O Central Clube Nacional de Brasília
assim denominado em homenagem à Companhia Construtora Nacional S. A. (empresa que
construiu a Câmara dos Deputados e o Senado Federal), em cujo seio nasceu a inspiração
de sua fundação, foi organizado em 26 de julho de 1958, em Brasília (DF).
Seu principal uniforme era camisa branca com faixa transversal verde, calção branco
e meias brancas. Também usava camisa toda verde e calções brancos e meias verdes.
O Nacional foi um dos clubes fundadores, em 16 de março de 1959, da Federação Desportiva
de Brasília. Nessa reunião foi representado por Edmundo Prado e Gabriel da Costa
Filho.
Sobre este último, todos que o conheceram diziam que nas páginas da história do
futebol de Brasília deveria figurar obrigatoriamente seu nome. Desde o advento da
Nova Capital, Gabriel da Costa Filho sempre trabalhou intensa e proficuamente pelo
esporte candango. No Nacional todos o conheciam apenas e simplesmente como Sr. Costa.
O Sr. Costa viria a falecer pouco tempo depois, em 3 de novembro de 1961.
A partir de 31 de maio de 1959, o Nacional passou a participar do primeiro campeonato
de futebol, promovido pela nova Federação, antes mesmo da inauguração de Brasília
(que só aconteceria em 21 de abril de 1960). Os clubes foram divididos em Zona Sul
e Zona Norte. O Nacional integrou a Zona Norte, com mais nove clubes. Com o decorrer
dos jogos muitos clubes desistiram de continuar na competição. Foi o caso do Nacional,
que se retirou bem antes do final das duas zonas.
Retornou no dia 8 de maio de 1960, em amistoso realizado no Israel Pinheiro, quando
foi derrotado pelo poderoso Guará, por 3 x 2. Marcaram os gols do Nacional Moisés
e Joãozinho.
A partir de 12 de junho de 1960, o Nacional tomou parte do Troféu “Israel Pinheiro”
(por iniciativa do presidente da Construtora Ribeiro Ltda., Cesar Ribeiro), que
foi disputado pelas companhias construtoras de Brasília.
Em sua estreia, aplicou 6 x 2 num time misto da Rabello.
Uma semana depois, 19 de junho, venceu a Pacheco Fernandes Dantas por 3 x 1, com
dois gols de Negrinho e um de Zezito. Formou o Nacional com Russo, Silva e Coelho;
Sabará, Lourinho e Sá; Dario, Negrinho, Zezito, Negrão e Joãozinho.
Com esse resultado, classificou-se para enfrentar, na final, o time da ECRA, no
dia 26 de junho de 1960. O placar final (Nacional 2 x 1 ECRA), deu o título ao Nacional.
Os gols do Nacional foram marcados por Sabará e Zezito. Sabará foi o melhor jogador
em campo, desequilibrando a partida em favor do Nacional. O técnico do Nacional
era Gabriel Costa Filho. O General Luís Toledo era presidente da Companhia Construtora
Nacional e presidente de honra do clube.
Uma semana depois, passou a participar do Troféu “Danton Jobim”, em homenagem ao
DC-Brasília e aos jornalistas brasileiros. Os jogos seriam nos dias 3, 10 e 17 de
julho de 1960.
O Nacional fez parte da Chave B, junto com a ENACO, Expansão e Rabello.
No primeiro jogo, nova vitória sobre o Rabello, por 2 x 1. No dia 10 de julho, foi
derrotado pela ENACO (3 x 1) e no dia 17 empatou com o Expansão (3 x 3). Não conseguiu
classificar-se para a fase final do torneio.
Para manter-se em atividade, passou a disputar amistosos. Num deles, em 28 de agosto
de 1960, venceu o Pederneiras, por 2 x 1.
Esse mesmo Pederneiras viria a desclassificar o Nacional do Torneio Início, realizado
no dia 4 de setembro de 1960. O Torneio Início reuniu 16 equipes. No sexto jogo
do dia, o Pederneiras marcou 2 x 0 sobre o Nacional.
Em virtude do elevado número de clubes inscritos (16), a Federação Desportiva de
Brasília resolveu fazer um torneio em turno único para determinar as oito equipes
que disputariam o campeonato da Primeira Divisão e as oito que comporiam a Segunda.
Os 16 clubes foram divididos em 4 grupos. Os clubes com campos em condições de jogo
foram cabeças-de-chave. O Nacional fez parte do Grupo D (com jogos no campo do Rabello),
juntamente com Alvorada, Rabello e Real.
Seriam consideradas automaticamente pertencentes à Primeira Divisão as equipes que
se classificassem em 1º e 2º lugares das séries. Os que se classificarem em terceiros
e quartos seriam considerados da Segunda Divisão.
Estreou no dia 18 de setembro de 1960, contra o dono da casa, o Rabello. Resultado
final: 0 x 0.
