De
há muito que o Canarinho Esporte Clube (fundado como clube amador em outubro de
1973 e filiado à Federação Metropolitana de Futebol em março de 1975) queria
jogar contra uma grande equipe do futebol brasileiro.
Aproveitou
que o Grêmio, de Porto Alegre, vinha passando por perto e pensou que
concretizaria seu sonho no dia 23 de novembro de 1977, no estádio Pelezão. Na
verdade, viveu um pesadelo! Resultado: teve um grande prejuízo financeiro,
levou um monte de gols e prejudicou, enormemente, a imagem do futebol
brasiliense, que a muito custo o Brasília vinha tentando levantar.
Naquele
dia, o Canarinho foi impiedosamente goleado pelo marcador de 11 x 0.
O
resumo do jogo foi esse:
1.
Éder dribla três jogadores pela esquerda, perde a bola, Vitor Hugo recupera,
passa para Tadeu, que toca para André. Este, briga com os zagueiros, a bola
sobra para Tadeu, que lança a Tarciso, que chuta para marcar o primeiro gol.
Não haviam mais do que sete minutos de partida.
2.
Sai a bola e imediatamente o Canarinho a perde. Éder vê o lateral-esquerdo
Ladinho passando do meio-campo e faz o passe. Ladinho entra na corrida e coloca
a bola com violência no ângulo esquerdo, um minuto depois. Grêmio 2 x 0.
3.
Tadeu domina uma bola no meio-campo e toca para Tarciso ampliar para 3 x 0, com
apenas um quarto de hora.
4.
Em circunstâncias quase idênticas à do gol de Tarciso, Tadeu apanha uma bola e
vê Éder penetrando pela esquerda. Foi uma espécie de inversão de jogada. Éder
chega aos 4 x 0, placar do primeiro tempo.
5.
Mal foi dada a saída para o segundo tempo, Tarciso ganha uma bola que era mais
para a defesa e lança para Leandro, que chuta da entrada da área: 5 x 0.
6.
O Canarinho dá a saída, o Grêmio recupera a bola e Éder cruza para o meio da
área. Forma-se uma confusão e o lateral-direito Vilson apanha o rebote e chuta
para o gol: 6 x 0, um minuto depois.
7.
Passam-se cinco minutos e o veteraníssimo Alcindo domina a bola de frente para
o gol. Abre na direita para Vilson, que cruza e o mesmo Alcindo sobe mais que
os jovens zagueiros do Canarinho e, de cabeça, faz 7 x 0.
8.
Novamente o Canarinho dá a saída, o Grêmio recupera a bola. Atacando pela
direita, Vilson levanta na área, a defesa corta mal e a dois passos de dentro
da área Leandro cabeceia para fazer o mais bonito gol da noite: 8 x 0.
9.
Bola lançada da defesa para o ataque. Vilson parte do meio-campo e chega
primeiro que o defensor do Canarinho. Chuta para o gol e marca seu segundo e
nono do Grêmio.
10.
Toques rápidos de Iúra, Alcindo e Éder na frente da área. Éder chuta por último
e faz 10 x 0.
11.
O goleiro Corbo chuta para a frente. Éder ganha da defesa e toca para Alcindo,
que encerra a contagem, com a defesa assistindo-o marcar o gol.
Final
de jogo: Canarinho 0 x 11 Grêmio
Cacírio
Marinho, do DF, foi o árbitro do jogo e as equipes formaram assim:
Canarinho:
Edson (Luís), Irênio (Assis), Nonato, Grossi e Robson (Del); Paulinho, Augusto
e Peba; Belo (Maninho), Zecão (Paulo) e Zé Vieira. Técnico: Ailton dos Santos.
Grêmio:
Corbo, Eurico (Valderez), Cassiá, Oberdan (Vilson) e Ladinho; Vitor Hugo, Tadeu
(Leandro) e Iúra; Tarciso (Zezinho), André (Alcindo) e Éder. Técnico: Telê
Santana.
A
renda foi de apenas Cr$ 35.690,00 (público: 1.130 pagantes), muito pequena para
pagar o belo futebol que o Grêmio jogou e que foi contratado: Cr$ 150.000,00.
E
quem mais sofreu foi o rapaz que trabalhou no placar, que não sabia se subia ou
descia a escada. E ainda teve sorte de o árbitro ter deixado de marcar um
pênalti, claro, em Tadeu, e inventado um impedimento que poderia resultar em
mais um gol.
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