Ponte Alta. Sagrou-se
campeão o quadro do Ceres F. C., que venceu o Ponte Alta, na disputa de
pênaltis, por 3 x 2, depois de 0 x 0 no tempo regulamentar. Didi formou na zaga
do Ponte Alta.
Também tomou parte do Torneio Início promovido pela Liga Uberabense de Futebol,
sendo eliminado pelo Fabrício.
Nos últimos jogos, principalmente os amistosos disputados contra clubes de
Uberaba, Didi atuou mais como treinador do que como jogador do Ponte Alta.
Nos anos de 1958 e 1959, o Ponte Alta continuou prosperando, graças a
orientação competente do veterano e admirado Didi. Nesses anos, o Ponte Alta
disputou o campeonato amador da cidade de Uberaba, patrocinado pela LUF.
Didi foi um dos primeiros técnicos a vir trabalhar no futebol do Distrito
Federal, trazido do interior de Minas Gerais para treinar o Defelê. Chegou à
Brasília em julho de 1960, passando a fazer parte do quadro de funcionários do
Departamento de Força e Luz - DFL e, a convite de Ciro Machado do Espírito
Santo, passou a treinar o Defelê, onde se tornou bicampeão em 1960 e 1961
(também era treinador no ano de 1962 em que o Defelê se sagrou tricampeão, mas
saiu antes do encerramento do campeonato).
Também foi o técnico da Seleção do Distrito Federal no Campeonato Brasileiro de
Seleções de 1962 e em diversos jogos amistosos.