Na segunda rodada, no dia 25 de setembro de 1960, venceu o Alvorada por 1 x 0, gol
de Valmir, cobrando pênalti.
Na terceira e última rodada do torneio classificatório, realizada no dia 9 de outubro
de 1960, tomou um susto: perdeu para o Real, por 2 x 1. A sorte é que o adversário
tinha um saldo de gols pior que o seu e não conseguiu classificação. Ambos terminaram
com três pontos ganhos. Esse resultado garantiu o Nacional na Primeira Divisão do
Campeonato Brasiliense de 1960.
A estreia no campeonato aconteceu no dia 27 de novembro de 1960, no campo do Planalto.
Empatou em 3 x 3 com o dono da casa. Os gols do Nacional foram marcados nessa ordem:
Zezito (no 1º tempo) e Zezito e Fuso, no 2º.
Depois vieram cinco derrotas seguidas, quatro delas por goleada, e uma vitória de
5 x 1 sobre o Pederneiras, resultados que deram o sétimo e penúltimo lugar ao Nacional.
Foram sete jogos, com uma vitória, um empate e cinco derrotas. Marcou 13 gols e
sofreu 26.
Alguns jogadores que defenderam o Nacional nesse campeonato foram: Goleiros: Roberto
e Gato; Defensores: Jaime, Ernâni, Aldovandro, Chesman, Orlando, Walmir e Saldanha;
Atacantes: Jair, Fuso, Negrão, Gilson, Zezito, Joãozinho e Tarcísio.
O artilheiro do Nacional no campeonato foi Zezito, com 4 gols.
Em 23 de fevereiro de 1961, o ex-jogador do Botafogo e da Seleção Brasileira, Juvenal
(Juvenal Francisco Dias) assinou contrato como técnico do Nacional.
O Nacional sagrou-se campeão do Torneio Início, disputado no dia 9 de julho de 1961,
no Estádio “Israel Pinheiro”, do Guará. O torneio teve oito participantes.
Para chegar ao título, venceu o Alvorada e Defelê, nos pênaltis e, na decisão do
torneio, empatou, no tempo normal de jogo, com o Guará em 2 x 2. Na prorrogação,
o Nacional venceu por 1 x 0 e ficou com o título de campeão.
Veio o Campeonato e o Nacional melhorou um pouco a sua participação, ficando na
quinta posição, após essa campanha: 13 jogos, 5 vitórias, 3 empates e 5 derrotas;
14 gols a favor e 15 contra; total de pontos ganhos: 13. Seu principal artilheiro,
pelo segundo ano consecutivo, foi Zezito, com 7 gols.
No dia 1º de outubro de 1961, na derrota de 2 x 0 para o Guará, aconteceu a inauguração
do Estádio Aristóteles Góes, do Nacional. Léo, do Guará, marcou o primeiro gol do
novo estádio. Aristóteles Góes foi um dos diretores da Construtora Nacional, que
muito fez pelo clube e pelos esportes de Brasília.
Nesse estádio, no dia 21 de janeiro de 1962 aconteceu uma promoção das mais elogiáveis
e com o objetivo dos mais nobres: dois jogos amistosos em benefício das vítimas
da catástrofe ocorrida em uma casa de espetáculos, o “Grand Circo Norte-Americano”,
na cidade de Niterói (RJ), no dia 17 de dezembro de 1961. Na preliminar, o Nacional
fez 4 x 0 na Seleção da Aeronáutica, com gols de Ferreira, no 1º tempo, e Beto,
três vezes.
A primeira competição de 1962 foi o Torneio da Prefeitura do Distrito Federal, Taça
"Embaixador Sette Câmara", disputada por seis clubes. O Nacional ficou
em quarto lugar, à frente de Guanabara e Planalto. Nos cinco jogos que disputou,
obteve apenas uma vitória, empatando dois jogos e perdendo outros dois.
Com jogos de 20 minutos de duração, com dois tempos de 10 minutos cada, foi realizado
no dia 10 de junho de 1962 o Torneio Início, com os jogos disputados no Estádio
“Ciro Machado do Espírito Santo”. No terceiro jogo, aconteceu empate em 0 x 0 entre
Guanabara e Nacional (nos pênaltis, Guanabara 3 x 1).
O Campeonato da Primeira Divisão de 1962 dividiu-se em duas zonas: Norte e Sul.
O Nacional fez parte da Zona Norte, juntamente com Rabello, Defelê, Guanabara e
Alvorada.
Na classificação final, o Nacional ficou com a sexta posição, à frente de Presidência,
Guanabara, Cruzeiro e Alvorada. Venceu seis jogos, empatou três e perdeu oito. Marcou
22 gols e sofreu 27.
Pelo terceiro ano consecutivo, Zezito foi o artilheiro do Nacional, desta vez com
cinco gols.
Entre os juvenis, o Nacional foi o vice-campeão, dois pontos atrás do Cruzeiro,
o campeão.
O Nacional passou a ter jogadores de destaque, fato comprovado pelas diversas enquetes
realizadas pelos jornais de Brasília.
Na Seleção da Zona Norte escolhida pela crônica esportiva, três jogadores do Nacional
faziam parte do onze ideal: Pamplona, Logodô e Zezito.
O DC-Brasília colocou entre os melhores do futebol brasiliense em 1962 os seguintes
jogadores do Nacional: o lateral-direito Alberto, o lateral-esquerdo Ferreira, o
médio-volante João, o centro-avante Zezito e o ponteiro-esquerdo Nivaldo.
Apesar de, mais uma vez, ter sido desclassificado de forma rápida do Torneio Início
realizado em 12 de maio de 1963, no campo do Grêmio (derrota para o Alvorada, por
1 x 0), o Nacional conseguiu reunir bons jogadores em seu elenco para o campeonato
de 1963.
Prova disso foi sua melhor colocação em campeonatos brasilienses, conseguida em
1963, quando chegou na segunda colocação, junto com o Rabello, com 23 pontos ganhos.
O critério menor número de vitórias definiu sua colocação final em terceiro lugar.
Nove equipes disputaram o campeonato.
Zezito ficou na terceira colocação entre os artilheiros, com 7 gols marcados.
Defenderam o Nacional: Goleiro - Chico; Defensores - Alberto, Elias, Eufrásio, Logodô,
João, Valdir e Ferreira; Atacantes - Manoel, Nilson, Naelson, Toinho, Zezito, Zezão,
Xixico, Martelo e Aldo.
No campeonato de juvenis, o Nacional ficou com o vice-campeonato, um ponto apenas
atrás do campeão Rabello.
No ano de 1964 teve início a separação dos clubes nas categorias de amadores e de
profissionais. O Nacional resolveu continuar disputando as competições oficiais
entre os amadores.
No dia 10 de maio de 1964 aconteceu o Torneio Início da Primeira Divisão de Amadores,
disputado no Estádio “Aristóteles Góes”, cujo troféu levou o nome de Taça “General
Luiz de Toledo” (Presidente de Honra do Central Clube Nacional).
Disputaram o torneio Grêmio, Cruzeiro, Guanabara, Nacional, Pederneiras, Dínamo
e Vila Matias.
Após vencer o Grêmio por 3 x 0 e o Dínamo, pelo mesmo marcador, na decisão do torneio,
o Nacional ficou com o título de campeão do Torneio Início.
No dia 9 de junho de 1964, o Nacional disputou seu primeiro jogo interestadual,
aproveitando-se de uma excursão que o Vila Nova, de Nova Lima (MG) fez a Brasília.
Perdeu para o clube mineiro por 2 x 1. Zezito marcou o gol do Nacional, que formou
com Chico, Alberto, Eufrásio, Logodô e Ferreira; João e Toninho; Edvaldo (Zinho),
Genival, Zezito e Carlinhos.
No campeonato de 1964, faltou pouco para o Nacional conquistar seu primeiro título
de campeão brasiliense. Ficou com a terceira colocação, um ponto atrás do campeão
Guanabara e com os mesmos dezessete pontos ganhos do Dínamo, o vice-campeão. Perdeu
no critério maior número de gols marcados. Nos doze jogos que disputou, venceu sete,
empatou três e perdeu dois.
Finalmente Zezito foi artilheiro do campeonato, ao lado de Lula, do Guanabara, ambos
com 8 gols.
Em 21 de julho de 1965 ocorreu eleição da nova diretoria do Central Clube Nacional,
que ficou assim composta: Presidente - Américo Stival; Vice-Presidente - Vicente
Valadares da Silva; 1º Secretário - Francisco Fabiano Portela; 2º Secretário - Olavo
Silveira Medeiros; 1º Tesoureiro - Antônio Marques da Silva e 2º Tesoureiro - Sáudio
Peixoto. A diretoria anterior, eleita em 15 de janeiro, foi destituída por uma Interventoria.
Neste ano de 1965, o Nacional não disputou o campeonato de amadores.
Voltou a disputar competições oficiais em 1966. No dia 26 de junho de 1966 o Torneio
Início da Divisão de Amadores. No segundo jogo do dia, foi derrotado pelo Cruzeiro,
por 2 x 1.
A partir de 10 de julho de 1966, o campeonato de clubes amadores, contra quatro
adversários: Cruzeiro, Grêmio, Guanabara e Vila Matias. Os dois últimos foram campeão
e vice-campeão, respectivamente. O Nacional ficou com a quarta posição.
Seu último jogo aconteceu em 24 de setembro de 1966, no Estádio Vasco Viana
de Andrade, contra o Vila Matias. Desconhecemos o resultado.
Foi a última notícia que encontramos do Nacional. Com o final das obras da Construtora
Nacional em Brasília e a consequente retirada de apoio ao clube, o Nacional foi
desativado.
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